quarta-feira, 3 de julho de 2013

QUE TAL: PARAR E OLHAR A VIDA.

Dias frios favorecem estar mais próximos do fogão, lareira ou estufa. A tendência é encolher-se para impedir que o frio penetre as entranhas do ser. No inverno as pessoas ficam mais unidas, parece. Sair de casa, somente para dar conta dos compromissos. As paisagens, neste período, são marcadas por raras tonalidades. As folhas já caíram. Poucas flores são vistas. Até os pássaros ensaiam poucos voos. 
Impossível não dar uma olhada, pela janela, no que se passa lá fora. Mesmo com neblina densa, o olhar busca o infinito e capta imagens com detalhes interessantes. Um tanto distante, está uma casa com uma chaminé. A fumaça alcança, meio esguia, as alturas. O olhar se perde e a imaginação redesenha lembranças do passado. Como faz bem olhar sem nada enxergar. Uma experiência ímpar: priorizar o olhar do coração. Capta-se muito mais em intensidade.
Correr não é tarefa de alguns. A cada dia que passa, mais pessoas estão num movimento frenético tentando dar conta das solicitações. 
Os tempos são outros. Um espaço nas atribuladas agendas pode se tornar impossível. Um intervalo para olhar longe, com os braços apoiados na beirada da janela, tem sido cada vez mais difícil. Nostalgias da infância e da convivência familiar são constantes. 
Olhar à vida, através da janela, faz bem. A disponibilidade de tempo cede lugar à intensidade do momento. Não há como adiar esse clamor que brota das entranhas: a vida precisa ser sentida profundamente. A paz não pode estar limitada às bandeiras trêmulas que tentam sinalizar a direção do vento. Um pouco de poesia pode favorecer menos rigidez à vida. Jamais será perda de tempo olhar a vida, a partir da peculiar ótica só possível pelo ângulo da janela. 
Semanalmente estaremos juntos na tentativa de resgatar um outro ângulo que descortinará paisagens assinaladas pela serenidade de quem consegue a incrível façanha de colocar a vida no seu devido lugar: acima de tudo. Enquanto muitos fixam-se somente na busca pelo ter e não perdem tempo, queremos, de uma forma leve, ampliar a capacidade de captar as melhores imagens que implicarão num jeito sempre novo de viver. Enquanto isso, reserve um tempo para olhar a vida. Descobertas fantásticas poderão acontecer, além de confirmar o valor da paz interior, esse dom imprescindível.

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