sexta-feira, 19 de julho de 2013

MÚSICA: A NOSSA GRANDE COMPANHEIRA

Um jornalista popular andava numa favela de grande cidade para colher algum fato curioso e publicar aos leitores de um diário. Naquele dia, tudo estava em paz e sem nada de extraordinário. Na esquina da miséria havia um barraco semiaberto e um menino em sua frente. O jornalista atreveu-se a olhar para dentro e não viu nem mesa, nem fogão, apenas uns trapos no chão, onde o menino dormia e um velho rádio ligado. Um samba se fez ouvir. O menino sorridente começou a dançar. Então o jornalista perguntou: “Tu gostas de samba?” A resposta foi rápida: “O samba está no meu sangue!”
Creio que não é somente o samba, mas a música toda está em nosso sangue. Com expressões diferentes, em sons e estilos diferentes, a música sempre acompanhou a humanidade como uma linguagem gratuita e um componente da vida. A música possui um poder humanizador, podendo influenciar em nosso processo de conhecimento, no desenvolvimento da sensibilidade e na capacidade de escuta do todo, além de seu uso para fins terapêuticos. Não esqueçamos que também o lado contrário pode ser despertado pela música dispersiva, agressiva e excitante. 
Sem muita explicação e propaganda, a música invade por si o íntimo das pessoas e lhes oferece o despertar das mais diversas sensações e inspirações. Como nunca, em nossos dias a música está sendo tão publicada no mundo inteiro. Ela entra nos quartos, salas, grandes auditórios, na rua, teatros, estádios, igrejas e grandes meios de comunicação. 
Com as novas tecnologias e os meios portáteis, toda a pessoa pode ter a seu alcance as músicas de sua preferência. Nos metrôs, nos meios de transporte, nos ambientes de trabalho e até nas lavouras, os fones de ouvido favorecem a companhia da boa música.
Por incrível que pareça, o mercado utiliza as produções musicais como uma de suas principais fontes de lucro. A canção popular se tornou um produto descartável que vale enquanto dura a sua venda. É pena que as melhores produções e os melhores cantores não encontrem o mesmo apoio, pois ao mercado o que mais interessa não é a qualidade, mas o lucro das vendas rápidas.
Pensando no fenômeno da música companheira da vida, como veículo forte de comunicação, algumas perguntas podem nos inquietar: Onde a música pode levar-nos? A renomada cantora Nana Mouscouri nos afirma com convicção: “A linguagem da música chega ao coração de todos os povos. Por ela, superam-se fronteiras e integram-se as raças e culturas, unindo-as num sentimento comum... A música é a linguagem universal e única, pois é a linguagem do amor, da liberdade, da bondade e, acima de tudo, a música é a linguagem da paz”.
Este depoimento da cantora Nana Mouscouri diz o que a música sempre deveria ser, pois esta tem uma relação especial com nosso ser interior. A música molda os nossos sentimentos e também os altera. Daí a necessidade de aprender a usar bem a espada de dois gumes. Se a música é a linguagem da paz, não esqueçamos que também há hinos de guerra.

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