sexta-feira, 26 de julho de 2013

ELA ERA FELIZ E NÃO SABIA.

“Não tenho um caminho novo. O que tenho de novo é um jeito de caminhar.”

Depois de longas horas de trabalho, primeiro na loja, depois em casa, uma dona de casa desabou no sofá. Estava exausta. Sempre a mesma vida, lamentou, estou sendo explorada. O marido volta do trabalho, senta no sofá, lê o jornal e bebe seu aperitivo. Depois do
jantar preciso lavar a louça e deixar a casa em ordem. Quando sento para ver minha novela favorita é a vez dos filhos. Os dois meninos e a menina disputam a atenção. Eles querem brincar ou contar os pequenos incidentes da escola. Além disso, preciso cuidar da casa de meus velhos pais, isto por duas ou três vezes na semana. E ninguém agradece. A única coisa boa é dormir, afundar no sono e dormir para sempre.
Foi para a cama e o sono veio logo. O tempo começou a girar loucamente. Depois uma névoa envolveu todas as coisas. Um homem de Deus, talvez um anjo, dirigiu-se à senhora. “Seus desejos foram ouvidos e vou aliviar sua vida. Vou dispensar você do trabalho, das tarefas do lar, do esposo, dos filhos e até mesmo dos pais. Você terá o merecido descanso. Você não precisará mais cuidar de ninguém”.
Espantada, a boa senhora protestou: mas meu trabalho, meu marido, meus filhos, meus pais? O anjo garantiu-lhe que havia respostas para tudo. Para os pais fora arranjada uma casa de repouso; certamente eles se acostumarão lá. Para o trabalho já contrataram
outra pessoa. Desempregada, ela está muito feliz. Ao marido foi dada uma boa senhora. Filha única, cuidou dos pais, deixou o tempo passar e não tivera ocasião de casar. Ela
está feliz, nunca parece estar cansada, adora o esposo e parece não perceber seus
pequenos defeitos. Aceitou os filhos como se fossem seus. Todos estão felizes.
Não pode ser, protestou a mulher. Quero de volta o meu trabalho, minha casa, meu marido, meus filhos e meus pais. Tenho ainda tantos sonhos a realizar. Aquela viagem longamente planejada, tudo o que sonhei para os filhos - a menina fará em breve a
primeira comunhão - a universidade, o casamento... Infelizmente é tarde, esclareceu o homem de Deus, tudo já foi decidido.
Isto é injusto, protestou a senhora, quero minha família de volta, não fui consultada sobre isto! Talvez pela exaltação, falou alto... O marido, que dormia ao lado, acordou,
olhou a esposa com ternura e perguntou: o que foi querida? Nada, nada. Um pesadelo! Depois de um pouco de silêncio, beijou o marido e disse: sabe, o bom Deus me
visitou e me deu nova oportunidade.
O poeta amazonense Thiago de Melo um dia garantiu: “Não tenho um caminho novo. O que tenho de novo é um jeito de caminhar”. Independente de ser homem ou mulher, você não precisa mandar rezar missas em ação de graças, não precisa fazer cópias e enviá-las
às amigas. Aproveite a oportunidade.

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