quinta-feira, 27 de setembro de 2012

É ASSIM: AJUDA-TE QUE DEUS TE AJUDARÁ

Cercado dos seus discípulos, um homem de Deus caminhava por uma estrada em péssimo estado. Tudo servia como motivo para instruir seus seguidores. No meio da manhã encontraram um carro de bois atolado no barro. Ao lado, um homem piedoso, de joelhos, pedia que Deus o ajudasse tirando o carro do atoleiro. Todos olharam o devoto, sensibilizaram-se e prosseguiram o caminho. Alguns quilômetros adiante encontraram um outro homem com o carro atolado no lamaçal. Este, porém, esbravejava contra o governo e contra Deus, enquanto fazia todo o esforço para liberar o carro.
O homem de Deus, para espanto dos discípulos, decidiu ajudá-lo e o carro retomou sua jornada. Os aprendizes, surpresos, ponderaram ao mestre: senhor, o primeiro homem orava, era piedoso e não o ajudamos. Este, que era rebelde e blasfemava, recebeu nosso auxílio. Qual a razão? Sem se perturbar, o mestre esclareceu: aquele que orava, aguardava que Deus viesse fazer a tarefa que a ele competia. O outro, embora transtornado, estava lutando e por isso mereceu nosso auxílio.
Nem sempre sabemos orar. Até os apóstolos, um dia, suplicaram ao Mestre que Ele os ensinasse a rezar corretamente. Rezar não pode servir de desculpa a preguiçosos. Não podemos pedir a Deus que faça o que seria nossa obrigação. Rezar não é tentar mudar a vontade de Deus. A oração vai por outro caminho. É partir da certeza de que Deus é Pai e quer nossa felicidade. Nossa oração deve ter como objetivo conhecer a vontade de Deus para que nós possamos fazê-la acontecer.
Não é correto, em nossa prece, pedir que Deus remova alguns obstáculos que nós mesmos colocamos no caminho. Só depois que tivermos feito a nossa parte temos o direito de pedir a força que vem do alto.O primeiro homem que caiu no atoleiro confiou a Deus toda a tarefa. O segundo, pelo menos, estava fazendo o que lhe competia. De alguma maneira, ele também tinha convicção que Deus falhara em algum ponto.
Rezar é colocar-se, com a atitude de filhos, diante do Pai. E na oração ensinada por Jesus aparece uma escala de valores em nossa prece. Antes de tudo devemos lembrar que Ele é Pai de todos e que está em toda a parte. Com nossa voz santificamos o Nome, o Reino e a sua Vontade. Isto convém aos filhos. Só depois, lembra as necessidades dos filhos, a partir do pão de cada dia. Lembramos ainda nossa pobreza e suplicamos que Ele nos livre dos atoleiros e nos dê a graça de saber perdoar a todos.

O PAI BRASILEIRO DO RÁDIO

Roberto Landell de Moura foi entronizado, este mês, no Panteão Tancredo Neves, em Brasília. Isso significa que o padre gaúcho, conhecido como o pai brasileiro do rádio, teve seu nome inscrito no Livro de Aço, também chamado de Livro dos Heróis da Pátria. A iniciativa é fruto do projeto de lei do ex-senador Sérgio Zambiasi.
Landell, segundo seus defensores, foi para o rádio o que Santos Dumont foi para a aviação. Porém, oficialmente, o inventor do rádio é o italiano Guglielmo Marconi.
Em 3 de junho de 1900, o padre reuniu personalidades em plena avenida Paulista para demonstrar publicamente seus experimentos, desenvolvidos já há mais de seis anos. Com um aparelho inventado por ele mesmo, enviou sinais telegráficos e transmitiu a voz humana a uma distância de oito quilômetros, sem a ajuda de fios e irradiada por uma onda eletromagnética, pela primeira vez.
Documentos e correspondências da época apontam que o padre gaúcho já tinha desenvolvido o telégrafo e o telefone sem fio, assim como o transmissor de ondas antes do italiano, mas foi Marconi que entrou para a história oficial. Landell não conseguiu patentear nem produzir comercialmente seus inventos no Brasil. Já o italiano, em 1897, aos 23 anos, patenteou um sistema de telegrafia sem fios que lhe assegurou o monopólio das radiocomunicações e, em 1909, o Prêmio Nobel de Física.
Coincidentemente, o reconhecimento a Landell, com a inscrição de seu nome no Panteão, ocorreu poucos dias antes da celebração dos 90 anos da primeira transmissão radiofônica oficial no país, em 8 de setembro passado. Na ocasião, na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, transmitiu-se via rádio o discurso do então presidente Epitácio Pessoa, por ocasião das comemorações do centenário da Independência do Brasil.
Agora, os entusiastas do pai brasileiro do rádio lutam para incluir sua vida e obra no currículo escolar obrigatório do Ensino Fundamental. Landell de Moura nasceu em Porto Alegre, em 21 de janeiro de 1861, e foi ordenado padre em 28 de outubro de 1886, em Roma.

AFINAL TRATA-SE DO MESMO ROUBO.

Você talvez não conheça nenhum madeireiro. Nem eu. Pois bem! Não os coloque todos na mesma categoria, porque muitos deles são sérios. Trabalham com madeira selecionada, plantada, autorizada pelo governo. São confiáveis! Não estão roubando a madeira do povo brasileiro. Eles a plantam.
Mas há os outros… Lembram o fazendeiro que não tendo paciência de esperar seu gado crescer manda roubar o gado alheio e o vende como se fosse seu. Estes pseudo-madeireiros dão um jeito de burlar a lei, pagar propina, enganar as autoridades e extrair madeira em ritmo frenético, madeira que não pertence a eles. São estes que mandam matar os defensores do verde.
Nos últimos tempos tem havido um esforço desesperador da parte deles para roubar do povo brasileiro o máximo de madeira que puderem no, ainda hoje, anonimato de seus roubos. Como preveem que, por conta dos satélites, isso não será mais possível num futuro bem próximo, por causa da vigilância cada dia mais intensa, assim como da oposição de ONGs, associações de defensores do verde e da natureza, eles correm contra o tempo. Roubam enquanto podem.
O fato de compradores não aceitarem mais madeira não registrada explica por que aumentou tanto o desmatamento nos últimos anos. Eles sabem que a vigilância tornará impossível viver da maneira criminosa como vivem e não lhes interessa trabalhar segundo a lei, como outros madeireiros o fazem.
Sabem que serão presos, sabem que a multa é caríssima, mas sabem que por conta de alguns fiscais corruptos ainda há impunidade em algumas áreas. Vão primeiro tentar roubar o quanto puderem e, depois, lutar para saírem impunes, com anistia geral, como tem ocorrido frequentemente neste país.
Terão que descobrir outras maneiras de fazer dinheiro ilícito porque madeira não dará mais lucro fácil. Talvez alguns se mudem para as grandes cidades para explodir cofres de banco… Afinal trata-se do mesmo roubo. Tiram o que é dos outros; uns a madeira, outros o dinheiro…

CORRUPÇÃO E O TRIBUNAL INTERIOR

O corrupto ama a escuridão e abomina a luz. Ele sabe o quanto é condenável o que pratica. É nesse ponto que se anuncia a consciência. Fizeram-se inumeráveis interpretações do fato da consciência. Tentaram derivá-la da sociedade, dos superegos das tradições e das religiões, do ressentimento face aos fortes e outros. Os manuais de ética referem infindáveis discussões sobre a origem, a natureza e o estatuto da consciência. Entretanto, por mais que tentemos derivá-la de outras realidades, ela se mantém como instância irredutível e última.
Ela possui a natureza de uma voz interior que não consegue ser calada. Exemplifiquemos: em 310, o imperador romano Maximiano mandou dizimar uma unidade de soldados cristãos porque, depois de uma batalha, se negaram a degolar inocentes. Antes de serem executados, deixaram uma carta ao imperador: “Somos teus soldados e temos as armas em nossas mãos. Entretanto, preferimos morrer a matar inocentes a ter que conviver com a voz da consciência nos acusando” (Passio Agaunensium). A 3 de fevereiro de 1944 escreve outro soldado alemão e cristão a seus pais: “Fui condenado à morte porque me neguei a fuzilar prisioneiros russos indefesos. Prefiro morrer a levar pela vida afora a consciência carregada com o sangue de inocentes. Foi a senhora, minha mãe, que me ensinou a seguir sempre primeiro a voz da consciência e somente depois as ordens dos homens (Letzte Briefe zum Tode Veruteilter).
Que poder possui essa voz interior a ponto de vencer o medo natural de morrer e aceitar ser morto? Ela admoesta, julga, premia e castiga. Com razão Sócrates e Sêneca testemunhavam que a consciência “é Deus dentro de ti, junto de ti e contigo”. Kant, o grande mestre do pensamento ético, dizia que “a consciência é um tribunal interno diante do qual pensamentos e atos são julgados inapelavelmente”. Foi esse filósofo que introduziu claramente a distinção entre preço e dignidade. Aquilo que tem preço pode ser substituído por algo equivalente. Entretanto há uma instância em nós que está acima de todo preço e que, por isso, não admite nada que a substitua: essa é a “dignidade humana”, fundada na consciência de que “o ser humano é um fim em si mesmo e que não pode jamais servir de meio para qualquer outra coisa”.
O mau e o corrupto se escondem sem que ninguém os procure e fogem sem que ninguém os persiga. Donde lhe vem esse medo e pavor? Quem é esse que vê os dinheiros escondidos e para os quais não existem cofres secretos nem senhas para abri-los? Para ela não há segredos em quatro paredes palacianas ou em obscuro quarto de hotel. O corrupto sabe e sente que a consciência é maior que ele mesmo. Não possui poder sobre ela. Não a criou. Nem pode destruí-la. Ele pode desobedecer ao seus imperativos. Negá-la. Violentá-la. Mas o que ele não pode é silenciá-la.
Por que aventamos esse clamor íntimo? Porque estamos interessados em conhecer os tormentos que a má consciência inflige ao coração e à mente daquele corrupto que desviou dinheiro público, que se apropriou
das poupanças dos trabalhadores e dos idosos e que, desmascarado, teve que inventar mentiras e mais mentiras para esconder o seu malfeito. Mas não há nada escondido que um dia não seja revelado.
Mesmo que saia absolvido em um tribunal, porque contratou advogados hábeis em fazer narrativas tão lógicas que encobriram seu crime e convenceram os magistrados, ele não consegue escapar do tribunal interior que o condena. Uma voz o persegue para onde for, acusando-o de indigno diante de si mesmo, incapaz de olhar com olhos límpidos para sua esposa e filhos e conversar com coração aberto com seus amigos. Uma sombra o acompanha e lhe rouba a irradiação que nasce da bondade originária de uma consciência serena e feliz. A vida o amaldiçoa porque traiu a verdade, violou sua própria dignidade e se fez desprezível diante de sua própria consciência.

O PERDÃO REVELA ACEITAÇÃO DE SI E DOS OUTROS

Quando se reduz o conceito de festa a comes e bebes; quando se acha que festa é barulho, fogos e balões; quando se imagina a festa com altos gastos, a serem consumidos num momento tão fugaz; quando se atribui à festa um espaço de direitos e nenhum dever; quando se entende a festa como fuga do real, denota-se que não se está entendendo a dimensão festiva como ampla possibilidade de vida.
Há tempo foi escrito um livro que despertou interesse e continua fazendo sucesso: “Comunidade, lugar do perdão e da festa”, cujo autor é um oficial da Marinha, chamado Jean Vanier. Movido pela ação do Espírito e auxiliado por um frade dominicano, passa a morar com deficientes mentais. Ali foi provando a alegria de ver como a vida comunitária contribui para o crescimento humano e cristão de todos os que se encontravam unidos no amor de Cristo, fonte de aceitação mútua, de perdão e de festa.
Na obra “Comunidade, lugar do perdão e da festa”, o autor vai mostrando que a fé não tira e nem esconde as dificuldades e problemas das pessoas e da comunidade. Esta experiência da chamada “Arca”, está se expandindo por todo o mundo. Amplia-se a verdade libertadora da experiência comunitária, animada pelo perdão e pela festa.
Perdão não é um ato momentâneo de quem ofende e é ofendido, mas é uma atitude de vida. Desde o amanhecer nos deparamos com limites pessoais e pessoas limitadas. O exercício do perdão revela, em primeiro lugar, aceitação de si mesmo e dos outros. Aceitar não significa “deixar como está para ver como fica”, mas admitir um ponto de partida possível para acreditar, caminhar e crescer. A capacidade do perdão é um requisito básico para se conviver em paz e exercitar o amor.
Perdão e festa andam juntos. A melhor festa é a permanente alegria e satisfação que brota
do coração de quem vive por amor e para o amor. Quando a vida vira festa, a convivência se torna o grande remédio para nossas curas e quando nos vemos melhores a festa da convivência aumenta sempre mais.
O VII Encontro Mundial das Famílias ocorrido em Milão neste ano celebrou o tema “A família: o trabalho e a festa”. Trabalho e festa são componentes decisivos na vida familiar. Confirma-se que, se a comunidade é o lugar do perdão e da festa, a família também é o lugar do trabalho e da festa.
No encontro mundial, num diálogo com uma menina do Vietnã de sete anos, ele contava sua experiência familiar: “O ponto essencial para nossa família era o domingo, mas o domingo começava já no sábado...Toda a família cantava... O Pai tocava cítara e meu irmão é um grande músico. Formávamos um só coração e uma só alma, mesmo em tempos difíceis de guerra e de pobreza... As coisas pequenas nos faziam felizes, porque eram expressão do coração do outro...quando procuro pensar como vai ser no Paraíso, sempre me parece que será como no tempo da minha infância e juventude”.

BRASIL: UM AVANÇO ALÉM DO PREVISTO

O Brasil atingiu uma das Metas do Milênio da Organização das Nações Unidas (ONU), a que se refere à redução da mortalidade infantil até 2015. E com quatro anos de antecedência. A queda de mortes registrada no país em 2011 foi uma das quatro maiores do mundo. Os dados foram divulgados na quinta 13 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Banco Mundial e OMS.
Em 2000, a ONU fixou metas sociais para os países e deu 15 anos para que governos chegassem perto dos objetivos. A base de comparação é o ano de 1990. No caso do Brasil, a meta era de que as 58 mortes registradas para cada mil crianças em 1990 fossem reduzidas para 19 por grupo de mil em 2015. Mas, ao final de 2011, a taxa já era de 16 para cada mil crianças.
Em 1990, 205 mil crianças com menos de 5 anos morreram no país. Em 2011, foram 44 mil - uma queda de 73%, índice superado apenas por Turquia, Peru e de El Salvador na relação das nações que mais obtiveram conquistas na prevenção de doenças infantis. Apesar de ter atingido a meta, o Brasil ainda está muito distante dos índices de países ricos.
No Brasil, famílias ainda perdem muitos bebês devido às chamadas causas neonatais – problemas no pós-parto. O Unicef também menciona o elevado número de mortes de crianças devido à diarreia, à pneumonia e a doenças sem definições específicas.
Melhor atendimento médico, crescimento da renda familiar, expansão dos serviços de saúde, como ampliação da cobertura de vacinas e antibióticos, são os motivos do avanço brasileiro. “Atingir a meta estabelecida pela ONU antes do prazo é uma grande vitória. Mas queremos avançar mais, com a Rede Cegonha, reforçando a qualidade no pré-natal e na assistência ao parto, e a expansão das UTIS neonatais”, afirmou o ministro da Saúde Alexandre Padilha. 

O INFINITO TAMANHO DE DEUS

Os cientistas do mundo inteiro não conseguem ver mais do que migalhas da criação. Não conseguem medir o tamanho do Universo. Dizem que, se no passado, o número de estrelas, por exemplo, era de 30 a 70 bilhões, hoje acham que já é três vezes maior e afirmam que só conseguem desvendar fragmentos do que Deus criou.
A Bíblia parece limitar esse nosso conhecimento sobre o poder da Palavra criadora: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus. As reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos para sempre...”
Deus dá ciência e sabedoria ao homem. Não impede o conhecimento. Mas o homem se sabe limitado e não consegue abranger tudo, nem explicar o inexplicável. Como explicar o infinito, se a cada passo dado pela ciência o universo se torna maior? Quanto mais se entra “no céu”, mais o mundo se amplia. Não há fronteira que delimite a vastidão do espaço. Cada vez mais se descobre um “infinito de estrelas e galáxias”, “espaços vazios”, “buracos negros”, reduzindo a possibilidade de uma conclusão final.
Desde Adão e Eva, os homens e as mulheres, de qualquer palmo de chão, falam de um Deus criador, e sem este Ser Infinito, a humanidade se sente impossibilitada de fechar a questão, a não ser afirmando: tem que ter Alguém, maior do que os homens e o universo.
Cientistas do mundo inteiro não se autorizam a ser ateus por não entenderem a vastidão do universo. Alguns têm a humildade de se reconhecer limitados e acreditam que existe um Ser maior que o ser humano.
O grande sábio Albert Einstein dizia: “Diante da sabedoria de Deus, todos nós somos igualmente sábios e igualmente ignorantes”. Thomas Edson explicava: “Tenho enorme respeito e a mais elevada admiração por todos os engenheiros, especialmente pelo maior deles, Deus”. E o cientista Louis Pasteur afirmava: “Um pouco da ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima”.
É isso: quanto mais a pessoa se aprofunda em conhecimentos, mais se aproxima da Fonte Original. Por quê? Porque Deus não é escuridão. É a luz dele que cria e ilumina nossos neurônios. Negar Deus, lembra o sábio livro de Jó : “Eu (no meu orgulho) me fazia de olhos para os cegos e de pés para o coxo, mas ao cair em mim, descobri que eu falei do que eu não entendia”. E no final Jó conclui: “Eu falava de Deus só por ouvir dizer”

EXISTE UMA POSIÇÃO PARA REZAR? SENTADO, AJOELHADO, DE PÉ...

Jorge, a oração é diálogo íntimo e filial entre o ser humano e Deus. Esse diálogo, para nós cristãos, sempre tem como modelo a relação que Jesus de Nazaré teve com o seu Pai. Ele, por agir sempre na força do Espírito, em qualquer situação se relacionava filialmente com Deus. Tinha seus momentos especiais, quando se retirava para rezar, mas toda sua vida era oração contínua. Isso que dizer que também nós precisamos ter momentos especiais de oração. Contudo, podemos e devemos fazer que toda a nossa vida seja contínua oração.
As diversas posições que acompanham as orações são apenas para ajudar a concentração no diálogo com Deus. Elas nos auxiliam para melhor expressar o que vai dentro de nós. Estar com os joelhos dobrados é sinal de humildade, mãos erguidas é expressão de súplica, caminhar pode demonstrar convicção de que Deus caminha conosco etc. As diversas posições de nosso corpo durante a oração são importantes, mas não devem ser vistas como normas impositivas. Cada um deve descobrir quais são melhores para si. Se alguém consegue rezar melhor de joelhos, que reze de joelhos; outro prefere rezar sentado ou deitado, que reze sentado ou deitado.
A oração mais fácil e mais proveitosa é aquela na qual unimos a nossa vida do dia a dia, na fé e no amor, ao mistério de Deus presente entre nós na pessoa de Jesus Cristo. O importante é rezar, dialogar com Deus, do jeito de Jesus de Nazaré, sempre na força do Espírito do Amor que foi derramado em nossos corações. Tanto faz se a oração é feita de joelhos, sentado, de pé ou caminhando; ela é sempre oração. Caso contrário (não como Jesus), mesmo que as posições sejam as melhores, não é oração cristã.

BRASILEIRO PAGA SERVIÇOS QUE NÃO RECEBE.

O brasileiro está mais doente, investindo menos na alimentação, na educação e no lazer, porém aplicando mais em casa e na compra de carro. Esta é uma síntese do que foi apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), de 2008-2009.
Dentro do mesmo resumo, cresceram os gastos das famílias brasileiras com a compra de remédios, serviços médicos e bens duráveis, e encolheram com alimentos, ensino e cultura. Em termos absolutos, o brasileiro gastava, em média, R$ 153,81 por mês com saúde em 2008 e 2009. O gaúcho mais: R$ 174. Medicamentos e plano de saúde consomem quase 80% desses valores.
O próprio IBGE já fornecera dados para explicar essa nova realidade. Em outro levantamento, o instituto apontou que o contribuinte havia pago 56,3% dos R$ 283 bilhões que custou a saúde no Brasil em 2009. Em outras palavras, o brasileiro gastava mais do que o governo para ter acesso a bens e serviços de saúde.
Um outro estudo recente, realizado pela Universidade de São Paulo (USP), concluíra que 7% dos domicílios brasileiros, nos quais viviam cerca de 11 milhões de pessoas, já comprometiam 20% ou mais do seu poder de compra com saúde. Este percentual é absurdo porque o Brasil tem um Sistema Único de Saúde (SUS) que pressupõe acesso universal, integral e equânime ao atendimento da população, sem precisar de desembolsos
– além, obviamente, dos impostos que paga.
Os governos, notadamente o federal, tornaram-se máquinas cada vez mais aparelhadas para sugar, através de impostos, as parcas economias do brasileiro. A contrapartida, infelizmente, fica aquém até do mínimo necessário. Em um cenário dramático, para cuidar da saúde – o que pode significar também continuar vivendo -, a maioria dos brasileiros precisa passar por privações, inclusive na mesa. Isso é injusto e cruel.

AGROTÓXICO E O DESAPARECIMENTO DAS ABELHAS

As abelhas continuam sumindo. Atrás de respostas, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) restringiu o uso de quatro agrotóxicos na agricultura brasileira, principalmente para as culturas de algodão, soja, trigo e cítricos. Além de reduzir as formas de aplicação desses produtos, que não podem ser mais disseminados via aérea, o órgão ambiental iniciou o processo de reavaliação das substâncias imidacloprido, tiametoxam, clotianidina e fipronil, da classe dos nicotenoides.
Esses ingredientes ativos foram apontados em estudos e pesquisas realizadas nos últimos dois anos pelo Ibama como nocivos às abelhas. Para proteger esses insetos, na Europa esses princípios ativos estão sendo banidos. “No Brasil, resíduos dos nicotenoides foram encontrados em tudo”, observa o presidente da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), José Gumercindo Cunha.
Segundo o engenheiro Márcio Rodrigues de Freitas, coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, a decisão não foi baseada apenas na preocupação com a prática apícola, mas também, e principalmente, com os impactos sobre a produção agrícola e o meio ambiente.

Polinização - Estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), publicado em 2004, mostrou que as abelhas são responsáveis por pelo menos 73% da polinização das culturas e plantas. “Algumas culturas, como a do café, poderiam ter perdas de até 60% na ausência de agentes polinizadores”, explicou o engenheiro.
A primeira substância a passar pelo processo de reavaliação será o imidacloprido, que responde por cerca de 60% do total comercializado dos quatro ingredientes sob monitoramento. A medida afeta, neste primeiro momento, quase 60 empresas que usam a substância em suas fórmulas. Dados divulgados pelo Ibama revelam que, em 2010, praticamente 2.000 toneladas do ingrediente foram comercializadas no país.
A reavaliação é consequência das pesquisas que mostraram a relação entre o uso desses agrotóxicos e a mortandade das abelhas. De acordo com Freitas, nos casos de mortandade identificados, o agente causal era uma das substâncias que estão sendo reavaliadas. Além disso, em 80% das ocorrências, havia sido feita a aplicação aérea.
O engenheiro explicou que a reavaliação apontar o nível de nocividade e onde está o problema. “É o processo de reavaliação que vai dizer quais medidas precisaremos adotar para reduzir riscos. Podemos chegar à conclusão de que é preciso banir o produto totalmente, para algumas culturas ou apenas as formas de aplicação ou a época em que é aplicado e até a dose usada”, acrescentou.
O órgão ambiental já sentiu as pressões por parte de fabricantes e produtores que alertaram os técnicos sobre os impactos econômicos que a medida pode causar, tanto do ponto de vista da produção quanto de contratos firmados com empresas que fazem a aplicação aérea. Apesar disso, o presidente da CBA, José Gumercindo Cunha, espera que a proibição seja mantida. “O veto é uma conquista”, resume ao CR.

Diagnóstico - No Brasil, a relação entre o uso dessas substâncias nas lavouras e o desaparecimento de abelhas começou a ser identificada há pouco mais de quatro anos. O diagnóstico foi feito em outros continentes, mas, até hoje, nenhum país proibiu totalmente o uso dos produtos, mesmo com alguns mantendo restrições rígidas.
Na Europa, de forma geral, não é permitida a aplicação aérea desses produtos. Na Alemanha, esse tipo de aplicação só pode ser feito com autorização especial. Nos Estados Unidos a aplicação é permitida, mas com restrição na época de floração. Os norte-americanos também estão reavaliando os agro
xicos compostos por uma das quatro substâncias.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

GOVERNO A SERVIÇO DO POVO

Em tese, a democracia seria o governo do povo para o povo, do Estado a serviço da nação. A realidade não confirma o ideal. Se o povo se autogovernasse, não passaria fome, não admitiria sobreviver na pobreza, não condenaria seus filhos ao desemprego nem permitiria que uma elite acumulasse fortunas exorbitantes.
Pela vontade do povo, todos teriam acesso à alimentação farta e saudável, educação gratuita e qualificada, serviços de saúde eficientes. 
Quem governa o povo em nome do povo? No capitalismo, os que dispõem de amplos recursos financeiros. Vide o custo de uma campanha eleitoral. O poder econômico se sobrepõe ao político no modelo de democracia predominante no Ocidente. E o poder político adota uma estrutura tão complexa que acaba por tornar estéril a representatividade popular.
Você vota, mas quem escolhe os candidatos que merecem o seu voto? E com quem eles se comprometem de fato, com os anseios dos eleitores ou os interesses econômicos das fontes financiadoras de campanha? É óbvio, há exceções, mas são raras e limitadas em seu poder de influir por contrariar anseios poderosos.
Quantas vezes vemos, pela mídia, as portas dos palácios de governo se abrirem aos empresários! Quantas vezes nossos governantes aparecem sorridentes ao lado dos homens de dinheiro! Agora compare: quantas vezes mostram a cara ao lado de sindicalistas, líderes de movimentos populares, sem-terras, ambientalistas e desempregados?
Nossa democracia homeopática é meramente delegativa. Pelo voto, o eleitor delega a um político o poder de representá-lo. Eleito, o candidato tende a representar, de fato, quem lhe financiou a campanha. Portanto, nossa democracia é parcialmente representativa. Representa, na esfera política, quem tem poder na esfera econômica. 
Estamos muito distantes da democracia participativa, na qual haveria mecanismos para promover a interação entre sociedade civil e mundo político, e assegurar transparência na atuação dos políticos e das instituições do serviço público. Basta lembrar que ainda vigora, no Brasil, o voto secreto no Congresso Nacional. E até hoje nossas Forças Armadas resistem 
à abertura dos arquivos de 21 anos de ditadura. 
O preocupante é constatar que democracia e capitalismo passam a ser sinônimos. Um país é considerado democrata por assegurar a livre concorrência, a especulação na Bolsa de Valores, o enriquecimento pessoal sem limites, a evasão de divisas através do turismo meramente consumista e, em consequência, a desigualdade social.
Consta que em Atenas, berço da democracia, havia 20 mil cidadãos livres sustentados pelo trabalho de 400 mil escravos. Pelo jeito, nosso modelo atual não difere muito do original. 
Há que adequar teoria e prática. A 7 de setembro os movimentos sociais fizeram em público este apelo. E a 7 de outubro nós, eleitores, temos a chance de dar um passo significativo nesse rumo, votando no direito de o povo ser governado pelo povo.

RAIZES E ASAS

Pierre Auguste Renoir (1841–1919) figura no seleto grupos dos gênios da pintura. Como poucos, ele soube pintar a luz, o brilho e a beleza das coisas. Entre suas obras merecem destaque os quadros das Duas Meninas e Banhistas. Quase octogenário, foi visitado por um jovem e ambicioso universitário. Queria que o grande mestre o ensinasse a pintar. Como fosse muito ocupado, queria saber quanto duraria o aprendizado.
Renoir chamou o jovem para seu atelier e, com uma rapidez assombrosa, em alguns minutos pintou uma tela maravilhosa. Vendo a rapidez da pintura e sabendo o preço de suas telas, o jovem animou-se. Alguns dias seriam suficientes para dominar a arte, mas Renoir explicou: fiz esta pintura em cinco minutos, mas me preparei durante 60 anos para este momento.
Nosso tempo é marcado pela pressa e pelas coisas prontas. No mercado encontramos todos os produtos pré-fabricados, com esta orientação: aqueça por cinco minutos e acrescente seus temperos preferidos. Na vida queremos conseguir tudo sem levar em conta as leis do tempo. Em outras palavras: não queremos perder tempo com as raízes. Elas nos parecem inúteis, nós as consideramos perda de tempo. Não são vistas por ninguém.
Quanto vale a aula de uma professora ou o artigo de um jornalista? Quanto vale uma consulta médica ou uma camisa bem passada? Quanto vale o parecer de um perito ou o trabalho urgente de um eletricista? O critério mais comum é levar em conta o tempo gasto. Esquecemos o longo tempo de preparação que possibilitou este momento. Este tempo, quase sempre, é garantia de qualidade. Um perito, chamado às pressas, em dois minutos resolveu um complicado problema de informática. Naturalmente tinha seu preço. Os 500 reais exigidos pareceram muito, pelo trabalho de dois minutos, onde tudo foi resolvido ao acionar uma combinação de peças. Ele explicou: pelo trabalho de dois minutos, apenas um real, mas pelo saber qual a peça devia ser acionada: 499 reais.
Este modo de pensar se aplica especialmente à educação. Educar é criar asas, mas não podemos esquecer as raízes. O frágil bambu enfrenta as tempestades porque, durante longos anos, fortaleceu as raízes. O ciclo de vida de uma aboboreira se reduz a algumas semanas, mas para formar um cedro, a natureza leva 60 anos
Pierre Renoir, velhinho e atacado por doloroso reumatismo, continuava qualificando os mínimos detalhes de seus quadros. Para alguém que achava perda de tempo, ele disse: a dor passa, a beleza fica. Outro pintor, o grego Zeuxis, esclareceu: eu pinto para a eternidade.

A DIFERENÇA ENTRE O MELHOR E O MAIS CAPAZ


Temos, todos, a tendência de generalizar o que foi e é exceção. Concluímos apressadamente ao ouvirmos parte da notícia e em geral concluímos errado. 

A moça mais bonita do concurso de miss Brasil não é a moça mais bonita do Brasil. Houve outras bem mais bonitas que não concorreram. O rapaz mais inteligente não é o mais inteligente. Venceu os que concorreram no programa, mas outros, exatamente por serem mais inteligentes, optaram por não se expor. O pastor mais famoso não é, necessariamente, o mais sereno e mais culto e o padre mais famoso não é, necessariamente, o mais sensato, culto e ponderado. Fama é uma coisa e conteúdo é outra.
O cantor mais famoso pode não ser o melhor cantor. O padre que venceu o concurso de personalidade do ano pode ter derrotado seu bispo que tinha mais história do que ele, mas o bispo não concorreu. Nem deveria… Neymar e Marta mereceram o título de melhor jogador/a. Mas não são poucos os casos de alguém ser mais famoso porque tem excelente equipe de marketing e não ser o melhor. Por isso, convém rever essa história de mais votado. Talvez um candidato a governador ou prefeito menos votado fosse o melhor, mas perdeu as eleições porque seu marketing foi menos eficaz. 
Acontece com políticos, religiosos, escritores, cantores. Ser o mais votado não é o mesmo que ser o melhor. Popularidade não é o mesmo que personalidade nem o mesmo que capacidade. 
Quando alguém ganha um concurso admitamos que a pessoa pode de fato ter sido a melhor. Pode também ser que outras eram melhores, mas foram menos votadas. Voto nem sempre traduz verdade. Na maioria das vezes traduz simpatia. Em concurso de miss, simpatia vai bem. Nem sempre vai bem em religião ou política. Discernir é preciso e convém!

AMIZADE, AMOR E AFETOS



Nossa civilização “encaixotou” o afeto. Logo o afeto que nos estimula a criarmos as condições para nossa plena realização. O ser humano é um ser em construção e que, por isso mesmo, exige investimentos afetivos a vida toda. O cuidado, como algo essencial e que constitui a nossa condição humana, deve ser resgatado se quisermos devolver à humanidade o verdadeiro sentido de sua existência.
Em nossa trajetória de humanos, não sobrevivemos se não somos bem cuidados. Somos, na escala dos seres vivos, os mais dependentes de todos. Saímos da barriga da mãe, caímos nos braços de uma família. Aos poucos vamos crescendo e nos integrando aos grupos sociais da escola, da vizinhança, dos amigos, dos colegas de trabalho. E cada fase de nossa vida exige que sejamos cuidados. E que saibamos cuidar, da gente e dos outros.
A necessidade do cuidado e as carências afetivas, próprias do ser humano, não significam nenhum atestado de fraqueza. O que nos torna fortes, capazes de superar nossas maiores contradições, é a capacidade de encarar nossas carências, pois essas nos despertam para o crescimento e discernimento pessoal, afetivo e social.
As amizades, relações que comungam de partilha, de compreensão, de doação, de gratuidade, de confiança são oportunidades que muitos constroem por acreditarem que sua realização depende da integração, convivência e complementariedade a serem construídas com os outros. São também excelentes oportunidades de vivenciar a doação. Por que “o amor é doação. Tudo o que contradiz a doação, machuca”.
Redescobrir-se como um ser em permanente relação com os outros é a grande contribuição que cada um pode oferecer para a elevação de uma nova consciência de humanidade. Reconhecer e vivenciar valores como a solidariedade, a amizade, o amor, a partilha, a alteridade pode nos possibilitar um mundo com menos violentos e menos violentados.
A solução duradoura para os problemas de convivência social não passa pela construção de novos presídios e nem pelo endurecimento de nossas leis. A cura destes males está na promoção da vida e da humanidade, através do cultivo do amor e do afeto. E na promoção da justiça. Está em nós. Romantismo? Não. Crença na minha e na tua possibilidade de fazer a diferença, enquanto seres que ainda acreditam na força do amor e da amizade.

CALUNIAR E INVENTAR É UM ATALHO PARA A DERROTA

Distribuição de cartinhas e documentos anînimos (forjados ou não), troca de insultos, agressões verbais e físicas... Quem acompanha a campanha política deste ano  está assistindo de tudo. A expectativa que havia por uma disputa dentro dos limites do bom senso, do respeito mútuo e da honestidade de propósito não está sendo correspondida.
Essa sensação de contrariedade, de desconfiança, ou no mínimo de desconforto, é provocada por minorias, por exceções. Mas a atitude descabida, inoportuna e ofensiva desses raros políticos (?) e/ou militantes acaba empanando um cenário que deveria ser de exclusiva manifestação democrática. E fortalece ainda mais a corrente da alienação, aquela integrada por pessoas que confessam o desejo de manter distância da política.
Há quem defenda que as estripulias, os abusos, as irregularidades promovidas em campanhas buscam exatamente desacreditar os bons políticos. Mais ou menos dentro do raciocínio de que se alguém percebe que não tem condições de superar um adversário, parte para a tentativa de destruí-lo – com as mais variadas formas de violência.
É por isso que, ao invés de ignorar o que está ocorrendo, adotando postura descomprometida e confortável, o eleitor precisa ficar atento, participar, infiltrar-se o mais possível nas entranhas da campanha. Só assim terá discernimento suficiente para escolher realmente os melhores.
Diante de tantos interesses que a cercam, tornou-se quase impossível uma eleição em ambiente de absoluta lisura. Uns agindo premeditadamente, outros por reação. E se o eleitor não captar essa realidade, identificando o lado em que cada candidato atua, corre o risco de eleger aqueles a quem costuma criticar – justamente aqueles que o desestimulam a se envolver. Nesse caso, obtém uma dupla vitória o concorrente mal intencionado; e o cidadão sofre uma dupla derrota. Evitar tudo isso não exige muito, deveria ser um compromisso.

ONDE ACHO O TEXTO

Tenho por hábito citar a Bíblia, resumir o texto e torná-lo interessante por algum detalhe. Depois, aponto o livro e o autor.
Gosto quando, depois de explanar uma passagem e aplicá-la aos dias de agora sugiro a leitura da mesma e os ouvintes me procuram perguntando
onde acho , o livro e a passagem. É sinal de que despertei a curiosidade.
Dias atrás falei do capítulo 3 da carta aos Efésios, atribuída a São Paulo. Mostrei que o autor propõe “conhecimento de quatro dimensões do mistério do Cristo no mundo”. A seguir, propõe “entendimento do que foi conhecido” porque uma coisa é conhecer e outra é entender. E só depois do entendimento é que Paulo fala da caridade que começa a fazer sentido para quem conheceu e entendeu.
Aí, o autor fala da imensa riqueza que é ter aberto o coração e a inteligência para captar a profundidade, a altura, a largura e o comprimento da fé. O fiel
passa a entender melhor a caridade cristã e acaba recebendo muito mais do que pediu. Fica inundado porque abriu as comportas da mente. É a proposta de uma fé aberta e sem redomas e fechamentos.
Nem sempre nossas pregações trazem o novo. Não é que tenham que sempre trazer novidade, mas a mesmice é sinal de pouca leitura. Sou exigente com os 

os amigos quando vejo que passam muito tempo sem ler. Ele confessou que
não havia lido. E ele é comunicador! Imaginem se não fosse! Precisamos despertar curiosidade nos leitores sem fazer concessões ao conteúdo.

ESPÍRITO E ESPIRITUALIDADE


O ser humano não possui apenas exterioridade, que é sua expressão corporal. Nem só interioriadade, que é seu universo psíquico interior. Ele vem dotado também de profundidade, que é sua dimensão espiritual.
O espírito não é uma parte do ser humano ao lado de outras. É o ser humano inteiro, que por sua consciência se percebe pertencendo ao Todo e como porção integrante dele. Pelo espírito temos a capacidade de ir além das meras aparências, do que vemos, escutamos, pensamos e amamos. Podemos apreender o outro lado das coisas, o seu profundo. As coisas não são apenas ‘coisas’. O espírito capta nelas símbolos e metáforas de uma outra realidade, presente nelas mas que não está circunscrita a elas, pois as desborda por todos os lados. Elas recordam, apontam e remetem à outra dimensão a
que chamamos de profundidade.
Assim, uma montanha não é apenas uma montanha. Pelo fato de ser montanha, transmite o sentido da majestade. O mar evoca a grandiosidade; o céu estrelado, a imensidão; os vincos profundos do rosto de um ancião, à
dura luta da vida; e os olhos brilhantes de uma criança, o mistério da vida.
É próprio do ser humano, portador de espírito, perceber valores e significados e não apenas elencar fatos e ações. Com efeito, o que realmente conta para as pessoas não são tanto as coisas que lhes acontecem, mas o que elas significam para suas vidas e que tipos de experiências lhes proporcionaram.
Tudo que acontece carrega, existencialmente, um caráter simbólico, ou até sacramental. Já observava finamente Goethe: “Tudo o que é passageiro não é senão um sinal”. É da natureza do sinal-sacramento tornar presente um sentido maior, transcendente, realizá-lo na pessoa e fazê-lo objeto de experiência. Neste sentido, todo evento nos relembra aquilo que vivenciamos e nutre nossa profundidade.
É por isso que enchemos nossos lares com fotos e objetos amados de nossos pais, avós, familiares e amigos; de todos aqueles que entram em nossas vidas e que têm significado para nós. Pode ser a última camisa usada pelo pai que morreu, o pente de madeira da avó que faleceu já há anos ou a folha seca dentro de um livro, enviada pelo namorado. Estas coisas não são apenas objetos; são sacramentos que nos falam para o nosso profundo, nos lembram pessoas amadas ou acontecimentos significativos para nossas vidas
O espírito nos permite fazer uma experiência de não-dualidade, tão bem descrita pelo zenbudismo. “Você é o mundo, é o todo”, dizem os Upanishads da Índia enquanto o guru aponta para o universo. Ou “Você é tudo”, como muitos yogis dizem. “O Reino de Deus está dentro de vós” proclamou
Jesus. Estas afirmações nos remetem a uma experiência viva ao invés de uma simples doutrina.
A experiência de base é que estamos ligados e religados (a raiz da palavra ‘religião’) uns aos outros e todos com a Fonte Originária. Um fio de energia, de vida e de sentido passa por todos os seres tornando-os um cosmos ao invés de caos, uma sinfonia ao invés de cacofonia. Blaise Pascal, que além de genial matemático era também místico, disse incisivamente: “É o coração que sente Deus, não a razão”
 Este tipo de experiência transfigura tudo. Tudo
se torna permeado de veneração e unção.
As religiões vivem desta experiência espiritual. Elas são posteriores a ela. Articulam-na em doutrinas, ritos, celebrações e caminhos éticos e espirituais. Sua função primordial é criar e oferecer as condições necessárias para permitir a todas as pessoas e comunidades de mergulharem na realidade divina e
atingir uma experiência pessoal do Espírito Criador. Infelizmente muitas
delas se tornaram doentes de fundamentalismo e de doutrinalismo
que dificultam a experiência espiritual.
Esta experiência, precisamente por ser experiência e não doutrina, irradia serenidade e profunda paz, acompanhada pela ausência do medo. Sentimo-nos amados, abraçados e acolhidos pelo Seio Divino. O que nos acontece, acontece no seu amor. Mesmo a morte não nos mete medo; é assumida como parte da vida, como o grande momento alquímico da transformação que nos permite estar verdadeiramente no Todo, no coração
de Deus. Precisamos passar pela morte para viver mais e melhor.

O CASO ASSANGE


E m 2010 o mundo foi surpreendido pela divulgação de uma série de documentos comprobatórios de que muitos governos e autoridades dizem uma coisa e fazem outra. A máscara caiu. Todos viram que o rei estava nu.
O site WikiLeaks, monitorado pelo australiano Julián Assange, publicou documentos secretos que deixaram governos e autoridades envergonhados, sem argumentos para justificar tantos abusos e imoralidades.
Maquiavel já havia afirmado, no século XVI, que a política tem pelo menos duas caras. A que se expõe aos olhos do público e a que transita nos bastidores do poder.
Bush e Obama admitiam torturas no Iraque, no Afeganistão e na base naval de Guantánamo. O WikiLeaks nada inventou. Apenas se valeu de fontes fidedignas para coletar informações confidenciais, em geral constrangedoras para governos e autoridades, e divulgá-las. Assim, o site desempenhou importante papel pedagógico. Hoje, as autoridades devem pensar duas vezes antes de dizer ou fazer o que as envergonhariam, caso caísse em domínio público.
Apesar da saia justa, o cinismo dos governos parece não ter cura. Em vez de admitirem seus erros e tramoias, preferem bancar a raposa da fábula de Esopo, divulgada por La Fontaine. Já que as uvas não podem ser alcançadas, melhor alegar que estão verdes...
Acusam Julián Assange – não de mentir ou divulgar documentos falsos – mas de haver praticado estupro de prostitutas, na Suécia.
Ora, com todo respeito à mais antiga profissão do mundo, sabemos todos que prostitutas se entregam a quem lhes paga. E por dinheiro – ou ameaça de extradição quando são estrangeiras - algumas delas podem ser induzidas a fazer declarações inverídicas, como a esdrúxula acusação de estupro. Muito estranho, considerando que relações com prostitutas muitas vezes parecem um estupro consentido.
De fato, governos e autoridades denunciados pelo WikiLeaks é que estupraram a ética, a decência, a soberania alheia, acordos e leis internacionais. Assange e seu site foram apenas o veículo capaz de tornar mundialmente transparentes documentos contendo informações mantidas sob rigoroso sigilo.
Punidos deveriam ser aqueles que, à sombra do poder, conspiram contra os direitos humanos e a legislação internacional. No mínimo, deveriam admitir que abusaram do poder e violaram princípios áureos, como foi o caso de ministros brasileiros que se deixaram manipular pelo embaixador dos EUA, em Brasília.
Assange se encontra refugiado na embaixada do Equador, em Londres. O governo de Rafael Correa já lhe concedeu o direito de asilo. Porém, o governo britânico, do alto de sua prepotência, ameaça prendê-lo caso ele saia da embaixada a caminho do aeroporto, onde embarcaria para Quito. Nem a ditadura brasileira na Operação Condor chegou a tanto em relação a centenas de perseguidos refugiados em embaixadas de países do Cone Sul. A OEA, indignada, convocou uma reunião de seus associados para tratar do caso Assange. Este teme ser preso e entregue ao governo sueco que, em seguida, o poria em mãos dos EUA, que o acusam de espionagem – crime punido, pelas leis estadunidenses, inclusive com a pena de morte.
Assange não se nega a comparecer perante a Justiça sueca e responder pela acusação de estupro. Teme apenas ser vítima de uma cilada diplomática e acabar em mãos do governo mais desmoralizado pelo WikiLeaks – o da Casa Branca.
O caso Assange já prestou inestimável serviço à moralidade global: demonstrou que, debaixo do sol, não há segredos invioláveis. Como diz o evangelho de Lucas  “nada há encoberto que se não venha a descobrir; nem oculto, que se não venha a saber. Por isso o que dissestes nas trevas, à luz será ouvido; o que falastes ao ouvido no interior da casa, será proclamado dos telhados.”

É PROIBIDO NÃO SONHAR

Destino ou coincidência, Katia de Souza e Juliana Flausina conseguiram emprego na mesma loja de calçados, na cidade goiana de Rio Verde. Logo começaram a chamar a atenção pela semelhança. Vocês são irmãs? A pergunta era feita com insistência. Apenas amigas, respondiam. A amizade foi crescendo, mesmo porque as duas tinham os mesmos gostos. Em casa, Kátia e Juliana comentavam o fato. Vendo as datas de nascimento, ocorrido na mesma maternidade, as suspeitas cresceram. A palavra final foi dada pelo exame de DNA: as duas eram realmente irmãs. Ai foi necessário trabalhar a outra dimensão entre as mães biológicas e as mães de criação e os outros filhos. Felizmente tudo acabou bem e as duas famílias assumiram a realidade, com forte vinculação afetiva.
O fato pode ser trabalhado à luz da Bíblia. Já em seus primeiros capítulos, Caim elimina seu irmão Abel e tenta fugir do questionamento de Deus: “Por acaso sou o guarda do meu irmão?”. Mais adiante encontramos a narrativa de Jacó e do filho José, vendido como escravo pelos irmãos aos mercadores egípcios. Uma terrível seca leva os filhos de Jacó a comprar trigo no Egito, onde José controlava os celeiros do rei. Depois de situações tensas, José revela: “Eu sou José, o irmão de vocês” . 
Pastor e profeta, Martin Luther King dizia ter um sonho, o sonho da fraternidade. Um dia, sonhava ele, cairiam as barreiras e divisões. Brancos ou negros, ricos ou pobres, jovens ou velhos, homens ou mulheres, árabes ou judeus, católicos ou evangélicos se dariam as mãos, com a diversidade tornando-se riqueza. Seria o inverso do ciúme e do ódio de Caim, que trouxe morte; o amor apenas traz vida. A humanidade será totalmente feliz no dia em que todos admitirem: você é meu irmão, você é minha irmã. Seria o fim das guerras, da violência, do desrespeito pela dignidade dos filhos e filhas de Deus.
No Antigo Testamento os judeus privilegiavam a Lei, a Torá. Jesus não vem ensinar um sistema jurídico, mas o amor. Os conterrâneos de Cristo contaram os mandamentos e chegaram a uma cifra espantosa: nada menos de 632. Jesus reduz tudo isso a um único amar a Deus e ao próximo. “O que vos mando é isto: amem-se uns aos outros”.
A humanidade não levou a sério o pedido de Jesus, já que Caim fez e faz escola. O ódio, as exclusões, a guerra sinalizam a história da humanidade. E nada trouxeram de positivo. Hoje constatamos que a humanidade, que não acolhe o mandamento do amor, se obriga a viver sob a lei do temor. Temos medo de tudo. Curiosamente, o amor não tem contraindicações. Por isso, precisamos continuar sonhando com Luther King. Hoje, amanhã, no próximo milênio, quem sabe, a escuridão do ódio desapareça e as pessoas se deem conta: somos irmãos. E antes que a humanidade chegue a esta conclusão, você pode, você deve passar do sonho para a realidade.

APOIO A AGROINDÚSTRIA REFLETE NO CAMPO E NA CIDADE.


A pequena agroindústria está oferecendo, com abundância, provas de que não é preciso buscar uma fórmula mirabolante, nem mágica, para combater as causas que expulsam o homem do campo. Um modelo singelo, se bem administrado e, evidentemente, com muito trabalho e dedicação – como em qualquer outra atividade -, rende o necessário para que uma família possa viver com conforto e segurança.
Não há segredo. Basta que aos interessados sejam fornecidas ajuda e orientação, que começam com linhas de financiamento específicas e passam por uma estrutura que possibilite o cumprimento da legislação fiscal, sanitária e ambiental. Em outras palavras, que o empreendimento funcione dentro da lei. O governo gaúcho está investindo fortemente em um programa inédito que incentiva e auxilia o registro das agroindústrias de pequeno porte. Pesquisa recente da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo detectou que apenas 560 delas estão devidamente registradas, enquanto mais de 8.000 continuam na informalidade.
Outro estudo, elaborado pelo Ministério da Integração, chegou à contundente conclusão: em 74% das propriedades rurais com agroindústria familiar não ocorreu migração de nenhum integrante para a cidade. E em 37% dos casos em que houve a saída, foi registrado o retorno.
Outras recentes ações em âmbito municipal e federal também são efeitos do reconhecimento da importância da agroindústria, em especial a familiar. Se hoje quem investe neste segmento já colhe os frutos do êxito, a tendência é de que no futuro a colheita seja ainda mais generosa.
O meio rural, acostumado à simplicidade, só quer ser tratado assim. Com acesso a condições básicas que possibilitem uma vida com qualidade e dignidade, seguirá produzindo. E contribuirá menos para o inchaço das cidades. São duas soluções com origem na mesma iniciativa - o que mais justifica apoio total à agroindústria.

domingo, 16 de setembro de 2012

A ORDEM CRIMINOSA DO MUNDO

“Os verdadeiros donos do mundo hoje são invisíveis”

“Os verdadeiros donos do mundo hoje são invisíveis. Não estão submetidos a nenhum controle social, sindical, parlamentar. São homens nas sombras que procuram o governo do mundo. Atrás dos Estados, atrás das organizações internacionais, há um governo oligárquico, de muito poucas pessoas, mas que exercem um controle social sobre a humanidade, como jamais Papa algum, Imperador ou Rei teve”. (Jean Ziegler)

“O atual sistema universal de poder converteu o mundo num manicômio e num matadouro” (Eduardo Galeano).


“A globalização é uma grande mentira”

“O capital financeiro percorre o planeta 24 horas por dia com um único objetivo: buscar o lucro máximo. A globalização é uma grande mentira. Os donos do grande capital que dirigem o mecanismo da globalização dizem: Vamos criar economias unificadas pelo mundo inteiro e assim todos poderão desfrutar de riqueza e de progresso. O que existe, na verdade, é de uma economia de arquipélagos que a globalização criou” (Jean Ziegler).

“Há três organizações muito poderosas que regulam os acontecimentos econômicos: Banco Mundial, FMI e OMC; são os bombeiros piromaníacos. Elas são, fundamentalmente, organizações mercenárias da oligarquia do capital financeiro invisível mundial” (Jean Ziegler).

“Eu não creio que se possa lutar contra a pobreza e criar uma estratégia de luta contra a pobreza sem lutar contra a riqueza, contra os ricos, pois os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres” (José Collado, Missionário em Níger).

“Todos os dias neste planeta, segundo a FAO, 100 mil pessoas morrem de fome ou por causa de suas consequências imediatas” (Jean Ziegler).


“O dicionário também foi assassinado”

“Hoje as torturas são chamadas de “procedimento legal”, a traição se chama “realismo”, o oportunismo se chama “pragmatismo”, o imperialismo se chama “globalização” e as vítimas do imperialismo, “países em vias de desenvolvimento. O dicionário também foi assassinado pela organização criminosa do mundo. As palavras já não dizem o que dizem, ou não sabemos o que dizem” (Eduardo Galeano).

“Se hoje eu digo que faz falta uma rebelião, uma revolução, um desmoronamento, uma mudança total desta ordem mortífera e absurda do mundo, simplesmente estou sendo fiel á tradição mais íntima, mais sagrada da nossa civilização ocidental. O nosso dever primordial hoje deve ser reconquistar a mentalidade simbólica e dizer que a ordem mundial, tal como está, é criminosa. Ela é frontalmente contrária aos direitos do homem e aos textos fundacionais das nossas civilizações ocidentais” (Jean Ziegler).


“Se houvesse uma só morte por fome em Paris haveria uma revolta”

“A primeira coisa que devemos fazer é olhar para a situação de frente e não considerar como normal e natural a destruição, por exemplo, de 36 milhões de pessoas por culpa da fome e da desnutrição. Se houvesse uma só morte por fome em Paris haveria uma revolta. De nenhum modo devemos permitir que as grandes organizações de comunicação nos intimidem, nem as fábricas das teorias neoliberais das grandes corporações, pois todas as corporações se ocupam, primeiro, de controlar as consciências, de controlar como podem a imprensa e o debate público” (Jean Ziegler).

10 M0TIVOS PARA NÃO EXPOR AS CRIANÇAS À PUBLICIDADE


1. É ILEGAL
O Código de Defesa do Consumidor já define que a publicidade que se aproveita da ingenuidade infantil é considerada abusiva, proibindo essa prática.

2. É IMORAL
Crianças são utilizadas como promotoras de produtos para elas e seus pais. Personagens e ídolos infantis são associados a marcas para atrair atenção desse público.

3. ENGORDA
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os governos têm a responsabilidade de desenvolver políticas públicas para reduzir o impacto do marketing de alimentos e bebidas com baixo teor nutricional sobre as crianças. Pesquisa realizada pela Universidade de Oxford revelou que uma em cada sete crianças norte-americanas obesas não teria problemas de sobrepeos se não tivesse sido exposta a publicidade de alimentos não saudáveis na tevê. Mais de 15% das crianças brasileiras estão obesas.

4. NÃO É SUSTENTÁVEL
Estudos mostram que nós já consumimos quase um terço a mais do que a capacidade da Terra nos disponibiliza. Estimular o consumo sem reflexão vai na contramão da formação que estamos tentando dar a nossas crianças.

5. EROTIZA
Sutiã com enchimento para meninas de 6 anos, cremes antienvelhecimento para crianças de 8, bonecas com maquiagem, crianças vestidas como miniadultas, festas de aniversário em salões de beleza. Tudo isso está ligado a ações de marketing.

6. DISTORCE VALORES
A publicidade diz a crianças e adolescentes que eles só serão felizes se possuírem ou usarem determinado produto, perpetuando a cultura de que é preciso ter para ser. Boa parte das publicidades estimula a competição, o individualismo, o preconceito e a adulação como forma de conseguir o produto anunciado, além de contribuir para o consumo precoce de álcool e tabaco e para a diminuição das brincadeiras criativas.

7. ESTRESSA A FAMÍLIA
A publicidade infantil é pensada minunciosamente, de forma que as crianças sejam estimuladas a pedir o produto repetidamente para vencer os pais pelo cansaço - esse é o chamado "fator amolação", amplamente estudado e usado pela indústria do marketing.

8. ESTIMULA A VIOLÊNCIA
Pesquisa mostra que o acesso rápido ao consumo, a independência e o prestígio são os principais motivadores de delitos entre os internos da Fundação Casa (SP). Como a publicidade passa a ideia de que só quem tem está inserido na sociedade, crianças e adolescentes acabam usando da violência para conseguir aquilo que acreditam ser necessário para serem aceitos.

9. SE APROVEITA DA AUSÊNCIA DOS ADULTOS
Mais de 85% das crianças brasileiras assistem a tevê diariamente em um tempo médio de mais de 5 horas. A mãe e o pai trabalham fora o dia todo para sustentar a casa e seus filhos. Cenário ideal para a publicidade infantil invadir sua casa e ocupar seu espaço.

10. NÃO SE SUBMETE A NINGUÉM
No Brasil, não há um órgão que fiscalize os abusos cometidos pelo mercado publicitário. As agências e os anunciantaes atuam apenas com base em um acordo de autorregulamentação, que não prioriza os interesses do cidadão e não protege a infância.

A MÚSICA POSSIBILITA ISSO...

Dia destes, voltando de carro das Ilhas do Chafariz, mais uma vez me entreguei a essa vivência que as viagens "solitárias" têm produzido em minha vida. Nada me fala tão diretamente à alma, quanto a música. Junto disso, a liberdade de ir e vir, cortar estradas, o céu azul, as paisagens, os animais, cenas inusitadas, sonhos embalados, a vida em movimento ...
Ainda me surpreendo, é instantâneo. Lágrimas, ternura, risos, arrepios, saudade, leveza, esperança, fé, se mesclam e revezam, fazendo sentir a vida. A vida à flor da pele.
Me modifico por meio da música que vinha ouvindo, dos instrumentos musicais que não sei manusear, do amor, da solidairedade...
Voltei encantado com as cenas da paisagem, com a vida se mostrando e fazendo potente, apesar de tudo; sem ter como expressar o que senti. A música possibilita isso. Como duvidar que é possível? 

sábado, 15 de setembro de 2012

COMO DECIDIR...


Estamos envolvidos em constantes e contínuas decisões: desde definir pelo que tomar no café da manhã, que roupa vestir, em que curso ingressar, até decidirmos que carreira seguir, que casa comprar, que estrutura familiar ter...
Sim, sempre estaremos diante de decisões: de maior ou menor importância, mas serão sempre decisões.
O que levar em conta ao tomá-las? Como tomar decisões sábias que promovam resultados positivos? Muitos já decorreram sobre o assunto ao longo dos séculos, mas a síntese é:
Nunca olhe apenas para o resultado imediato. Sempre veja a médio e longo prazo. Isso vale para tudo: até tomar o café da manhã citado acima. Afinal, se você deixar de tomar um bom café da manhã, com os carboidratos, proteínas, fibras e outras vitaminas necessárias, estará prejudicando o teu organismo, uma vez que se é comprovada a importância de tal refeição. Ou ainda, se exagerar nele poderá colher frutos indesejados, seja uma taxa de colesterol elevada, seja um índice de gordura acima do saudável.
Nunca olhe a última foto, olhe o filme. Antes de decidir se vai permanecer, se vai mudar, se deve dar uma nova chance, se precisa esquecer de vez, se deve abraçar uma oportunidade, enfim, nunca se atente aos últimos momentos, nem somente aos bons momentos do presente ou passado. Veja o todo. Seja coerente com as evidências. Coloque os prós e contras no papel com imparcialidade, sem tendências.
Ainda está com dúvida? Busque por sinais, confirmações. Peça sinceramente e com fé para ELE, e certamente DEUS te fornecerá sinais, respostas, indícios. Obviamente, ELE não responderá ou agirá por você, uma vez que ELE respeita o livre-arbítrio, mas certamente te mostrará o caminho. DEUS sempre mostra o caminho reto. Nós que geralmente nos desviamos dele.

TROCANDO A ALEGRIA PELA TRISTEZA


Estava tudo tão certo! Estava tudo tão bem! Mas, tinha que acontecer isso? Por que justo agora?
Momentos de tristeza, em maior ou menor duração, causam-nos dor e essa dor se espalha para quem está ao nosso lado. Causam sofrimento e abalam nossa estrutura. Nossa condição emocional e até física fica debilitada, frágil.
Os motivos podem ser os mais variados, mas geralmente estão ligados a perdas. Perda de um amor, de um emprego e, talvez o pior, a perda de um ente querido. E como isso dói...
Contudo, você pode reverter esse quadro!
Comece por entender que muito do que vivemos é passageiro, transitório. Muito do que vivemos ou temos tem o seu valor, a sua mensagem, o seu significado. Portanto, atente-se a isso!
Busque os bons momentos, os valiosos aprendizados, os sábios conselhos, enfim, tudo aquilo que venha a contribuir com a tua evolução. Entenda que tudo o que está ou esteve contigo, contribui para o teu crescimento, o amadurecimento do teu ser, para tornar melhor o teu “eu”.
Não te apegue à perda. E sim ao que ganhou enquanto desfrutava do que hoje perdeu.
Talvez não tenhamos sido feitos para sofrer perdas, mas certamente fomos feitos para sermos felizes e desfrutarmos de uma vida satisfatória e plena! Pense nisso, viva isso...

SERRA E O PALMEIRAS


Serra é Serra.
Leio na Folha que ele lança a seguinte acusação a Haddad: seu guru é Zé Dirceu.
É um disparate sob qualquer ângulo.
Consideremos.
Se Haddad não tem uma relação de discípulo e professor com Zé Dirceu, é mais uma trapaça como a do histórico atentado da bolinha de papel.
Se tem, qual o problema? Zé Dirceu é satanás? Come criancinhas? Na essência, Zé Dirceu é apenas um político de esquerda — e inegavelmente mais respeitado e mais influente no seio de seu partido do que Serra no seio do dele.
Tal tipo de acusação é estéril, de resto: só ficará impressionado, ou fingirá ficar, o eleitor que é antipetista em qualquer circunstância. É mais ou menos como a pregação de colunistas como Reinaldo Azevedo e Arnaldo Jabor: apesar de contínua e estridente, ela só converte os convertidos.
Quando a situação se complica numa campanha, Serra tem reagido da pior maneira possível – com os resultados previsíveis: o que já estava ruim piora porque o eleitor não é idiota.
Invocar Zé Dirceu contra Haddad é um sinal de que Serra está, como o time de seu coração, bem próximo da zona do desespero.

COMO ENTENDER A REJEIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS NO ORIENTE MÉDIO


O que está acontecendo no Oriente Médio tem um nome: americafobia. Tantos absurdos os Estados Unidos cometeram na região que os povos árabes acabaram se unindo em torno do ódio aos americanos.
Quem acredita que um simples filme sobre Maomé pudesse desencadear tantos tumultos em tantos países muçulmanos acredita em tudo.
A Casa Branca afirma que os protestos não são contra a política externa americana, mas contra a fita. É como dizer que uma mulher (ou um homem) cometeu adultério porque havia um sofá na sala.
Os Estados Unidos eram admirados no Oriente Médio até o começo dos anos 1950. Os sentimentos positivos começaram a se deteriorar quando os americanos foram aliciados pelos ingleses, sob Churchill, para derrubar o governo democrático e progressista de Muhammad Mossadegh no Irã.
Os ingleses não se conformavam com a nacionalização do petróleo iraniano, e convenceram os americanos de que Mossadegh poderia levar o Irã para os braços da União Soviética. O ministro do exterior do Reino Unido disse uma frase célebre: “Sem o dinheiro do petróleo iraniano não vamos conseguir manter o padrão das pessoas na Inglaterra”.
A embaixada americana em Teerã foi o QG da conspiração contra Mossadegh. Foi um vale tudo. Redatores americanos pagos pela CIA escreviam editoriais ferozes contra o governo, e eles eram imediatamente publicados por jornais iranianos interessados na volta da dinastia Pahlevi ao poder.
Foi o primeiro de uma série de passos que foram dar na americafobia que caracteriza o mundo árabe. Recentemente, os drones americanos – os aviões sem tripulação que despejam bombas mesmo em países contra os quais os Estados Unidos não estão em guerra, como o Paquistão – tornaram a americafobia ainda mais aguda no Oriente Médio por causa da morte de crianças, velhos e mulheres numa quantidade indecente no esforço impreciso americano de caçar extremistas.
Com a possível exceção da Alemanha nazista, nunca um país foi tão rejeitado amplamente como os Estados Unidos desde que se tornaram superpotência – e os protestos dos muçulmanos devem ser entendidos dentro deste quadro de americafobia aguda.

"DUAS CRIANÇAS PODEM TER MORRIDO PARA VOCÊ TER UM CELULAR"


“Pode ser que duas crianças tenham morrido para você ter esse telefone celular”, disse Jean- Bertin, um congolense de 34 anos que denuncia o “silêncio absoluto” sobre os crimes cometidos em seu país pela exploração de matérias-primas estratégicas como o coltan (columbita-tantalita). A República Democrática do Congo (RDC) possui pelo menos 64% das reservas mundiais de coltan, nome popular na África central para designar as rochas formadas por dois minerais, columbita e tantalita.
Da tantalita se extrai o tântalo, metal duro de transição, de cor azul acinzentado e brilho metálico, resistente à corrosão e que é usado em condensadores para uma enorme variedade de produtos, como telefones celulares, computadores e tablets, bem como em aparelhos para surdez, próteses, implantes e soldas para turbinas, entre muitos outros. “A maldição da RDC é sua riqueza. O Ocidente e todos que fabricam armas metem o nariz ali”, lamenta Jean-Bertin, que chegou há oito anos à cidade espanhola de Málaga, procedente de Kinshasa, onde vivem seus pais e dois irmãos.
A extração de coltan contribui para manter um dos maiores conflitos armados da África, que causou mais de cinco milhões de mortos, êxodo em massa e violações de 300 mil mulheres nos últimos 15 anos, segundo organizações de direitos humanos. Isto foi reconhecido em 2001 pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que confirmou a existência do “vínculo entre a exploração ilegal dos recursos naturais e a continuação do conflito na República Democrática do Congo”. Um grupo de especialistas convocado pelo Conselho registrou até 2003 cerca de 157 empresas e indivíduos de todo o mundo vinculados, de um modo ou de outro, à extração ilegal de matérias-primas valiosas na RDC.
A exploração de coltan em dezenas de minas informais, salpicadas na selva oriental da RDC, financia os grupos armados e corrompe militares e funcionários. A extração artesanal, sem nenhum controle de qualidade, comporta um regime trabalhista próximo da escravidão e um grande dano ao meio ambiente e à saúde dos trabalhadores, incluindo crianças, segundo o documentário de 2010 Blood in the Mobile (Sangue no Celular), do diretor dinamarquês Frank Piasecki.
No entanto, fontes da indústria, como o Tantalum- Niobium International Study Center (TIC), alertam que as jazidas de coltan na RDC e de toda a região da África central estão longe de serem a fonte principal de tântalo. A Austrália foi o principal produtor desse mineral durante vários anos e mais recentemente cresceu a produção sul-americana e asiática, além de outras fontes, como a reciclagem. O TIC estima que as maiores reservas conhecidas de tântalo estão no Brasil e na Austrália, e ultimamente há informações sobre sua existência na Venezuela e na Colômbia.
A RDC tem outras riquezas naturais igualmente contrabandeadas, como ouro, cassiterita (mineral de estanho), cobalto, cobre, madeiras preciosas e diamantes. Contudo, está em último lugar no Índice de Desenvolvimento Humano 2011. Neste cenário, as denúncias da sociedade civil organizada apelam cada vez mais aos consumidores de produtos que contêm estes materiais. Na Espanha, a Rede de Entidades para a República Democrática do Congo – uma coalizão de organizações não governamentais e centros de pesquisa – lançou em fevereiro a campanha Não com o meu Celular, para exigir dos fabricantes o compromisso de não usarem coltan de origem ilegal.
O surgimento de novas fontes de tântalo e a reciclagem deveriam ajudar a reduzir a pressão da demanda sobre o coltan congolense. A organização Entreculturas e a Cruz Vermelha Espanhola promovem desde 2004 a campanha nacional Doe seu Celular, para incentivar a entrega de aparelhos velhos para serem reutilizados ou para reciclagem de seus componentes. Os fundos obtidos são investidos em projetos de educação, meio ambiente e desenvolvimento para setores pobres da população. Até julho foram coletados 732.025 aparelhos e arrecadados mais de um milhão de euros, contou ao Terramérica a coordenadora da campanha na Entreculturas, Ester Sanguino.

O PENSAMENTO MONOFÁSICO

Um valentão entra em um bar e ameaça bater nos fregueses. Surge outro valentão que o encara e acaba com sua banca. A atitude do segundo valentão será louvada.
Uma pessoa educada levanta um argumento qualquer. O valentão reage com gritos e ameaças. Sua atitude será condenada.
É simples assim para entender porque Joaquim Barbosa foi elogiado quando encarou Gilmar Mendes e está sendo execrado quando avança sobre Ricardo Lewandowski. Não se tem política no meio, mas análise de atitudes, do comportamento que deve reger relações entre pessoas civilizadas.
Os que julgam que, quem elogiou a primeira atitude (encarando o brutamontes) precisa automaticamente elogiar a segunda (a agressividade com o educado) manipula um tipo de raciocínio monofásico.
Há mais diferenças entre eles.Ambos, Barbosa e Lewandowski, analisam réus. Com exceção de João Paulo Cunha, Lewandowski votou pela condenação de todos os cabeças da operação, de Pizolatto aos diretores do Rural. Sua sentença condenatória tem muitissimo mais peso que a de Joaquim Barbosa, disposto a levar à fogueira qualquer ser que passe na sua frente.
A diferença com Joaquim Barbosa é que ele, Lewandowski, debruçou-se sobre os autos e preocupou-se com a sorte dos personagens menores, pessoas sem o amparo do poder (como os donos do Rural), nem dos partidos políticos, mas personagens anônimos, sem relevância. E fez isso sem esperar reconhecimento nem retribuição, apenas pelo cuidado que os grandes magistrados devem ter em relação às pessoas que julga, mais ainda em relação aos despossuídos de poder.
Um marciano que chegasse à terra e assistisse uma sessão do STF poderia supor que Barbosa, com seus modos truculentos, é o valente, Lewandowski, com seus modos tímidos, o tíbio.Ledo engano. O homem que está enfrentando a máquina de moer reputação, apenas para para ficar de bem com sua consciência, é o manso.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

REPENSANDO O 7 DE SETEMBRO


Como todo mundo já sabe desde criança, 7 de setembro é o dia de nossa independência.
Aprendemos garotos no colégio, pelo menos na minha época era assim, a cantar o hino do nosso país, o da bandeira, o da independência e que D.Pedro I é um grande herói nacional.
Com o tempo vemos que não foi bem assim.
Assim como é uma balela esse papo que fomos descobertos. Descobertos apenas pelos “civilizados”, porque muito antes do Brasil Pindorama já existia com seus índios, cultura e riqueza. O que pode ter ocorrido em 22 de abril de 1500 foi a “Invenção do Brasil”. Inventaram um país da forma que eles queriam que fosse e que é dessa forma até hoje.
Exploraram nossas riquezas, acabaram com nosso pau brasil, seduziram nossos índios com espelhinhos, dormiram com as índias, implantaram a catequese impondo religião e deixaram em troca a escória da Europa.
Os criminosos, os condenados, aqueles que Portugal queria se livrar e outros semelhantes foram mandados ao Brasil para povoar e comandar nossa terra. Na nossa “invenção”, Pero Vaz de Caminha em famosa carta ao rei de Portugal pediu emprego para seu sobrinho!! O nepotismo e o jeitinho brasileiro nasceram junto com esse país continental.
Depois a burguesia se fartou com as capitanias hereditárias. Feudos que existem até hoje foram criados. A propósito, não duvido que a região do Maranhão tenha sido dada ao primeiro Sarney. Revoltas que surgiam vinham à tona por interesses próprios.
Esse país não foi formado por heróis, foi formado por oportunidades.
Os inconfidentes mineiros pensavam em si em sua rebelião. Nos impostos que pagavam. Em nenhum momento pensaram, por exemplo, na libertação dos escravos. Na hora que “deu ruim” todos “tiraram da reta” e sobrou para Tiradentes, que assumiu o papel de “bucha”.
Tiradentes bateu no peito, disse “é comigo mesmo”, assumiu a liderança do movimento, parou na forca e virou feriado e praça (na foto, em 1934).
Mas o Brasil precisa de heróis e depois que viramos República, criaram o perfil de um Tiradentes barbudo, cabeludo, igualzinho Jesus Cristo - mesmo ninguém sendo enforcado dessa forma. Por fim criaram Milton Nascimento cantando “Coração de Estudante” para o herói ser definitivo.
Também colocaram essa música na trilha da agonia de Tancredo Neves e provar que originalidade não é nosso forte.
O processo da nossa independência também começou com “arregada”. A família real portuguesa fugiu pra cá com medo de Napoleão. Imaginem aqueles portugueses todos, eram milhares, correndo para os barcos e desembarcando aqui nesse país tropical e subdesenvolvido? Só por isso desenvolveram o Brasil, para que pudessem morar em lugar decente.
Seja para receber a família real ou as Olimpíadas o Brasil só evolui no tranco. Só fazem grandes obras, grande desenvolvimento com a finalidade de primeiro melhorar as condições da burguesia e o mundo ver como somos empreendedores.
Nenhuma gota de sangue foi derramada para nossa Independência. Ela foi um grande acordo de gabinete para que Portugal de certa forma mantivesse o poder. O “maior herói da história do Brasil” decidiu proclamar nossa independência em meio a uma diarreia.
E nosso maior herói era namorador e morreu de doença venérea.
Nossa maior guerra resume-se a entrar sob ordem da Inglaterra para dizimar um pequeno país vizinho. Nosso maior guerreiro, Duque de Caxias, era um facínora. Outra grande guerra que entramos, a 2°Guerra mundial, o Brasil demorou a decidir que lado estava e também decidiu por interesse.
A “revolução” de 1964 foi feita com interesses da burguesia e a derrubada do Fernando Collor de Mello em 1992 com interesse da Globo.
O Brasil é um país que deu errado? Por incrível que pareça, com tudo isso que citei acima, não.
Tudo bem, o futebol era nosso maior orgulho, éramos os melhores e deixamos de ser pelo menos por enquanto, mas somos mais que o futebol.
Somos um país com um povo maravilhoso, com defeitos evidentemente, mas de uma gente valente, guerreira, mais que Tiradentes e Duque de Caxias, que entra na guerra do dia a dia com tudo contra e vence.
Somos o país também de Pelé, Chico Xavier, Irmã Dulce, Santos Dumont, Betinho, Villa Lobos, Tom Jobim, Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Chico Mendes, Paulo Freire, Machado de Assis, Darcy Ribeiro, Nelson Rodrigues, Fernanda Montenegro, Elis Regina, Clara Nunes, Carmem Miranda (sei que era portuguesa, mas brasileiríssima) e tantos outros que nos orgulharam e orgulham.
O problema, como eu disse acima, é que todas as nossas grandes mudanças, guerras, revoluções foram por interesses pessoais ou de uma coletividade. Nunca foi uma coisa para o país todo e nos momentos que poderíamos ter nos fortalecido como a independência que comemoramos essa semana ela veio de uma “cagada”.
Isso nos transformou numa nação passiva, que diz que “é assim mesmo” e vê a vida passar no Gatonet.
Só acredito em revoluções de baixo para cima, que venha dos “filhos da miséria”.
Porque há uma hora em que todo mundo cansa, até o que se acostumou apanhar.
Há de chegar a hora que os filhos da miséria, os mendigos, os delinquentes, as prostitutas, os bêbados, os crackudos, os loucos, os desempregados, os favelados, os negros, as mulheres, os operários que arriscam suas vidas em construções, os presidiários, o camelô que acorda cinco da manhã, os que sofrem de amor, os que sofrem de vida, que todos eles vão acordar e ver que a independência é uma falácia, ninguém é independente.
E essas pessoas, elas que estão à margem da sociedade, do politicamente correto e do Brasil inventado em 1500 tomarão de volta Pindorama. Não para os índios, porque esses infelizmente foram dizimados pela “cultura” e pela “civilização”.
Mas tomarão das mãos de quem rouba. De quem desvia dinheiro da saúde, da educação, do saneamento básico, segurança, quem compra votos e ri da nossa cara todos os dias em câmaras de vereadores, assembleias legislativas e governos municipais e estaduais.
E os filhos da miséria irão marchar até Brasília, nadar naquele lago em frente ao congresso e entrar lá naqueles dois prédios tomando de volta o que é dele, pois dizem ali ser a casa do povo e não de mensaleiros.
No STF eles darão as ordens e não vão absolver bandidos e vão fazer rolar pela rampa do Planalto todo o desmando e humilhação que sofreram até hoje.
Aí sim acreditarei em revoluções e independência. No dia que a bandeira nacional for substituída por uma camisa rasgada e suja de graxa e sangue.
Enquanto isso vamos aproveitando o feriado de 7 de setembro, para alguma coisa serve essa mentira.
Na nossa pátria mãe gentil não há lugar para os filhos da miséria.

A IMPORTÂNCIA DE SER TOLERANTE



Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho muito duro. Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, lingüiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia na escola.
Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado. Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada.
E eu nunca esquecerei o que ele disse: "Adorei a torrada queimada..."
Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me disse:
"Companheiro, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém.  A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu tambem não sou o melhor marido, empregado, ou cozinheiro, talvez nem o melhor pai, mesmo que tente todos os dias! O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros. Desde que eu e sua mãe nos unimos, aprendemos, os dois, a suprir as falhas do outro. Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma panela de alumínio brilhando.  Ela não sabe usar a furadeira, mas após minhas reformas, ela faz tudo ficar cheiroso, de tão limpo.  Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não sabe assar uma carne como eu.  Eu nunca soube fazer você dormir, mas comigo você tomava banho rápido, sem reclamar.  A soma de nós dois monta o mundo que você recebeu e que te apóia, eu e ela nos completamos. Nossa família deve aproveitar este nosso universo enquanto temos os dois presentes."

De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e com amigos.
Então filho, se esforce para ser sempre tolerante, principalmente com quem dedica o precioso tempo da vida, a você e ao próximo.
"Dê a quem você ama
Asas para voar,
raízes para voltar e
motivos para ficar."
(Dalai Lama)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O TEMPO DIRÁ O QUE VALEM AS ESCOLHAS DE CADA UM


Nos primórdios da televisão no Brasil, um programa fez muito sucesso. Era um quadro de escolhas. O candidato estava numa cabine indevassável. Nada ouvia, nem tinha possibilidade de ver a reação do auditório. O apresentador fazia uma proposta e o candidato apertava um botão com as alternativas sim ou não, aceitando ou rejeitando a oferta. Você troca um automóvel zero quilômetro por uma caixinha de fósforos? E lá de dentro vinha a resposta: sim. E ele se constituía o feliz proprietário de uma caixa de fósforos. Outra pergunta feita: você troca um tomate maduro por um cheque de trezentos mil? Lá de dentro vinha a escolha: não. Ele preferiu o tomate.
A vida imita esse programa de televisão ou a televisão copiou o esquema da vida das pessoas e suas escolhas? O calouro do programa tinha um atenuante: sua escolha não seguia critérios. Era apenas questão de sorte. Na vida possuímos critérios para nossas escolhas e por isso somos responsáveis pelas boas e más decisões.
Na Bíblia encontramos o episódio de Esaú, filho de Isaac, vendendo seu valioso direito de primogenitura a Jacó por um prato de lentilhas. Na descoberta da América, os marinheiros de Colombo deram aos índios pequenos espelhos em troca de ouro e diamantes.
Em nossa vida, a cada dia, precisamos fazer escolhas. Algumas delas são pouco importantes e não chegam a alterar a caminhada. Mas há outras escolhas que têm consequências duradouras. Podemos trocar valores espirituais e morais, decisivos em nosso futuro, pelas lentilhas dos bens materiais. Podemos trocar a ética por dinheiro. Podemos trocar as normas, por propostas mais fáceis e comodistas. Podemos trocar a solidez de uma família por uma aventura ocasional.
Cada alternativa precisa ser estudada com critérios objetivos. Se estamos confusos, não devemos tomar uma decisão, precisamos esperar. É importante também levar em conta o amanhã. O agora pode ser tentador, cheio de promessas, mas o amanhã poderá trazer tristezas e amarguras.
Existe na vida ligação da causa com a consequência. Aquele que planta flores, colherá flores; aquele que semeia espinhos, espinhos colherá. Existe ainda outra certeza: quem nada planta, nada colherá.
Paulo, escrevendo aos discípulos, lembrava que cada um receberá o salário segundo a medida do seu trabalho. Ele ilustrava: é possível construir com ouro, prata, pedras preciosas, madeira, barro e palha. O tempo dirá o que valem as escolhas de cada um.

A 70 FEST "ELEMAR" CONTINUA.

Não tenho nenhuma intenção de estragar a festa. Porém, creio que vale a pena pensá-la mais e melhor, pois a festa continua! Perguntamos: o que mesmo faz com que a festa continue e deixe marcas de saudade e vínculos de amizade? Já participei em muitos tipos de festa e em muitos grupos diferentes. Olhando e observando com atenção, percebem-se as maiores contradições no modo de ver, fazer e viver a festa.
Já participei e presenciei festas onde a preocupação pelo cenário externo, pelos pratos requintados e rituais complicados era tão grande que os donos da festa não conseguiam nem sorrir, nem dar atenção, nem expressar qualquer sentimento acolhedor. Todas as energias eram sugadas pela exterioridade da festa e não pelo seu sentido humano e, menos ainda, cristão.
Um dia, após ter participado de uma festa jubilar de casamento, perguntei ao casal homenageado como se sentia. Para minha surpresa, ouvi deles lamentos por terem
gasto tanto e estarem tristes pelos exageros ocorridos. Disse o marido: “Não era isso que
nós esperávamos!” Até mesmo um grave acidente havia acontecido com um convidado alcoolizado, após a festa.Já participei de festas em comunidades simples, onde as lideranças preparavam um chá de ervas e uns biscoitos para unir o povo e aproximar as pessoas. Incrível era a alegria da festa dos pobres em poder sentar-se juntos, conversar, ouvir música, dançar com respeito e voltar para casa sem riscos de velocidade, pois a maioria estava a pé.
A festa dos simples está mais dentro da pessoa do que no aparato, mais no coração do que na comida, mais no ser do que no aparecer.
O que faz a diferença e garante os bons resultados de uma festa? Quais seriam os
bons resultados? Bastam os elogios e lisonjas? Bastam o luxo e cardápios exóticos? Para que
a festa continue, deverá saciar também o coração; criar relações de empatia; garantir
leveza e fazer com que a alegria continue no dia seguinte. Quando se quer esgotar
toda a alegria da festa num só momento, facilmente se termina no vazio do desencanto.
Tantas vezes na vida, há alegrias que terminam em tragédias e há dores que terminam em festa. Só uma vida despojada de egoísmos e vaidades pode se tornar canção, dança e jogo autêntico. Quando se acolhe a vida como dom, a existência humana pode cantar uma canção diversa daquela que conhecemos. A verdadeira festa vai acontecendo a partir do momento em que a pessoa leva a sério a educação à vida, realidade mais bela na qual podemos festejar as mais duradouras alegrias. Foi assim a 70 fest do Elemar. Parabéns! a festa continua na mente e no coração dos que estiveram lá.