sábado, 15 de setembro de 2012

COMO ENTENDER A REJEIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS NO ORIENTE MÉDIO


O que está acontecendo no Oriente Médio tem um nome: americafobia. Tantos absurdos os Estados Unidos cometeram na região que os povos árabes acabaram se unindo em torno do ódio aos americanos.
Quem acredita que um simples filme sobre Maomé pudesse desencadear tantos tumultos em tantos países muçulmanos acredita em tudo.
A Casa Branca afirma que os protestos não são contra a política externa americana, mas contra a fita. É como dizer que uma mulher (ou um homem) cometeu adultério porque havia um sofá na sala.
Os Estados Unidos eram admirados no Oriente Médio até o começo dos anos 1950. Os sentimentos positivos começaram a se deteriorar quando os americanos foram aliciados pelos ingleses, sob Churchill, para derrubar o governo democrático e progressista de Muhammad Mossadegh no Irã.
Os ingleses não se conformavam com a nacionalização do petróleo iraniano, e convenceram os americanos de que Mossadegh poderia levar o Irã para os braços da União Soviética. O ministro do exterior do Reino Unido disse uma frase célebre: “Sem o dinheiro do petróleo iraniano não vamos conseguir manter o padrão das pessoas na Inglaterra”.
A embaixada americana em Teerã foi o QG da conspiração contra Mossadegh. Foi um vale tudo. Redatores americanos pagos pela CIA escreviam editoriais ferozes contra o governo, e eles eram imediatamente publicados por jornais iranianos interessados na volta da dinastia Pahlevi ao poder.
Foi o primeiro de uma série de passos que foram dar na americafobia que caracteriza o mundo árabe. Recentemente, os drones americanos – os aviões sem tripulação que despejam bombas mesmo em países contra os quais os Estados Unidos não estão em guerra, como o Paquistão – tornaram a americafobia ainda mais aguda no Oriente Médio por causa da morte de crianças, velhos e mulheres numa quantidade indecente no esforço impreciso americano de caçar extremistas.
Com a possível exceção da Alemanha nazista, nunca um país foi tão rejeitado amplamente como os Estados Unidos desde que se tornaram superpotência – e os protestos dos muçulmanos devem ser entendidos dentro deste quadro de americafobia aguda.

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