quinta-feira, 27 de setembro de 2012

BRASILEIRO PAGA SERVIÇOS QUE NÃO RECEBE.

O brasileiro está mais doente, investindo menos na alimentação, na educação e no lazer, porém aplicando mais em casa e na compra de carro. Esta é uma síntese do que foi apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), de 2008-2009.
Dentro do mesmo resumo, cresceram os gastos das famílias brasileiras com a compra de remédios, serviços médicos e bens duráveis, e encolheram com alimentos, ensino e cultura. Em termos absolutos, o brasileiro gastava, em média, R$ 153,81 por mês com saúde em 2008 e 2009. O gaúcho mais: R$ 174. Medicamentos e plano de saúde consomem quase 80% desses valores.
O próprio IBGE já fornecera dados para explicar essa nova realidade. Em outro levantamento, o instituto apontou que o contribuinte havia pago 56,3% dos R$ 283 bilhões que custou a saúde no Brasil em 2009. Em outras palavras, o brasileiro gastava mais do que o governo para ter acesso a bens e serviços de saúde.
Um outro estudo recente, realizado pela Universidade de São Paulo (USP), concluíra que 7% dos domicílios brasileiros, nos quais viviam cerca de 11 milhões de pessoas, já comprometiam 20% ou mais do seu poder de compra com saúde. Este percentual é absurdo porque o Brasil tem um Sistema Único de Saúde (SUS) que pressupõe acesso universal, integral e equânime ao atendimento da população, sem precisar de desembolsos
– além, obviamente, dos impostos que paga.
Os governos, notadamente o federal, tornaram-se máquinas cada vez mais aparelhadas para sugar, através de impostos, as parcas economias do brasileiro. A contrapartida, infelizmente, fica aquém até do mínimo necessário. Em um cenário dramático, para cuidar da saúde – o que pode significar também continuar vivendo -, a maioria dos brasileiros precisa passar por privações, inclusive na mesa. Isso é injusto e cruel.

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