O brasileiro está mais doente, investindo menos na
alimentação, na educação e no lazer, porém aplicando mais em casa e na compra de
carro. Esta é uma síntese do que foi apurado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), a partir da Pesquisa de Orçamento Familiar
(POF), de 2008-2009.
Dentro do mesmo resumo, cresceram os gastos das famílias
brasileiras com a compra de remédios, serviços médicos e bens duráveis, e
encolheram com alimentos, ensino e cultura. Em termos absolutos, o brasileiro
gastava, em média, R$ 153,81 por mês com saúde em 2008 e 2009. O gaúcho
mais: R$ 174. Medicamentos e plano de saúde consomem quase 80% desses
valores.
O próprio IBGE já fornecera dados para explicar essa nova realidade.
Em outro levantamento, o instituto apontou que o contribuinte havia pago 56,3%
dos R$ 283 bilhões que custou a saúde no Brasil em 2009. Em outras palavras, o
brasileiro gastava mais do que o governo para ter acesso a bens e serviços
de saúde.
Um outro estudo recente, realizado pela Universidade de São Paulo
(USP), concluíra que 7% dos domicílios brasileiros, nos quais viviam cerca de 11
milhões de pessoas, já comprometiam 20% ou mais do seu poder de compra com
saúde. Este percentual é absurdo porque o Brasil tem um Sistema Único de Saúde
(SUS) que pressupõe acesso universal, integral e equânime ao atendimento da
população, sem precisar de desembolsos
– além, obviamente, dos impostos que
paga.
Os governos, notadamente o federal, tornaram-se máquinas cada vez mais
aparelhadas para sugar, através de impostos, as parcas economias do brasileiro.
A contrapartida, infelizmente, fica aquém até do mínimo necessário. Em um
cenário dramático, para cuidar da saúde – o que pode significar também continuar
vivendo -, a maioria dos brasileiros precisa passar por privações, inclusive na
mesa. Isso é injusto e cruel.
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