Frutas sem sementes, sem caroços, sem fiapos. Abacaxi
que se come em gomos. Bananas com a casca vermelha. São as frutas perfeitas. A
criatividade de pesquisa já chegou às hortaliças. Acaba de ser lançado o
pimentão sem semente. As novidades estão nas feiras e nas prateleiras dos
mercados. “O resultado dos estudos pode ser frutos de melhor qualidade e com
características diferentes”, esclarece o pesquisador da Embrapa Clima Temperado,
Luís Antônio Suita.
Bom seria se todas as frutas fossem como a banana; fácil
de descascar, macia, cheia de nutrientes e livre do inconveniente dos caroços.
Para dar uma forcinha à natureza, pesquisadores desenvolveram versões triploide
(sem sementes) em laboratório. As vedetes são, principalmente uva, melancia e
citros.
“O processo envolve o cruzamento natural de plantas. Os
métodos usados nesses casos não implicam a alteração do DNA e nem resultam em
vegetais transgênicos”, explica Patricia Silva Ritschel, pesquisadora da Embrapa
Uva e Vinho. “Quando uma espécie sem sementes já existe na natureza, caso da
uva, o melhoramento entra para agregar qualidades como maior resistência a
doenças e adaptação às condições climáticas de outras regiões”,
detalha.
Conforme a pesquisadora, para criar frutos sem sementes a partir de
versões com caroços, como acontece com a melancia, é preciso cruzar plantas com
números diferentes de cromossomos, até que se obtenha a fruta em que as
sementinhas não se desenvolvam.
Mutação natural - Nem sempre é necessária
a ação dos cientistas para a produção de frutas sem semente, como revela
pesquisador Manoel Abílio de Queiroz, doutor em melhoramento de vegetais e
professor do curso de mestrado na área de Genética e Melhoramento de Plantas na
Universidade do Estado da Bahia.
A “laranja Bahia” (de umbigo), por exemplo,
originou-se de uma mutação natural. As laranjas de determinado galho de uma
laranjeira nasceram sem semente e com um umbigo. Essa parte da planta foi
multiplicada e então cultivada em diversos lugares diferentes. Esse tipo de
laranja mutante, embora raro, ainda pode ser encontrado em pomares
brasileiros.
Os pesquisadores da Embrapa acreditam que as frutas sem sementes
serão cada vez mais acessíveis e que o consumo vai se popularizar em todo o
Brasil. As melhorias nos processos de produção e germinação das sementes e a
maior procura nos supermercados devem estimular os agricultores.
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