quarta-feira, 27 de junho de 2012

DESEJO


O desejo é uma tensão em direção a um fim considerado fonte de satisfação. Trata-se, portanto, de uma aspiração, de uma inclinação em direção àquilo que não se possui. É uma inclinação algumas vezes consciente, outras, inconsciente.
O desejo se distingue da necessidade fisiológica ou psicológica que o acompanha por estar plantado no centro da afetividade humana. Ele nos diz que somos incompletos, carentes, limitados e finitos. Um ser que de nada carecesse não desejaria nada. Seria um ser perfeito, um deus. Por isso a filosofia grega antiga tomava o desejo como característica de seres finitos e imperfeitos, que não são o Bem, mas podem desejá-lo; que não possuem a Beleza, mas podem desejá-la e procurá-la. Como diz Santo Agostinho: “O que é o desejo, senão o apetite de possuir o que ainda falta?”
Mas não se trata de possuir coisas, e sim de deixar-se atingir e convocar pela interpelação do outro. Esse apelo fora dos padrões da normalidade medíocre chega ao fundo do ego fechado em sua autocomplacência e abre-o ao reconhecimento da diferença.
Segundo o filósofo judeu Emmanuel Levinas, o desejo fere e fragmenta a interioridade humana, descobrindo-lhe o vazio de sua suficiência. E dali jorra no Eu uma fome que nada poderá satisfazer e nutrir, uma fome insaciável.
Isso é o “desejo”.
É algo que transcende a satisfação e a insatisfação. Significa uma distância maior, uma não posse mais precisa que a posse, uma fome que se nutre não de pão, mas sim da fome mesma. Como diz Adélia Prado: “Não quero faca nem queijo. Quero a fome”.
O desejo metafísico, que vai além da physis (ou seja, do nível sensorial, puramente natural), situa-se nas antípodas da posse e da satisfação total. Ao invés, está sempre conectado à decepção da satisfação ou ainda à exasperação da não satisfação. É um desejo que quanto mais deseja, mais vê crescer em si sua capacidade de desejar. Seu dinamismo fundamental não é a necessidade que deve ser satisfeita, mas a abertura ao outro. Sob a força desse desejo, o eu contém então mais do que poderia normalmente conter, rompe o cárcere de sua subjetividade egocentrada e da palidez de uma identidade voltada para a repetição infindável e monótona do já conhecido.
O desejo que impulsiona para o outro não encontra sua fonte em necessidades insatisfeitas que o mesmo sujeito se encontra ávido por preencher, mas em um “mais”, em um “excesso” que só a infinitude pode atender. Anterior a todo conhecimento e a toda questão, o desejo é cavado no mais profundo do ser humano pela alteridade do outro humano e do totalmente Outro misterioso,
que nós chamamos Deus. Porque somente o desejo, com sua sede nunca saciada, está apto a abrir-se ao Infinito que nada pode conter.
O desejo sussurra ao ouvido da pessoa humana, incessantemente, qual é sua condição: ser criado, humano, finito e limitado. Mas capaz de desejar o Ilimitado, o Infinito. O espaço aberto na subjetividade humana pelo desejo da transcendência e a abertura para a interioridade, para o Mistério, pode ser a força capaz de romper a materialidade do consumismo, a alienação que se nega a ver os conflitos que dividem o tecido social. Neste sentido, o desejo é condição de possibilidade para uma atitude crítica diante da sociedade de consumo e da exterioridade de sensações.
O consentimento ao desejo contradiz a lógica do mercado, altera as relações mercantilistas do consumo e permite sonhar em construir outro tipo de sociedade e cultura. A restauração da capacidade desejante do indivíduo e da sociedade vai na direção contrária à corrente da excitação constante das sensações; contra o predomínio de uma emocionalidade “líquida”, sem discernimento; contra a redução da pessoa humana a um mero consumidor passivo de produtos que lhe são impostos por tal tipo de sociedade.
Desejar é tomar posse dos próprios sentidos para aquilo que realmente foram feitos: ver, escutar, sentir, saborear, tocar. Escutar a beleza da música composta sob inspiração do artista. Mas também escutar os clamores que brotam da própria interioridade, assim como os clamores do próximo por justiça e equidade.

FINAL FELIZ


O futuro não é um lugar para onde vamos, mas um lugar que estamos construindo

 Depois de meses de difícil negociação, aconteceu o final feliz. O contrato, assinado naquela tarde, significava aumento da produção de empregos e de lucros. Aliviado da tensão dos últimos tempos, o diretor permitiu-se um luxo muito raro. Sentou-se no bar da esquina e pediu um lanche: batatas fritas e um chopinho.
Ainda não fora servido quando um mendigo se aproximou dele e pediu uma esmola, ele nem tinha almoçado. De bem com a vida, o empresário quis saber onde ele morava. Não tenho morada, durmo num banco ou debaixo de uma árvore. O senhor não tem família? Eu já tive, mas por causa da bebida todos me abandonaram. Ele continuou: meu pai era alcoólatra, não pôde me dar estudo. Mais ainda: ele batia na mamãe e no meu irmão. Um dia eu fugi e nunca mais voltei para casa. E concluiu:
se meu pai tivesse sido diferente, hoje eu seria um cidadão de bem, trabalhador e com família.
Foi a vez do empresário contar a própria história. Era quase igual à do mendigo. O pai bebia, maltratava a família e a mãe morreu cedo. Ele teve de sair da casa e procurar trabalho. Começou como balconista e tratou de estudar. Hoje ele possui uma família feliz: esposa e dois filhos e preside uma sólida empresa com mais de 200 funcionários. O garçom ainda não havia trazido seu lance. Ele tomou certa quantia em dinheiro e explicou: isto é suficiente para jantar e um quarto num hotel popular. Enquanto o mendigo agradecia efusivamente, imaginou que aquele homem representava o que ele poderia ter sido.
A vida não é aquela que sonhamos, mas aquela que fazemos. O futuro não é um lugar para onde vamos, mas um lugar que estamos construindo. Duas histórias parecidas, dois finais totalmente diferentes. O mau exemplo paterno jogou a um na marginalidade. Para o outro, foi um desafio.
Uma saída fácil e desastrosa é culpar os outros pelos nossos fracassos. Culpamos os pais, os professores, os vizinhos, o sócio... Sou assim porque a vida me maltratou, é a justificativa. Não devemos perguntar-nos o que a vida nos preparou. A pergunta correta é: o que fizemos daquilo que a vida nos preparou? Uma pedra, para um é tropeço, para outro é degrau.
Outra desculpa enganadora: agora é tarde demais. É sempre tempo de recomeçar. Se você está vivo, não é tarde demais. Talvez não seja possível recuperar tudo, mas podemos recuperar um pouco do terreno perdido. Certamente, não é possível voltar atrás, apagar o passado e começar de novo. Mas é possível começar agora, do ponto onde estamos, e preparar um final digno e feliz. A última palavra ainda não foi proferida

ALEGRIA E FÉ. TUDO A VER.


Existem alegrias que terminam em luto e há lutos que terminam em alegrias. Provavelmente, as primeiras não são alegrias, mas passageiras euforias, às vezes movidas a álcool ou a valentia. Já houve momentos na história em que se pensou que a alegria era estranha ao mundo religioso, onde deveria predominar a austeridade e a tristeza. Com este tipo de falsa visão se conclui que “um santo triste é um triste santo”. A santidade implica em alegria e a alegria publica uma acreditável faceta da santidade.
A verdadeira religiosidade é alegre e causa alegria. A mensagem cristã é a alegre boa nova da salvação. Uma existência vivida na contramão do coração de Deus torna-se insuportável. O mundo não se converte em algo melhor, quando está privado das alegrias de Deus e de sua garantia, inscrita nos seus projetos de amor.
Atualmente há uma grande necessidade de pessoas que redescubram o bem e sejam capazes de experimentar a alegria de fazê-lo acontecer. Temos necessidade de confiar definitivamente que o mundo é bom, que Deus existe e é bom.
A alegria que vem da fé é sempre um ato de coragem. Uma vez vivido e experimentado, converte-se em compromisso, para que outros também possam alegrar-se e receber a boa notícia. A alegria é sempre um sinal da graça. “Quem está sereno, quem sofre, sem por isso perder a alegria, esse não está longe de Deus  que é o Espírito da alegria eterna. A fé dá alegria. Se Deus não está aqui, o mundo é uma desolação, tudo se torna monótono, cada coisa é totalmente insuficiente” .
A alegria é tão importante que ela se faz um constitutivo do cristianismo. Esta brota da harmonia interior da pessoa em suas dimensões mais profundas, como a da liberdade, da moral e de nossa espiritualidade. É bem possível que esta alegria, que vem de Deus e vem de dentro, seja bem menos barulhenta, mas muito mais identificada com o nosso ser. É a alegria que expressa uma vida realizada no que tem de mais fundamental. Caracteriza-se pela sobriedade e serenidade, pela vivacidade e profundidade.
Hoje, uma das missões mais significativas  é resgatar a dimensão da alegria, pois já se disse que o povo cristão é frequentemente triste. Necessitamos expressar rostos de redimidos e relações de alegre esperança. “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos, que a vossa modéstia seja conhecida de todos os homens” .

13 MIL KM2 POR ANO É O QUE PERDE A AMAZONIA


Esta média de desmatamento é de 1992 a 2012. Área original do Pampa gaúcho encolheu 54%
 Nos últimos 20 anos, período que separa a Eco-92 da Rio+20, a área total desmatada na Amazônia aumentou 51%. Percentual foi apurado pelo levantamento Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS), feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado na segunda 18, no Rio de Janeiro. Dados relativos ao ano passado indicam que a maior região florestal do planeta tem 754.840 quilômetros quadrados desmatados. Isso representa 15% da área total da Amazônia, e 20% da área florestada. Originalmente, a Amazônia brasileira tinha cerca de 4 milhões de km2 de florestas.
A área total já desmatada na Amazônia corresponde a 2,68 vezes o tamanho do Rio Grande do Sul. Equivale, ainda, à soma dos territórios dos três Estados da Região Sul e mais 82% da área do Estado de São Paulo. Em 1992, a área desflorestada correspondia a 499.037 km2. Ou seja: em média por ano foram desmatados praticamente 12,8 mil quilômetros quadrados de floresta - ou 35 km2 por dia, 1,46 km2 por hora.
Apesar do crescimento da área desmatada desde a Eco92, o levantamento do órgão de pesquisas mostra uma tendência de retração no tamanho da área desmatada nos últimos anos. Em 92, foram observados 13.786 novos km de desmatamento. O ritmo de devastação variou bastante, quase sempre de forma ascendente, até 2004, quando atingiu-se um pico de 27.772 quilômetros quadrados deflorestados naquele ano. Desde então, a área desmatada a cada ano, com exceção de 2008, vem caindo. No ano passado, foram 6.238 km2. Na avaliação de Denise Kronemberger, coordenadora técnica e de planejamento da pesquisa, “há uma clara tendência de queda, que pode estar ligada à criação de mais áreas de conservação”.
Preservação - Outro dado importante: o Brasil praticamente dobrou o número de áreas federais criadas para preservação ambiental nos últimos 20 anos. Em 1992, o país tinha 157 unidades de conservação federais, que somavam área de 272.942 quilômetros quadrados. Hoje, há 310 áreas deste tipo, totalizando 750.476 quilômetros quadrados, ou 8,8% do território nacional.




UMA GRANDE CONSPIRAÇÃO CHAMADA DE RIO+20

Há verdadeira conspiração de bastidores para, na Rio+20, escantear os princípios do desenvolvimento sustentável e os Objetivos do Milênio, e impor as novas teses da “economia verde”, sofisma para encobrir a privatização dos recursos naturais, como a água, e a mercantilização da natureza.
O enfoque dos trabalhos deverá estar centrado não nos direitos do capital, e sim na urgência de definir instrumentos normativos internacionais que assegurem a defesa dos direitos universais de 7 bilhões de habitantes do planeta e a preservação ambiental.
Cabe aos governos reunidos no Rio priorizar os direitos de sustentabilidade, bem-estar e progresso da sociedade, entendidos como dever de garantir a todos os cidadãos serviços essenciais à melhor qualidade de vida. Faz-se necessário modificar os indicadores de desenvolvimento, de modo a levarem em conta os custos ambientais, a equidade social e o desenvolvimento humano (IDH).
A humanidade não terá futuro sem que se mudem os padrões de produção, consumo e distribuição de renda. O atual paradigma capitalista, de acumulação crescente da riqueza e produção em função do mercado, e não das necessidades sociais, jamais haverá de erradicar a miséria, a desigualdade, a destruição do meio ambiente. Migrar para tecnologias não poluentes e fontes energéticas alternativas à fóssil e à nuclear é imperativo prioritário.
Nada mais cínico que as propostas “limpas” dos países ricos do hemisfério Norte. Empenham-se em culpar os países do hemisfério Sul quanto à degradação ambiental, no esforço de ocultar sua responsabilidade histórica nas atividades de suas transnacionais em países emergentes e pobres. Há que desconfiar de todas as patentes e marcas qualificadas de “verdes”. Eis aí um novo mecanismo de reafirmar a dominação globocolonialista.
O momento requer uma convenção mundial para controle das novas tecnologias, baseada nos princípios da precaução e da avaliação participativa. Urge denunciar a obsolescência programada, de modo a dispormos de tecnologias que assegurem o máximo de vida útil aos produtos e beneficiem a reciclagem, tendo em vista a satisfação das necessidades humanas com o menor custo ambiental.
À Rio+20 se impõe também o desafio de condenar o controle do comércio mundial pelas empresas transnacionais e o papel da OMC (Organização Mundial do Comércio) na imposição de acordos que legitimam a desigualdade e a exclusão sociais, impedindo o exercício de políticas soberanas. Temos direito a um comércio internacional mais justo e em consonância com a preservação ambiental.
Sem medidas concretas para frear a volatilidade dos preços dos alimentos e a especulação nos mercados de produtos básicos, não haverá erradicação da fome e da pobreza, como preveem, até 2015, os Objetivos do Milênio.
Devido à crise financeira, parcela considerável do capital especulativo se dirige, agora, à compra de terras em países do Sul, fomentando projetos de exploração de recursos naturais prejudiciais ao meio ambiente e ao equilíbrio dos ecossistemas.
A Rio+20 terá dado um passo importante se admitir que, hoje, as maiores ameaças à preservação da espécie humana e da natureza são as guerras, a corrida armamentista, as políticas neocolonialistas. Precisamos maior controle da publicidade comercial, da incitação ao consumismo desmedido, da criação de falsas necessidades, em especial quando dirigidas a crianças e jovens. Educação e ciência precisam estar a serviço do desenvolvimento humano e não do mercado. Uma nova ética do consumo deve rejeitar produtos decorrentes de práticas ecologicamente agressivas, trabalho escravo e outras formas de exploração.
Enfim, que se faça uma reavaliação completa do sistema atual de governança ambiental, hoje incapaz de frear a catástrofe ecológica. Um novo sistema, democrático e participativo, deve atacar as causas profundas da crise e ser capaz de apresentar soluções reais que façam da Terra um lar promissor para as futuras gerações.

NÃO ENGRENOU.


Existem nos EUA, na Itália, na Argentina, no Brasil; jovens casais separados, não porque não se amavam, mas porque não conseguiram mais conviver. Não era ódio, mas deixara de ser o amor que os levou a se casarem.  Tinham tudo para dar certo e, no entanto, alguma coisa não lhes permitia mais viver sob o mesmo teto. E não era nem briga, nem ódio, nem agressão. Um dos dois se desencantara com a vida conjugal; em alguns casos, os dois.
Uma coisa era o antes do casamento e outra se revelou durante. Não era o que esperavam. Aptos para o namoro, inaptos para a vida a dois; não conseguiram entrosar-se, não engrenou. Não se sentiam mais um casal; acabara o desejo.
Há de haver para eles uma solução, porque ali a relação eu e tu, que deveria resultar num sereno nós, não se viabilizou.  Foram uniões que não conseguiram tornar-se sacramentais. Ainda há o respeito, mas não há mais o desejo. Existem amizades que se tornam amor conjugal; existem amores conjugais que se tornam amizade. Isso,
e apenas isso, foi o caso deles!
 Deve olhar para esses casos. São de difícil solução, mas uma coisa até positiva: não se amam como antes, mas não se odeiam e jamais serão cruéis um para com o outro. Merecem consideração.

A DESTRUIÇÃO DOS BIOMAS

O IBGE revelou também que os outros biomas brasileiros, fora da Amazônia, já tiveram a maior parte de suas áreas desmatadas. A situação mais grave é da Mata Atlântica, que perdeu 88% de suas florestas nativas até 2010. Goiás apresenta a maior taxa de perdas da Mata Atlântica: 95%. Santa Catarina tem a menor proporção, com 77% da área devastada.
Originalmente, a Mata Atlântica, que se estende por 16 Estados, tinha área superior a 1 milhão de quilômetros quadrados. As vegetações costeiras (restingas e manguezais) da Mata Atlântica foram bastante afetadas. Segundo o estudo do IBGE, suas áreas somadas correspondem, atualmente, a apenas 0,6% da área total original.
Pampa - O Pampa, único bioma contido em apenas um Estado, o Rio Grande do Sul, teve, até 2009, 54% de sua cobertura vegetal desmatada. É o segundo bioma mais devastado do país. A área do Pampa representa 63% dos 281 mil km2 do território gaúcho.
A Caatinga também perdeu, até 2009, 54% de sua área coberta com vegetais. Dos dez Estados que contam com esse tipo de vegetação, Alagoas é que apresenta o maior nível de perdas, com cerca de 82% desmatados. O Piauí tem a menor área de Caatinga desmatada: 31%.
O Cerrado já teve 49% de sua área original desmatada. Dos 12 Estados que contam com esse bioma, São Paulo é o que apresenta maiores perdas, com 90% da área original de Cerrado já devastada. No Mato Grosso, essa proporção beira os 80%. Rondônia possui apenas 3% de sua área de Cerrado perdida.
O Pantanal é o bioma extra-amazônico mais preservado, segundo dados do IBGE com base em pesquisas de monitoramento do Ibama. Da área original, 15,4% foram desmatados. No Mato Grosso, 18,8% de matas pantaneiras foram perdidas. Já no Mato Grosso do Sul, essa proporção é de 13,1%.

CERCAS UNEM TERRITÓRIOS


Em 3.800 propriedades rurais, rios são protegidos por 1.212 km de cercas
 Em 3.800 propriedades rurais da Bacia do Paraná 3 (BP3), em 29 municípios do Oeste paranaense, cercas separam a faixa de proteção de rios, riachos e córregos das áreas de plantio e de pecuária. Já são 1.212 quilômetros de cercas de arame, instaladas a uma distância de 30 metro dos cursos d’água, conforme a legislação exige.
A nova legislação reduz a exigência de faixa mínima de proteção de acordo com o tamanho da propriedade. Por entender a importância da preservação das áreas às margens dos rios, a grande maioria dos proprietários agrícolas da região está inserida nas mudanças no Código Florestal.
Os técnicos de Itaipu estimam que menos de 5% dos mais de 33 mil proprietários rurais da região fazem restrição às cercas e à recuperação da mata ciliar. “A boa aceitação se deve ao fato de que os agricultores estão cada vez mais conscientes da importância da preservação ambiental, tendo em vista as grandes estiagens que a região tem passado”, diz Gilmar Secco, gerente do Departamento de Interação Regional da Itaipu.
A conscientização dos agricultores “desmistifica a sensação de que o mato à margem de rios e córregos provoca perda de áreas para plantios”, observa Secco. “Os agricultores passam a entender que um solo bem conservado e produtivo é mais importante do que agregar à área de lavoura alguns metros da mata ciliar”, emenda.
Para o gerente de interação, no Brasil, a situação da Bacia do Paraná 3 é privilegiada. A colocação das cercas em propriedades rurais, para proteger a mata ciliar, faz parte dos convênios assinados entre Itaipu e os parceiros para a recuperação e a conservação ambiental de 95 das 130 microbacias beneficiadas pelo programa na região. Em 35 delas o trabalho já foi concluído.
Exemplo - Na prática, o trabalho de preservação mostra resultados nos rios da região. O rio Pacuri, em Santa Helena, por exemplo, já está com maior volume de água. Mas Gilmar Secco lembra que o resultado não aparece de imediato, é colhido com um trabalho de longo prazo.
É o que se vê na faixa de proteção do reservatório de Itaipu, 34 anos depois. Ali, desde 1979, Itaipu plantou mais de 23 milhões de mudas, produzidas em seus próprios viveiros. Essas mudas foram utilizadas especialmente para recompor áreas degradadas por atividades agropecuárias. Atualmente, falta reflorestar menos de 2% da faixa de proteção. A Itaipu protege atualmente mais de 100 mil hectares de florestas, tanto na margem brasileira como na margem paraguaia.

TODOS ESPERAM UM MODELO MELHOR DE PEDÁGIO



Se havia dúvidas sobre a intenção do governo Tarso Genro em mudar o atual modelo de concessões de rodovias, elas foram desfeitas na semana passada, quando a Assembleia Legislativa aprovou a criação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que será responsável pela administração de pedágios comunitários em rodovias gaúchas. O resultado significa ainda o cumprimento de promessa de campanha.
Apesar dessas etapas vencidas, permanecem pontos nebulosos. Um deles: a EGR gerenciará apenas o modelo comunitário de pedágios? Ao admitir parcerias público-privadas e mesmo a licitação de trechos de rodovias para empresas privadas, o governador acena com possibilidades distintas. Um fato, porém, é inquestionável: o Rio Grande do Sul não dispõe de recursos financeiros sequer para manter sua malha rodoviária, muito menos para ampliá-la. E isso vale mesmo em caso de adoção de pedágios comunitários, porque determinadas estradas não têm capacidade para arrecadar além do suficiente para a conservação.
Este tema avançará pelos próximos meses e dúvidas deverão ser dirimidas. É preciso que as análises e discussões não desconsiderem jamais as dificuldades enfrentadas pelos gaúchos durante o período de concessões iniciado em 1988 e que se estenderá até o ano que vem. Quem circula pelas rodovias pedagiadas por empresas privadas tem todo o direito de reclamar pelo elevado valor das tarifas, muito acima do que recebe como retorno na forma de condições de trafegabilidade. Cobra-se demais pelo pouco que é oferecido.
O governo do Estado tem o dever de corresponder à expectativa gerada nos usuários das rodovias. E isso só vai ocorrer com a oferta de um modelo que melhore a qualidade e a segurança das rodovias, que crie opções para desafogar o trânsito caótico em várias regiões e que cobre menos do que os valores atuais.

A DOR AUMENTA COM A SENSAÇÃO DE FRIO

Basta o termômetro marcar graus centígrados a menos que o corpo acusa dores a mais. Não é mera coincidência, as baixas temperaturas podem, sim, influenciar direta ou indiretamente na saúde, seja devido ao menor fluxo de sangue ou às contraturas musculares.
“Para tentar manter a temperatura corporal em torno de 36ºC e economizar energia, os vasos se contraem e a circulação sanguínea diminui”, explica Fernando Baldy dos Reis, professor do departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Por isso, principalmente as extremidades têm a sensibilidade aumentada e acabam ficando mais suscetíveis à dor”, completa.
Além disso, segundo o especialista, em busca de mais calor, a musculatura tende a se contrair, resultando em mais dor. Nas articulações, pode haver diminuição na produção do líquido sinovial, levando ao enrijecimento articular e à dor.
A transmissão nervosa para o controle da dor também diminui com o frio, podendo piorar os quadros dolorosos em geral, mas principalmente os de coluna de origem muscular.
Como se não bastasse, até a postura muda, já que uma pessoa exposta ao frio tende a se encolher naturalmente. Com isso, acaba adotando uma posição inadequada especialmente para a coluna, que em geral fica muito curvada. Essa é uma das explicações para a maior incidência de torcicolos durante o inverno. Há também o fator emocional. A influência de uma estação mais fria pode alterar o humor e, consequentemente, a percepção da doença e da dor.
Além do aumento das dores na coluna, os meses mais frios também trazem mais sofrimento aos pacientes portadores de artrose, que acomete as articulações, pelas mesmas mudanças fisiológicas do organismo. “A dor costuma se agravar porque no inverno as pessoas ficam mais encolhidas, os músculos mais contraídos, há uma diminuição no fluxo sanguíneo por constrição vascular e a friagem deixa a sensibilidade mais evidente”, confirma a fisioterapeuta Sylvia da Cunha Henriques. “O atendimento a pacientes com dores nas articulações chega a aumentar 30% no inverno”, afirma.
“A principal medida de prevenção contra as dores do inverno é manter-se bem aquecido”, orienta o ortopedista Baldy. Portanto, recorrer a um bom agasalho antes de sair de casa, proteger a cabeça com toucas, o pescoço com mantas e as mãos com luvas são medidas recomendadas pelo especialista. “Na hora de dormir, além do cobertor, vale usar bolsa de água quente nas extremidades”, diz.
Outra medida importante é manter a prática de atividade física durante o inverno. Essa orientação vale para qualquer pessoa, mas principalmente para os que sofrem com dores nas articulações, observa a fisioterapeuta Sylvia. Porém, antes de exercitar-se, é preciso preparar o corpo, para evitar distensões, torcicolos etc. “No frio, os exercícios de aquecimento, feitos antes da realização de esforços maiores, e os de alongamento, ao final da atividade, não podem ser dispensados”, explica Sylvia. “De preferência, os exercícios devem ser supervisionados por um profissional da área”, recomenda. Para quem não deseja enfrentar o frio das ruas, a fisioterapeuta afirma que alguns exercícios de alongamento matinais, realizados em casa mesmo, melhoram a circulação do sangue e podem aliviar bastante as dores.

TRABALHO INFANTIL CONTINUA

O trabalho infantil no Brasil caiu 13,44% entre 2000 e 2010. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na terça 12, Dia Contra o Trabalho Infantil, dos 86,4 milhões de pessoas ocupadas em 2010 com 10 anos ou mais, 3,4 milhões eram crianças e adolescentes de 10 a 17 anos trabalhando no campo ou na área urbana, quase 530 mil a menos do que em 2000.
O estudo, baseado no Censo 2010, mostra que o percentual de crianças de 10 a 15 anos trabalhando equivalia a 1,9% das pessoas ocupadas, ou cerca de 1,6 milhão, o que significa uma redução de 198 mil pessoas. Na faixa etária de 16 ou 17 anos, caso em que o trabalho é autorizado desde que não cause prejuízos à saúde, à segurança e à moralidade, os adolescentes eram 2,1% do total, ou cerca de 1,8 milhão, o que representa redução de 336 mil pessoas. Em 2000, crianças e adolescentes de 10 a 17 anos de idade representavam 6,0% dos 65,6 milhões de pessoas ocupadas de 10 anos ou mais.
Ainda de acordo com o estudo, a queda no número de crianças e adolescentes de 10 a 17 anos de idade ocupados, entre 2000 e 2010, foi maior na área rural (de 1,395 milhão para 1,056 milhão) do que na área urbana (de 2,541 milhões para 2,351 milhões). Em relação ao gênero, havia 2,065 milhões de crianças e adolescentes ocupados do sexo masculino e 1,342 milhão do feminino.
Apesar da redução no total, o trabalho infantil no Brasil cresceu 1,56% na faixa de 10 a 13 anos – 10,9 mil crianças a mais no mercado de trabalho. Essa faixa etária preocupa mais, pois representa a transição entre os ensinos fundamental e médio, em que há alta incidência de abandono escolar e impacto sobre a aprendizagem.
Para a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, há setores mais resistentes à redução do trabalho infantil. “É nosso desafio atacar os núcleos duros do trabalho infantil, como os lixões. Temos que atuar onde o Estado não chega”, disse. 

E VIVA SÃO JOÃO.

 O Brasil inteiro enfeita os salões com bandeirinhas, dança quadrilha, acende fogueira, come pipoca, toma quentão, arrisca a sorte na pescaria. É tempo de festa junina!
Essa festa é tradição no Brasil, mas cada região acrescenta características próprias à comemoração. O Nordeste realiza as mais populares festas juninas. O povo veste-se de caipira, e o forró e o frevo dão ritmo à alegria. No Rio Grande do Sul, muitos usam os trajes típicos gaúchos e dançam ao som do vanerão. O pinhão também integra as guloseimas juninas dos gaúchos.
Mas o que se comemora nesta época? Apesar de hoje em dia quase todos chamarem estas festas de “juninas”, referindo-se ao mês de junho, antigamente elas eram chamadas de “joaninas”, em alusão ao mais popular dos três santos reverenciados este mês: São João Batista (24 de junho). Santo Antônio (dia 13) e São Pedro (dia 29) são os outros dois santos homenageados em junho.
É também graças a São João Batista que a fogueira é o mais tradicional símbolo das celebrações juninas. Ela remete ao nascimento do santo. Foi com uma fogueira que Isabel avisou Maria de Nazaré do nascimento de seu filho, João Batista, que era primo de Jesus.
No Brasil, a festa junina foi introduzida pelos jesuítas portugueses, no século XVI. Os índios a receberam muito bem. Eles identificaram os rituais das festas de São João aos seus rituais sagrados, realizados também em torno do fogo. Para os jesuítas, foi uma forma de aproximar os indígenas da religião católica.
Com o tempo, elementos da cultura brasileira, especialmente os alimentos e as canções, foram agregados à celebração junina e, atualmente, ela é uma das mais fortes expressões do folclore nacional.

DOR NAS COSTAS: GUIA ENSINA COMO AMENIZAR


Regra geral: não carregar peso.
Volumes pesados: no caso de ser obrigado a levantar um volume pesado, nunca se deve manter as pernas esticadas e curvar o corpo. Deve-se dobrar os joelhos, que funcionarão como alavancas, e manter o objeto o mais próximo possível do tronco quando for erguê-lo.
Levantar-se da cama: o ideal é virar de lado apoiando os braços, jogar os membros inferiores para fora da cama, sentar e levantar calmamente.
Dirigir: inclinação de 110º a 120º no encosto do banco, braços ligeiramente flexionados, região lombar bem apoiada e pescoço reto.
Varrer: manter altura do cabo da vassoura na linha do peito, mantendo o quadril estático enquanto os braços fazem os movimentos.
Carregar sacolas de compras: distribuir os pesos nos dois braços, manter os ombros nivelados e o olhar voltado para frente.
Lavar louça: aproximar o abdômen junto à bancada. Se possível, apoiar um dos pés em um degrau, de forma intercalada. Evitar tensionar a região cervical (pescoço). A mesma orientação vale para passar roupas.
Assistir televisão: permanecer sentado, com a coluna apoiada e ligeiramente inclinada, pés apoiados no chão, bem de frente para a tela. Se a poltrona tiver braços que servem de apoio na hora de levantar, melhor.
Televisão ou leitura na cama: um fator muito comum de dor na região cervical (pescoço) é assistir televisão ou ler deitado. A pessoa fica numa posição forçada, às vezes, durante horas, pressionando o disco. Quem faz questão de ver tevê na cama deve providenciar um suporte para a cabeça e para o tronco, de forma a permanecer quase sentado e colocar o aparelho bem alto, evitando ficar com o pescoço flexionando por muito tempo.
Trabalhar sentado: pessoas que trabalham paradas, na mesma posição, sem relaxar a musculatura, integram o grupo de risco para lombalgia. Nesse caso, é recomendável levantar-se a cada 40 ou 50 minutos, para andar um pouco. Enquanto estiver sentado, a coluna deve estar apoiada, os pés apoiados no chão, os cotovelos flexionados com apoio.
Telefone: segurar o telefone entre a cabeça e o ombro, inclinando o pescoço para o lado é causa de dor na região cervical. Evitar essa torção ao atender chamadas telefônicas.
Dormir: na hora de dormir, a posição que oferece menor pressão sobre os discos da coluna é a de barriga para cima, com a cabeça apoiada num travesseiro baixo para evitar a hiperflexão. Como nem todo mundo consegue dormir desse jeito, recomenda-se deitar de lado com joelhos flexionados e o travesseiro preenchendo o espaço entre a cabeça e o ombro. Dormir de bruços, mesmo sem travesseiro, como regra geral, não é bom para
a coluna. O colchão não
deve ser nem muito duro
nem muito mole.
Repouso: se mesmo com todos esses cuidados a coluna “travar”, não tentar “colocá-la no lugar”, seja sozinho ou com ajuda de terceiros. Durante a crise aguda, o melhor a fazer é repousar, procurando a posição mais próxima do alívio.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A ALEGRIA É SEMPRE CONTAGIANTE.

Lembro que, há uns dez anos, um conhecido escritor registrou uma corajosa observação referente ao comportamento do povo brasileiro. Dizia ele: “Em geral, a nossa gente sabe bem se divertir, mas nós não somos um povo alegre”. Alguns levaram por ofensa, outros continuaram analisando e concordaram. Usufruir alguns momentos de alegria é diferente do que ser alegre. Tudo vai do modo como nos contentamos com a vida.
A superficialidade do viver humano contenta-se com pouco, e o pouco não tem duração, a não ser o momentâneo. Ter um instante de sadia diversão faz bem! É uma necessidade! Porém não é o bastante para garantir uma vida alegre. A alegria é um sentimento que dá plenitude à vida e brota da satisfação das aspirações profundas do coração humano. De certo modo ela é indescritível, mas, quando vivida, garante uma lembrança mais ou menos forte, segundo sua veracidade e intensidade.
Existem temperamentos que, ao natural, são mais extrovertidos e alegres e existem outros que são mais introvertidos e sérios. Tanto para uns como para outros o desafio é ir além do natural para favorecer a justa medida entre a euforia leviana e a seriedade pesada. Humanamente, a alegria é sempre contagiante e libera a capacidade de aproximar. A tristeza e o fechamento, porém, tendem a distanciar e isolar.
Os chineses cultivam um princípio simples para o êxito de certos empreendimentos: “Se tu não sabes sorrir, não deves abrir uma loja!” Daí se confirma o que todos sabemos: “Se o coração é teu, o rosto é dos outros”. A alegria é um precioso valor humano para favorecer a tudo e a todos. Para tanto, tem que ser cultivada.
Havia numa aldeia dos sertões deste Brasil um idoso feliz. Todos o admiravam pela sua capacidade de sorrir e animar os que dele se cercavam. Era conhecido e estimado por todos pela sua contagiante alegria. Passavam os anos e ele continuava jovial e feliz, mesmo com os limites da idade.
Dois jovens universitários, sabendo deste personagem querido, num certo dia foram entrevistá-lo e logo perguntaram a respeito do segredo de sua permanente alegria. Com um sorriso característico, o velho disse: “Tudo é muito simples! Meu segredo é que aprendi a estar todo e por inteiro onde eu estou e no que eu faço. Quando durmo, eu durmo; quando me alimento, eu me alimento; quando trabalho, eu trabalho. Vocês, em geral, quando estão acordados, querem dormir; quando estão trabalhando, já estão querendo descansar; quando vão estudar, ficam com a cabeça pensando no esporte. Não tem coisa pior do que estar sempre deslocado”.
Estar por inteiro e jogar-se de todo no lugar e na tarefa que nos envolve; dar tudo de si para o momento que se vive; imprimir em tudo as marcas da bondade e do bem; cultivar no presente relacionamentos de solidariedade e cuidados de respeito; saber que colheremos amanhã o que semeamos hoje; ser autêntico no dizer, no ser e no fazer, certamente garantirá uma vida de alegria e rica de sentido.

COMO VENCER UMA GUERRA.


“A Arte da Guerra” é um antigo tratado militar, escrito pelo chinês conhecido como Sun Tzu, quatrocentos anos antes do nascimento de Cristo. Composto por treze capítulos, o tratado tem servido de inspiração para grandes estrategistas militares como Napoleão Bonaparte, Giap e Mao Tse Tung. De um modo geral, Sun Tzu ensina como vencer nas mais diferentes situações, tanto que foi seguido por empresários, políticos e até por técnicos de futebol
A Arte da Guerra pode ser resumida nestas três alternativas: Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada batalha ganha também sofrerá uma derrota. Se você não conhece a si mesmo, nem conhece o inimigo, perderá todas as batalhas.
A existência de cada pessoa já foi definida como uma batalha. O poeta Gonçalves Dias escreveu: “Não chores que a vida é luta renhida, viver é lutar”. Assim sendo faz sentido a recomendação do sábio chinês, no sentido de conhecer a si mesmo e conhecer o inimigo.
Conhecer a si mesmo é a mais difícil das artes, garantiu o filósofo grego Sócrates. E Santo Agostinho comentava: “As pessoas viajam para conhecer outros países, conhecer as montanhas, rios e ilhas, mas não conhecem a si mesmas”. Nós não somos, necessariamente, aquilo que as pessoas dizem. A partir das opiniões dos outros, muitos se envaidecem em demasia, outros afundam na mágoa e tristeza. Somente uma autocrítica profunda nos vai revelar o que realmente somos. Hoje se torna cada vez mais difícil pensar. Tanto mais nesse nosso tempo em que os meios de comunicação pretendem pensar por nós. O ruido e a pressa também se constituem em obstáculos. Somente o silêncio nos propicia um conhecimento melhor de possibilidades, de erros e de virtudes.
Também não é fácil conhecer o inimigo. E aí acontecem dois extremos perigosos, para mais ou para menos. O medo nos induz a superestimar a força do inimigo; o orgulho nos leva a ignorar sua força. As duas alternativas são prejudiciais. A racionalidade possibilita a abordagem das questões de um modo sereno e traçar as necessárias estratégias.
São Francisco de Assis teve uma ótica diferente para a questão. Esta ótica é evangélica, pois Cristo garantiu: aquele que sabe perder, ganha, assinalando a importância do serviço. Para o santo de Assis, o irmão deve sempre estar em primeiro lugar. Esta a fraternidade evangélica. Este ponto de vista sinaliza também o caminho da felicidade para o casamento. Casar não é querer ser feliz, mas querer fazer feliz. A preocupação do esposo é fazer feliz a esposa e vice-versa. As alternativas de Sun Tzu valem também para a vida a dois: se você conhece a si mesmo e conhece o outro, vencerá todas as batalhas.

UMA MEDICINA QUE INCLUI OS POBRES, OUTRA QUE EXCLUI E A OUTRA QUE OS ESMAGA.


Conto uma história e o leitor conclua, porque eu já concluí. Felizmente, este país tem bons advogados. Existe uma medicina que inclui os pobres, outra que os exclui e outra que os esmaga. Dá-se o mesmo com a política e com a religião. Há o imposto justo e o escorchante, o dízimo justo e o escorchante e a medicina justa
e a escorchante.

Em algum lugar deste país um casal está devendo 35 mil reais por um parto porque, enganado por um contrato, pensou que a internação por emergência num hospital de ponta lhe dava direito ao parto. A mãe é portadora de enfermidade que exige cuidados constantes. Foi internada e o parto foi realizado. Não pagou as despesas da internação que achava que sua carteira profissional e sua filiação ao sindicato cobririam. A conta veio implacável.
Eles não têm como pagar. Nem se vendessem tudo o que possuem… Não lhes resta senão recorrer à advocacia do Estado. São e serão inadimplentes. Quanto aos dois médicos que realizaram a cirurgia é de se perguntar se a fariam caso soubessem que o casal é pobre, mas internou-se no hospital errado. É de se perguntar também se perdoariam a dívida. Como não foi nem será o último parto caro realizado por eles, fariam uma doação? Há médicos pobres, mas esses dois não devem ser, posto que atuam naquele hospital de ponta. Perdoarão a dívida? Alguns médicos o fariam, com certeza. Conheço vários deles. No caso mencionado, a causa acabará num tribunal?
Um país que custeia construções gigantescas para uma Copa do Mundo pode ou não pode custear uma operação de alto risco num lugar de ponta para uma mãe pobre? Neste caso, como devem eles proceder? Bons advogados sabem como agir! E há advogados que os defendem de graça. É desta graça que os pobres precisam num país de medicina de alto padrão, mas também de alto preço…

DOMINAÇÃO DA NATUREZA PARA OBTER LUCRO

O Documento Zero da ONU para a Rio+20 é ainda refém do velho paradigma da dominação da natureza para extrair dela os maiores benefícios possíveis para os negócios e para o mercado. Através dele e nele o ser humano deve buscar os meios de sua vida e subsistência. A economia verde radicaliza esta tendência, pois, como escreveu o diplomata e ecologista boliviano Pablo Solón, “ela busca não apenas mercantilizar a madeira das florestas mas também sua capacidade de absorção de dióxido de carbono”. Tudo isso pode se transformar em bônus negociáveis pelo mercado e pelos bancos. Destarte, o texto se revela definitivamente antropocêntrico como se tudo se destinasse ao uso exclusivo dos humanos e a Terra tivesse criado somente a eles e não a outros seres vivos que exigem também sustentabilidade das condições ecológicas para a sua permanência neste planeta.
Resumidamente: “O futuro que queremos”, lema central do documento da ONU, não é outra coisa que o prolongamento do presente. Este se apresenta ameaçador e nega um futuro de esperança. Num contexto destes, não avançar é retroceder e fechar as portas para o novo.
Há, outrossim, um agravante: todo o texto gira ao redor da economia. Por mais que a pintemos de marrom ou de verde, ela guarda sempre sua lógica interna que se formula nesta pergunta: quanto posso ganhar no tempo mais curto, com o investimento menor possível, mantendo forte a concorrência? Não sejamos ingênuos: o negócio da economia vigente é o negócio. Ela não propõe uma nova relação para com a natureza. Antes, move-lhe uma guerra total. Nesta guerra não possuímos nenhuma chance de vitória. Ela ignora nossos intentos. Segue seu curso mesmo sem a nossa presença. Tarefa da inteligência é decifrar o que ela nos quer dizer (pelos eventos extremos, pelos tsunamis etc), defender-nos de efeitos maléficos e colocar suas energias a nosso favor. Ela nos oferece informações, mas não nos dita comportamentos. Estes devem se inventados por nós mesmos. Eles somente serão bons caso estiverem em conformidade com seus ritmos e ciclos.
Como alternativa a esta economia de devastação, precisamos, se queremos ter futuro, opor-lhe outro paradigma de economia de preservação, conservação e sustentação de toda a vida. Precisamos produzir, sim, mas a partir dos bens e serviços que a natureza nos oferece gratuitamente, respeitando o alcance e os limites de cada biorregião, distribuindo com equidade os frutos alcançados, pensando nos direitos das gerações futuras e nos demais seres da comunidade de vida. Ela ganha corpo hoje através da economia biocentrada, solidária, agroecológica, familiar e orgânica. Nela cada comunidade busca garantir sua soberania alimentar, art
iculando produtores e consumidores numa verdadeira democracia alimentar.

VOCÊ JÁ NOTOU OS SINAIS DO FRIO


Este ano, o inverno inicia oficialmente às 20h09 do dia 20 de junho.Hoje.  Mas a natureza, há semanas, se prepara para enfrentar as temperaturas mais baixas. Ao olhar o ambiente ao redor é possível identificar os sinais da proximidade do frio. A seguir, o Correio Sabe-Tudo ajuda a decifrar algumas pistas.
Menos verde - As árvores são as primeiras a mudar de comportamento com a proximidade do inverno. As folhas vão perdendo a cor verde vigorosa e quase não nascem folhas novas. Em muitas espécies, o verde dá lugar ao tom alaranjado e, em seguida, as folhas caem, ainda durante o outono, para economizar energia no inverno, quando há menos luz solar para as plantas fazerem fotossíntese.
Fome e preguiça - assim como nós, os animais gastam mais energia para se aquecer. Por isso, no inverno, eles - e também nós - costumam comer mais. E quem não gostaria de ficar mais um pouco na cama nos dias frios? Certamente não é por falta de vontade que não dormimos mais no inverno, mas porque não podemos em função dos compromissos. Já seu cachorro de estimação pode desfrutar a preguiça sem culpa, pois seu único compromisso é ser fiel a você - e isso nada tem a ver com dormir mais ou menos.
Tapete branco - depois de uma noite fria, em algumas regiões brasileiras, é possível ver uma camada de gelo fina cobrindo o chão. É a geada! Bem mais comum do que a neve no nosso país. A geada se forma no solo, ao contrário da neve, que cai do céu. Quando a temperatura chega perto de zero grau Celsius, o vapor de água que existe em folhas (foto acima) ou troncos se congela, formando um tapete branco. A paisagem fica bonita, mas o gelo queima as plantas.
Pouca luz - Antes, dava para ficar brincando na rua, tranquilo, até depois das 18 horas. Agora, a partir das 17 horas, já começa a escurecer e, às 18 horas, a noite predomina. Quem acorda bem cedo, consegue ver o amanhecer. No inverno, os dias são mais curtos e as noites mais longas, pois o sol nasce mais tarde e se põe mais cedo.
Atmosfera carregada - Conforme o inverno vai se aproximando, menos água do ambiente evapora, pois as temperaturas são mais baixas. É por isso que chove menos. O ar mais seco facilita a concentração da poluição. No céu das grandes cidades, onde há mais carros e indústrias, é possível ver, muitas vezes, uma grande nuvem cinzenta.
Céu azul - com menos umidade, menos nuvens, o que resulta em céu mais azul e limpo. À noite, é possível ver mais estrelas e até alguns planetas, principalmente em lugares com pouca poluição e luzes artificiais.

MEIO AMBIENTE PREOCUPA MAIS

Treze por cento dos brasileiros dizem ter preocupação com o meio ambiente, segundo pesquisa divulgada na quarta 6 pelo Ministério do Meio Ambiente. O percentual é superior ao dobro do registrado há seis anos (6%), mas segue muito baixo pela importância do tema, em especial às vésperas do maior evento mundial sobre clima, a Rio+20, que começa nesta semana no Rio de Janeiro.
De acordo com o levantamento, o meio ambiente está em sexto lugar na lista de preocupações dos brasileiros, atrás de saúde/hospitais (81%), violência/criminalidade (65%), desemprego (34%), educação (32%) e políticos (23%). Há seis anos, o meio ambiente aparecia na 12ª colocação. Em 1992, ano da primeira pesquisa, o tema era sequer citado.
“Isso é resultado de um maior acesso à informação. Mas o meio ambiente também é visto como problema, e não como uma oportunidade”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, ao divulgar os dados.
A pesquisa mostrou ainda os principais problemas ambientais (ao lado) e o maior motivo de orgulho dos brasileiros: as belezas naturais do país. 28% das pessoas dizem que o meio ambiente brasileiro é motivo de orgulho, à frente do desenvolvimento econômico (22%), das características da população (20%), do pacifismo (13%), da cultura (6%) e da qualidade de vida (1%). (Com informações da Agência Brasil)

Os principais problemas
O principal problema ambiental citado pelos brasileiros na pesquisa apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente é, repetindo constatação do primeiro levantamento, o desmatamento de florestas (neste ano, com 67% dos entrevistados). Outros problemas destacados são a poluição de rios e lagoas (por 47% dos ouvidos pela pesquisa), a poluição do ar (36%), o aumento do volume do lixo (28%), o desperdício de água (10%), a camada de ozônio (9%) e mudanças do clima (6%).
Também são citados a extinção de animais/plantas (6%), a falta de saneamento (3%), a poluição por fertilizantes (3%), o consumo exagerado de sacolas plásticas (3%) e a ausência de conscientização ambiental da população (2%).

EMPREGADA DOMÉSTICA: UMA RAÇA EM EXTINÇÃO.

Se você ainda dispõe de faxineira, cozinheira e∕ou lavadeira, considere-se privilegiado. Trata-se de uma categoria em extinção. As políticas sociais do governo Lula, agora implementadas também por Dilma, reduzem cada vez mais o número dessas trabalhadoras que transitam na intimidade de nossas famílias.
Dados do IBGE indicam que o Brasil conta, hoje, com 6 milhões de trabalhadoras domésticas que movimentam R$ 43 bilhões por ano. Por serem poucas e muito disputadas, entre 2002 e 2011 a renda média da categoria cresceu 43,5% acima da inflação, enquanto a renda média das demais categorias subiu 25%.
Apenas 28% das domésticas têm carteira assinada. Recebem em média R$ 508,17 por mês, o que equivale a 80% do salário mínimo (hoje em R$ 622). As que não têm carteira assinada representam 72% das profissionais, e recebem somente R$ 351,43 por mês.
Devido a leis que condenam o trabalho de crianças, há um progressivo “envelhecimento” das trabalhadoras domésticas. Nos últimos anos a idade média delas passou de 35 para 39 anos.
A categoria, agora, entra em extinção. Míngua a nova geração capaz de repor a atual mão de obra doméstica. Nas regiões mais pobres do país as meninas têm, hoje, acesso à escolaridade e preferem outras atividades profissionais.
O número de trabalhadoras no ensino médio quase dobrou entre 2002 e 2011. Passou de 12,7% para 23,3%. Apesar de níveis ainda baixíssimos, a proporção de empregadas com curso técnico ou superior cresceu 85%, saltando de 0,7% para 1,3%.
Se a oferta é sempre mais escassa, a demanda por empregadas domésticas cresce. Daí o progressivo aumento de seus salários e das diárias cobradas por faxineiras.
Por ser uma atividade praticamente invisível, atomizada pelas condições de trabalho, torna-se difícil organizar sindicatos ou associações de trabalhadoras domésticas, o que se reflete na precariedade de seus direitos.
A discriminação tem amparo na própria Constituição Federal. A elas é negada a plena cidadania. O artigo 7º assegura a todos os trabalhadores um total de 34 direitos fundamentais. No entanto, o parágrafo único do mesmo artigo garante às trabalhadoras domésticas apenas 10 desses direitos. Elas estão excluídas de proteções básicas como férias remuneradas, 13º salário, seguro desemprego, seguro acidente, remuneração por horas extras e limite máximo de jornada de trabalho.
Alguns desses direitos têm sido garantidos por legislação infraconstitucional. Há, contudo, resistência ao projeto de emenda constitucional que propõe excluir da Carta Magna o parágrafo discriminatório. Os opositores à emenda alegam que isso viria a encarecer o trabalho doméstico, argumento idêntico ao dos escravistas que se opunham à abolição.

ASMA - TRATAMENTO MELHORA A QUALIDADE DE VIDA.


O tratamento da asma ganha reforço com a oferta gratuita de medicamentos nas farmácias populares de todo o Brasil. A medida visa reduzir o número de internações e óbitos em decorrência da doença. A asma está entre as principais causas de internação hospitalar entre crianças de zero a seis anos. No ano passado, do total de 177,8 mil internações no Sistema Único de Saúde em decorrência da doença, 77,1 mil (43%) foram de crianças com esta idade. Além disso, cerca de 2,5 mil pessoas morrem por ano por causa da asma.
Três medicamentos estão sendo ofertados nas farmácias populares: brometo de ipratrópio, dirpoprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol. Para retirada dos produtos, basta apresentar documento com foto, CPF e a receita médica dentro do prazo de sua validade.
O Brasil é o 8º país no mundo em prevalência de asma. Entre os brasileiros, estima-se a existência de 20 milhões de asmáticos, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia. A doença pode aparecer em qualquer fase da vida, sendo frequente até os 12 anos. Em compensação, quase 70% destes casos tendem a desaparecer na adolescência, segundo os especialistas.
Os principais sintomas da asma são tosse, chiado e opressão no peito e falta de ar. As vias respiratórias do asmático têm uma resposta exagerada quando em contato com determinada substância, denominada alérgeno. Os principais alérgenos são: ácaros, mofo, pólen, fumaça de cigarro, pelos de animais de estimação, exposição ao ar frio. Na presença dos alérgenos, os brônquios se fecham, reduzindo a passagem de ar.
Independentemente da gravidade, a asma precisa sempre ser tratada. Como não tem cura, o tratamento visa manter os sintomas sob controle, prevenir as crises, eliminar ou minimizar as visitas de emergência ao médico ou ao hospital, manter níveis normais de atividade e exercícios físicos, além de preservar a função pulmonar.
Além dos remédios, a higiene do ambiente onde vive o asmático é fundamental para o controle da doença. Sendo assim, recomenda-se evitar o contato com os alérgenos desencadeadores da doença, principalmente dentro de casa. Para isso, manter a casa limpa e bem ventilada; evitar tapetes, cortinas e bichos de pelúcia que acumulam ácaros; tirar o pó com pano úmido; manter os animais de estimação no pátio; evitar o tabagismo e mudanças bruscas de temperatura.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

ONDE HÁ DEMOCRACIA NO MUNDO?


No auge da guerra fria, os EUA impunham intervenções militares onde consideravam que a “democracia” estava em perigo. Tinham primeiro que caracterizar o governo como ditatorial ou que haveria um risco de um golpe que liquidaria a democracia. No Brasil foi assim, como as manchetes da imprensa o comprovam.
Depois da guerra fria as coisas ficaram mais complexas para os EUA. Se consideram que o selo democrático é conquistado conforme os critérios liberais – eleições periódicas, pluralidade partidária, separação dos poderes, imprensa livre (“livre” quer dizer privada), em vários países surgiram e se consolidaram governos que obedecem a esses critérios, mas que desenvolvem políticas que contrariam os interesses norteamericanos.
Uma nova moda surgiu com a visão de Fareed Zakaria (ex-editor do Newswek, atualmente na Time) jornalista nascido na India, naturalizado norteamericano, com a ideia de que há governos que cumprem com os rituais do liberalismo, mas que nao seriam democráticos, porque não incentivam o capitalismo, que seria o habitat natural da democracia. Entre esses governos estariam os da Venezuela, do Irä, da Bolivia, do Equador, entre outros.
Agora um outro politólogo norteamericano, William Dobson, publica um livro na busca dos “neoditadores” e a imprensa daqui, colonizada, reproduz imediatamente a lengalenga deles. Significativamente a preocupação “democrática” dele se volta justo para países cujos governos tem antagonismos com os EUA: Irä, Venezuela, Russia, China. Para ficar evidente que seu problema não é com o sistema politico ou a estrutura social – democráticos ou nao -, mas com as posições politicas e ideológicas desses governos.
Nem pensar em países como a Arábia Saudita, o Kuait, o Yemen, o Marrocos, o Afeganistao, o Iraque, Honduras, entre outros, que não têm nada de democráticos, nem pelos estreitos critérios liberais. Mas que são aliados incondicioonais dos EUA. Não é democrático quem é nacionalista, quem desenvolve políticas internas de caráter popular, quem não se subordina aos interesses dos EUA.
Emir Sader 

US$ 30 BILHÕES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL





O G77+China pretende criar, durante a Rio+20, um fundo para financiar o desenvolvimento sustentável dos países emergentes. Em coletiva à imprensa, no Rio Centro, sede do evento, o negociador-chefe do Brasil na Conferência, embaixador Luiz Figueredo Machado, disse que a expectativa é que o fundo movimente US$ 30 bilhões. 
Segundo o negociador-chefe, a proposta visa facilitar a implementação dos compromissos que serão firmados durante a Rio+20, que se estenderá até o dia 22. “Essa é uma proposta que conta com respaldo do grupo e faz parte da negociação que está sendo conduzida”, afirmou.

RIO + 20

As cúpulas das Nações Unidas costumam mesclar objetivos louváveis com magros resultados. Vinte anos depois da Cúpula da Terra de 1992, está claro que aquela assombrosa aparição de uma consciência global climática não produziu a mudança que se esperava. A situação é particularmente crítica hoje que os líderes mundiais parecem demasiado ocupados com a crise para ter um olhar mais estratégico. Barack Obama, Angela Merkel e David Cameron já anunciaram que não irão ao Rio de Janeiro: o desenvolvimento sustentável figura apenas em seus discursos.
Com este panorama de fundo, os Objetivos do Milênio de Desenvolvimento Sustentável para 2015 parecem cada vez mais inatingíveis.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

COMO ESTÁ O SEU HUMOR?


Há consenso entre as pessoas de bom senso, afirmando que os programas de humor dos meios de comunicação já não produzem mais efeito. A partir da constatação perguntamos: será que o bom humor desapareceu de nossa cultura? Será que a sofisticada complexidade da vida atual não está mais conseguindo jeitos e palavras que façam rir com gosto? Ou não será por que as apelações de humor tenham baixado o nível, beirando a vulgaridade? 
Mais do que nos deter numa avaliação dos programas de humor de nossos meios de comunicação social, penso ser necessário pensar no bom humor como um componente de nosso viver e de nossas relações. Num programa interativo de uma emissora um ouvinte contou sua experiência de vida: “Quando eu acordo pela manhã, eu tenho duas opções a fazer: começar o dia bem-humorado ou mal-humorado. Sempre faço a escolha do bom humor. Quando consigo vivê-lo, meu trabalho não cansa, meus relacionamentos são agradáveis e meu dia se torna leve. Quando me fecho nos ranços da vida, meu dia fica insuportável e sinto que as pessoas me evitam”.
Dizem os entendidos que o humor é uma disposição afetiva básica, cujas variações entre uma tonalidade agradável ou desagradável, seriam sustentadas por uma regulação neuro-humoral. As circunstâncias que envolvem a pessoa, ou que a pessoa cria a seu redor, facilmente vão alterando ou modificando o humor. Há sempre em nós a tendência para o sentido depressivo ou o sentido expansivo. Só um intenso cultivo de maturidade pode manter a pessoa, normalmente, bem-humorada.
O terreno por onde se movimenta o humor é muito diverso e vasto. Em geral, humor é visto como a capacidade de valorizar o cômico, o pitoresco, o absurdo, o insólito de certos aspectos da realidade. Fala-se também do humorismo como a veia cômica que leva autores produzirem obras literárias e artísticas atraentes. Joga-se para dentro do mundo do humor também o sarcástico e o grotesco. Porém, não se pode confundir nem reduzir o humor apenas a isso.

PURA CASCATA OU CPI DO ESCÁRNIO.

Escárnio s.m. 1- o que é feito ou dito com intenção de provocar riso ou hilaridade acerca de alguém ou algo; caçoada, troça, zombaria 2- atitude ou manifestação ostensiva de desdém, de menosprezo, por vezes indignada 3- aquilo que é objeto de desdém, ironia ou sarcasmo (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).
A CPI do Cachoeira ameaça, com perdão da redundância, se transformar em pura cascata... A impressão que se tem é de mero palanque para políticos em busca de holofotes.
A função precípua – apurar a extensa malha de corrupção envolvendo empresas privadas, empresas de fachada (“laranjas”) e poder público – não se sobressai como prioridade e empenho da maioria dos parlamentares responsáveis pelo inquérito.
Tudo que se sabe, até agora, é graças à investigação da Polícia Federal. Felizmente ela vazou e ficamos a par das conversas telefônicas entabuladas à sombra da ilegalidade. E de como mandatos senatoriais são monitorados pelo crime organizado.

Não demora, Cachoeira volta às ruas. Como tantos corruptores e corruptos cujas façanhas assombraram a nação e, no entanto, encontraram em nosso falido sistema judiciário, feito para assegurar imunidade e impunidade à Casa Grande e punir a senzala, brechas para não pagar por seus crimes, e muito menos devolver aos cofres públicos a dinheirama surrupiada.
Os governadores suspeitos deveriam se adiantar à CPI e se prontificar a depor e abrir o sigilo de suas contas bancárias e ligações telefônicas. Esta a atitude que se espera de um estadista que zela por seu nome e reafirma sua postura ética. A política é a mais pública das atividades humanas e deveria estar respaldada na transparência de quem se reveste de um mandato concedido pelo voto popular.
A CPI não tem poder para quebrar o silêncio dos depoentes. Todos haverão de entrar mudos e sair calados. Porém, é-lhe facultado o direito e o dever de investigar, cruzar informações, analisar processos e quebrar sigilos telefônicos e bancários.
Resta saber se ela está interessada em sanar a vida pública brasileira de agentes e políticos criminosos ou apenas fingir investigar o que não convém apurar e a quem não se deve incriminar.

OBRIGADA, PRESIDENTE

A muitos chocou ver Dilma em companhia de Collor e Sarney. Porém, ao observador mais atento não escapa o alcance do gesto. Trata-se de um preito de fidelidade à democracia e à liberdade. Mesmo se os que isso representam não são afinados ideologicamente com seu governo.
Nas mãos da Comissão da Verdade, uma tarefa árdua, porém bela: mergulhar nos porões dos anos de chumbo, a fim de investigar o paradeiro dos desaparecidos durante este tempo. Trata-se de expor à luz do dia aquilo que a sombra e a mentira procuraram esconder. Assim fazendo, a Comissão poderá prestar um imenso serviço às novas gerações de brasileiros. E poderá, sobretudo, devolver a paz e a serenidade às famílias e amigos que têm que lidar constantemente, cotidianamente, com a angústia de uma ausência insepulta.
Explicitando os objetivos da Comissão, a presidente afirmou: “O grupo deve esclarecer casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres.” Radiografar o movimento que colocou o país sob o regime do terror e do medo, iluminar todos os processos que se encontram escondidos nas sombras da ambiguidade e da tergiversação, eis o que se espera da Comissão criada em 16 de maio.
Parece importante repetir para que não seja esquecido. Não se trata aqui de canonizar a vingança, o ódio. Nem se programa uma repetição da violência que já fez derramar tanto sangue e tantas lágrimas. Ao contrário, a motivação profunda na criação desta Comissão é ajudar o povo brasileiro a caminhar para um verdadeiro processo de reconciliação.
Pois não existe reconciliação possível se a verdade continua cativa da injustiça e amordaçada por um silêncio ignóbil. Não é possível caminhar para um processo maduro e sereno de recuperação da paz se as vítimas não puderem chorar seus mortos, saber onde estão, dar-lhes sepultura e inscrever seus nomes para sempre na memória que tece a trama da história.
Se não for buscada a verdade a todo custo e com todo empenho, o país continuará devedor das vítimas e de sua memória ferida, de seus familiares perpetuamente enlutados. Sua história não estará ainda passada a limpo. Pelo menos não totalmente.
Naquele tempo, Jesus de Nazaré encontrava-se diante do representante de César, a um passo da morte. Após declarar que viera ao mundo para dar testemunho da verdade e que todo aquele que era da verdade ouvia a sua voz, escutou a pergunta: “O que é a verdade?”
A resposta foi o silêncio. Diante da pergunta que revelava a não escuta da revelação anterior era inútil falar e insistir. Silenciosamente o Cordeiro de Deus selou seu destino testemunhando a Verdade com a paixão e morte de cruz. Mas aqueles que o viram morto e depois o experimentaram vivo entenderam que a verdade estava com ele e passaram a ser suas testemunhas. E proclamaram aos quatro cantos do mundo o poder libertador dessa verdade.
Assim esperamos que aconteça com a recém-criada Comissão da Verdade. Que não recue, que não tema, que avance com coragem e firmeza em sua importante tarefa. O Brasil merece a devolução de sua história saneada pela verdade que liberta. A Comissão da Verdade é a condição de possibilidade de que isso aconteça. Obrigada, presidente.

CONQUISTAR DIREITOS É DEFENDER A VIDA

A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou na semana passada que as mudanças climáticas podem obrigar o deslocamento de até um bilhão de pessoas nos próximos 40 anos. Não há nem como dimensionar os efeitos dessa migração. Com certeza serão devastadores, porque nenhum país ou continente tem estrutura para receber tantas pessoas.
É possível, porém, imaginar o sofrimento que essas pessoas enfrentarão, tendo de voltar as costas para sua gente, sua terra, sua história. E tudo isso em nome da sobrevivência.
Estima-se que atualmente em torno de 200 milhões de pessoas no mundo já vivam distante de seus locais de origem. Elas se deslocam para fugir de conflitos armados, de tragédias climáticas, da fome e da sede e, em muitos casos, da absoluta ausência de perspectivas.
Esse drama não está longe da nossa realidade. Basta lembrar, que somente Caxias do Sul recebe por mês em torno de 50 famílias de migrantes. Na quase totalidade, vêm em busca de trabalho e, com ele, de uma nova vida. E essas 50 atraem outras tantas famílias, de parentes e conhecidos, num ciclo que esvazia regiões do interior e incha, cada vez mais, médias e grandes cidades.
Há exemplos históricos de migrações que deram certo. Os europeus que colonizaram áreas do Rio Grande do Sul se incluem nesses casos. Mas mesmo para eles os desafios foram gigantescos, não raras vezes fatais. É fundamental oferecer condições para que ninguém tenha de abandonar suas origens a procura de uma nova esperança. E isso depende exclusivamente dos governantes. É um direito de cada cidadão escolher aonde quer viver. Conquistar direitos é defender a vida.

REFLEXÃO


Devemos refletir. E reflexão é isso: voltar-se, retratar-se, traduzir, repetir-se, ecoar, repercutir-se, transmitir-se, considerar, ponderar, pensar, raciocinar ou pensar com madureza.
Geralmente a palavra refletir é associada à reprodução de uma imagem em um espelho ou material polido. E reflexão não deixa de ser isso. Afinal quando refletimos sobre algo, é como se o colocássemos à nossa frente analisando cada detalhe.
Contudo, essa análise deve ser profunda, consciente e analítica. E isso deve envolver todas as coisas: à nossa volta e em nosso interior.
Não podemos ser meros expectadores, debruçados no muro da vida, vendo ela passar.
É preciso parar para reflexões constantes sobre nosso proceder (pensamentos, gestos, palavras e ações), sobre o que nos falam, o que nos aconselham, sobre as coisas que acontecem à nossa volta, enfim, sobre tudo que nos envolve.
É preciso refletir sobre tudo, vendo em cada detalhe algo de significativa importância para a construção e evolução de nosso eu.
Agora, de nada adianta refletir, se não realizamos as mudanças ou ajustes necessários em conseqüência de nossas reflexões.

CASAMENTO...PODE SER O CÉU OU O INFERNO.



Las Vegas é a maior cidade do estado americano de Nevada. Com uma população superior a 500 mil habitantes, é famosa por seus cassinos, os mais imponentes do mundo, uma explosiva mistura de dinheiro e sexo. Las Vegas também é conhecida pela facilidade com que faz e desfaz casamentos. A cada ano acontecem na cidade cerca de 100 mil casamentos. Descontado o dinheiro para a festa e a ostentação, o ato pode ser realizado ao custo 70 dólares. Os promotores dispõem de supostas igrejas, abertas das 8 horas até meia-noite. A mesma facilidade em realizar casamentos é oferecida a quem quiser terminar o casamento. Foi Las Vegas que inovou possibilitando o divórcio via internet.
Em relação ao casamento, parece que tudo já foi dito e experimentado. Pode ser céu ou inferno, pode significar uma vida rotineira, pode ainda ser considerado uma loteria. E as experiências dos outros parecem não contar, nem no acerto, nem nos erros. O ritual, de um lado preserva antigas tradições, o vestido branco da noiva, o buquê, as alianças até o tradicional arroz. Existem ingredientes novos com os noivos dando seu sim em castelos ou à beira de lagos, com os menores detalhes levados ao mundo inteiro pelos meios de comunicação.
Beverley Watson compara o casamento a um livro cujo primeiro capítulo é escrito em versos, os demais em prosa. É, mais ou menos, aquilo que o povo garante: o casamento acontece no céu, mas é vivido na terra.
Depois de tantos fracassos e tragédias, o bom senso sugere um cuidado maior no casamento, sem dúvida nenhuma, o gesto mais significativo da vida. A Bíblia garante que são duas vidas que se tornam uma só vida. E isso implica imensa responsabilidade em relação a outra pessoa. Ninguém tem o direito de decepcionar e comprometer o futuro de outra pessoa. Casar é um gesto de total doação, garantido apenas pelo amor e pela responsabilidade.
É uma arquitetura humana e divina. A Palavra de Deus fala em construir sobre a rocha e nesta construção devem entrar os componentes divinos e humanos. É por isso que existem as instituições do namoro e do noivado.  É um ponto onde ninguém pode errar. Ser feliz não é questão de sorte ou azar. Felicidade não é loteria que, por acaso, um casal, sem mérito algum, ganha. A felicidade é construída no dia a dia. Ser feliz não é um direito, mas obrigação de todos os noivos. E isso depende da correta preparação. Existem causas e consequências. E como é praticamente impossível remediar, é inteligente prevenir. Prevenir é evitar as armadilhas e caminhar para o casamento com um projeto consciente e definido.

VOLTAMOS A SER A 7ª ECONOMIA DO MUNDO

Reflexo direto da baixa ascensão econômica do primeiro trimestre de 2012, o Brasil voltou a ocupar a sétima posição entre as maiores potências do planeta (chegou a ser a 6ª). Esse ranking continua sendo liderado pelos Estados Unidos (PIB de US$ 15 trilhões). Na sequência vêm: China (US$ 7,2 tri), Japão (US$ 5,8 tri), Alemanha (US$ 3,5 tri), França (US$ 2,7 tri), Reino Unido (US$ 2,4 tri) e Brasil (US$ 2,3 tri).

ATENÇÃO: FRATURAS DEVERÃO AUMENTAR 30%


 Estudo inédito da Fundação Internacional de Osteoporose (IOF, na sigla em inglês) revela: um em cada cinco brasileiros tem osteoporose. A pesquisa, apresentada em um recente congresso que reuniu especialistas de toda a América Latina em São Paulo, também atesta que, até 2050, as fraturas provocadas pela doença devem aumentar mais de 30%, em função do envelhecimento da população.
As mulheres são as principais vítimas. Enquanto 16% dos homens com mais de 60 anos têm osteoporose, uma em cada três mulheres dessa faixa etária é vítima do problema. A osteoporose é mais frequente na menopausa e muitas vezes não apresenta sintomas.
A osteoporose enfraquece os ossos e facilita a ocorrência de fraturas, que prejudicam a qualidade de vida do paciente. As fraturas mais comuns lesionam a coluna vertebral e o quadril. As que atingem o quadril são a maior causa de sofrimento, incapacidade e morte prematura de idosos. Vários estudos internacionais mostram que cerca de 20% dos que sofrem fratura no quadril morrerão dentro de um ano após a cirurgia por problemas relacionados, como infecção. A maioria dos que sobrevivem torna-se deficiente e perde a capacidade de viver uma vida produtiva e independente, segundo dados do relatório mundial. No Brasil, ocorrem hoje 120 mil fraturas de quadril por ano. Esse número deve aumentar em 16% em 2020 e em 32% em 2050, conforme as projeções.
Para checar a saúde do esqueleto, os médicos recomendam que se faça um exame: densitometria óssea. O ideal é a mulher se submeter à primeira densitometria ao perceber os sinais iniciais da menopausa, normalmente entre os 40 e 50 anos. Os seguintes, o médico deverá determinar, dependendo do resultado do primeiro. Os homens também devem ir ao médico, informar-se sobre seus riscos para poder prevenir.
No Brasil, a osteoporose atinge 10 milhões de pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde, que, desde o ano passado, lançou uma campanha com a meta de reduzir em 2% ao ano a taxa de internação hospitalar por fratura de fêmur em pessoas idosas. A campanha é voltada para a prevenção, da infância à velhice.
Os médicos costumam dizer que a osteoporose deveria ser encarada como um problema do pediatra e não do geriatra. Isso quer dizer que os ossos precisam ser reforçados desde a infância, com leite, sol moderado e com proteção, e atividade física de impacto.

AS SETE MARAVILHAS TERÃO MARCA GLOBAL



Os países, donos das sete maravilhas mundiais da natureza, vão trabalhar em conjunto na promoção turística, para fazer dos sete destinos uma marca global. De início, cada uma das maravilhas irá incorporar à sua publicidade as imagens das demais, enquanto os representantes estudam a criação de roteiro turístico integrado.
A decisão foi tomada, no Paraná, pela fundação suíça New Seven Wonders e pelos representantes das maravilhas naturais, que, além das Cataratas do Iguaçu (Brasil e Argentina), incluem a Amazônia, a ilha de Jeju, na Coreia do Sul, o rio subterrâneo de Puerto Princesa, nas Filipinas, a baía de Halong, no Vietnã, o Parque Natural de Komodo, na Indonésia, e a Montanha da Mesa, na África do Sul. As sete maravilhas foram escolhidas em 2011.

AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO


Das 6.000 línguas conhecidas, 200 já desapareceram
 Não são apenas espécies animais e vegetais que andam ameaçados de extinção atualmente. Outros organismos, estes culturais, também correm sério risco de desaparecer do planeta: as línguas. Ao longo das três últimas gerações, das cerca de 6.000 línguas conhecidas, 200 já desapareceram, segundo estudo da Unesco Esse destino pode ser seguido por vários outros idiomas: 538 estão em situação crítica, 502 seriamente ameaçados, 632 sob ameaça e 607 em estado vulnerável.
O Kusunda, idioma do Nepal, integra a lista dos criticamente ameaçados, mas pode ser salvo graças ao interesse de um estudioso nepalês de 27 anos, que se dispôs a assumir a tarefa de manter viva esta língua, própria de uma tribo florestal que deixou a vida nômade há poucas décadas.
Gyani Maiya Sem, uma aldeã de 75 anos, é a última falante conhecida do kusunda. Os filhos de Gyani até sabem pronunciar algumas palavras, mas ela é a única capaz de manter uma conversa fluente, e isto em teoria, já que até agora não tinha com quem praticar. Ela costumava falar em kusunda com sua mãe, morta há 25 anos. Elas usavam o idioma apenas quando precisavam dizer algo sem que as demais pessoas presentes entendessem, como uma espécie de código secreto.
Agora, o jovem Gautam Bhojraj vai falar, e aprender, com Gyani o kusunda. O estudioso tentou encontrar outros falantes da língua no oeste do Nepal, mas não teve sucesso. “Algumas pessoas conhecem palavras do idioma, mas só Gyani Maiya pode falar bem”, lamenta o pesquisador. O povo kusunda, uma vez fora das florestas e estabelecidos em povoados, deixaram de falar sua língua e não a ensinaram para seus filhos porque o resto da sociedade desprezava sua origem florestal.

CRÉDITO A AGRICULTURA FAMILIAR

 O governo vai disponibilizar R$ 18 bilhões para crédito de custeio e investimento à agricultura familiar na safra 2012/2013. O anúncio, feito pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, é resultado do 18º Grito da Terra Brasil, encerrado na quinta 31. O detalhamento dos recursos será divulgado neste mês, no anúncio de plano safra. “Mais R$ 4 bilhões devem chegar aos agricultores familiares por meio de outros programas”, diz Pepe.
As respostas do governo aos 138 itens de reivindicações da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) foram apresentadas pela presidente Dilma Rousseff. Ela determinou o descontingenciamento de R$ 300 milhões para assistência técnica. Com a última medida, os recursos para a modalidade chegam a R$ 542 milhões. “Nesse ano, a minha prioridade será a assistência técnica. Essa será a minha obsessão”, enfatiza a presidente.
O presidente da Contag, Alberto Broch, disse que é preciso analisar as respostas. “Os trabalhadores rurais saíram satisfeitos em parte com o que ouviram”, afirmou. Contudo, outros pontos não avançaram. “Para a reforma agrária, os movimentos sociais ligados ao campo pediam pelo menos mais R$ 500 milhões para desapropriações”, destacou.


quarta-feira, 6 de junho de 2012

DIA DOS NAMORADOS É UMA DATA ESPECIAL.


Seu surgimento foi em homenagem aos deuses Juno e Lupercus, conhecidos como os protetores dos casais. No dia 15 de fevereiro, faziam uma festa a estes, agradecendo a fertilidade da terra, os rapazes colocavam nomes de moças em papeizinhos para serem sorteados. O papel retirado seria o nome de sua esposa.
Como muitos casais apaixonados eram impedidos por suas famílias de casarem-se, um padre de nome Valentino passou a realizar matrimônios às escondidas, quando os casais fugiam, para que não ficassem sem receber as bênçãos de Deus.
Com isso, o dia 14 de fevereiro passou a ser considerado o dia de São Valentin (Valentine’s Day), em homenagem ao padre, sendo comemorado nos Estados Unidos e na Europa como o dia dos namorados.
A divulgação da data no Brasil foi feita pelo empresário João Dória, que havia chegado do exterior. Representantes do comércio acharam uma ótima ideia para aquecer as vendas e escolheram o dia 12 de junho para ser o dia dos namorados em nosso país. A data foi escolhida às vésperas do dia de santo Antônio, o santo casamenteiro.
As pessoas apaixonadas costumam presentear seus namorados ou cônjuges, a fim de mostrar todo o amor que sentem.
Nessa data, os casais saem para trocar presentes e comemorar, com um jantar romântico, a paixão que sentem um pelo outro, a afetividade e o amor, como forma de agradecer o companheirismo e a dedicação entre ambos.
Mas existem várias formas de comemorar o dia dos namorados. Mandar flores, cestas de café da manhã, uma cesta de happy hour para degustarem juntos, mensagens por telefone, serenatas, fazer uma pequena viagem, passar um dia em uma casa de relaxamento (SPA), dentre outras.
O importante é usar a criatividade e o romantismo!

terça-feira, 5 de junho de 2012

MEDOS E PERIGOS QUE NOS ATORMENTAM



Dionísio (430 a 367 a.C), governante de Siracusa, residia num magnífico palácio. Cercado de bosques, o castelo oferecia todo o conforto e o luxo que o dinheiro pode dar. Num misto de admiração e inveja os amigos elogiavam a riqueza e o seu bom gosto Um dos palacianos, Dâmocles, era o mais pródigo em elogios e sempre concluía: você realmente é feliz.
Certo dia, Dionísio mandou chamar Dâmocles e lhe disse: quero que partilhes de minha felicidade. Por um dia poderás usufruir de todas estas riquezas. Dâmocles não acreditava em tamanha sorte e começou a visitar as magníficas salas do palácio e seus tesouros. No entanto, em meio a um esplêndido banquete, Dâmocles ergueu os olhos e sobre ele estava uma cortante espada, suspensa por uma frágil crina de cavalo. A qualquer momento poderia cair e decepar sua cabeça. A partir dessa constatação, perdeu o apetite e tratou de abandonar o castelo e suas riquezas o quanto antes.
Esta história pode se repetir com cada um de nós. A espada de Dâmocles pode estar suspensa sobre nossa cabeça, tirando-nos a alegria de viver. Na realidade, muitas destas espadas são imaginárias, frutos do medo. E com isso não usufruímos aquilo que a vida nos oferece.
Para uns, essa espada ameaçadora se chama futuro. O que será do dia de amanhã? E com isso esquecemos de viver intensamente o momento que passa. A espada tem outros nomes: ganância e avareza. Não usamos o dinheiro e os bens que estão a nosso dispor, preocupados com o dia de amanhã. A inveja também é ameaçadora e com ela nos sentimos ofuscados pelo sucesso alheio. Existem ainda os que vivem atormentados pelas doenças que podem acontecer. Outros temem o fracasso e por isso fogem das oportunidades.
Todas estas espadas são imaginárias, mas seus efeitos são reais. Nos fazem perder a alegria de viver e povoam nossa vida de fantasmas.
Contra todas essas espadas ameaçadoras existe um seguro. É a confiança num Deus que é Pai e providência. Um Deus que cuida as aves do céu e os lírios do campo, mas cuida sobretudo de seus filhos e filhas. A frase: “Não tenham medo” figura dezenas de vezes no Evangelho.
O maior adversário está dentro de nós. Assim como a maior força reside em nós. Deixe que Deus assuma as rédeas de sua vida e Ele o levará ao território da segurança e da felicidade. Ele quer que seus filhos e filhas sejam felizes, já aqui nesta vida.

IMAGINE SÓ: COMER PAPEL...

Um dia destes,  vi e vivi um fato como nunca havia imaginado. Participando de um programa de rádio, coordenado por famoso comunicador, presenciei uma entrevista dele com uma menina de seis anos. A idade já era um fator que chamava atenção, a presteza nas respostas mais ainda e o assunto da entrevista era simplesmente dramático.
A reação dos ouvintes foi imediata. A presença dos funcionários da rádio também confluía para o local e a atenção de todos foi grande. Qual a razão desta curiosidade e mobilização? O quadro geral descrito pela menina foi um inédito cenário de cinema.
Acompanhavam a menina a mãe, em lágrimas, e mais dois irmãozinhos. Tudo começou quando o pai e marido os abandonou num barraco em ruínas. Por pior que fosse, ao menos era um recanto de proteção, mas por não pagarem mais o aluguel foram despejados pela justiça injusta.
No desalento e na miséria, a fome começou a atormentar a mãe e as crianças. Daí vem o assunto da menina entrevistada. Depois de um dia sem qualquer alimento, passando a noite em companhia da fome, acordou de manhã para ir à escolinha do bairro e não tinha sequer um pedaço de pão. Por eventualidade, a menina de seis anos encontrou uma revista que trazia, numa das páginas, a fotografia de uma lasanha.
A imaginação da menina, aguçada pela fome e atraída pela oferta e a beleza da propaganda, não hesitou em rasgar a página para começar a comê-la, como se estivesse se alimentando da lasanha. Por desgraça, o papel e a tinta provocaram nela uma intoxicação e a criança, além da fome, ficou muito mal.
Escutando e vendo o desembaraço da menina na hora da entrevista, o fato se tornou motivo de comentários amplos em muitos ambientes e meios de comunicação. Sorte que a boa fama do comunicador e a situação comovente criaram uma reação positiva que resultou em ajuda imediata e encaminhamentos de acolhida e socorro.
Este episódio, por ser inédito, chama atenção! Ao mesmo tempo se faz sentir o desafio para situar as raízes profundas destas problemáticas e as possíveis soluções, como: o investimento na educação da liberdade na responsabilidade, o resgate da família como santuário da vida, a atenção à problemática social que continua desencadeando a cultura da morte, a retomada da política conforme a sua natureza, o apoio aos mecanismos de inclusão social e, acima de tudo, a educação e a prática da solidariedade.
Graças a Deus, ainda existe sensibilidade pelos dramas humanos no meio de nosso povo. Importa, como nunca, organizar, com seriedade e determinação, a caridade como serviço em favor da vida e como caminho de mudança, onde o pobre não é mais atendido por “pena”, mas por direito e por acreditar que ele possa ser sujeito de sua história.

CUIDAMOS DO QUE AMAMOS, AMAMOS O QUE CUIDAMOS


Sustentável é uma realidade que consegue se manter, se reproduzir, conservar-se à altura dos desafios do ambiente e estar sempre bem. A sustentabilidade funda um paradigma que deve se realizar em todos os âmbitos do real.
Para que a sustentabilidade realmente ocorra, especialmente quando entra o fator humano, capaz de intervir nos processos naturais, não basta o funcionamento mecânico dos processos de interdependência e inclusão. Faz-se mister outra realidade a se compor com a sustentabilidade: o cuidado. Ele também funda um novo paradigma.
Antes de mais nada, o cuidado constitui uma constante cosmológica. Se as energias originárias e os elementos primeiros não fossem regidos por um sutilíssimo cuidado para que tudo mantivesse a sua devida proporção, o universo não teria surgido e nós não estaríamos aqui escrevendo sobre o cuidado. Nós mesmos somos filhos e filhas do cuidado. Se nossas mães não nos tivessem acolhido com infinito cuidado, não teríamos como buscar o nosso alimento. O cuidado é aquela condição prévia que permite um ser vir à existência. É o orientador antecipado de nossas ações para que sejam construtivas e não destrutivas.
Em tudo o que fazemos, entra o cuidado. Cuidamos do que amamos. Amamos o que cuidamos. Hoje, pelos conhecimentos que temos acerca dos riscos que pesam sobre a Terra e a vida, se não cuidarmos, surge a ameaça de nosso desaparecimento como espécie, enquanto a Terra, empobrecida, seguirá, séculos afora, seu curso pelo cosmos. Até que surja um outro ser dotado de alta complexidade e cuidado, capaz de suportar o espírito e a consciência.
Resumimos os vários significados de cuidado construídos a partir de muitas fontes que vêm da mais alta antiguidade, dos gregos, romanos, passando por Santo Agostinho e culminando em Martin Heidegger, que veem no cuidado a essência mesma do ser humano, no mundo, junto com os outros e voltado ao futuro. Identificamos quatro grandes sentidos, todos mutuamente implicados.
1º: cuidado é uma atitude de relação amorosa, suave, amigável, harmoniosa e protetora para com a realidade, pessoal, social e ambiental.
Metaforicamente podemos dizer que o cuidado é a mão aberta que se estende para a carícia essencial, para o aperto das mãos, com os dedos que se entrelaçam com outros dedos para formar uma aliança de cooperação e a união de forças. Ele se opõe à mão fechada e ao punho cerrado para submeter e dominar o outro.
2º: cuidado é todo tipo de preocupação, inquietação, desassossego, incômodo, estresse, temor e até medo face a pessoas e a realidades com as quais estamos afetivamente envolvidos e por isso nos são preciosas.
Esse tipo de cuidado acompanha-nos em cada momento e em cada fase de nossa vida. É o envolvimento com pessoas que nos são queridas ou com situações que nos são caras. Elas nos trazem cuidados e nos fazem viver o cuidado existencial.
3º: cuidado é a vivência da relação entre a necessidade de ser cuidado e a vontade e a predisposição de cuidar, criando um conjunto de apoios e proteções (holding) que torna possível esta relação indissociável, em nível pessoal, social e com todos os seres viventes.
O cuidado-amoroso, o cuidado-preocupação e o cuidado-proteção-apoio são existenciais, vale dizer, dados objetivos da estrutura de nosso ser no tempo, no espaço e na história, como tem nos mostrado Winnicott. São prévios a qualquer outro ato e subjazem a tudo o que empreendermos. Por isso pertence à essência do humano.
4º: cuidado-precaução e cuidado-prevenção constituem aquelas atitudes e comportamentos que devem ser evitados por causa das consequências danosas previsíveis (prevenção) e aquelas imprevisíveis pela insegurança dos dados científicos e pela imprevisibilidade dos efeitos prejudicais ao sistema-vida e ao sistema-Terra (precaução).
O cuidado-prevenção e precaução nascem de nossa missão de cuidadores de todo o ser. Somos seres éticos e responsáveis, quer dizer, nos damos conta das consequências benéficas ou maléficas de nossos atos, atitudes e comportamentos.
Como se deduz, o cuidado está ligado a questões vitais que podem significar a destruição de nosso futuro ou a manutenção de nossa vida sobre esse pequeno e belo planeta. Só vivendo radicalmente o cuidado garantiremos a sustentabilidade necessária à nossa Casa Comum e à nossa vida.