quarta-feira, 27 de junho de 2012

CERCAS UNEM TERRITÓRIOS


Em 3.800 propriedades rurais, rios são protegidos por 1.212 km de cercas
 Em 3.800 propriedades rurais da Bacia do Paraná 3 (BP3), em 29 municípios do Oeste paranaense, cercas separam a faixa de proteção de rios, riachos e córregos das áreas de plantio e de pecuária. Já são 1.212 quilômetros de cercas de arame, instaladas a uma distância de 30 metro dos cursos d’água, conforme a legislação exige.
A nova legislação reduz a exigência de faixa mínima de proteção de acordo com o tamanho da propriedade. Por entender a importância da preservação das áreas às margens dos rios, a grande maioria dos proprietários agrícolas da região está inserida nas mudanças no Código Florestal.
Os técnicos de Itaipu estimam que menos de 5% dos mais de 33 mil proprietários rurais da região fazem restrição às cercas e à recuperação da mata ciliar. “A boa aceitação se deve ao fato de que os agricultores estão cada vez mais conscientes da importância da preservação ambiental, tendo em vista as grandes estiagens que a região tem passado”, diz Gilmar Secco, gerente do Departamento de Interação Regional da Itaipu.
A conscientização dos agricultores “desmistifica a sensação de que o mato à margem de rios e córregos provoca perda de áreas para plantios”, observa Secco. “Os agricultores passam a entender que um solo bem conservado e produtivo é mais importante do que agregar à área de lavoura alguns metros da mata ciliar”, emenda.
Para o gerente de interação, no Brasil, a situação da Bacia do Paraná 3 é privilegiada. A colocação das cercas em propriedades rurais, para proteger a mata ciliar, faz parte dos convênios assinados entre Itaipu e os parceiros para a recuperação e a conservação ambiental de 95 das 130 microbacias beneficiadas pelo programa na região. Em 35 delas o trabalho já foi concluído.
Exemplo - Na prática, o trabalho de preservação mostra resultados nos rios da região. O rio Pacuri, em Santa Helena, por exemplo, já está com maior volume de água. Mas Gilmar Secco lembra que o resultado não aparece de imediato, é colhido com um trabalho de longo prazo.
É o que se vê na faixa de proteção do reservatório de Itaipu, 34 anos depois. Ali, desde 1979, Itaipu plantou mais de 23 milhões de mudas, produzidas em seus próprios viveiros. Essas mudas foram utilizadas especialmente para recompor áreas degradadas por atividades agropecuárias. Atualmente, falta reflorestar menos de 2% da faixa de proteção. A Itaipu protege atualmente mais de 100 mil hectares de florestas, tanto na margem brasileira como na margem paraguaia.

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