quarta-feira, 27 de junho de 2012

TODOS ESPERAM UM MODELO MELHOR DE PEDÁGIO



Se havia dúvidas sobre a intenção do governo Tarso Genro em mudar o atual modelo de concessões de rodovias, elas foram desfeitas na semana passada, quando a Assembleia Legislativa aprovou a criação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), que será responsável pela administração de pedágios comunitários em rodovias gaúchas. O resultado significa ainda o cumprimento de promessa de campanha.
Apesar dessas etapas vencidas, permanecem pontos nebulosos. Um deles: a EGR gerenciará apenas o modelo comunitário de pedágios? Ao admitir parcerias público-privadas e mesmo a licitação de trechos de rodovias para empresas privadas, o governador acena com possibilidades distintas. Um fato, porém, é inquestionável: o Rio Grande do Sul não dispõe de recursos financeiros sequer para manter sua malha rodoviária, muito menos para ampliá-la. E isso vale mesmo em caso de adoção de pedágios comunitários, porque determinadas estradas não têm capacidade para arrecadar além do suficiente para a conservação.
Este tema avançará pelos próximos meses e dúvidas deverão ser dirimidas. É preciso que as análises e discussões não desconsiderem jamais as dificuldades enfrentadas pelos gaúchos durante o período de concessões iniciado em 1988 e que se estenderá até o ano que vem. Quem circula pelas rodovias pedagiadas por empresas privadas tem todo o direito de reclamar pelo elevado valor das tarifas, muito acima do que recebe como retorno na forma de condições de trafegabilidade. Cobra-se demais pelo pouco que é oferecido.
O governo do Estado tem o dever de corresponder à expectativa gerada nos usuários das rodovias. E isso só vai ocorrer com a oferta de um modelo que melhore a qualidade e a segurança das rodovias, que crie opções para desafogar o trânsito caótico em várias regiões e que cobre menos do que os valores atuais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário