quinta-feira, 31 de maio de 2012

O MEU AMOR


O amor da minha vida é aquela pessoa que me entende no olhar e pelo jeito que estou e falo sabe se estou bem ou não.
O amor da minha vida dá um beijo no meu rosto e fica do meu lado sem dizer nada quando estou triste e só de ficar ao meu lado já me ajuda. O amor da minha vida é aquela pessoa que logo vem a minha mente quando quero dividir uma notícia boa, uma fofoca ou só falar de uma cena que vi no filme.
O amor da minha vida é a pessoa que dou um sorriso só ao ver ou ouvir sua voz, é a que torce para o meu time mesmo odiando futebol e que vem à minha mente quando ouço uma música romântica. O amor da minha vida é aquela pessoa que vira amiga dos meus amigos e quando pessoa que não gosto passa me ajuda a falar mal.
A pessoa que amo tem o melhor beijo do mundo mesmo que tenha comido cebola, é a que acorda linda mesmo despenteada e com cara amassada, brinca com meu cachorro, vira mãe do meu filho, me faz amor como ninguém faz sabendo tudo que eu gosto sem nem me perguntar.
É a pessoa que um dia quero casar, que eu ajude num sítio já velhinhos a fazer a macarronada de domingo para a família e a gente sente e rindo conte para eles a mesma história durante anos de como nos conhecemos e se divirta - mesmo com todos de saco cheio de ouvir essas mesmas histórias inesquecíveis.
O amor da minha vida é a pessoa que terá Alzheimer junto comigo. Mas mesmo já muito velhinhos nunca esqueceremos o nome um do outro, botaremos nossas dentaduras no mesmo copo, darei um beijo em sua testa, direi "boa noite minha velha" e quando ela acordar perceberá que morri. Em seus braços.
Quando eu chegar ao céu agradecerei a Deus por ter tido a ela como amor da minha vida e pedirei quando reencarnar que ela seja de novo
Porque o amor da minha vida acaba nunca. Nem com a morte.
Enfim, o amor é isso que eu disse acima. Não é sólido, líquido nem gasoso, não dá para se pegar, tocar, enxergar, é um sentimento que nasce dentro de nossos corações e conosco vive até o fim.
Todo mundo ama ou já amou, mesmo os piores bandidos ou os mais castos. O amor não tem fronteiras, nem faz distinção.
Amor, e o que é o sofrer, para mim que estou...
...jurado pra morrer de amor.

O QUE PENSO DO EPISÓDIO: GILMAR MENDES,CACHOEIRA & CIA


O que chama a atenção no atual episódio do encontro no escritório do ex-ministro Jobim é o emaranhado de versões repercutidas na imprensa com o propósito simples e cristalino de desviar o foco das investigações da Polícia Federal e, sobretudo, das sessões da CPMI Cachoeira/Veja/Demóstenes no Congresso Nacional.
A “defesa” do senador Demóstenes na Comissão de Ética do Senado e as novas acusações do ministro Gilmar Mendes ao ex-presidente Lula, bem como o silêncio do contraventor Carlos Cachoeira na CPMI, formam um painel expressivo de como a bandidagem insiste em tentar melar a CPMI e livrar a própria cara e de outros meliantes envolvidos, em particular em órgãos de imprensa comprometidos com toda essa semvergonhice.
Um escárnio com o Brasil que tenta trabalhar, vencer enormes desafios nas áreas da educação, da saúde, de saneamento básico. De um Brasil que tenta passar seu passado ditatorial a limpo, que tenta acabar com os juros escorchantes cobrados pelos bancos privados. De um Brasil que quer incentivar e aumentar o seu parque industrial, consolidar seu mercado interno, desenvolver regiões como o nordeste e tirar milhões da pobreza.

Há quem diga que não existe crise nenhuma e que o Brasil real não está dando bola para essas diatribes de Gilmar Mendes & Cia. Será? É sempre recomendável que em política nenhum de nós se comporte como os avestruzes que enfiam a cabeça no buraco. Crises políticas e institucionais podem surgir em 24 horas a pretexto deste ou daquele acontecimento.
Senão vejamos: militares da reserva e alguns da ativa, segundo se depreende por manifestos aqui e ali, estão receosos ou mesmo contra a instalação e os trabalhos da Comissão da Verdade; fazendeiros e usineiros estão descontentes com os vetos da presidenta ao Código Florestal; os bancos privados ainda não engoliram a baixa dos juros e não vão abrir mão assim sem mais nem menos de seus escorchantes lucros; os conglomerados mediáticos andam assustados com medidas ou leis que possam vir a regular a atuação do setor com a criação de uma nova Lei de Meios. Tudo isso a um só tempo.
Juntos, esses setores, mesmo que com alguns conflitos de interesses entre eles aqui e ali, sempre estiveram nas trincheiras do obscurantismo, do conservadorismo, apenas em defesa de seus negócios e contra os direitos dos trabalhadores que constituem a maioria da população brasileira. Não há que superestimá-los, concordo, mas também não se deve subestimá-los.
Quando um país que inicia sua caminhada para a maioridade tem na sua mais alta corte de justiça um togado cuja atuação e o linguajar lembram mais nossas jagunçadas interioranas, torna-se necessário que botemos as barbas de molho. Ninguém é bandido até prova em contrário… E muito menos santo.



PARA QUE SERVE ESCALAR O MONTE EVEREST?


"A primeira pergunta que você vai me fazer e que eu devo tentar responder é: ‘Para que serve escalar o Monte Everest?’ E minha resposta será imediata: ‘Não serve para nada’. Não há a mais ínfima perspectiva de qualquer tipo de lucro. Certo, nós podemos aprender um pouco sobre como o corpo humano se comporta em grandes altitudes, e possivelmente alguns médicos podem fazer com que nossas observações sejam úteis para efeitos de aeronáutica ou algo assim. Mas, afora isso, nada mais de útil virá daí. Não traremos conosco nenhuma partícula de ouro ou prata, nenhuma pedra preciosa, nem mesmo um pouco de carvão ou ferro. Não encontraremos nem mesmo um pedaço de terra onde possamos plantar e gerar comida. Não serve para nada, portanto. Então, se você não conseguir entender que há algo no homem que responde ao desafio da montanha e vai ao encontro desse desafio, que a luta é a luta da própria vida, para cima e sempre para cima, você não conseguirá entender o que nos faz subir. O que nós tiramos dessa aventura é apenas pura alegria. E alegria é, no fim das contas, o objetivo da vida. Nós não vivemos para comer e ganhar dinheiro. Nós comemos e ganhamos dinheiro para que possamos aproveitar a vida. É isso que a vida significa e é para isso que ela serve”.
George Leigh Mallory, 1922. Um dos primeiros homens a tentar alcançar o topo do Everest. Ele participou das três primeiras expedições que buscaram alcançar o ponto mais alto do mundo. Na terceira tentativa, em 1924, ele e seu parceiro Andrew Irvine desapareceram na neve; na última vez que foram vistos, estavam a poucas centenas de metros do topo. Nunca se soube se eles chegaram de fato ao cume do Everest ou não. Seu corpo foi encontrado em 1999, mais de 75 anos depois de seu desaparecimento, sem trazer consigo provas conclusivas de que tenha atingido seu objetivo. Quatro anos antes, porém, a história tinha fechado o ciclo: em 1995, George Mallory II, neto do montanhista original, alcançou o topo do Everest

RACISMO...QUANDO SERÁ QUE ISSO VAI ACABAR?


Grupos de direita e fundamentalistas judaicos de Israel realizaram, na última quarta-feira (23), um protesto que se transformou em violência contra imigrantes africanos no país. Centenas de israelenses foram até o bairro pobre de Hatikva, na capital Tel Aviv, e realizaram a manifestação, que incluiu saques e apedrejamento de carros dos africanos. A mídia internacional taxou o protesto de racista e xenófobo.
Os imigrantes, a maioria do Sudão e da Eritreia, entram em Israel pela fronteira do deserto do Sinai egípcio. Dados oficiais apontam que cerca de 60 mil africanos vivem ilegalmente no país. O governo israelense acelerou a construção de um muro de 250 quilômetros que separa Israel do Egito.
A polícia prendeu 20 manifestantes e nenhum imigrante ficou ferido no ataque. Também participou do ato o deputado Miri Regev, do partido de direita Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Ele comparou os imigrantes ilegais com "um câncer que se prolifera".
O líder do partido religioso Shass e ministro do Interior, Elie Yishai, declarou que os africanos ilegais devem ser presos e deportados para “proteger o caráter judaico do Estado de Israel".
O prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, de um partido de esquerda, defende que sejam criadas condições de trabalho aos imigrantes ilegais.

XUXA DEVERIA DAR UM NOVO DEPOIMENTO.


O depoimento de Xuxa Meneghel ao Fantástico não perde interesse, mais de uma semana depois de sua transmissão, o que é indicador seguro, senão de sua relevância, do impacto que provocou. Vai se formando maioria sobre a importância de uma grande celebridade revelar, em público, que sofreu abusos sexuais na infância. Entende-se que isso chama atenção para um problema gravíssimo e favorece seu enfrentamento, o que é confirmado pela explosão de denúncias em todo o país, desde o domingo retrasado.
Muita gente, entretanto, segue condenando Xuxa por praticar quase o mesmo crime de que foi vítima. Acusam-na de fomentar a sexualização precoce e a compulsão consumista de milhões de crianças, ao longo dos 30 anos em que está no ar. E recusam-se a reconhecer a sinceridade do depoimento ao Fantástico, porque a apresentadora falou de quase tudo, mas não desse aspecto sabidamente controverso de sua carreira.

Mas não seria importante que Xuxa admitisse a responsabilidade da TV e dela mesma na sexualização precoce, e pusesse o tema em debate? Sim, claro. Ajudaria tanto quanto combater a pedofilia, meta pela qual se bate. Só que isso dificilmente aconteceria em entrevista na televisão comercial, sobretudo no canal em que ela estivesse empregada. Não é mídia disposta à reflexão e sim à diversão. No máximo, a alguma – e controlada – informação. Autocrítica não está incluída.
A improvável análise da Xuxa sobre TV e sexualidade infantil só poderia ocorrer em outro foro, outra mídia. Mas esperemos que venha. Tomara que a repercussão da entrevista e a atualização da crítica de predação infantil, a única de fato pertinente que se pode levantar contra a apresentadora, façam-na refletir e permitam também este seu outro depoimento, em alguma oportunidade. Ele ajudará milhões de adultos, ontem crianças “abusadas” pela TV, a entenderem melhor a si mesmos e ao mundo complexo em que vivem.

QUE TIPO DE VEREADOR VOCÊ QUER?


A palavra “vereador” originou-se do verbo “verear”. “Verear” significa zelar pelo bem público... Então , é possível afirmar que o vereador é quem tem a incumbência de zelar pelo bem-estar  dos munícipes.
Para concorrer a este cargo, a pessoa deve preencher os critérios estabelecidos em Lei. É importante saber que as exigências para concorrer, abrem espaço para pessoas sem conhecimento específico atuarem como vereadores. Discerne-se de determinados cargos em instituições públicas ou privadas, pois nelas o candidato precisa atender a uma infinidade de pré requisitos.  Daí, uma das principais causas que motiva tantos indivíduos a se candidatarem.   
Conhecer as legislações municipais, estaduais e federais é um dos domínios necessários a um vereador que pretende desempenhar um trabalho com qualidade. Quaisquer áreas de atuação , há necessidade de conhecimento teórico. No serviço público, não pode ser diferente. É preciso ser imparcial e ético. Muitas vezes, é preciso emitir pareceres que devem ser norteados por princípios legais e não “achismos” ou “conveniências”
A elaboração de normas legais através de projeto de leis é uma das funções de um vereador. É necessário que quem as cria tenha como critério beneficiar a população. Além disso, deve respeitar vários princípios legais e estar em concordância com a administração pública.
Atualmente, sabe-se que, em muitos municípios, são elaborados projetos de leis para trocar nomes de ruas e homenagens a pessoas que se destacaram na cidade. Obviamente, o homenageado e sua família aprovam... Mas, façamos a seguinte reflexão: de fato, um projeto de lei assim, beneficia a população? Talvez a própria população desconheça que é o dinheiro do contribuinte que paga os salários dos vereadores. Por isso, elaborar um projeto de lei que atenda às necessidades dos munícipes é obrigação dos que foram eleitos.
Muitos projetos encaminhados à Câmara de Vereadores para apreciação são elaborados pelo poder executivo. Os vereadores precisam estar atentos .Para a população, é necessário que os vereadores criem projetos de leis, pois comumente estes buscam a origem da problemática a ser resolvida. A proximidade com os munícipes é maior o que proporciona o conhecimento das carências destes.
Vereadores não executam leis, mas tem como uma das atribuições exigir do poder executivo o cumprimento das mesmas. Vereadores não deveriam ser eleitos para fazer favores, e sim buscar a efetivação dos direitos das pessoas.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

COMO DEVEMOS DECIDIR...


Estamos envolvidos em constantes e contínuas decisões: desde definir pelo que tomar no café da manhã, que roupa vestir, em que curso ingressar, até decidirmos que carreira seguir, que casa comprar, que estrutura familiar ter...
 Sim, sempre estaremos diante de decisões: de maior ou menor importância, mas serão sempre decisões.
O que levar em conta ao tomá-las? Como tomar decisões sábias que promovam resultados positivos? Muitos já decorreram sobre o assunto ao longo dos séculos, mas a síntese é:
Nunca olhe apenas para o resultado imediato. Sempre veja a médio e longo prazo. Isso vale para tudo: até tomar o café da manhã citado acima. Afinal, se você deixar de tomar um bom café da manhã, com os carboidratos, proteínas, fibras e outras vitaminas necessárias, estará prejudicando o teu organismo, uma vez que se é comprovada a importância de tal refeição. Ou ainda, se exagerar nele poderá colher frutos indesejados, seja uma taxa de colesterol elevada, seja um índice de gordura acima do saudável.
Nunca olhe a última foto, olhe o filme. Antes de decidir se vai permanecer, se vai mudar, se deve dar uma nova chance, se precisa esquecer de vez, se deve abraçar uma oportunidade, enfim, nunca se atente aos últimos momentos, nem somente aos bons momentos do presente ou passado. Veja o todo. Seja coerente com as evidências. Coloque os prós e contras no papel com imparcialidade, sem tendências.
 
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terça-feira, 29 de maio de 2012

AMOR


Já falei desse tema antes, mas acho que falar de amor nunca é demais.
Acredito que o amor seja o sentimento mais puro que existe, o mais humano. Nós conhecemos o amor logo ao nascermos: o amor de nossa mãe. Através de seu seio conhecemos nosso primeiro alimento e uma criança amada, cuidada com zelo, carinho transforma-se em um adulto feliz.
Convivemos desde cedo com várias espécies de amores. O amor com nossos pais, irmãos, familiares, por nossos bichos e o amor pela nossa professora quando lhe entregamos uma maçã e recebemos em troca um beijo no rosto - que nos deixa ruborizados.
Amamos o lugar que moramos, aquele programa de TV inesquecível que mesmo adultos nos lembramos dele saudosos, amamos o time de futebol que escolhemos para torcer. Sofremos, sorrimos e choramos com ele e amamos nossos amigos.
Sim, amamos nossos amigos. As mulheres têm mais facilidade em demonstrar esse afeto; homem já é mais rude, não gosta de mostrar porque acha que não é “coisa de macho”.
Uma grande bobagem porque existem poucas coisas na vida mais especiais que a amizade. O amigo é o irmão que a vida nos tráz e muitas vezes vale mais que um irmão tornando-se nosso companheiro no choro, no riso, nosso confidente. Aquele cara com o qual nós brigamos, rolamos no chão caindo na porrada, mas algum tempo depois estamos abraçados rindo.
E tem aquele amor que abala nossos corações, o amor entre homem e mulher, homem e homem, mulher e mulher, não importa. O amor que sempre procuramos: a nossa alma gêmea.
Não é fácil encontrar essa pessoa. Imagine que existam hoje sete bilhões de pessoas no mundo, entre essas sete bilhões temos que encontrar uma, aquela que a gente olhe e diga “é essa”. Matematicamente falando parece que é bem difícil, mas por Deus, acontece... O negócio é não deixarmos passar.
Essa é a questão, esse é o problema. O ser humano é falho por natureza e faz muitas bobagens achando que o amor da pessoa que está com ele é para sempre, mas como dizia Cássia Eller o “pra sempre, sempre acaba”. O amor é uma flor que tem que ser bem cultivada todos os dias, ser regada com carinho para não morrer.
Somos imaturos e damos muitas cabeçadas para perceber o óbvio. Que o sofrimento é um sentimento opcional: o obrigatório sempre tem que ser buscar a felicidade e fazer feliz aquela pessoa que amamos.
Como percebemos que é aquela pessoa? É muito fácil: aquela pessoa tem aquele beijo, aquele abraço.
Beijar é fácil, tem gente que vai pra balada e tira maior onda depois dizendo que beijou vinte, mas nada se compara àquele beijo, que até nome de novela virou. A gente pensa que é bobeira, é historinha de “romanticobrega”, mas é verdade. De que adianta beijar vinte em uma balada se o beijo de uma pessoa as vezes vale por todo o planeta?
Não tem coisa melhor que beijar aquela pessoa especial que faz o coração gelar, acelerar, que te tira do eixo, do seu normal. É um beijo que vale como sexo, é um orgasmo, um prazer incontrolável.
Não tem coisa melhor de beijar, abraçar forte aquela pessoa, a gente lembra do super homem que fez o tempo voltar e só queria que ele ao menos parasse. Pegar um monte é até legal, mas dormir abraçado com "a pessoa", sentir sua respiração, acordar no meio da noite e vê-la lá dormindo é maravilhoso.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

QUANTO VALEM AS CRIANÇAS AFEGÃS?





Uma família inteira. Pai, mãe, seis filhos pequenos. O casal sem militância nenhuma. E  as crianças, bem, a maior delas com 10 anos.
Era uma vez.
Todos mortos num ataque dos drones ocidentais no Afeganistão. Drones, todos sabem, são aqueles aviões sem tripulação que, teleguiados, jogam bombas em alvos onde supostamente se encontram militantes islâmicos.
Eles representam o apogeu da covardia na guerra. Você não corre risco. É como se fosse um videogame. Esta foi a maior inovação ocidental na arte da guerra nos últimos anos. O ataque desferido a partir de uma sala refrigerada a milhares de quilômetros de distância. Você pode comer um BigMac com uma mão enquanto com a outra mata pessoas e destrói lugares já suficientemente destruídos.
Compare com a inovação islâmica. Os homens bombas simplesmente se explodem pela sua causa. Morrem aos pedaços para combater os inimigos. Preferem a morte pavorosa a aceitar que estrangeiros ocupem sua terra por razões não humanitárias, não civilizatórias, não virtuosas – mas meramente econômicas.
Agora mesmo.
Quantos novos homens bomba não terão surgido no Afeganistão, e outros países muçulmanos, pela mistura de ódio e de um sentimento urgente de vingança depois da morte da família afegã? Ou será que alguém acha que só nós ocidentais sentimos dor na morte de alguém?
Bin Laden, ele próprio, foi obra do Afeganistão. Nos anos 1990, ele combateu os russos que tinham ocupado o país — e recebeu ajuda americana. Bin Laden virou terrorista quando, expulsos afinal os russos, os americanos, em vez de ir embora, ficaram. Mudara apenas a língua falada pelos invasores estrangeiros.
Não há esperança nenhuma de solução bélica no Afeganistão. Os afegãos, segundo relatos insuspeitos como o do jornalista britânico Ben Anderson, autor de documentários sobre a guerra lá, acham que a vida era melhor antes, sob o Talibã. E abominam os soldados estrangeiros. Recentemente, cresceu o número de casos em que soldados afegãos atacam tropas ocidentais – com as quais deveriam teoricamente estar alinhados. Isso dá uma medida do desespero e da revolta dos afegãos.
Dentro desse quadro tenebroso, registrou-se uma pequena luz nesta semana. O novo presidente francês, François Hollande, fez uma visita de surpresa às tropas francesas no Afeganistão e avisou que vai tirá-las de lá ainda em 2012. Isso seria impensável sob Sarkozy, o pequeno mentecapto. Um homem faz, sim, diferença.
Por isso, clap, clap, clap para Hollande.
De pé.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

QUAIS SÃO AS NOSSAS REAIS POSSIBILIDADES


Dentro de uma equipe existem diferenças e os profissionais podem ser representados por águias, macacos ou ratos. O esquema de análise foi elaborado pelo executivo norte-americano Jack Welch. As três diferentes personalidades podem ser encontradas em todos os níveis hierárquicos. A águia representa 20% do quadro de funcionários. É um profissional de alta competência, gosta de desafios e sabe valorizar os colegas. O rato é, em geral, o perfil de 10% da empresa. É conhecido como puxa-saco, especialista em causar intrigas, é ineficiente e contagia o ambiente. O macaco representa a massa crítica das empresas, representando 70% dos funcionários. É um ótimo imitador, mas pode imitar tanto a águia como o rato. Ele precisa de orientação constante e faz a obrigação como sempre se fez.
O perfil desses três tipos de pessoas pode ser encontrado em todas as instituições, nas famílias, na política, nos clubes. As pessoas não nascem assim, elas se transformam ao longo de suas vidas, dependendo das circunstâncias. Nos primeiros anos de vida a criança é formatada para determinadas atitudes. O poeta Guerra Junqueiro falava de “pérolas de leite” onde ficam marcas definitivas. Há pais que educam seus filhos e filhas para serem águias, mas existem os que condenam seus filhos a serem ratos ou macacos. Há pais que plasmam vencedores, há pais que direcionam para a mediocridade e a derrota.
Nas empresas, afirma Welch, os funcionários podem ser auxiliados a mudar de atitudes, podendo um rato, aos poucos, assumir o perfil de águia. Esperar que a qualificação parta dos outros é ter pensamentos e desejos pequenos. Na civilização individualista em que vivemos, cada um pensa em si e não tem a menor vontade de qualificar um possível concorrente. Ou, por vezes, acontece o contrário: a pessoa é desestimulada e acaba assumindo um gráfico descendente.
Quase sempre o segredo está dentro de nós. Quase sempre o dinamismo para mudar uma situação deve ser procurado em nosso interior. Algumas situações podem favorecer isso. Um funcionário foi despedido de uma empresa, onde ele representava o macaco com sua rotina. Acabou assumindo o perfil de águia, iniciando uma empresa própria.
A rotina se constitui numa perigosa doença, que empobrece os atos e a própria vida. Independente dos anos, a pessoa pode assumir uma postura: tomar as rédeas da própria vida e criar um momento novo. A pessoa é resultado das escolhas – felizes ou infelizes - feitas ao longo da vida. Somos o resultado de nossas escolhas. Não das escolhas feitas no passado, por nós mesmos ou por outras pessoas, mas da escolha que fazemos hoje. A cada dia – tendo ou não consciência disso – a pessoa toma uma grande decisão: continuar como é ou mudar. Naturalmente, continuar a rotina, continuar no comodismo, é a solução mais fácil. Mas é a que traz os piores resultados.
Dentro de cada um existe uma águia que pede licença para se revelar. Mas há pessoas que apostam no macaco e no rato. A pessoa tem o tamanho de seus desejos e sonhos. Podemos aceitar o mínimo ou apostar no máximo.

NEM CERTO E NEM ERRADO

Quando falo de Jesus eu nunca digo que ele me apareceu, falou comigo ou soprou alguma coisa nos meus ouvidos. E não digo porque seria fantasia ou mentira. Se ele falou a outros cristãos e crentes, que bom para estes irmãos! Comigo, ele nunca falou nem deu sinais claros, sensíveis e visíveis. Eu tive e tenho sempre que recorrer à reflexão e à dedução, porque a mim não foi dada até hoje a graça de receber visitas do céu.
Mas quem acha que, por isso, eu creio menos ou me tornei descrente, engana-se. É preciso ter muito mais fé para proclamar e aceitar o que não se sente nem se vê do que para proclamar o que cremos ter visto e sentido. Na Igreja sempre houve o embate entre quem diz que ouve, sente, toca e é tocado e os que dizem que não ouvem, não sentem, nem são tocados, mas afirmam que Deus existe e age. Para ser cristão não é preciso sentir e sim assentir. Muitos que sentiram acabaram não assentindo e muitos que não sentiram, perseveraram. Tereza de Ávila e Anselmo de Cantuária merecem estudos por sua fé guiada pelo intelecto. Com eles, Thomás de Aquino, Meister Eckhart e centenas de cristãos que usaram da reflexão para se manter na fé.
Não acertaram em tudo, mas os emotivos também nem sempre acertam.
Não vejo muita diferença entre o cristão que diz que Jesus nunca lhe deu nenhum recado atual, mas crê, e o outro que diz que Jesus lhe fala toda quinta-feira na missa especial daquele padre especial. Os dois podem estar errados e os dois podem estar falando a verdade.

ENSINAR PERFEIÇÃO É UMA COISA, COERÊNCIA É OUTRA

Um dos maiores especialistas em linguagem portuguesa,  tinha um enorme problema: prolação. Sabia tudo sobre gramática e como escrever o português, mas não sabia falar de maneira inteligível, comia todos os finais das palavras porque baixava demais a voz no encerramento da pronúncia. Assim, o homem que sabia português a ponto de ensiná-lo, até mesmo a outros professores, não sabia falar, pois um vício de linguagem deixava as palavras pela metade.
O que aconteceu com esse professor de português acontece com nós, mas, na hora de viver o que sabemos ou expressar aquilo que conhecemos, temos dificuldade. Um cardiologista amigo meu não conseguia se livrar do cigarro e sofria do coração e do pulmão. Um médico que conheci desaconselhava bebida a todos, mas ele mesmo exagerava na dose. E pode acontecer e acontece que o pregador ensina para os outros, mas ele mesmo não vive.
A expressão é de Jesus: “Médico, cura a ti mesmo”. Ele a usou repetindo um adágio do seu tempo. Temos, todos, a tendência de ensinar os outros a viver, mas quando toca a nossa vez, vivemos apenas um pouco daquilo que cremos ou ensinamos, faz parte da condição humana. Ensinar a perfeição é uma coisa, coerência é outra.

REPARTIR OS BENS DA TERRA E OS FRUTOS DO TRABALHO HUMANO

A atual crise econômica do capitalismo manifestou seus primeiros sinais nos EUA em 2007 e já faz despontar no Brasil sinais de incertezas.
O sistema é um gato de sete fôlegos.
No século passado, enfrentou duas grandes crises. A primeira, no início do século XX, nos primórdios do imperialismo, ao passar do laissez-faire (liberalismo econômico) à concentração do capital por parte dos monopólios. A guerra econômica por conquista de mercados ensejou a bélica:
a Primeira Guerra Mundial. Resultou numa “saída” à esquerda: a Revolução Russa de 1917.
Em 1929, nova crise, a Grande Depressão. Da noite para o dia milhares de pessoas perderam seus empregos, a Bolsa de Nova York quebrou, a recessão se estendeu por longo período, com reflexos em todo o mundo. Desta vez a “saída” veio pela direita: o nazismo. E, em consequência, a Segunda Guerra Mundial.
E agora, José?
Essa terceira crise difere das anteriores. E surpreende em alguns aspectos: os países que antes compunham a periferia do sistema (Brasil, China, Índia, Indonésia), por enquanto estão melhor que os metropolitanos. Neste ano, o crescimento dos países latino-americanos deve superar o dos EUA e da Europa. Deste lado do mundo são melhores as condições para o crescimento da economia: salários em elevação, desemprego em queda, crédito farto e redução das taxas de juros.
Nos países ricos se acentuam o déficit fiscal, o desemprego (24,3 milhões de desempregados na União Europeia), o endividamento dos Estados. E, na Europa, parece que a história – para quem já viu este filme na América Latina – está sendo rebobinada: o FMI passa a administrar as finanças dos países, intervém na Grécia e na Itália e, em breve, em Portugal, e a Alemanha consegue, como credora, o que Hitler tentou pelas armas – impor aos países da zona do euro as regras do jogo.
Até agora não há saída para esta terceira crise. Todas as medidas tomadas pelos EUA são paliativas e a Europa não vê luz no fim do túnel. E tudo pode se agravar com a já anunciada desaceleração do crescimento da China e consequente redução de suas importações. Para a economia brasileira será drástico.
O comércio mundial já despencou 20%. Há progressiva desindustrialização da economia, que já afeta o Brasil. O que sustenta, por enquanto, o lucro das empresas é que elas operam, hoje, tanto na produção quanto na especulação. E, via bancos, promovem a financeirização do consumo. Haja crédito! Até que a bolha estoure e a inadimplência se propague como peste.
A “saída” dessa terceira crise será pela esquerda ou pela direita? Temo que a humanidade esteja sob dois graves riscos. O primeiro, já é óbvio: as mudanças climáticas. Produzidas inclusive pela perda do valor de uso dos alimentos, agora sujeitos ao valor de compra estabelecido pelo mercado financeiro. Há uma crescente reprimarização das economias dos chamados emergentes. Países, como o Brasil, regridem no tempo e voltam a depender das exportações de commodities (produtos agrícolas, petróleo e minério de ferro, cujos preços são determinados pelas transnacionais e pelo mercado financeiro).
Neste esquema global, diante do poder das gigantescas corporações transnacionais, que controlam das sementes transgênicas aos venenos agrícolas, o latifúndio brasileiro passa a ser o elo mais fraco.
O segundo risco é a guerra nuclear. As duas crises anteriores tiveram nas grandes guerras suas válvulas de escape. Diante do desemprego massivo, nada como a indústria bélica para empregar trabalhadores desocupados. Hoje, milhares de artefatos nucleares estão estocados mundo afora. E há inclusive minibombas nucleares, com precisão para destruições localizadas, como em Hiroshima e Nagasaki.
É hora de rejeitar a antecipação do apocalipse e reagir. Buscar uma saída ao sistema capitalista, intrinsecamente perverso, a ponto de destinar trilhões para salvar o mercado financeiro e dar as costas aos bilhões de serem humanos que padecem entre a pobreza e a miséria.
Resta, pois, organizar a esperança e criar, a partir de ampla mobilização, alternativas viáveis que conduzam a humanidade, como se reza na celebração eucarística, “a repartir os bens da Terra e os frutos do trabalho humano”.

O DESAFIO DA EDUCAÇÃO

Asustentabilidade, um dos temas centrais da Rio+20, não acontece mecanicamente. Resulta de um processo de educação pela qual o ser humano redefine o feixe de relações que entretém com o Universo, com a Terra, com a natureza, com a sociedade e consigo mesmo dentro dos critérios de equilíbrio ecológico, de respeito e amor à Terra e à comunidade de vida, de solidariedade para com as gerações futuras e da construção de uma democracia socioecológica sem fim.
Estou convencido de que somente um processo generalizado de educação pode criar novas mentes e novos corações, como pedia a Carta da Terra, capazes de fazer a revolução paradigmática exigida pelo risco global sob o qual vivemos. Como repetia com frequência Paulo Freire: “A educação não muda o mundo mas muda as pessoas que vão mudar o mundo”. Agora todas as pessoas são urgidas a mudar. Não temos outra alternativa: ou mudamos ou conheceremos a escuridão.
Não cabe aqui abordar a educação em seus múltiplos aspectos tão bem formulados em 1996 pela Unesco: aprender a conhecer, a fazer, a ser e a viver juntos; eu acrescentaria aprender a cuidar da Mãe Terra e de todos os seres.
Mas este tipo de educação é ainda insuficiente. A situação mudada do mundo exige que tudo seja ecologizado, isto é, cada saber deve prestar a sua colaboração a fim de proteger a Terra, salvar a vida e o nosso projeto planetário. Portanto, o momento ecológico deve atravessar todos os saberes.

Precisamos estar conscientes de que não se trata apenas de introduzir corretivos ao sistema que criou a atual crise ecológica, mas de educar para sua transformação. Isto implica superar a visão reducionista e mecanicista ainda imperante e assumir a cultura da complexidade. Ela nos permite ver as inter-relações do mundo vivo e as ecodependências do ser humano. Tal verificação exige tratar as questões ambientais de forma global e integrada. Deste tipo de educação se deriva a dimensão ética de responsabilidade e de cuidado pelo futuro comum da Terra e da humanidade. Faz descobrir o ser humano como o cuidador de nossa Casa Comum e o guardião de todos seres. Queremos que a democracia sem fim (Boaventura de Souza Santos) assuma as características socioecológicas pois só assim será adequada à era ecozoica e responderá às demandas do novo paradigma. Ser humano, Terra e natureza se pertencem mutuamente. Por isso é possível forjar um caminho de convivência pacífica. É o desafio da educação.

O CASAMENTO EM TRÊS TEMPOS



Jenifer e Ryan encontraram-se numa festa. Foi amor à primeira vista. Depois de um tórrido namoro de seis meses casaram-se. Tudo foi planejado para uma cerimônia inesquecível numa pequena e rústica igreja, num parque no estado norte-americano do Vermont. A música, a decoração da igreja, os convites, o vestido da noiva, o buquê, enfim, todos os detalhes foram preparados. O encanto da hora não permitiu escutar o Evangelho que falava da casa construída sobre a areia (Mt 7,24). No final, um beijo cinematográfico, longamente aplaudido e começava o sonho de vida a dois. Uma certeza: seriam felizes para sempre.
Os problemas começaram logo. O fotógrafo contratado para registrar a cerimônia acabou se distraindo e perdeu alguns dos momentos marcantes do casamento, inclusive o arremesso do buquê. Segundo os noivos, ele estava alcoolizado. O assunto acabou nos tribunais. O juiz teve certa flexibilidade na sentença: o fotógrafo pagaria 48 mil dólares ou poderia coordenar e refazer toda a cerimônia. Ele optou por essa alternativa, mas encontrou dificuldades: a noiva estava na Europa, voltara a casar e seu endereço era desconhecido. E a atual esposa de Ryan, com ciúmes, opôs-se à reconstituição. Elemento complicador: o casamento foi em 2003 e alguns dos participantes já morreram.
O casamento é o momento mais importante de uma vida e isto supõe uma inteligente preparação. Porém, muitos esquecem que o casamento não é uma cerimônia, não é apenas um momento, mas uma vida. É o lance mais importante do jogo da felicidade. E este acontecimento desdobra-se em três tempos: antes, durante e depois.
Cada uma dessas etapas tem seu peso, mas o antes é decisivo, é a base sobre a qual será erguido o edifício. Muitas vezes, esse tempo é desperdiçado. Nós nos amamos e isto basta, pensam. E o tempo é gasto em superficialidades. Muitas vezes o depois ocupa o lugar do antes. Namoro é um tempo de conhecer-se, conhecer o outro ou a outra, educar-se e planejar o futuro. Isso implica em moradia, subsistência, filhos, educação, trabalhar ou não trabalhar fora, a relação com os pais e sogros.
O durante é um instante muito curto. E pode ser apenas aparências. Muitos se preocupam com a moldura - as aparências - e esquecem o quadro. O depois vem em linha direta do antes e pode ser ilusão, uma triste passagem do sonho para a realidade. A preocupação de ser feliz pode esconder o essencial. Amar não é querer ser feliz, mas fazer feliz a pessoa amada. Vale, sobretudo para o casamento, a norma: remediar nem sempre é possível. É mais inteligente prevenir. A sabedoria antiga lembrava: para conhecer alguém é necessário antes comer juntos um saco de sal. E o Evangelho pede construir sobre a rocha.

AS PEDRAS DO CAMINHO


 Há um provérbio japonês que diz: “Tropeçamos sempre nas pedras pequenas. As grandes, logo enxergamos”. O que pode nos ensinar esta lição? O que está nos pedindo esta afirmação? Eu imagino alguma coisa! Você, amigo leitor pode imaginar outras lições. 
Vou tentar interpretar, a meu modo, algum alerta desta frase. A mania de grandeza parece ser uma tentação de nossa cultura atual. Hoje ressoam com força as palavras: mega... hiper... super... macro... etc. Fala-se que o mundo virou uma aldeia global, que as medidas se foram, as distâncias não existem mais e a pessoa se encontra perdida no espaço e no tempo onde as mudanças acontecem globais, rápidas e profundas.
O que é primário, onde acontece o cotidiano da vida, o que é pequeno, simples e, aparentemente, irrelevante, parece não chamar mais atenção e não merecer cuidado. Investir somente no que é grande, no que chama atenção e dá status pode nos levar a desastrosas consequências.
Quanto maior a altura, maior é o tombo. Quanto mais global é a crise, mais se abala o momento histórico da humanidade. Onde estão as raízes da grande crise econômica mundial? Por onde podemos resgatar as esperanças de que um novo mundo é possível?
Se observarmos com atenção os fatos da vida pessoal, familiar e social, em geral; se tivermos a coragem de analisar o motivo das grandes crises políticas, sociais, religiosas e econômicas; logo notamos que estamos com uma tremenda falta de cuidado com as pequenas pedras do nosso chão, onde tropeçamos.
Hoje, com frequência, as pessoas que se preocupam em olhar e cuidar das pequenas pedras para não criar tropeços, são chamadas de detalhistas. Evidentemente, não podemos nos fixar só nas pequenas pedras. Devemos também olhar para as grandes, mas o devido cuidado com as pequenas pode ser a salvação de tudo o que é grande.
Num grande edifício em construção não podemos por o tijolo de qualquer jeito. Uma pequena infiltração pode prejudicar toda a casa. Um minuto na vida sem cuidado pode levar a perder uma vida toda. Jamais conseguiremos olhar bem o que é grande sem cuidar bem o que é pequeno.
Lembro de um livro de sucesso do grande economista Schumacher, cujo título já é sugestivo por si: “O negócio é ser pequeno”. Ele confirma que a lógica da produção não é a lógica da vida. A economia deve levar em conta a pessoa. Creio que em todos os setores da vida humana essa lógica deverá ser a mesma. “O homem não foi feito para o sábado, mas o sábado para o homem”.
O detalhe faz parte do todo e o todo confirma sua beleza e harmonia quando dedica o justo cuidado aos detalhes. Mais atenção às pequenas pedras pode ser o segredo para evitar quedas e fracassos e conseguir obter grandes êxitos que realizem nossa história. “Quem é fiel nas pequenas coisas o será também nas grandes”.

terça-feira, 15 de maio de 2012

PERDOAR... A ÚNICA MANEIRA DE ZERAR O MAL.


Ariclenes Venâncio Martins foi um menino pobre, nascido na localidade de Nossa Senhora da Purificação, no interior de Minas Gerais. Ao completar 14 anos, o pai, sem meias palavras, o informou que não mais poderia sustentá-lo. O pouco que colhiam na roça estava destinado aos irmãos menores. Alguns dias depois, aproveitando um caminhão, carregado de mangas, o menino, com sua miserável trouxinha, partiu para São Paulo. Alguns anos depois, já com um nome novo, o menino tornou-se um dos maiores personagens do teatro e da televisão brasileira. Quem não conhece o Zeca Diabo ou o Sinhozinho Malta? É nada mais nada menos que o consagrado Lima Duarte.
Ultrapassada a barreira dos 80 anos, Lima Duarte deu um comovido depoimento na televisão contando a solidão, as lutas, as tentações e dificuldades daqueles primeiros anos. Chamou atenção um fato: Lima Duarte não tem mágoa do pai e reservou para ele palavras cheias de ternura e carinho. História mais ou menos semelhante aconteceu com o cronista gaúcho Paulo Sant´Ana. Com uma diferença: “Eu nunca perdoei o meu pai ter-se desfeito de mim e não ter permitido que eu continuasse em casa, a enfrentar as dificuldades da vida junto dele, apegado à família. Nunca perdoei”.
Dramas assim são muito comuns. Diferentes são as reações. Por vezes, a reconciliação acontece anos depois. Outras vezes, a mágoa não cessa nem mesmo com a morte. Não são apenas os pais que magoam os filhos. Talvez, um número bem maior de filhos corresponde com a ingratidão o cuidado e o carinho dos pais.
A vida quase nunca é como nós gostaríamos que fosse. As marcas da maldade e da ingratidão estão em toda parte. A partir desta realidade, cada um precisa trabalhar esses fatos dolorosos e fazer as pazes com eles. Sem isso, passamos a vida carregando um pesado fardo e culpando os outros pela nossa infelicidade. O dramaturgo inglês William Shakespeare dizia que odiar alguém assemelhava-se à atitude daquele que engolia colheradas de veneno, imaginando que fizessem mal à pessoa odiada.
 E quando alguém se decide perdoar varre de sua vida todo um sofrimento e se envolve na paz. Perdoar é única maneira de zerar o mal. É a única maneira de viver em paz.

LUZ E ESCURIDÃO

Uma frase que há algum tempo li num artigo de revista dizia: “Quando o sol se põe, todos as sombras apontam para o nascente”. Sinceramente, achei nessa frase uma riqueza simbólica muito grande e realista. A partir desta realidade que a natureza nos proporciona, creio ser interessante fazermos a experiência concreta ou ao menos com a imaginação.
Quando o sol se põe acontece uma mudança imensa no cenário que nos rodeia. Por exemplo: acendem-se as luzes das casas, das vilas e cidades; as pessoas procuram garantir a volta para o lar ou buscam um espaço de segurança e aconchego. O turno de trabalho da noite passa a ser administrado de forma diferente do que o turno do dia. Ali vem as horas adicionais noturnas, o trabalho numa noite sim e outra não etc... Até mesmo a natureza se modifica do dia para a noite.
Mas quando o sol se põe não é apenas o cenário externo que modifica. Também se modificam nossos sentimentos, emoções, expectativas e ações. As densas sombras da noite, geralmente, nos deixam na insegurança, mas, ao mesmo tempo muito ansiosos de encontrar a luz. Só gosta de se envolver nas espessas sombras da noite quem não tem mais sonhos de dias melhores e já não consegue reagir na possibilidade de ver e viver um novo nascente.
Quando o sol se põe é também uma linguagem simbólica que pode descrever os momentos de nossas sombras existenciais, como a experiência de algum fracasso, de alguma doença e até mesmo da morte. Sabe-se, hoje, que um dos grandes agentes da depressão atual ocorre quando se experimenta este tipo de pôr de sol e não se consegue cultivar a esperança de um novo dia. Daí a necessidade de aprender da natureza: “Quando o sol se põe, todas as sombras apontam para o nascente”.
A vitória definitiva não está nas sombras, mas no nascer de um dia sem fim. No ritmo da nossa vida sempre encontramos sombras, mas, como diz o apóstolo Paulo: “Vós todos sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite, nem das trevas”  “Procedei como filhos da luz” 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

CESÁREAS DISPARAM NO BRASIL



Em 2010, mais da metade dos partos realizados no Brasil foram cirúrgicos: 52% do total de 3 milhões, segundo o Ministério da Saúde. O percentual supera - e muito - o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 15%. Na rede privada, o índice de cesarianas chega a 82% e na rede pública, a 37%.
Helvécio Miranda Magalhães, secretário de Atenção à Saúde do Ministério, classifica o número crescente de cesáreas como uma epidemia. Em 2000, elas representavam 38% dos partos realizados no país. Na rede pública, responsável por 65% dos nascimentos, as cesarianas também cresceram bastante, passando de 24% dos partos em 2000 para 37% dez anos depois.
“Em todo mundo, os índices diminuem; no Brasil, crescem. Estamos muito preocupados com essa verdadeira epidemia de cesarianas”, afirma.
Ele defende que as pacientes precisam ser melhor informadas sobre as vantagens do parto normal, para a mãe e o bebê. Além disso, diz que é preciso reforçar para a gestante que ela tem direito a anestesia, pois muitas partem para a cesariana porque têm medo da dor, além do acompanhante durante todo o processo. Magalhães ressalta que não se pode menosprezar a cesárea, porque ela salva vidas; mas tem que haver indicação para realizá-la, o que se inverteu atualmente.
Estudos comprovam que as chamadas “cesáreas eletivas” são as que representam maior risco. Nesse tipo de parto, a mãe agenda o dia do nascimento e o bebê nasce sem que ela entre em trabalho de parto, o que pode causar problemas de saúde, principalmente respiratórios, na criança.

POUPANÇA MINISTRO GARANTE DIREITOS


O correntista que aplicou na poupança até a quinta-feira 3 de maio não será afetado pelas novas regras de remuneração da caderneta. A alteração valerá apenas para os depósitos feitos e para as contas abertas a partir de 4 de maio. Ao explicar o novo cálculo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que os demais direitos dos aplicadores, como isenção de Imposto de Renda, possibilidade de resgate a qualquer momento e garantia dos depósitos até R$ 70 mil, em caso de quebra do banco, foram mantidos.
“Não há rompimento de contratos, usurpação de direitos, não há portanto nenhum prejuízo para os atuais detentores de cadernetas. As poupanças continuarão com versatilidade e facilidade que têm hoje”, declarou o ministro. Para ele, os atuais correntistas foram premiados porque continuarão com uma aplicação rendendo conforme a remuneração antiga.

VENDE-SE A NATUREZA.

Na lógica capitalista, o valor de troca de um bem está acima de seu valor de uso. Portanto, tais bens naturais devem ter preços.
Os consumidores dos bens da natureza passariam a pagar, não apenas pela administração da “manufatura” do produto (como pagamos pela água que sai da torneira em casa), mas pelo próprio bem. Ocorre que a natureza não tem conta bancária para receber o dinheiro pago pelos serviços que presta. Os defensores dessa proposta afirmam que, portanto, alguém ou alguma instituição deve receber o pagamento - o dono da floresta ou do ecossistema.
A proposta não leva em conta as comunidades que vivem nas florestas. Uma moradora da comunidade de Katobo, floresta da República Democrática do Congo, relata:
“Na floresta, coletamos lenha, cultivamos alimentos e comemos. A floresta fornece tudo, legumes, todo tipo de animal, e isso nos permite viver bem. Por isso que somos muito felizes com nossa floresta, porque nos permite conseguir tudo que precisamos. Quando ouvimos que a floresta poderia estar em perigo, isso nos preocupa, porque nunca poderíamos viver fora da floresta...”.
O comércio de serviços ambientais ignora essa visão dos povos da floresta. Trata-se de um novo mecanismo de mercado, pelo qual a natureza é quantificada em unidades comercializáveis.
Essa ideia, que soa como absurda, surgiu nos países industrializados do hemisfério Norte na década de 1970, quando houve a crise ambiental. Europa e EUA tomaram consciência de que os recursos naturais são limitados. A Terra não tem como ser ampliada. E está doente, contaminada e degradada.
Frente a isso, os ideólogos do capitalismo propuseram valorizar os recursos naturais para salvá-los. Calcularam o valor dos serviços ambientais entre US$ 16 e 54 trilhões (o PIB mundial totaliza US$ 62 trilhões). “Está na hora de reconhecer que a natureza é a maior empresa do mundo, trabalhando para beneficiar 100% da humanidade – e faz isso de graça”, afirmou Jean-Cristophe Vié, diretor do Programa de Espécies da IUCN, principal rede global pela conservação da natureza, financiada por governos, agências multilaterais e empresas multinacionais.
Em 1969, Garret Hardin publicou o artigo “A tragédia dos comuns” para justificar a necessidade de cercar a natureza, privatizá-la, e assim garantir sua preservação. Segundo o autor, o uso local e gratuito da natureza, como o faz uma tribo indígena, resulta em destruição (o que não corresponde à verdade). A única forma de preservá-la para o bem comum é torná-la administrável por quem possui competência – as grandes corporações empresariais. Eis a tese da economia verde.
Ora, sabemos como elas encaram a natureza: como mera produtora de ‘commodities’. Por isso, empresas estrangeiras compram, no Brasil, cada vez mais terras, o que significa uma desapropriação mercantil de nosso território.

SER ALGUÉM OU TER ALGUMA COISA?

A cultura serve para ajudar o indivíduo a escapar das questões mais candentes e mordentes da sociedade e consumir o vazio que vai nadificá-lo. As formas atuais de conscientização e, portanto, de aglutinação, se fragmentaram e suas fronteiras já não são mais definidas. Encontram-se, sim, abertas, fazendo inúmeras interfaces e provocando um novo recorte social onde os atores são dificilmente situáveis.
Finalmente, a cultura se tornou instrumento de poder. Tal como o que era ontem o folclore, a cultura de massa hoje permanece afetada pelo coeficiente social que a distingue de uma cultura operacional, sempre reservada. Ela não tem mais uma função colonizadora (tanto no bom como no mau sentido da palavra: ao mesmo tempo civilizadora e conquistadora), como foi o caso durante longo tempo da educação que vulgarizava e difundia as concepções de uma elite. Na verdade, a cultura se tornou um objeto rentável e maleável, segundo as necessidades da produção e do consumo, antes que uma arma de combate.
O poder, então, se serve da cultura sem se comprometer com ela. Não está mais comprometido nos discursos que fabrica. Seu centro de atenção não está mais substantivamente na produção cultural, ou na difusão cultural, mas apenas tangencialmente. E os produtos culturais servem à classe daqueles que os criam e são pagos pela massa daqueles que deles não usam nem aproveitam.
A grande questão que isso levanta é se os membros de uma sociedade como a de hoje, afogados no anonimato de discursos que não são mais os seus, e submetidos a monopólios cujo controle lhes escapa, encontrarão, juntamente com o poder de se situar em algum lugar, num jogo de forças assumidas, a capacidade de expressar-se.
Parece que a questão não é mais a mesma que atormentava o Hamlet de Shakespeare: ser ou não ser. Mas sim ter ou ser. Se continuar alugando-se e vendendo-se a si mesma para que o consumo reine soberano, dominando e monopolizando a atenção dos indivíduos, seguramente a cultura não cumprirá seu papel de testemunha da maravilha que é o ser humano. Rastejará em nível das necessidades artificiais e não permitirá que apareçam os desejos que libertam e apontam para a Transcendên
cia.

INVESTIR NA PREVENÇÃO. AÍ ESTÁ A SOLUÇÃO.

A realidade de acidentes de trabalho no Brasil só muda a partir da prevenção. Esta posição foi defendida por Hugo Carlos Scheuermann, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região do Rio Grande do Sul, palestrante da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), na quarta 2. “Hoje o foco está na prevenção da saúde do trabalhador. Não basta fornecer os equipamentos de proteção individual, é preciso preparar antecipadamente cenários de possíveis acidentes”, argumentou.
O desembargador salientou que tanto empregador quanto empregado sofrem com os acidentes, mas as consequências ao empregado são as mais graves, pois depende de seu trabalho para viver, e a falta de saúde compromete sua dignidade.
A intenção do TST é criar uma cultura de prevenção de acidentes do trabalho e, portanto, os juízes estão saindo de seus gabinetes para dialogar com a sociedade, com o intuito de modificar a realidade nacional. Segundo Scheuermann, estão previstos atos públicos visando as obras da Copa, já que a construção civil é o principal setor responsável pelos acidentes. (Com informações da CIC)

BRASIL: MAIS DE 80 ACIDENTES POR HORA

O Brasil continua sendo um dos líderes mundiais em acidentes de trabalho. Ocupa a 4ª posição no ranking com mortes, atrás da Coreia do Sul, El Salvador e Índia, e a 15ª em acidentes gerais. O dado oficial mais recente, de 2010, revela cerca de 725 mil acidentes, em média 1.986/dia - ou 82,7/hora. São números trágicos, assim como os demais que compõem esta estatística.
Em 2009, de acordo com informações oficiais, morreram em acidentes de trabalho 2.496 brasileiros - só entre assalariados regidos pela CLT e segurados pelo INSS. Se forem considerados servidores públicos, militares, trabalhadores informais e acidentes não comunicados ao INSS, morrem quase 4 mil pessoas, segundo estimativa de José Augusto da Silva Filho, do Fórum Sindical dos Trabalhadores.
Incluindo os acidentes não fatais, foram 723.500 ocorrências em 2009. O total é um pouco inferior ao do ano anterior, mas muito acima de 2005  e de 2004 (456 mil). Ou seja: as tentativas de reduzir os acidentes de trabalho não têm sido eficazes.
Há outro dado importante, revelado pelo Jornal do Senado às vésperas do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho (28 de abril): o Brasil perde de 2,5% a 4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) por ano com afastamento de trabalhadores e pagamento de auxílio-doença. Convertendo os 4%, equivaleriam, em 2009, quando o PIB brasileiro atingiu R$ 3,143 trilhões, a R$ 127,2 bilhões. Naquele ano, só com acidentes de trabalho, os gastos somaram R$ 14 bilhões. Em relação ao PIB de 2011, os 4% representariam US$ 92 bilhões (uns R$ 175 bilhões). Em qualquer dos comparativos, os prejuízos são gigantescos.
Com base em 2009, o maior volume de acidentes ocorre na faixa etária dos 20 aos 29 anos e de doenças laborais, dos 30 aos 39 anos. 77,1% das vítimas eram homens e 22,9%, mulheres.
Em 2007, nos setores de indústria e serviços, ocorreram 45% e 44% do total de acidentes, respectivamente, e no agrícola, 4%. Os acidentes mais comuns no país são ferimentos (como cortes, esmagamentos, amputações, queimaduras, abrasões), fraturas e dores nas mãos, punhos, pés e coluna. Nas doenças laborais, destacam-se as relacionadas a movimentos repetitivos.

E DAÍ, O MUNDO VAI ACABAR EM 2012?

Vivemos num tempo de sensacionalismos. Alguns setores da imprensa precisam chamar a atenção do povo para tirar proveito disso. Não tendo nada melhor, apelam para estas fanfarronices. Desta forma conseguem prender a atenção de seus ouvintes. Da mesma forma que despejam os Big Brother Brasil - verdadeiro lixo - em nossas casas, apelam para o sensacionalismo fundamentalista de previsões sobre o fim do mundo. Deviam sentir vergonha, mas o fato é que, se em 2013 ou em 2014 fizerem outra previsão dessas, muitas pessoas irão acreditar. A culpa não está apenas nestes supostos profetas; está, também em quem neles acredita. Alguns setores da imprensa não têm por princípio a formação e a informação, mas a enganação.

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O VALOR DO SILÊNCIO.

Equilíbrio - Diante da avalanche de mensagens e informações jogadas sobre as pessoas, “o silêncio torna-se essencial para discernir o que é importante daquilo que é inútil ou acessório”. Por isso,  “é necessário criar um ambiente propício, quase uma espécie de ‘ecossistema’ capaz de equilibrar silêncio, palavra, imagens e sons”.
É preciso “olhar com interesse para as várias formas de sites, aplicações e redes sociais que possam ajudar o homem não só a viver momentos de reflexão e de busca verdadeira, mas também a encontrar espaços de silêncio, ocasiões de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus”.  “A solidão e o silêncio constituem espaços privilegiados para ajudar as pessoas a encontrar-se a si mesmas e àquela Verdade que dá sentido a todas as coisas”.
“Educar-se em comunicação quer dizer aprender a escutar, a contemplar, para além do falar”. E isto é muito importante para todos.

AUDIÊNCIA ALERTA SOBRE OS RISCOS DOS AGROTÓXICOS

Há três anos o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de consumo de agrotóxicos no mundo. Um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros está contaminado pelos agrotóxicos, segundo alerta feito pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em dossiê lançado durante o I Congresso Mundial de Nutrição, encerrado no Rio de Janeiro, na terça-feira 1º.
A preocupação da sociedade chegou à Assembleia Legislativa do RS, que na quarta 2, realizou audiência pública sobre “Agrotóxico no Brasil: o veneno está na mesa”. A ocasião foi palco para denúncias e promessas de avanços na discussão do tema.
Avanço - O deputado Edson Brum (PMDB) lembrou que o Uruguai está produzindo arroz com produtos proibidos no Brasil. “Na Colômbia há um comparativo entre duas regiões, uma que não usa agrotóxicos e outra que usa, e a região que não usa aumentou seu lucro”, destacou.
A deputada Marisa Formolo (PT) lembrou que há uma lei de dezembro de 1982, sancionada pelo então governador Amaral de Souza, que foi pioneira, serviu de modelo para a lei nacional, sancionada em 1989, mas que está defasada. “Nossa tarefa é avançar nesse debate e propormos novas políticas públicas”, afirmou.
Opiniões - “Os agrotóxicos são caracterizados como venenos, mas mesmo assim não se avançou nas suas restrições”, declarou Dario Mello, da Cooperativa de Prestação de Serviços Técnicos. Já Neici Muller Xavier Faria, doutora em epidemiologia, mostrou preocupação com a intoxicação. E Ana Maria Vekic, gerente geral de toxicologia da Anvisa, disse que é muito difícil retirar um produto do mercado, “depois do direito concedido pelo Estado.”

VIVA! LA NIÑA ESTÁ ACABANDO E CHUVAS VOLTARÃO

As chuvas voltaram. Parece letra de música, mas soa com muito mais melodia aos ouvidos dos produtores rurais da região Sul, afetados pela estiagem que ainda assola microrregiões dos três Estados do Sul desde novembro de 2011. O problema preocupa. Somente no RS e em SC são mais de 260 municípios atingidos.
Até o momento, conforme dados da Emater, o que foi perdido na safra de grãos, na produção leiteira e de frutas, é irrecuperável. “Agora é o momento de represar águas e não perder a cultura da irrigação”, avalia meteorologista Flávio Varone, do Centro Estadual de Meteorologia da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro).
O Rio Grande do Sul deixou de colher nesta safra 6 milhões de toneladas de soja, 3,2 milhões/t de milho, 2,7 milhões/t de trigo. No total, as perdas poderão chegar a 29 milhões de toneladas, o equivalente a R$ 20 bilhões. Um número desastroso sobre o PIB gaúcho de R$ 228,3 bilhões. Por causa do clima, de cada 10 safras, sete são desastrosas no Estado.
Contudo, a chuva regular está retornando. A promessa é de rios com vazão normal, como o Uruguai, um dos mais importantes da radiografia do Sul do Brasil. O Centro Estadual de Meteorologia, em nota técnica, divulgada na sexta 4, decreta o final do fenômeno La Niña, o que significa mais regularidade nas chuvas para os meses de maio, junho e julho. “Haverá volta gradual da chuva, segundo os prognósticos”, endossa o meteorologista da Fepagro.
Em maio, são esperadas precipitações acima da média para todo o Estado, principalmente nas regiões Oeste e Noroeste. As temperaturas mínimas também devem ficar próximas à média, enquanto as máximas permanecerão um pouco abaixo do normal, principalmente na região Oeste.

VIOLÊNCIA: QUAL O CAMINHO DA SOLUÇÃO?

Os índices da violência não param de crescer. Nas grandes cidades, disparam os números de roubos e assassinatos, a maioria deles alimentada pelo comércio de drogas, em torno do qual gravitam integrantes de todas as classes sociais. Esta engrenagem a serviço do mal também começa a ocupar espaços nas cidades de porte médio e pequeno.
Os dados mais visíveis e reveladores estão nas áreas urbanas, mas um outro tipo de violência avança pelo campo, movida pela disputa por terra. Os conflitos seguem levando sofrimento a dezenas de milhares de famílias, vítimas de uma luta que brota no fértil terreno da desigualdade social e é irrigada pela omissão de governantes.
A esses tipos característicos de violência poderiam ser acrescidos outros. Os acidentes de trânsito, por exemplo, continuam espalhando tragédias por todo o território nacional. Os acidentes de trabalho, com média de dois mil registros por dia no Brasil, e mais de duas mil mortes por ano, também fazem parte desta lista. Eles se disseminam por indústrias, empresas de serviços e, em particular, no meio rural, aonde a falta de capacitação na operação de máquinas agrícolas é responsável por um número cada vez mais expressivo de vítimas.
As estatísticas comprovam que o aparato de segurança montado pelo Estado não tem sido suficiente para conter a avalanche de crimes. Talvez tenha de partir da própria sociedade a tentativa de reversão. Cobrando uma melhor distribuição de renda, o fim da impunidade a criminosos - entre eles os corruptos -, mais investimentos na educação e saúde... Sem reação não haverá solução. 

EMBRAPA: DEVE SER PÚBLICA OU PRIVADA.

De uma maneira geral, as opiniões se dividem entre os que defendem uma Embrapa mais incorporada à lógica de mercado capitalista, de inspiração mais atrelada aos princípios neoliberais, e aqueles que apregoam uma Embrapa totalmente pública. É preciso, porém, ir além das aparências expressas nos discursos hegemônicos desses dois grupos.
Os primeiros reafirmam que a produção de conhecimento e tecnologia deve estar voltada à produção de mercadorias e que o Estado deve se abrir cada vez a esse setor, possibilitando aos interesses privados uma ingerência mais efetiva nos rumos da Embrapa. Para isso, sua estrutura e “cultura” organizativa devem se adequar aos valores apregoados e praticados nas relações de trabalho da iniciativa privada. O alimento e todo o conhecimento dali gerados serão mediados pelo interesse particular, agora no seu DNA jurídico-administrativo.
Ao defender uma Embrapa 100% pública, o segundo grupo apresenta uma aparente contradição a essa ideia. No entanto, logo nas primeiras linhas de sua argumentação, com raras exceções, querem dizer, na verdade, que a Embrapa tem de ter dinheiro 100% público voltado a interesses 100% privados.

A pergunta que deve ser feita é: o que a sociedade brasileira deseja da Embrapa para consolidar um projeto de país soberano, justo e sadio do ponto de vista alimentar e tecnológico? Respondido isso, cabe ao governo e ao Estado brasileiro fazer as políticas públicas fluirem e determinar à Embrapa o cumprimento das metas ali estabelecidas.

TODO O DIA É TEMPO DE CUIDADO.


Quando desponta alguma crise num grupo gerando tensões e divisões, é a sabedoria do cuidado o caminho mais adequado para ouvir as partes, favorecer o diálogo e buscar convergências. O cuidado se impõe quando irrompe alguma crise de saúde que exige internação hospitalar. O cuidado é posto em ação por parte dos médicos, médicas, dos enfermeiros e enfermeiras, decidindo sobre o que melhor fazer.
O cuidado é exigido em praticamente todas as esferas da existência, desde o cuidado do corpo, da vida intelectual e espiritual, da condução geral da vida até ao se atravessar uma rua movimentada, Como já observava o poeta romano Horácio, “o cuidado é aquela sombra que nunca nos abandona porque somos feitos a partir do cuidado”.
Hoje dada a crise generalizada seja social seja ambiental, o cuidado torna-se imprescindível para preservarmos a integridade da Mãe Terra e salvaguardar a continuidade de nossa espécie e de nossa civilização.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

MÃE, PODES ENTRAR




Conta a fábula que, um dia, Deus resolveu dar um passeio pelo mundo, levando consigo Pedro, seu velho amigo e porteiro do céu. Entraram numa maloca e viram sentada uma mulher, com apenas um pão, que dava de comer aos seus dois filhos, repartindo-o em duas porções. Ela, feliz, ficou sem nada. "Viste o que ela fez?", disse Deus a Pedro. Este respondeu: "É que ela não tem fome". "Não, é que ela é mãe", emendou Deus.
Depois, chegaram numa região muito fria, num barraco encontraram uma mulher tirando parte da própria roupa para agasalhar o filho pequeno. "Não te parece estranho?, comentou Deus. "É que ela não está com frio", adiantou Pedro. "É que ela é mãe", respondeu Deus. Já no fim da viagem, depararam-se com uma velhinha, toda alquebrada, quase cega, desgastada e curva pelo trabalho e pelo sofrimento. "É que ela viveu muito", apressou-se Pedro. "É porque ela foi mãe", sublinhou Deus.
Poucos dias depois de regressarem ao céu, tocou a campainha da porta e Pedro foi abrir. Vendo que era uma mulher idosa, sorriu e logo convidou: "Podes entrar porque és santa"."Podes entrar porque és mãe, corrigiu Deus".
Pedro aprendeu a lição. Cada vez que vai abrir a porta, conclui a lenda. Se é mulher, já pergunta se é mãe. Sendo positiva a resposta. em tom solene ele diz "Entre e toma teu lugar de honra".
Com esta pequena lenda quero homenagear a minha mãe a mãe dos meus filhos, as mães dos meus netos e todas as mães do mundo  pelo seu dia.



terça-feira, 8 de maio de 2012

POR QUE SER SEMPRE IGUAL


Por que você tem de ser do mesmo jeito? Por que tem de usar sempre as mesmas palavras? Por que tem de agir sempre da mesma forma? Por que tem de responder sempre da mesma maneira? Por que tem de duvidar sempre de determinada pessoa ou situação? Por que tem de querer demonstrar o que não é? Por que tem de coibir as suas vontades? Por que tem de ter medo de expressar o que há em teu coração? Por que tem de aceitar as coisas como são ou estão? Por quê? Por quê? Você pode mudar positivamente o teu estado. Você pode mudar satisfatoriamente você. Você pode mudar significativamente a tua vida. Ascendentemente.Basta ter a vontade plena e a flexibilidade necessária. Vontade plena, pois a mudança requer um desejo profundo nutrido das mais sábias virtudes. É necessário empenho, dedicação e um pensamento para lá de positivo. Flexibilidade necessária, pois a mudança vai tornar obrigatória, muitas vezes, uma mudança de pensamento, uma quebra de paradigmas ou até o reconhecimento de seus erros ou pontos a se melhorar. E melhorar.

O PEQUENO DITADOR ( Kaiser)


Eles estão em todo lugar. Empresas privadas, órgãos públicos, clubes, associações, sindicatos. Onde houver uma estrutura hierárquica que lhes confira alguma autoridade, mínima que seja, lá estarão eles exercendo sua tirania. Podem ser CEOs, diretores, chefes, responsáveis, coordenadores, síndicos, porteiros, vigilantes... Não importa a relevância do cargo. O que importa é que são eles quem mandam! Falou, tá falado, não tem discussão!
Eles não promovem holocaustos, mas apenas porque não têm poder para isso. Basta ver o que aconteceu quando a Fortuna resolveu sorrir para um anônimo mensageiro do exército alemão na Primeira Guerra Mundial e promovê-lo à condição de líder da nação.
Esses infames pequenos ditadores que, com sua arrogância, truculência e autoritarismo, espalham infelicidade ao seu redor e tornam nosso dia a dia tão mais desagradável.

MEU NOME NÃO ESTÁ NA LISTA

A revista Forbes acaba de divulgar a lista anual dos 10 homens mais ricos do mundo. O mexicano Carlos Slim, mesmo tendo perdido três bilhões de dólares, ainda encabeça a lista com 69 bilhões de dólares. Bill Gates, o magnata da informática, figura em segundo lugar com 61 bilhões de dólares. Mesmo aposentado, viu sua fortuna saltar de 57 para 61 bilhões de dólares. O ano não foi bom para Warren Buffett, que perdeu seis bilhões de dólares. Sobraram ainda 44 bilhões. Um francês ocupa o quarto lugar: Bernard Arnoult possui 41 bilhões de dólares. O espanhol Amâncio Ortega no último ano ganhou seis bilhões e totaliza, agora, 30 bilhões de dólares, O sexto lugar é de Larry Ellison: 36 bilhões. A sétima colocação é de um brasileiro, Eike Batista. Atua no ramo da mineração e petróleo e tem a sólida fortuna de 30 bilhões de dólares.
Um leitor, após tomar conhecimento da relação, ameaça processar a revista, porque foi vítima de uma omissão inexplicável: seu nome não aparece na lista. Nem aparece na relação de outra revista, a Fortune, que explora o mesmo tema, mas com uma relação maior de nomes. O indignado leitor pergunta: por que a relação inclui personalidades como a rainha Elizabeth da Inglaterra, o armador Niarkos Stavros e até o desconhecido sultão de Brunei?
E continua: eu não sou mencionado em nenhuma das duas revistas, embora seja um homem rico, imensamente rico. E posso provar. Eu tenho o imenso dom da vida e o privilégio da saúde. Tenho uma família maravilhosa, uma esposa meiga e decidida, companheira feliz para todos os momentos. De nossa cumplicidade nasceram um
filho e uma filha. E acreditem: um neto está a caminho.
Moramos em casa própria. Uma pequena horta fornece temperos e algumas verduras e legumes. Junto à horta, algumas árvores frutíferas: figueiras e caquizeiros fazem a delícia dos sabiás e saíras. Não considero os pássaros como predadores, tanto que nunca lhes falta água e alguma comida, sobretudo no inverno. Tudo isso é vigiado por um cachorro que não vai dormir antes que eu retorne e que me recebe como se eu fosse um herói ou astro de cinema.
Minha riqueza não termina aí. Tenho irmãos que são meus amigos e amigos que são verdadeiros irmãos. Tenho vizinhos com quem trocamos sobremesas. Tenho olhos para ver, ouvidos para escutar, boca para falar e sorrir, pés para andar e mãos para fazer mil tarefas. E acima de tudo eu tenho fé em Deus, que amo e sei que me ama com amor infinito. E isso me dá tranquilidade de consciência.
Pergunto: por que a Fortune e a Forbes não me colocam na lista dos homens mais ricos do planeta? Possivelmente não seja por inveja, mas por puro desconhecimento de minha fabulosa riqueza.

BRASIL... A CASA DA SOGRA

Sábado, 28 de abril, comemorou-se, no Brasil, o Dia da Sogra. O calendário de efemérides está repleto de dias consagrados a quase todos os galhos da árvore genealógica. Predomina, por razões óbvias, o Dia das Mães. Mãe todos temos, com certeza. 
O Dia da Sogra deve ter sido incluído por proposta de algum político corrupto que, tendo escutado ofensas óbvias à sua progenitora, decidiu homenagear a mãe de sua mulher. Ou de suas mulheres, embora o calendário singularize (sogra) o que pluraliza na efeméride de maio (mães).
Sogras padecem no anedotário. “Feliz foi Adão que não teve sogra nem caminhão”, li no para-choque de uma jamanta na Via Dutra. Cinco coisas que ninguém jamais viu: cabeça de bacalhau; mendigo careca; ex-corrupto; santo de óculos; e retrato de sogra na sala.
Faz-se de um lugar ou ambiente “casa da sogra” quando alguém se julga no direito de abusar da hospitalidade de parentes ou amigos. Na casa da sogra tudo é permitido, até a má educação e a falta de higiene.
A cascata de escândalos do caso Carlinhos Cachoeira, com perdão da redundância, projeta o Brasil como a própria casa da sogra. Muitos políticos – há exceções, felizmente - adotam três discursos: o eleitoral, da captação de votos; o partidário, das articulações de bastidores; e o salafrário, para amealhar dinheiro e poder.
Inúmeros empresários e comerciantes se queixam de que, no Brasil, não se vence licitações nem se obtém recurso público sem “molhar” a mão de políticos e funcionários do governo. A prática já está incorporada às negociações entre empresas privadas ou pessoas e agentes públicos. Amigo meu, ao ver sua moto recuperada pela polícia, se espantou com a lisura do investigador, que não lhe pediu nem um centavo.
Raros os políticos brasileiros que vieram de berço esplêndido. E todos sabem quão cara é uma campanha eleitoral. Essa vulnerabilidade é a porta de entrada dos corruptores, em geral travestidos de lobistas. Aproximam-se do político e se tornam facilitadores de suas vontades e necessidades: empregos aos parentes; viagens em jatinhos; férias em locais paradisíacos; presentes caros etc.
Na primeira fase, o corruptor nada pede, apenas oferece. Demonstra um desprendimento e dedicação ao político de fazer inveja a madre Teresa de Calcutá. Essa aproximação, que socialmente faz o político passar da classe econômica à executiva, introduzido aos prazeres privativos do mundo dos ricos, cria vínculos
de amizade.
A segunda fase se inicia quando o político se sente na obrigação de ser grato ao amigo. Em que posso ajudá-lo? Ora, o amigo tem seus amigos: as empresas que o abastecem de recursos para abrir caminhos na intrincada burocracia da floresta governamental. Começam então as facilitações obtidas pelo político: licitações fajutas; informações privilegiadas; nomeações convenientes; tráfico de influência etc.
A terceira fase da transformação do exercício de um mandato popular em casa da sogra é o caixa de campanha. O político não pode perder eleição. E para ganhá-la precisa de visibilidade (poucos a alcançam) e dinheiro (imprescindível). Criam-se o caixa um, legal, declarado à Justiça Eleitoral, e o caixa dois, por baixo dos panos, abastecido pelo amigo lobista e outras vias escusas.
É possível acabar com a corrupção? No coração humano, anabolizado por ambições desmedidas, jamais. Há, contudo, antídotos objetivos: financiamento público das campanhas eleitorais; controle da administração pública pela sociedade civil; ficha limpa também quanto ao patrimônio familiar acumulado; apurações rápidas e punições rigorosas aos corruptos.
Isso depende de reforma política, que o governo e o Congresso tanto protelam. Enquanto perdurar o atual sistema político, contaminado por 21 anos de ditadura militar, como a isonomia de representações estaduais no Senado, os ratos da corrupção haverão de trafegar à vontade pelos buracos do queijo suíço
das maracutaias.
O Brasil deixará de ser a casa da sogra quando nossa indignação se converter em mobilização e proposta.

ANALFABETO NÃO É O QUE NÃO APRENDEU A LER, MAS O QUE SABE LER E NÃO LÊ.


Quem sabe ler não precisa ser doutor, mas precisa ser leitor. É tanto o que não sabemos e precisamos saber que, se não nos habituamos a buscar mais informação e reflexão com os que estudaram mais do que nós, continuaremos consumidores dos resumos que a mídia oferece. Quem não lê livros e documentos depende dos resumos e dos comentários de outros, mas dificilmente terá um pensamento próprio. O livro faz isso: estimula a pensar. Uma coisa é ouvir trechos de um livro e outra é ler pessoalmente, dia após dia.
Mas penso no dia em que alguém proponha o tema “estudar e ler”. Num país cada dia mais dependente da TV e dos resumos oferecidos por editores de revistas, jornais e programas de rádio e televisão, convém formar o povo para que vá à fonte e leia os documentos, os livros e se inteire do que realmente foi dito e escrito. Digo sempre: Não temos que ser doutores, mas fomos alfabetizados, temos que ser leitores.
Num país onde a maioria mal consegue ler um livro por ano, uma campanha que motive a ler livros e conhecer o que se disse  pode fazer a diferença. Os brasileiros ainda leem pouco. Convenhamos, um livro por ano é quase nada. Seriamos um país mais pensante se cada brasileiro lesse pelo menos dez livros por ano. O país pode e deve caminhar nesta direção. O Brasil precisa ler mais!

O QUE O MUNDO PRECISA: MAXIMIZAR OU OTIMIZAÇÃO?

Há uma ética subjacente à cultura produtivista e consumista, hoje vastamente em crise por causa da pegada ecológica do planeta Terra, cujos limites foram ultrapassados em 30%. Nunca mais vamos ter a abundância de bens e serviços como até há pouco tempo dispúnhamos. A Terra precisa de um ano e meio para repor o que lhe extraímos durante um ano. E não parece que a fúria consumista esteja diminuindo. Pelo contrário, o sistema vigente para salvar-se incentiva mais e mais o consumo que, por sua vez, requer mais e mais produção, que acaba estressando ainda mais todos os ecossistemas e o planeta como um todo.
A ética que preside a este modo de viver é a da maximização de tudo o que fazemos: maximizar a construção de fábricas, de estradas, de carros, de combustíveis, de computadores, de celulares; maximizar programas de entretenimento, novelas, cursos, reciclagens, produção intelectual e científica. A roda da produção não pode parar, caso contrário ocorre um colapso no consumo e nos empregos. No fundo, é sempre mais do mesmo e sem o sentido dos limites suportáveis pela natureza.
Imitando Nietzsche perguntamos: quanto de maximização aguenta o estômago físico e espiritual humano? Chega-se a um ponto de saturação e o efeito direto é o vazio existencial. Descobre-se que a felicidade humana não está em maximizar, nem engordar a conta bancária, nem o número dos bens na cesta de produtos consumíveis. O fato é que o ser humano possui outras fomes: de comunicação, de solidariedade, de amor, de transcendência, entre outras. Estas, por sua natureza, são insaciáveis, pois podem crescer e se diversificar indefinidamente. Nelas se esconde o segredo da felicidade.

ESTÁ NAS MÃOS DE DILMA O CÓDIGO FLORESTAL

Serenidade, calma, sangue-frio e tranquilidade. Essas palavras foram usadas pelo secretário-geral da presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, na quinta 26, para definir como a presidente Dilma Rousseff analisaria o novo texto do Código Florestal, aprovado pela Câmara na noite anterior.
Após quase 13 anos de tramitação, o novo Código não agradou ao governo e nem a ambientalistas. O governo foi derrotado em sua proposta de manter o conteúdo acordado no Senado e a tendência é de que itens sejam vetados, o que deverá prolongar a disputa entre a poderosa bancada ruralista e o Planalto e seus aliados.
A presidente tem 15 dias para avaliar o novo Código, a contar da chegada deste ao Planalto. E precisará de tempo, porque as alterações introduzidas pelos deputados no texto viraram um “monstrengo”, na definição do ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, que leva em consideração pontos confusos e/ou duvidosos. Aliás, suas recomendações e mais as da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, serão muito importantes para as decisões de Dilma. Poderão, em outras palavras, determinar a dimensão dos vetos da presidente.
Também terá peso, obviamente, a realização, em junho, no Rio de Janeiro, da Rio + 20, que atrairá dezenas de chefes de Estado e ambientalistas do mundo. E o Brasil não quer ser um anfitrião marcado por maus exemplos. Por outro lado, nunca é demais recordar que a oposição poderá derrubar as restrições do governo.
Como foi - Por 274 votos a 184, os deputados da bancada ruralista conseguiram mudar o texto-base do novo Código Florestal, na Câmara dos Deputados, aprovando as modificações apresentadas pelo relator da matéria, deputado Paulo Piau (PMDB-MG). Na votação dos destaques, os parlamentares ligados ao agronegócio derrubaram, por exemplo, a obrigação de divulgar na internet os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Também foi retirada do texto aprovado pelo Senado a possibilidade de o Ibama bloquear a emissão de documento de controle de origem da madeira de Estados não integrados a um sistema nacional de dados sobre a extração. Os ruralistas conseguiram ainda derrubar um destaque que propunha que fosse retirada do texto a possibilidade de o Poder Público diminuir a reserva legal até 50% em áreas de floresta na Amazônia Legal de imóvel situado em Estado com mais de 65% do território ocupado por unidades de conservação pública ou terras indígenas, ouvido o Conselho Estadual de Meio Ambiente. Um dos principais beneficiados com isso é Rondônia, Estado do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Moreira Mendes (PSD).
Uma emenda apresentada pelo DEM, aprovada pelo plenário, derrubou a obrigatoriedade de recompor 30 metros de mata em torno de olhos nascentes de água nas áreas de preservação permanente (APPs) ocupadas por atividades rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. O plenário rejeitou o destaque do PSC ao substitutivo do Senado e confirmou a retirada do texto da regra de recomposição de vegetação nativa em imóveis de agricultura familiar e naqueles com até quatro módulos em torno de rios com mais de 10 metros de largura.

MARIA MÃE DE JESUS É CONHECIDA POR MAIS DE 1.100 NOMES NO MUNDONOMES

Maria a mãe de Jesus recebe nomes ou títulos em função de lugares onde teria aparecido (de Fátima, de Lourdes), de graças que tenha concedido (das Graças), de locais onde é padroeira (Aparecida), de graças necessitadas (da Boa Viagem) e até de nomes derivados dessas necessidades. A mãe de Jesus é quem mais recebe nomes em toda a Igreja Católica. São mais de 1.100 conhecidos.
Entre eles estão as padroeiras dos países – quase todos têm Nossa Senhora sob um título especial. Na América Latina, por exemplo, temos Nossa Senhora da Conceição Aparecida (padroeira do Brasil); Nossa Senhora de Coromoto (Venezuela); Nossa Senhora de Chiquinquira (Colômbia); Nossa Senhora da Evangelização (Peru); Nossa Senhora de Copacabana (Bolívia); Nossa Senhora do Carmo (Chile); Nossa Senhora da Assunção (Paraguai); Nossa Senhora de Lujan (Argentina); Nossa Senhora dos Trinta e Três (Uruguai, relembra os 33 homens que, sob a proteção de Nossa Senhora, empreenderam a independência do país em 1825).
Na Europa, temos Nossa Senhora de Fátima, em Portugal; Nossa Senhora de Lourdes e Nossa Senhora da Salete, na França; Nossa Senhora de Loreto, Itália; e Nossa Senhora de Czestochowa, na Polônia, como grandes centros marianos. O mesmo ocorre com Nossa Senhora de Guadalupe, no México, e com Nossa Senhora de Vailankanni, na Índia – somente o santuário desta última, ao sudeste de Nova Deli, conhecido como a Lourdes do Oriente, atrai 20 milhões de peregrinos por ano, com um detalhe: a metade deles não é de cristãos.
Mesmo em países há várias denominações. No Brasil, por exemplo, a região da Serra gaúcha cultua a devoção a Nossa Senhora de Caravaggio, Nossa Senhora de Loreto, Nossa Senhora de Monte Bérico (todas devoções fortes no norte da Itália, trazidas por imigrantes); Nossa Senhora de Schoenstatt (trazida da Alemanha); Nossa Senhora da Salete (França); Nossa Senhora dos Navegantes (Portugal); Nossa Senhora de Czestochowa (Polônia)...
E existem, também, denominações que nascem da devoção e da cultura de regiões dentro do mesmo país. No Brasil, pode-se citar a Nossa Senhora da Amazônia (Norte do país); Nossa Senhora Aparecida... Por trás de cada nome há uma história, a manifestação de graças, de pedidos, mas é preciso deixar bem claro, que esses títulos se referem à mesma pessoa, porque só há uma Nossa Senhora, Maria, a Mãe de Jesus.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

MILHARES FESTEJAM NAS RUAS A VITÓRIA DE FRANÇOIS HOLLANDE






Imensa, coletiva, assombrosamente jovem e liberadora, como uma lufada de um perfume renovador, como o fim de um pesadelo, barulhenta e comovedora até às tripas: a alegria que explodiu nesta noite de domingo em Paris, após a confirmação da vitória do socialista François Hollande, é indescritível. As pessoas cantam e dançam na Praça da Bastilha, correm pelas ruas com bandeiras francesas, garrafas de Champagne, retratos de Hollande e rosas na mão. Esta explosão coletiva tem o nome mais humano que se conhece: esperança. Sarkozy deixou atrás de si um país agredido. 
 31 rosas depois e uma frase que marca um rumo: “a austeridade não pode ser mais uma fatalidade na Europa”. Três décadas e um ano separam a vitória do socialista François Miterrand à presidência da República (maio de 1981) do triunfo eleitoral obtido neste domingo por François Hollande por 51,70% contra 48,30% dos votos. O modelo mais refinado do anti-herói derrotou nas urnas a versão mais xenófoba e ultrajante do liberalismo europeu: Nicolas Sarkozy ficou sem o grande sonho de revalidar seu mandato ao cabo de uma década no poder na qual seus cinco anos de presidência ficaram marcados pela panóplia de seus excessos, as promessas não cumpridas, as reformas pela metade, o desemprego, o desmonte do Estado de Bem-estar, o personalismo às últimas consequências, a arrogância e a violência racial com a qual, de uma forma ou de outra, tratou os estrangeiros.
A França encerrou uma fase na noite deste domingo e resgatou do frondoso bosque liberal a socialdemocracia europeia.

domingo, 6 de maio de 2012

PELA QUALIDADE DE VIDA

"Sem alergia, com qualidade de vida” é o tema da Campanha de Prevenção das Doenças Alérgicas comemorada no dia 7 de maio. A iniciativa é promovida por especialistas da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai) em apoio ao dia mundial de combate à asma, lembrado em 1º de maio.
Nesta primeira semana de maio, os médicos realizam as atividades em 21 Estados brasileiros, representados pelas regionais. As ações têm o objetivo de alertar as pessoas sobre as doenças que afetam atualmente 30% da população, sendo que 20% desse percentual são crianças, as mais afetadas.
As doenças alérgicas predominantes são as alergias respiratórias (com destaque para a asma e rinite alérgica), alimentar, a medicamentos, à picada de insetos e de pele.

Doenças respiratórias - As alergias respiratórias acometem mais os pacientes nas estações do outono e inverno, devido às baixas temperaturas e à facilidade de proliferação de ácaros. A asma atinge de 10% a 25% da população brasileira, sendo responsável, anualmente, por 400 mil internações hospitalares, 2.500 óbitos (Datasus 2011) e um número incontável de atendimentos ambulatoriais, principalmente em salas de urgência; de faltas ao trabalho e à escola. A asma é caracterizada por sintomas de falta de ar, tosse, chiado no peito.
Outro fator predominante é a rinite alérgica, considerada fator de risco para desenvolvimento das crises asmáticas. Segundo o International Study of Asthma and Allergies, a rinite atinge 26% das crianças e 30% dos adolescentes brasileiros. É caracterizada por sintomas de coceira, entupimento das narinas, coriza nasal e espirros, similares aos da gripe. A queda da temperatura, ambientes mais fechados e a piora da qualidade do ar agravam as crises.

PARA ONDE VAMOS?

Imaginemos se um repórter passasse um dia entrevistando as pessoas nas ruas de uma grande cidade com a mesma e única pergunta: “Para onde vais?” Com certeza, todos, ou quase todos, responderiam indicando o lugar imediato para onde estariam se dirigindo: lugar de trabalho, moradia, escola, espaços de lazer etc. Nem poderíamos esperar outras respostas, a não ser a indicação do imediato.
Porém, a experiência dos beduínos e a dinâmica da fé nos sugerem outros horizontes mais amplos e infinitos para onde nos dirigimos, sempre. No mesmo caminho, onde vamos indo para nossas paradas imediatas, nosso espírito não pode parar por ali, nem se fixar como se fosse a última parada.
Fixar-se parece ser um sonho natural dos humanos. Criar espaços seguros; construir moradias com todas as possíveis comodidades; fazer jardins e montar cenários deslumbrantes levam tantos a investir tudo, como se fôssemos eternos no tempo e ilimitados no espaço.
Mas a vida humana não consegue parar por aqui, nem contentar-se com o que é finito. “Porque não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura da cidade que está para vir” . É constitutivo de nossa condição humana sermos peregrinos. Nossa história é uma passagem com data de chegada e data de partida para o encontro definitivo. Nossos cemitérios costumam registrar o percurso do tempo que por aqui passamos numa lápide memorável.
Para onde vamos nós? Viemos de um passado e vivemos num presente, rumo a um futuro que nos coloca sempre em estado de peregrinos. Não nos cabe truncar nossas mais profundas aspirações e negar a necessidade de eternização de nosso viver. Como finitos, estamos sempre impelidos ao infinito.
Aqui, enquanto caminhamos na terra, pode acontecer um pouco de tudo, mas nunca poderemos apagar de nossa existência a eternidade que nos motiva a investir naqueles bens que vão garantir a plenitude. Crer, amar e esperar parece ser a atitude cotidiana mais adequada para quem quer chegar bem onde completaremos o projeto de vida, que Deus colocou em nossas mãos, como dom e responsabilidade.
Sempre me chama atenção o testemunho de uma jovem cadeirante.  Diz para todos que é uma pessoa feliz porque crê. “A fé me faz andar! Se as pernas não me ajudam, o espírito me leva e traz, onde encontro ânimo e motivos de viver”.