Os Resultados Gerais da Amostra do Censo 2010,
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram
que o Brasil tem avançado, na última década, período usado para comparação, em
vários indicadores sociais. Somente a taxa de mortalidade infantil, com queda de
quase 50% em dez anos, já justificaria investimentos em obras de infraestrutura,
em particular de saneamento básico. A esse item podem ser acrescidos outros,
como o aumento da frequência escolar e do decorrente nível de instrução, o
crescimento do rendimento médio e o melhor nível de conforto doméstico, com mais
domicílios tendo acesso a microcomputadores, telefones e
eletrodomésticos.
Houve, ainda, um encolhimento nas distorções sociais, com a
melhora da renda domiciliar em regiões mais pobres, como o Nordeste. São
sinalizações de que o país anda no caminho certo, embora não na velocidade
adequada para recuperar o tempo perdido.
Os dados em geral, porém, ainda
mantêm graves desigualdades. Começam pelas regionais, com diferenças gritantes
em vários pontos, a começar por educação e renda. Continuam resistentes no
gênero, com a mulher ganhando bem menos que o homem, mesmo que execute tarefa
igual. E espalham-se por outros indicadores.
Apesar do crescimento, o Brasil
não consegue - ou não quer - se livrar da excessiva concentração de renda.
Alguns números sobre rendimentos mensais são reveladores: menos de 1% da
população ganha acima de 20 salários mínimos, enquanto 6,6% não têm renda e um
terço recebe até um mínimo.
Crescer é muito menos que desenvolver. E o Brasil
só atingirá o segundo estágio quando sua população puder usufruir da forma mais
igualitária possível os frutos da riqueza produzida. Trabalho, esforço e
dedicação precisam ser compensados dentro de proporções justas, sem distinção,
sem privilégios e preterições.
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