domingo, 6 de maio de 2012

AVANÇOS NÃO ELIMINAM DESIGUALDADES

Os Resultados Gerais da Amostra do Censo 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o Brasil tem avançado, na última década, período usado para comparação, em vários indicadores sociais. Somente a taxa de mortalidade infantil, com queda de quase 50% em dez anos, já justificaria investimentos em obras de infraestrutura, em particular de saneamento básico. A esse item podem ser acrescidos outros, como o aumento da frequência escolar e do decorrente nível de instrução, o crescimento do rendimento médio e o melhor nível de conforto doméstico, com mais domicílios tendo acesso a microcomputadores, telefones e eletrodomésticos.
Houve, ainda, um encolhimento nas distorções sociais, com a melhora da renda domiciliar em regiões mais pobres, como o Nordeste. São sinalizações de que o país anda no caminho certo, embora não na velocidade adequada para recuperar o tempo perdido.
Os dados em geral, porém, ainda mantêm graves desigualdades. Começam pelas regionais, com diferenças gritantes em vários pontos, a começar por educação e renda. Continuam resistentes no gênero, com a mulher ganhando bem menos que o homem, mesmo que execute tarefa igual. E espalham-se por outros indicadores.
Apesar do crescimento, o Brasil não consegue - ou não quer - se livrar da excessiva concentração de renda. Alguns números sobre rendimentos mensais são reveladores: menos de 1% da população ganha acima de 20 salários mínimos, enquanto 6,6% não têm renda e um terço recebe até um mínimo.
Crescer é muito menos que desenvolver. E o Brasil só atingirá o segundo estágio quando sua população puder usufruir da forma mais igualitária possível os frutos da riqueza produzida. Trabalho, esforço e dedicação precisam ser compensados dentro de proporções justas, sem distinção, sem privilégios e preterições
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