sexta-feira, 25 de maio de 2012

AS PEDRAS DO CAMINHO


 Há um provérbio japonês que diz: “Tropeçamos sempre nas pedras pequenas. As grandes, logo enxergamos”. O que pode nos ensinar esta lição? O que está nos pedindo esta afirmação? Eu imagino alguma coisa! Você, amigo leitor pode imaginar outras lições. 
Vou tentar interpretar, a meu modo, algum alerta desta frase. A mania de grandeza parece ser uma tentação de nossa cultura atual. Hoje ressoam com força as palavras: mega... hiper... super... macro... etc. Fala-se que o mundo virou uma aldeia global, que as medidas se foram, as distâncias não existem mais e a pessoa se encontra perdida no espaço e no tempo onde as mudanças acontecem globais, rápidas e profundas.
O que é primário, onde acontece o cotidiano da vida, o que é pequeno, simples e, aparentemente, irrelevante, parece não chamar mais atenção e não merecer cuidado. Investir somente no que é grande, no que chama atenção e dá status pode nos levar a desastrosas consequências.
Quanto maior a altura, maior é o tombo. Quanto mais global é a crise, mais se abala o momento histórico da humanidade. Onde estão as raízes da grande crise econômica mundial? Por onde podemos resgatar as esperanças de que um novo mundo é possível?
Se observarmos com atenção os fatos da vida pessoal, familiar e social, em geral; se tivermos a coragem de analisar o motivo das grandes crises políticas, sociais, religiosas e econômicas; logo notamos que estamos com uma tremenda falta de cuidado com as pequenas pedras do nosso chão, onde tropeçamos.
Hoje, com frequência, as pessoas que se preocupam em olhar e cuidar das pequenas pedras para não criar tropeços, são chamadas de detalhistas. Evidentemente, não podemos nos fixar só nas pequenas pedras. Devemos também olhar para as grandes, mas o devido cuidado com as pequenas pode ser a salvação de tudo o que é grande.
Num grande edifício em construção não podemos por o tijolo de qualquer jeito. Uma pequena infiltração pode prejudicar toda a casa. Um minuto na vida sem cuidado pode levar a perder uma vida toda. Jamais conseguiremos olhar bem o que é grande sem cuidar bem o que é pequeno.
Lembro de um livro de sucesso do grande economista Schumacher, cujo título já é sugestivo por si: “O negócio é ser pequeno”. Ele confirma que a lógica da produção não é a lógica da vida. A economia deve levar em conta a pessoa. Creio que em todos os setores da vida humana essa lógica deverá ser a mesma. “O homem não foi feito para o sábado, mas o sábado para o homem”.
O detalhe faz parte do todo e o todo confirma sua beleza e harmonia quando dedica o justo cuidado aos detalhes. Mais atenção às pequenas pedras pode ser o segredo para evitar quedas e fracassos e conseguir obter grandes êxitos que realizem nossa história. “Quem é fiel nas pequenas coisas o será também nas grandes”.

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