Uma frase que há algum tempo li num artigo de revista dizia: “Quando o sol se
põe, todos as sombras apontam para o nascente”. Sinceramente, achei nessa frase
uma riqueza simbólica muito grande e realista. A partir desta realidade que a
natureza nos proporciona, creio ser interessante fazermos a experiência concreta
ou ao menos com a imaginação.
Quando o sol se põe acontece uma mudança imensa
no cenário que nos rodeia. Por exemplo: acendem-se as luzes das casas, das vilas
e cidades; as pessoas procuram garantir a volta para o lar ou buscam um espaço
de segurança e aconchego. O turno de trabalho da noite passa a ser administrado
de forma diferente do que o turno do dia. Ali vem as horas adicionais noturnas,
o trabalho numa noite sim e outra não etc... Até mesmo a natureza se modifica do
dia para a noite.
Mas quando o sol se põe não é apenas o cenário externo que
modifica. Também se modificam nossos sentimentos, emoções, expectativas e ações.
As densas sombras da noite, geralmente, nos deixam na insegurança, mas, ao mesmo
tempo muito ansiosos de encontrar a luz. Só gosta de se envolver nas espessas
sombras da noite quem não tem mais sonhos de dias melhores e já não consegue
reagir na possibilidade de ver e viver um novo nascente.
Quando o sol se põe
é também uma linguagem simbólica que pode descrever os momentos de nossas
sombras existenciais, como a experiência de algum fracasso, de alguma doença e
até mesmo da morte. Sabe-se, hoje, que um dos grandes agentes da depressão atual
ocorre quando se experimenta este tipo de pôr de sol e não se consegue cultivar
a esperança de um novo dia. Daí a necessidade de aprender da natureza: “Quando o
sol se põe, todas as sombras apontam para o nascente”.
A vitória definitiva não
está nas sombras, mas no nascer de um dia sem fim. No ritmo
da nossa vida sempre encontramos sombras, mas, como diz o apóstolo Paulo: “Vós
todos sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite, nem das trevas” “Procedei como filhos da luz”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário