terça-feira, 31 de janeiro de 2012

EVENTO MARCOU LANÇAMENTO DA FEINTECH 2012


O evento realizado na noite do dia 26 de janeiro marcou o lançamento da FEINTECH 2012, que ocorreu junto ao Divina Gula Restaurantes em Horizontina. Mais de 140 convidados estavam presentes entre Associados da ACIAP, expositores, imprensa regional e autoridades que puderam conferir o que a Feira de Tecnologia de Horizontina irá mostrar.

O Presidente da Feira Dionir Bianchi apresentou a todos as Soberanas que vão embelezar e divulgar o evento. Também foi anunciada a vasta programação que fará parte da FEINTECH 2012, entre Seminários de Educação e Agronegócio, Palestras, Encontro do Dia Internacional da Mulher, shows culturais, Cinema 3D, Jeep Country Internacional, Mostra Comercial, Mostra de Máquinas e Implementos Agrícolas, a Feira de Tecnologia, que este ano focará no setor leiteiro e também os artistas que se apresentaram no Palco Central de shows foram apresentados.
Ao final do evento os convidados degustaram um delicioso jantar ao som de música ao vivo com o músico Cláudio Pereira.
A FEINTECH 2012 acontecerá em Horizontina entre os dias 28 de fevereiro a 4 de março de 2012.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

VIVER PARA QUE O OUTRO SEJA FELIZ

Você já viu isso: Algumas pessoas, homens e mulheres, têm dentro de si um chamado tão forte para a solidariedade e para a alteridade que chega a parecer inato. É como se nascesse com seu DNA carregado dessa virtude.

Inserem-se no projeto social; querem para os outros o que conseguiram, querem até mais para os outros do que para si. Dedicam suas vidas para melhorar as dos outros; são felizes, mas querem que outros também sejam; pensam muito mais nos outros.
Mas engana-se quem pensa que alguém nasce com isso. Vai se desenvolvendo desde pequeno e, de repente, descobre esse caminho, assim como alguém que tem voz bonita descobre, mas a seguir desenvolve o dom de cantar. Solidário não é quem nasceu bonzinho, mas quem desenvolveu o dom de ajudar os outros e optou por essa maneira de viver.
Aquele que tem voz bonita e não desenvolveu o gosto pela canção e o dom de cantar terá apenas voz bonita. É assim também aquele que tem desejo de ajudar, mas não o desenvolve. Será apenas gosto, mas nunca se tornará solidariedade. Ela é virtude a ser desenvolvida, fruto de treinamento e exercício constante; é um querer bem o tempo todo, não só numa fase da vida.
Solidariedade é genuinamente viver para que o outro seja feliz. É sentir-se um entre bilhões, mas consciente de que ajudará bilhões melhorando a vida dos vinte ou trinta que diariamente lhe passam perto. Um pouco é tendência e outro pouco é persistência. Os solidários são trabalhadores especializados em aproximar-se principalmente de quem precisa.

"DAQUI PARA FRENTE, TUDO VAI SER DIFERENTE".

 Temos no íntimo, o propósito de “daqui pra frente, tudo vai ser diferente”... Começar de novo. Será? Haveremos de escapar do vaticínio do verso de Fernando Pessoa, “fui o que não sou”?
Atribui-se a Gandhi esta lista dos Sete Pecados Sociais: 1) Prazeres sem escrúpulos; 2) Riqueza sem trabalho; 3) Comércio sem moral; 4) Conhecimento sem sabedoria; 5) Ciência sem humanismo; 6) Política sem idealismo; 7) Religião sem amor.
E agora, José? No mundo em que vivemos, quanta esbórnia, corrupção, nepotismo, ciência e tecnologia para fins bélicos, práticas religiosas fundamentalistas, arrogantes e extorsivas!
Os ícones atuais, que pautam o comportamento coletivo, quase nada têm do altruísmo dos mestres espirituais, dos revolucionários sociais, do humanismo de cientistas como os dois Albert, o Einstein e o Schweitzer. Hoje, predominam as celebridades do cinema e da TV, as cantoras exóticas, os desportistas biliardários, a sugerir que a felicidade resulta de fama, riqueza e beleza.
Impossibilitada de quebrar seu egocentrismo (por falta de paradigmas), uma parcela da juventude se afunda nas drogas, na busca virtual de um “esplendor” que a realidade não lhe oferece. São crianças e jovens deseducados para a solidariedade, a compaixão, o respeito aos mais pobres. Uma geração desprovida de utopia e sonhos libertários.
A australiana Bronnie Ware trabalhou com doentes terminais. A partir do que viu e ouviu, elencou os cinco principais arrependimentos de pessoas moribundas:
1) Gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim, e não a que os outros esperavam de mim.
No entardecer da vida, podemos olhar para trás e verificar quantos sonhos não se transformaram em realidade! Porque não tivemos coragem de romper amarras, nos impor disciplina, abraçar o que nos faz feliz. Trocamos a felicidade da pessoa pelo prestígio da função. E muitos se dão conta de que, na vida, tomaram a estrada errada quando ela finda. Já não há mais tempo para abraçar alternativas.
2) Gostaria de não ter trabalhado tanto.
Eis o arrependimento de não ter dedicado mais tempo à família, aos filhos, aos amigos. Tempo para lazer, meditar, praticar esportes. A vida, tão breve, foi consumida no afã de ganhar dinheiro, e não de imprimir a ela melhor qualidade. E nesse mundo de equipamentos que nos deixam conectados dia e noite somos sugados; fazemos reuniões pelo celular até quando dirigimos carro; lidamos com o computador como se ele fosse um ímã eletrônico do qual é impossível se afastar.
3) Gostaria de ter tido a oportunidade de expressar meus sentimentos.
Quantas vezes falamos mal da vida alheia e calamos elogios! Adiamos para amanhã, depois de amanhã... o momento de manifestar o nosso carinho àquela pessoa, reunir os amigos para celebrar a amizade, pedir perdão a quem ofendemos e reparar injustiças. Adoecemos macerados por ressentimentos, amarguras, desejo de vingança. E para ficar bem com os outros, deixamos de expressar o que realmente sentimos e pensamos. Aos poucos, o cupim do desencanto nos corrói por dentro.
4) Gostaria de ter tido mais contato com meus amigos.
Amizades são raras. No entanto, nem sempre sabemos cultivá-las. Desdenhamos os verdadeiros amigos. Em fase terminal, quando mais se precisa de afeto, a quem chamar? Quem nos visita no hospital, além dos que se ligam a nós por laços de sangue e, muitas vezes, o fazem por obrigação, não por afeição? Na cultura neoliberal, moribundos são descartáveis e a morte é fracasso. E não se busca a companhia de fracassados...
5) Gostaria de ter tido a coragem de me dar o direito de ser feliz.
Ser feliz é uma questão de escolha. Mas, vamos adiando nossas escolhas, como se fôssemos viver 300 ou 500 anos... Ou esperamos que alguém ou uma determinada ocupação ou promoção nos faça feliz. Como se a nossa felicidade estivesse sempre no futuro, e não aqui e agora, desde que ousemos virar a página de nossa existência e abraçarmos algo muito simples: fazer o que gostamos e gostar do que fazemos.

"TUDO VALE A PENA QUANDO A ALMA NÃO É PEQUENA"

O ouro sempre fascinou o homem. Muitos deram a vida procurando a receita da alquimia, a arte de fabricar ouro. Outros deram a vida na procura do metal, por vezes em regiões inóspitas e perigosas. Um explorador embrenhou-se nos sertões da Califórnia em busca do ouro. Acabou morrendo sozinho, vitimado pelas febres. Seus restos mortais foram localizados meses depois. Ao lado deles, um diário que relatava suas buscas e sonhos. A última página dizia: finalmente encontrei o que procurava, morrerei rico! Uma análise superficial revelou que nem isso aconteceu! O que ele imaginava ouro eram pedras coloridas, mas sem valor.

A vida é uma corrida, é a busca de um objetivo que faça a pessoa feliz. Cada um estabelece aquilo que o fará feliz. Porque a vida é complexa, isto exige uma escala de valores. É preciso determinar o que é secundário, o que é importante, o que é o grande objetivo da vida. A isso chamamos ideal. O ideal perseguido pode ser o dinheiro, pode ser a glória, pode ser a sabedoria. Há ideais bem menores: um carro do último tipo, uma casa na praia, uma viagem à ilha de Aruba... Há também quem se contente em gozar a vida. Há pessoas que colocam seu ideal em fazer a felicidade dos outros. Isso pode acontecer na área da medicina, na promoção social, na fé. E nesta área colhemos os santos, os heróis, os mártires.
O poeta português Fernando Pessoa narra o idealismo dos navegadores. Enfrentaram mares desconhecidos e perigosos, naufrágios, decepções e muitos deles jamais retornaram. Valeu a pena, pergunta o poeta? E ele mesmo responde com uma frase densa e cheia de sentido: Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena!
Os meios de comunicação exaltam apenas o extraordinário, o maior, o mais rápido, o que vende mais, o que faz mais sucesso. Eles esquecem o heroísmo do dia a dia, alimentado por “uma alma que não é pequena”. Nossas ações valem pelo sentido profundo que nelas imprimimos. Mais importante que o sucesso - que nem sempre depende de nós – é a luta e a causa. Paulo proclama: combati o bom combate, guardei a fé. Mais que o triunfo, um dia Deus olhará nossa determinação em combater o bom combate. Olhará também a escala de valores que perseguimos.
Há realidades mais importantes que o ouro, que a glória, que o sucesso. Podem não ter cotação no mercado. O Evangelho fala do comerciante que vende tudo o que possui para comprar uma misteriosa pérola que o fará feliz . Aparentemente pode parecer um mau negócio, mas não é possível ignorar seu objetivo: ser feliz.
Ser feliz é o maior de todos os sonhos. Desde que a pessoa nasce até a morte, procura ser feliz. Sábios, ignorantes, homens e mulheres, crianças e idosos, brancos, negros, amarelos, todos estamos em busca da felicidade. Determinar o que é ser feliz se constitui a grande tarefa da vida. A maior tragédia seria alcançar o objetivo e dar-se conta que isso não o faz feliz. É descobrir que os tesouros eram falsos. Pior ainda, a mágoa por ter jogado fora diamantes verdadeiros, imaginando serem falsos.

QUANDO SE CULTIVA A SABEDORIA DA VIDA

Há pessoas que falam pouco, mas são presença que vai comunicando mensagens no silêncio, na perseverança e na bondade. Há pessoas que não escrevem livros, mas que são livros escritos pela sabedoria da vida. Há pessoas que não dão entrevistas em rádio, nem jornais e não se pronunciam publicamente, mas que vão se tornando mensageiras do indizível, cultivado na experiência da fé.

Quando se cultiva a sabedoria da vida, sabe-se distinguir entre o circunstancial e o fundamental. O circunstancial muda. Passam as modas; rapidamente trocam-se instrumentos de trabalho; as ideologias erguem muros que depois caem ou são derrubados; os totalitarismos e ditaduras, com frequência, terminam em tragédias; tantas ondas vão e vem. O circunstancial muda, mas o fundamental permanece.
 Uma frase do filósofo Soren Kierkegaard descreve bem o nosso momento atual envolvido e atropelado no circunstancial: “O navio está nas mãos de um cozinheiro. O que o microfone do comandante transmite não é mais a rota, mas o que vamos comer amanhã”.
Bom seria se, em nossa caminhada humana e cristã atual, conseguíssemos resgatar a tradição, valorizando a memória, deixando que falem também os anciãos e as anciãs de sua sabedoria.  “Nenhuma mudança abala a minha fé”.

A LEI DA PALMADA E SEUS EQUIVOCOS

O ano de 2011 deixou para este ano a decisão sobre um projeto polêmico, a Lei das Palmadas. A Câmara dos Deputados aprovou a lei que proíbe a aplicação de palmadas ou castigos físicos em crianças e adolescentes. A proposta, que agora será examinada pelo Senado, foi modificada e não mais criminaliza a aplicação dos castigos corporais, mas estabelece outras formas de punição aos pais.

O simples bom senso desaconselha todo tipo de violência contra qualquer pessoa, em especial contra crianças, quase sempre indefesas. Lamentavelmente, são muitas as crianças que sofrem humilhações e agressões nos lares. Podemos, no entanto, questionar a legitimidade do Estado em interferir no direito e dever de educar. Punir os abusos é o dever do Estado, que não pode deixar pais e responsáveis de mãos amarradas. Educar é tarefa e responsabilidade da família, dos pais.
Com essa lei tenta-se passar um conteúdo ideológico de liberdade total à criança. Já os antigos diziam: quando os pais não castigam (corrigem) seus filhos, a vida se encarregará de fazê-lo. As crianças, desde os primeiros anos, devem saber que existem limites, que há coisas que devem ser feitas e coisas que não devem ser feitas. São muitos os lares que fazem das crianças pequenos reis e rainhas. Elas levarão para a vida a certeza de que todas as suas vontades e caprichos deverão ser satisfeitos.
Parece que os legisladores não estão preocupados com problemas educacionais, mais graves. O que o Estado tem a dizer dos pais omissos, dos lares desfeitos, dos filhos abandonados, logo envolvidos pela droga e pelo crime?
Gerações e gerações estão aí para confirmar que algumas punições, na hora certa e feitas com serenidade, ajudaram a formar pessoas de bem. Olhando para a sociedade, concluímos que faltaram algumas palmadas na hora certa. Mais desumanas que algumas palmadas são a omissão, a falta de exemplo e a falta de amor.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

1,4 BILHÃO DE PESSOAS NÃO TEM ACESSO A ELETRECIDADE

Você já se imaginou sem televisão e computador? Sem banho quente e água gelada? Sem micro-ondas e sem lâmpadas acesas? Como seria sua vida sem eletricidade em casa? Tudo isso pode parecer absurdo nos dias atuais, mas 1,4 bilhão de pessoas em todo o mundo não têm acesso à eletricidade em suas casas, segundo informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Na tentativa de chamar a atenção para o problema, incentivando governos, empresas, Ongs e os próprios cidadãos a mudar essa triste realidade, a ONU proclamou 2012 como o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos.
Essa iniciativa faz parte de um projeto ainda maior da ONU, também batizado de Energia Sustentável para Todos, que tem três grandes metas a cumprir até 2030: garantir que o mundo todo tenha acesso a serviços modernos de energia; reduzir em 40% a intensidade energética global, ou seja, baratear a conversão de energia em eletricidade; e aumentar em 30% o uso de fontes renováveis, como a energia gerada a partir do sol e dos ventos (eólica).
Ao incentivar o uso de fontes renováveis (sustentáveis, limpas) de energia, a ONU também está pensando na preservação do meio ambiente. Hoje, as usinas hidrelétricas são as principais fontes geradoras de energia. É um tipo de energia barato, mas que gera grande impacto ambiental ao alagar áreas, aumentar o nível dos rios ou mudar seu curso, afetar a fauna e a flora da região.
Enquanto líderes do planeta buscam formas de cumprir as metas propostas pela ONU, você também pode fazer a sua parte. Como? Simplesmente economizando energia elétrica nas suas atividades diárias. Apagar a luz ao sair de um ambiente, não dormir com a televisão ligada, tomar banhos rápidos, definir o que vai pegar antes de abrir a porta da geladeira etc

UM TEXTO PARA QUEM PROCURA A "ALMA GEMEA".

Que é difícil encontrar a alma gêmea, atestam os dados de separações e divórcios entre pessoas que se amaram há três, cinco ou trinta anos. Veio o ressentimento e separaram-se. A grande maioria foi em busca de outra pessoa. Muitos estão na quinta ou sexta união. Se casamento é encontro de almas gêmeas, então já sabemos quão difícil é encontrar a pessoa com a qual se viverá por toda a vida.

Políticos, religiosos, artistas, atletas que têm suas vidas devassadas e contabilizam duas ou três uniões conjugais. Políticos ou se divorciaram ou estão em segunda ou terceira união. Pobres, ricos, pessoas cultas, profissionais premiados... não conseguiram o mesmo resultado no lar.
Em matéria de casar-se, começar é fácil; prosseguir dói um pouco; perseverar tem cruzes e supõe grandes renúncias. Os ânimos se agitam de tal forma que quem ouse reaproximar um casal em crise acaba malquisto e mal visto. Viram-lhe a cara porque disse verdades para os dois...
Por esta e por outras razões é que orar faz enorme sentido. Já que, pela pura razão e pela lógica ou pelo charme não se segura um casamento, convém pensar na graça que ilumina os dois nas horas difíceis da vida conjugal. O infinitamente amoroso Deus que cria vidas e vê os sentimentos de ambos pode elevá-los para além do instinto, da ira e dos ressentimentos.
Quando a paixão vira ressentimento é porque o sentimento que nascia dela ainda não era amor. Este vai além do sentir. Mais do que sentir, amar é consentir de maneira madura, de caso pensado! Nem todos estão prontos para este grau de alteridade!

CUIDADOS COM O CALOR

O organismo possui um mecanismo termorregulador que trabalha para manter a temperatura corporal em 36,5º C. Quando exposto a elevadas temperaturas, ou a oscilações bruscas, esse mecanismo se fragiliza porque precisa reparar o desequilíbrio e chegar novamente aos 36ºC. Enquanto essa readaptação não ocorre, o organismo tem dificuldade para reordenar várias de suas funções. Por esse motivo, em dias muito quentes, é comum a sensação de desânimo, cansaço, tonturas, dor de cabeça, falta de apetite, dificuldade de concentração etc. A seguir, dicas para amenizar o calor e proteger a saúde.

- O aumento do consumo de líquidos é imprescindível, já que há maior transpiração e, consequentemente, maior perda de água.
- A água mineral é ótima alternativa, além de hidratar é rica em minerais que previnem cãibras e alterações no correto funcionamento cardiovascular.
- Bebidas devem ser ingeridas em temperatura ambiente, para garantir que a temperatura do organismo seja constante.
- Fazer refeições regulares ajuda a afastar as tonturas e a dor de cabeça. Privilegiar o café-da-manhã para dar ao corpo a energia necessária às atividades diárias.
- Dar preferência a alimentos leves, frutas, verduras e legumes, bem higienizados e consumidos “in natura”. Quanto maior a temperatura de cozimento, maior a perda de água e vitaminas. Alimentos muito quentes atuam como vasodilatadores e aumentam a temperatura corporal.

É URGENTE QUE APRENDAMOS A ESCUTAR A NATUREZA

Agora que estão aí as grandes chuvas, inundações, furacões e deslizamentos de encostas temos que reaprender a escutar a natureza. Toda nossa cultura ocidental, de vertente grega, está assentada sobre o ver. Não é sem razão que a categoria central - ideia - (eidos em grego) significa visão. A tele-visão é sua expressão maior. Temos desenvolvido até os últimos limites a nossa visão. Penetramos com os telescópios de grande potência até a profundidade do universo. Descemos às derradeiras partículas elementares e ao mistério íntimo da vida. O olhar é tudo para nós. Mas devemos tomar consciência de que esse é o modo de ser do homem ocidental e não de todos.
Outras culturas, como as próximas a nós, as andinas (dos quéchuas e aimaras e outras) se estruturam ao redor do escutar. Logicamente eles também veem. Mas sua singularidade é escutar as mensagens daquilo que veem. O camponês do antiplano da Bolívia  diz: “Eu escuto a natureza, eu sei o que a montanha me diz”. Falando com um xamã, ele  testemunha: “Eu escuto a Pachamama e sei o que ela está me comunicando”. Tudo fala: as estrelas, o sol, a lua, as montanhas, os lagos, os vales, as nuvens, as florestas, os pássaros e os animais. As pessoas aprendem a escutar atentamente estas vozes. Livros não são importantes para eles porque são mudos, ao passo que a natureza está cheia de vozes. E eles se especializaram de tal forma nesta escuta que sabem, ao ver as nuvens, escutar os ventos, observar as formigas, o que vai ocorrer na natureza.
Quando Francisco Pizarro, em 1532, em Cajamarca, mediante uma cilada traiçoeira, aprisionou o chefe inca Atahualpa, ordenou ao frade dominicano Vicente Valverde que com seu intérprete Felipillo lhe lesse o requerimento, um texto em latim pelo qual deviam se deixar batizar e se submeter aos soberanos espanhóis, pois o Papa assim o dispusera. Caso contrário poderiam ser escravizados. O inca lhe perguntou donde vinha esta autoridade. Valverde entregou-lhe o livro da Bíblia. Atahualpa pegou-o e colocou ao ouvido. Como não tivesse escutado nada jogou a Bíblia ao chão. Foi o sinal para que Pizarro massacrasse toda a guarda real e aprisionasse o soberano inca. Como se vê, a escuta era tudo para Atahualpa.

Para a cultura andina tudo se estrutura dentro de uma teia de relações vivas, carregadas de sentido e de mensagens. Nós, ocidentais, vemos as árvores, mas não percebemos a floresta. As coisas estão isoladas umas das outras. São mudas. A fala é só nossa. Captamos as coisas fora do conjunto das relações. Por isso nossa linguagem é formal e fria. Nela temos elaborado nossas filosofias, teologias, doutrinas, ciências e dogmas. Mas esse é o nosso jeito de sentir o mundo. E não é de todos os povos.
Os andinos nos ajudam a relativizar nosso pretenso “universalismo”. Eles nos desafiam a escutar as mensagens que nos vêm de todos os lados. Nos dias atuais devemos escutar o que as nuvens negras, as florestas das encostas, os rios, as rochas soltas nos advertem. As ciências na natureza nos ajudam nesta escuta. Mas não é o nosso hábito cultural captar as advertências daquilo que vemos. E então nossa surdez nos faz vítimas de desastres lastimáveis. Só dominamos a natureza, obedecendo-a, escutando o que ela nos quer ensinar. A surdez nos dará amargas lições.








PENSE NISSO: PEQUENOS GESTOS DE UM GRANDE CORAÇÃO

Lembrei-me de um dos segredos de santidade de Madre Tereza de Calcutá. Costumava dizer: “Em geral não podemos fazer grandes obras no dia a dia da vida, mas sempre podemos fazer as pequenas coisas com grande amor”. Na intencionalidade de nossas escolhas está o segredo da grandeza ou da pobreza de nosso viver.

Os pequenos gestos de um grande coração mobilizam uma empatia especial geradora de beleza, gosto e esperança. Ao contrário, grandes obras feitas com pequeno coração, impregnadas de egoísmo e vaidade, já nascem com antipatia natural da sociedade.
Os pequenos gestos de um grande coração vão parecendo pequenos tijolos de uma digna construção. Esses se juntam no edifício de uma convivência agradável e sadia. Esse tipo de vivência e convicção faz muita falta numa sociedade que cultiva a mania de grandeza, o culto das aparências que se esvaem no dia seguinte.
Os pequenos gestos de um grande coração lembram heranças preciosas, deixadas por mãos calejadas de agricultores, que mesmo sem máquinas preparavam a terra, semeavam, cultivavam e colhiam movidos por amor; lembram professores e professoras, líderes sociais e/ou cristãos que sem o mínimo de recursos faziam acontecer o milagre do aprendizado e da promoção da vida.

BRASILEIROS VÃO ESCOLHER 5.500 PREFEITOS E 60 MIL VEREADORES

Mais de 135 milhões de eleitores brasileiros elegem em outubro próximo prefeitos, vices e vereadores de 5.556 municípios. O primeiro turno está marcado para dia 7 e o segundo, para o dia 28 do mesmo mês. Neste ano, 2.153 municípios podem aumentar o número de cadeiras em suas Câmaras de Vereadores, de acordo com suas populações. Foram criadas 24 faixas para definir a quantidade de vereadores: os municípios com até 15 mil habitantes podem ter até nove cadeiras, enquanto aos municípios com mais de 8 milhões de moradores é permitido até 55. Caxias do Sul, por exemplo, passará de 17 para 23.

A Confederação Nacional dos Municípios calculou que mais 7,7 mil vereadores serão eleitos neste ano, o que totalizaria 59,7 mil parlamentares. Mas esses números serão alterados, pois o prazo para mudanças vai até 30 de junho. Desde 1º de janeiro “está proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da administração pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior”, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esta é apenas uma das determinações e orientações contidas em resolução e instrução específicas do TSE, que tratam das eleições.

SÃO 140 MILHÕES NO MUNDO. SEJA MAIS UM

O trabalho voluntário movimenta cerca de 140 milhões de pessoas em todo o mundo. A estimativa consta de um estudo da Universidade John Hopkins, de Baltimore (EUA), citado no Relatório sobre o Estado do Voluntariado no Mundo, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O estudo, que analisa a situação em 36 países, também estima que a contribuição econômica desses voluntários é de US$ 400 bilhões por ano, o que representa, em média, 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nessas nações.

Se juntarmos todas essas pessoas para criar o Voluntaristão, o país do voluntariado, esse seria o nono mais populoso do mundo, atrás da Rússia, por exemplo”, disse Daniel de Castro, analista de comunicação do Pnud. Assim, dá para se ter uma ideia do peso que o voluntariado tem no mundo”, completou.
O Brasil é citado no relatório da ONU por sua experiência com mutirões. Entre os brasileiros, 35 milhões fazem ou já fizeram algum trabalho voluntário, segundo pesquisa realizada pela Rede Brasil Voluntários e Ibope Intelgência. Destes, 11%, ou cerca de 15 milhões de pessoas, exercem alguma atividade voluntária no momento.
Perfil - Considerando os que atualmente atuam no voluntariado no Brasil, 53% são mulheres e 47%, homens; com uma média de idade de 39 anos. Dividem-se entre casados (47%) e solteiros (42%).
Segundo a pesquisa, mais de 60% dos voluntários têm filhos. Em relação à condição social, a maioria deles é da classe C (43%), seguida pela classe A (40%) e pelas classes D e E (17%).
Dentre os voluntários, 38% têm Ensino Médio completo ou Superior incompleto e outros 20% têm Ensino Superior completo. A pesquisa também aponta que, dos que exercem ou já exerceram o voluntariado, 67% trabalham fora, sendo que 51% destes em tempo integral e 16%, meio período. Em relação à motivação para o exercício do trabalho voluntário, 67% apontam que o fazem para “ser solidário e ajudar os outros”, 32% para “fazer a diferença e melhorar o mundo” e 32% por motivações religiosas.
Na avaliação de Maria Elena Pereira Johannpeter, presidente da Parceiros Voluntários (RS), a pesquisa mostra a evolução do voluntariado no Brasil. “Há alguns anos, o voluntariado era visto como ações apenas de pessoas com boas condições financeiras; hoje, tanto no Brasil quanto no mundo, as ações voluntárias são entendidas como exercício da cidadania”, afirma. “Os voluntários são cidadãos preocupados com as necessidades de sua comunidade e que compreendem que é preciso haver a união entre governo, empresas e sociedade civil para a solução dos problemas sociais”, completa.

OFENSIVA CONTRA O CAPITALISMO VERDE

Veterano do movimento socioambientalista brasileiro, presente na Rio-92 há 20 anos, Jean-Pierre Leroy revela uma preocupação: “O discurso da economia verde chega com uma força muito grande, como se fosse a única alternativa para o futuro. O problema é que aqueles que esmagaram os povos e estragaram os territórios são os mesmos que se apresentam como a solução do problema ambiental. Mas, a gente pergunta o que eles fizeram desde a Rio-92, e a resposta é nada. Não resolveram nada nesses 20 anos e vão resolver agora para o futuro? Esse discurso foi adotado pelos economistas e pela tecnocracia, e não há um debate social sobre isso”.

O objetivo do seminário e da articulação que está sendo feita no Fórum Social Temático, segundo Leroy, é reunir vários atores para se chegar a um acordo mínimo de ação contra a economia verde: “Não devemos transigir com a economia verde ou dizer que ela tem algumas coisas boas. Ou se propõe um outro modelo econômico ou essa economia, mesmo esverdeada, não tem futuro”, diz. Ele aposta no poder de mobilização dos movimentos sociais: “Não há total acordo ideológico entre nós, mas nossa aliança é firmada sobre práticas e experiências que nos animam a fazer a Cúpula dos Povos”, diz.

domingo, 22 de janeiro de 2012

QUE TAL DAR UMA CORRIGIDA NA ROTA DA SUA FÉ?

São as pequenas correções de rumo que levam o avião ao aeroporto, o carro na pista certa e o navio sem desvios. Da origem ao destino os pilotos, motoristas e comandantes, com leves toques, às vezes com ajuda de maquinas, recolocam seus veículos no rumo certo. Estão lá para chegar com segurança e para isso precisam corrigir o rumo tantas vezes quantas seu veículo for ameaçado de algum desvio.
Com a fé sucede o mesmo. Crentes inteligentes corrigem a rota, o rumo e seu modo de pensar e falar, quando descobrem em si ou no seu grupo afirmações ou práticas que levam ou podem levar a desvios. 
Os ventos que sopram sobre o avião, sobre o navio e às vezes sobre os carros e os desviam do rumo, não são os mesmos, mas assemelham-se aos que sopram no mundo das crenças e das ideias. Quem se deixa levar por ventos e ondas pode acabar fora da estrada do bom senso. Através dos séculos, não foram poucos os que começaram seus desvios de fé ignorando as pequenas correções de rumo. 
Embora muitos sustentem que estão certos, o fato é que não estão mais na rota inicial. Pousarão certamente em outros aeroportos e atracarão em portos que não estavam no primeiro projeto. Corrigir-se para quem deseja permanecer fiel à primeira promessa é fundamental. Mas aí está uma palavra bonita de se pronunciar e difícil de viver. Ninguém gosta de saber que se desviou ou os ventos o estão levando em outra direção… Não consideramos amigos os amigos que nos sacodem. Agradam mais os que nos aplaudem. Mas aplauso nem sempre ajuda o piloto a por avião na rota certa…

DEVEMOS TER UMA NOVA VISÃO DO UNIVERSO

A visão que temos do mundo interfere em nossa visão de Deus, assim como o modo como entendemos Deus influi em nossa visão da vida e do mundo. Ao longo de 1.000 anos predominou, no Ocidente, a cosmovisão de Ptolomeu, que considerava a Terra centro do Universo. Isso favoreceu a hegemonia, cultural e econômica da Igreja, encarada pela fé como imagem da Jerusalém celestial.
Com o advento da Idade Moderna, graças à nova cosmovisão de Copérnico, logo completada por Galileu e Newton, constatou-se que a Terra é apenas um pequeno planeta. Qual mulata de escola de samba, dança em torno da própria cintura (24 horas, dia e noite) e do mestre-sala, o Sol (365 dias, um ano). O paradigma da fé deu lugar à razão, a religião à ciência, Deus ao ser humano. Passou-se da visão geocêntrica à heliocêntrica, da teocêntrica à antropocêntrica.
Agora, a modernidade cede lugar à pós-modernidade. Mais uma vez, a nossa visão do Universo sofre radicais mudanças. Newton cede lugar a Einstein, e o advento da astrofísica e da física quântica nos obriga a encarar o Universo de modo diferente e, portanto, também a ideia de Deus.
Se na Idade Média Deus habitava “lá em cima” e, na Idade Moderna, “aqui embaixo”, dentro do coração humano, agora conhecemos melhor o que o apóstolo Paulo quis dizer ao afirmar: “Ele não está longe de cada um de nós, pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como alguns dentre os poetas de vocês disseram: ‘Somos da raça do próprio Deus’” (Atos dos Apóstolos 17, 27-28).
A física quântica, que penetra a intimidade do átomo e descreve a dança das partículas subatômicas, nos ensina que toda a matéria, em todo o Universo, não passa de energia condensada. No interior do átomo, a nossa lógica cartesiana não funciona, pois ali predomina o princípio da indeterminação, ou seja, não se pode prever com exatidão o movimento das partículas subatômicas. Essa imprevisibilidade só predomina em duas instâncias do Universo: no interior do átomo e na liberdade humana.
Em que a física quântica modifica nossa visão do Universo? Ela nos livra dos conceitos de Newton, de que o Universo é um grande relógio montado pelo divino Relojoeiro e cujo funcionamento pode ser bem conhecido estudando cada uma de suas peças. A física quântica ensina que não há o sujeito observador (o ser humano) frente ao objeto observado (o Universo). Tudo está intimamente interligado. O bater de asas de uma borboleta no Japão desencadeia uma tempestade na América do Sul... 
Nosso modo de examinar as partículas que se movem no interior do átomo interfere no percurso delas...
Tudo que existe coexiste, subsiste, pré-existe, e há uma inseparável interação entre o ser humano e a natureza. O que fazemos à Terra provoca uma reação da parte dela. Não estamos acima dela, somos parte e resultado dela; ela é Pacha Mama ou, como diziam os antigos gregos, Gaia, um ser vivo. Deveríamos manter com ela uma relação inteligente de sustentabilidade.
Esse novo paradigma científico nos permite contemplar o Universo com novos olhos. Nem tudo é Deus, mas Deus se revela em tudo. Nossa visão religiosa é agora panenteísta. Não confundir com panteísta. O panteísmo diz que todas as coisas são Deus. O panenteísmo, que Deus está em todas as coisas. “Nele vivemos, nos movemos e existimos”, como disse Paulo. E Jesus nos ensina que Deus é amor, essa energia que atrai todas as coisas, desde as moléculas que estruturam uma pedra às pessoas que comungam um projeto de vida.
Como dizia Teilhard de Chardin, no amor tudo converge, de átomos, moléculas e células que formam os tecidos e órgãos do nosso corpo às galáxias que se aglomeram múltiplas nesta nossa Casa Comum que chamamos, não de Pluriverso, 
mas de Universo

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

NA FALTA DE ASSUNTO, MAIS UMA VEZ FELIZ 2012

Desejo um Feliz Ano-Novo onde, se Deus quiser, todas as crianças, ao ligarem a tevê, recebam um banho de Mozart, Pixinguinha e Noel Rosa; aprendam a diferença entre impressionistas e expressionistas; vejam espetáculos que reconstituem a Balaiada, a Confederação do Equador e a Guerra dos Emboabas; e durmam após fazer suas orações. 
Quero um Ano-Novo em que, no campo, todos tenham seu pedaço de terra, onde vicejem laranjas e alfaces e voejem bem-te-vis entre vacas leiteiras. Na cidade, um teto sob o qual reluz o fogão de panelas cheias, a sala atapetada por remendos coloridos, a foto colorida do casal exposta em moldura oval sobre o sofá. 
Espero um Ano-Novo em que as igrejas abram portas ao silêncio do coração, o órgão sussurre o cantar dos anjos, a Bíblia seja repartida como pão. A fé, de mãos dadas com a justiça, faça com que o céu deixe de concentrar o olhar daqueles aos quais é negada a felicidade nesta terra.
Um Feliz Ano-Novo com casais ociosos na arte de amar, o lar recendendo a perfume, os filhos contemplando o rosto apaixonado dos pais, a família tão entretida no diálogo que nem se dá conta de que o televisor é um aparelho mudo e cego num canto da sala.
Desejo um Ano-Novo em que os sonhos libertários sejam tão fortes que os jovens, com o coração a pulsar ideais, não recorram à química das drogas, não temam o futuro nem expressem-se em dialetos ininteligíveis. Sejam, todos eles, viciados em utopia. 
Espero um Ano-Novo em que cada um de nós evite alfinetar rancores nas dobras do coração e lave as paredes da memória de iras e mágoas. Um Ano-Novo em que a cada um seja assegurado o direito ao trabalho, a honra do salário digno, as condições humanas de vida, as potencialidades da profissão e a alegria da vocação. Um novo ano capaz de saciar a nossa fome de pão e de beleza. 
Rogo por um Ano-Novo em que a polícia seja conhecida pelas vidas que protege e não pelos assassinatos que comete; os presos reeducados para a vida social; e que os pobres logrem repor nos olhos da Justiça a tarja da cegueira que lhe imprime isenção.
Um Ano-Novo sem políticos mentirosos, autoridades arrogantes, funcionários corruptos, bajuladores de toda espécie. Livre de arroubos infantis, seja a política a multiplicação dos pães sem milagres, dever de uns e direito de todos. 
Espero um Ano-Novo em que as cidades voltem a ter praças arborizadas; as praças, bancos acolhedores; os bancos, cidadãos entregues ao sadio ócio de contemplar a natureza, ouvir no silêncio a voz de Deus e festejar com os amigos as minudências da vida - um leque de memórias, um jogo de cartas, o riso aberto por aquele que se destaca como o melhor contador de piadas. 
Desejo um Ano-Novo em que o líder dos direitos humanos não humilhe a mulher em casa; a professora de cidadania não atire papel no chão; as crianças cedam o lugar aos mais velhos; e a distância entre o público e o privado seja encurtada pela ponte da coerência. 
Quero um Ano-Novo de livros saboreados como pipoca, o corpo menos entupido de gorduras, a mente livre do estresse, o espírito matriculado num corpo de baile, ao som dos mistérios mais profundos. 
Desejo um Ano-Novo em que o governo evite que o nosso povo seja afetado pela crise do capitalismo, livre a população do pesado tributo da degradação social, e tome no colo milhões de crianças precocemente condenadas ao trabalho, sem outra fantasia senão o medo da morte. 
Um Ano-Novo em que a competitividade ceda lugar à solidariedade; a acumulação à partilha; a ambição à meditação; a agressão ao respeito; a idolatria ao dinheiro ao espírito das Bem-Aventuranças. 
Aspiro a um Ano-Novo de pássaros orquestrados pela aurora, rios desnudados pela transparência das águas, pulmões exultantes de ar puro e mesa farta de alimentos despoluídos. 
Rogo por um Ano-Novo que jamais fique velho, assim como os carvalhos que nos dão sombra, a filosofia dos gregos, a luz do Sol, a sabedoria de Jó, o esplendor das montanhas de Minas, a música gregoriana. 
Um ano tão novo que traga a impressão de que tudo renasce: o dia, a exuberância do mar, a esperança e nossa capacidade de amar. Exceto o que no passado nos fez menos belos e bons

NÃO FOI DESTA VEZ O FIM DO MUNDO

Nos últimos três milênios, em mais de quinhentas oportunidades foi previsto o fim. Na virada de milênio muitos tinham certeza de que “mil e não mais mil”, interpretando um vago versículo do Apocalipse. Em questão de fim do mundo, ninguém bate o grupo religioso conhecido como Testemunhas de Jeová. Charles Tase Russel, seu fundador, fixou para o ano de 1841 a batalha final do Armagedon, entre o bem e o mal. A decepção não intimidou as Testemunhas e marcaram sucessivas datas para o fim, que por algum motivo não aconteceu. A última destas datas foi em 1914. Soube-se, depois, que a catástrofe fora adiada para 2914, dando a eles mais mil anos para converter o maior número possível de homens e mulheres. Mesmo assim, dizem que o número dos assinalados – numa interpretação fundamentalista da Bíblia – 
é de apenas 144 mil.
O norte-americano Robert Fitzpatrick investiu 144 mil dólares para espalhar a notícia que um colossal terremoto danificaria gravemente o planeta, encaminhando para o fim. Isto deveria ter acontecido em 21 de maio de 2011. No Brasil, porta-voz do movimento Salvar Almas garantiu que o fim dos tempos tinha data marcada: 21 de dezembro de 2011.
Todas essas pretensas profecias contribuem para desacreditar o Cristianismo e espalhar a teologia do terror. Deus seria um juiz cuja paciência está no fim, figura oposta do Deus Pai que Jesus nos revelou. Quanto à data, podemos ficar tranquilos. O próprio Jesus situou com clareza: “Quanto a esse dia e a essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos do céu, nem o Filho. Somente o Pai é que sabe” 
O fim acontece todos os dias. Para milhares hoje será o último dia. E essa data é muito mais importante que o cataclismo final, que a Bíblia chama de parusia. O tempo é um presente de Deus, cuja duração desconhecemos. Deus promete sempre e a todos o perdão, mas não garante a ninguém o dia de amanhã. Viver intensamente a cada dia é a melhor maneira de preparar o Dia do Senhor. Deus nos dá sempre o tempo suficiente e a possibilidade de viver intensamente. Isso é decisivo para 
o discípulo de Jesus. Os primeiros cristãos, cuja fé era mais viva do que a nossa, suplicavam por este dia, quando o mal seria vencido para sempre: Maranata, isto é, 
Vem Senhor Jesus!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

JOHN DEERE CONFIRMA PATROCÍNIO A FEINTECH


A John Deere, líder mundial em equipamentos agrícolas, que fabrica em Horizontina, colheitadeiras, plantadeiras e plataformas, confirmou na manhã do último dia 12 de janeiro, a participação e apoio financeiro à FEINTECH 2012, como patrocinadora âncora desta feira que mostra todas as potencialidades que o Município tem, para todo Estado.

Este patrocínio, foi confirmado pelo Gerente da Fábrica da Unidade de Horizontina, Jesus Garrido, ao Presidente da Feira, Dionir Bianchi.
A participação financeira para viabilizar a programação que inicia dia 28 de fevereiro e estende-se até 4 de março, mostra o reconhecimento da John Deere para com a comunidade local e regional e seu comprometimento com as ações de desenvolvimento que o evento propõe, disse o presidente Bianchi.
Para Jesus Garrido, o investimento da John Deere à FEINTECH, é a certeza da importância que damos a essa comunidade. "Construímos uma história de desenvolvimento em Horizontina, e temos um compromisso com a comunidade local. Acredito que a FEINTECH poderá mostrar para todo o Estado, tudo que o Berço Nacional das Colheitadeiras tem para oferecer em tecnologia e inovação, assim como todas as outras iniciativas realizadas nesta cidade, tornando essa comunidade e região cada vez mais promissora e desenvolvida", disse Jesus Garrido.
A John Deere, também estará presente na FEINTECH através do Concessionário SLC Comercial, podendo mostrar a todos os visitantes, tudo que é fabricado na planta de Horizontina e nas outras unidades de negócio da John Deere no Brasil, com lançamentos e máquinas de última geração, que garantem qualidade diferenciada com toda solidez da marca John Deere.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

COMO DIZ MARIA CLARA: QUE VENHA.

Que venha o novo ano com todas as surpresas que trará. As boas e as não tão boas. Todas surpreendem, excitam os sentidos e a imaginação, para aderir, gozar, alegrar ou para resistir, suportar, crescer. Que venha um ano cheio de criatividade para se aprender a fazer do pouco muito, do nada tudo, da pequenez grandeza e da humildade plenitude. Um ano que desate a potencialidade de fazer brotar a beleza, articular as palavras em harmoniosas frases e sonoros versos, combinar as cores em dança multi e furta-cor, que enfeitice os olhos e os faça piscar de emoção.
Que venha um ano - como todos - com nascimentos e mortes. Nascimentos que alegrarão mulheres e homens, que farão anciãos chorar de emoção e ternura. Diante dos recém-nascidos, duros corações se abrandarão, inflexíveis ditadores se tornarão misericordiosos, almas secas pela descrença e pela aridez se tornarão umedecidas pelas lágrimas do acolhimento. Nascimentos inesperados, não planejados e mesmo indesejados, que venham todos, pois nascer é sempre bendito e a vida é santa e sempre nova em sua força cheia de fragilidade.
Mortes que serão descanso a quem chegou ao fim de seus dias ou que, enfim, repousa da luta inglória contra uma longa e inclemente enfermidade. Mortes heroicas em nome de ideais, de crenças, de causas humanas e sobrenaturais. Mortes prematuras e injustas, que farão a humanidade sentir-se indigna, pecadora e assassina, ainda que não haja puxado o gatilho, acionado a injeção letal, ou mergulhado a faca nas entranhas do outro. Mortes que denunciam e gritam alto que fomos criados para a vida e pela vida lutamos e nela cremos - e em nada mais que ela. E se a morte acolhemos como irmã, seguindo o Irmão Francisco, que seja apenas a morte natural, que é suave transição para vida mais plena e mais cheia do Autor da vida. E não a morte brutal, interrupção indevida do plano criador, “de emboscada antes dos vinte, de velhice antes dos trinta, de fome um pouco por dia”, como dizia o poeta.
Que venha, pois, o novo ano. Que traga suavidade, alguma suavidade, por Deus, que ninguém aguenta mais violência, agressão, destruição da terra e da vida, crueldades várias em laboratórios, ruas, praças públicas, quartéis e cárceres.
Que venha carregado de misericórdia e compaixão, para que os corações fiquem mais doces, mais pacientes e mais desejosos de amar.
Que venha distribuindo fome e sede de justiça para que haja saciedade e mansidão, para que se tenha o direito de possuir a terra. Que venha tocando todas as coisas com o condão do Espírito que, ao soprar, faz tudo novo e fecundo, permitindo ao broto desabrochar em flor, à semente tornar-se árvore, à criança afiançar-se na força e na potência da vida adulta. Que venha acariciando o rosto dos que choram e enxugando-lhes as lágrimas; rolando na grama com os que se extasiam no jogo amoroso; brincando de correr, de pular com os bichinhos e as crianças; tocando música para todos os ouvidos... e também para os que já não conseguem ouvir.
Que venha... o Novo Ano. E que possamos acolhê-lo com corações novos, não remendados. Que sua novidade nos ajude a suportar o tempo que passa inexorável sobre nossos corpos, consolando-nos com a Força Santa que nos faz crescer até a estatura que Deus sonhou para cada um de nós. Que venha o Ano-Novo. Que seja feliz. E que ao longo de seus dias e meses possamos aprender, de novo e sempre, a sermos humanos e divinamente novos, ainda que os cabelos já estejam brancos, a face enrugada e as pernas trôpegas.





O TEMPO DE MUDAR É AGORA. JÁ!

Morador de uma pequena aldeia das montanhas suíças, Alain Tournier sempre teve a curiosidade de saber como seria recordado pelos seus. Tinha um bom poder aquisitivo e desempenhara funções políticas e por isso era sempre elogiado. Para uma prova definitiva, decidiu participar de seu próprio velório. Em segredo preparou tudo e um dia correu a notícia de sua morte e o lugar onde seria velado. Seu fiel secretário foi encarregado de registrar os comentários. Terminada a farsa, ele tratou de conduzir

o resto de sua vida a partir da avaliação
feita em seu funeral.
Cada pessoa constrói a própria vida a partir de determinadas circunstâncias. É o tempo que torna nítidos os erros e acertos. Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas podemos começar agora e preparar o desejado fim. Muitas vezes jogamos nossas decisões para o futuro. Se uma coisa é importante deve ser assumida agora. O amanhã, quase sempre, é uma cômoda desculpa para não mudar.
Trabalhar os próprios pensamentos precisa estar no começo de qualquer projeto. Os pensamentos têm força e acabam por criar a realidade. A maioria dos pensamentos chega, aparentemente, surgindo do nada. Mas eles acabam criando grandes ou pequenas turbulências.
O Evangelho garante que o pecado – assim como a virtude – nasce no coração e depois se materializa na realidade. Ele lembra, por exemplo, que o adultério acontece no coração (Mt 5,27).
O Talmud, livro sagrado dos judeus, traça uma linha entre os pensamentos e o destino. Diz o livro: “Tome cuidado com seus pensamentos, pois eles se tornam palavras. Tome cuidado com suas palavras, pois elas se tornam ações. Tome cuidado com suas ações, pois elas se tornam hábitos. Tome cuidado com seus hábitos, pois eles se tornam seu caráter. Tome cuidado com seu caráter, pois ele se tornará o seu destino”.
Os pensamentos aparecem e nem sempre se sabe de onde. Muito menos sabemos seu potencial e o ponto a que nos querem levar.
O certo é que o pensamento carrega um grande dinamismo. Surge de forma despretenciosa, mas acaba por se tornar soberano e tomar decisões. Todos procuram trancar a casa e em muitos edifícios existem porteiros que exigem a identificação de quem entra. Na vida de cada um é necessário que haja um controle rígido. Depois que o desejo entrou, pode ser tarde. O Cavalo de Troia, aparentemente abandonado, abrigava guerreiros que abriram as portas da cidade e causaram a derrota definitiva dos troianos.
A vida é o espaço do amor de Deus. É o tempo de merecer. Tudo o que se disser, durante o velório, será inútil. Nada mais poderá ser alterado. O tempo de mudar é agora.

AGRONEGÓCIO EM ALTA

Numa avaliação geral, o ano de 2011 terminou dentro das expectativas para a agricultura brasileira (lavouras, pecuária, produção florestal e pesca) e para o agronegócio como um todo (insumos agrícolas, produção agropecuária, transporte, processamento e distribuição). Ainda que os dados definitivos não estejam disponíveis, informações de janeiro a setembro comprovam que a produção de grãos e outras lavouras tiveram um desempenho positivo superior a 8,39% e a pecuária, de 7,78%, perfazendo um crescimento total da agricultura de 8,12%. Estes resultados representam mais do que o dobro do crescimento esperado para a economia como um todo, da ordem de 3,3%. Mais uma vez, o agronegócio “salva” o Brasil de um progresso medíocre. Nesses nove meses referidos, o agronegócio teve uma expansão de 4,59%, em relação ao mesmo período de 2010.

O bom desempenho da agricultura garantiu abastecimento adequado no mercado interno, com preços reais relativamente estáveis. Não houve choques significativos de preços ao longo do ano para o consumidor final. Alguns produtos tiveram rentabilidade comprometida, como no caso do arroz e do trigo, devido à demanda fraca e a importações. Produtos que não conseguiram se estruturar para se inserir no mercado internacional, via exportações, tendem a ter maiores flutuações - em geral, preços baixos.

ACHAR O EQUILIBRIO... EIS A QUESTÃO!

Doar limentos é a primeira e urgente medida, mas não é esta a forma para reduzir a fome crônica no mundo, que hoje castiga mais de 900 milhões de pessoas. Como afirmou o brasileiro José Graziano da Silva ao assumir a direção-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), é imprescindível que haja aumento de produção e, talvez o mais difícil, uma gestão mais justa dos alimentos em nível mundial.

A lógica dessa proposta está no fato de que não adianta colher mais se não houver uma distribuição igualitária. Alimento é uma mercadoria cujo mercado está atrelado a interesses de grandes grupos, que forçam o aumento dos preços de produtos de acordo com a conveniência deles. Essa elevação retira de muitos países a possibilidade de acesso à comida. Não é por acaso que quase 90% dos famintos do planeta vivem na África Subsaariana e na região da Ásia na costa com o Pacífico.
É preciso produzir mais alimentos para provocar o crescimento dos estoques e, com isso, tentar evitar a especulação. Ao mesmo tempo, esperar o comprometimento político de todos os governantes para impedir que a busca pelo lucro de alguns sufoque as necessidades de muitos. E aqui se trata de necessidade vital.
Essa sequência de medidas não é de fácil aplicação e controle. Qualquer guinada em uma dos elos dessa cadeia significa o risco de condenar milhões de pessoas à morte por desnutrição. Uma pena injusta, imposta a inocentes, vítimas de um modelo que privilegia a ganância em detrimento da vida. Infelizmente, esta é a realidade. E por ser assim é que mais deve ser combatida, contestada. Está na hora de encontrar o equilíbrio entre a fartura de poucos e a escassez da maioria.

COMERCIAL SLC PATROCINA PARTE CULTURAL DA FEINTECH

Mais uma empresa está apostando na FEINTECH 2012. A SLC Comercial com matriz em Horizontina e 6 filiais na região Noroeste-RS confirma o patrocínio via Lei Rouanet para a FEINTECH. Esse valor será investido na parte cultural do evento que terá como atrações orquestra, corais e grupos de danças folclóricas, além de apresentações culturais gauchescas.

Para o presidente Dionir Bianchi a conquista destes recursos representa o comprometimento da Feira em levar cultura e diversão às pessoas que visitarão o parque durante os dias 28 de fevereiro a 4 de março de 2012. Além da Cultura a FEINTECH está incumbida de promover a Inovação e Tecnologia, como por exemplo, coleta seletiva de lixo com uso das infomações para um melhor gerenciamento, ainda propõe a discussão sobre o processo produtivo do Leite e como agregar valor nas propriedades, através das tecnologias de genética e também de equipamentos e máquinas que complementam a cadeia de produção.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

POR FAVOR: NÃO ME LIGUEM MAIS.

callcenter 450x338 Não me liguem mais, não me escrevam mais
Não tem mais hora nem dia, não tem limites. Por telefone ou por e-mail, operadoras de telefonia, bancos, corretores de imóveis e lojas te bombardeiam o tempo todo, oferecendo novos serviços, descontos fantásticos, cabelos para os carecas, novidades eletrônicas, viagens paradisíacas e até bilhetes premiados.

Por isso, em defesa da minha sanidade mental e do meu direito de trabalhar em paz na própria casa, no meu computador pessoal, estou lançando um apelo público resumido no título deste post: pelo amor de Deus, não me liguem mais, não me escrevam mais, tenham piedade de mim.
De uns tempos para cá, os ataques eletrônicos se multiplicaram em progressão geométrica, invadiram as nossas horas de sono e os finais de semana, entopem as caixas postais de todo mundo, não respeitam mais nada nem ninguém.
Empresas de telemarketing, call center e vendas de mailing (esta praga que acabou com a nossa privacidade) brotam como cogumelos por toda parte e seus exércitos já contam com mais de 600 mil soldados para te atazanar a vida e não dar um minuto de sossego.
As tropas dos bancos e operadoras atacam mais pelos telefones fixos ou celulares; corretores de imóveis descobriram a internet e se acham no direito de nos tratar com a maior intimidade para informar sobre os últimos lançamentos em qualquer canto do país.
Além de tudo, trata-se de uma concorrência desleal com seus próprios colegas de imobiliária e com os empresários do setor formalmente instalados, que pagam aluguel, taxas, impostos, funcionários. A custo quase zero, estes espertos disparam milhares de mensagens a esmo e ficam se balançando na rede esperando um retorno.
O que posso fazer para provar a todos eles que não ganhei na loteria, não quero comprar mais nada, estou contente com o que tenho e com os serviços que contratei?
Os call centers, que em sua origem deveriam funcionar como centrais de atendimento ao consumidor, transformaram-se em centrais de vendas. Depois que comprou, dane-se o consumidor. O importante é vender, cumprir cotas, atingir metas.
O problema é que, para você fazer uma reclamação, demora uma eternidade e há horários limitados de funcionamento. Já para infernizar a tua vida, eles não pedem licença e são ligeiros para vender seu peixe sem perguntar antes se você pode atender ou se está interessado naquilo.
Haja saco!

FUTURO DE FERNANDO BEZERRA COELHO DEPENDE DE VEJA DO FIM DE SEMANA

O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, durante coletiva em 09/01/2011
O Ministro Fernando Bezerra Coelho até agora tem resistido aos ataques que lhe foram desferidos. Começou com acusações de favorecimento ao Estado, depois pegaram alguns leves deslizes na sua administração em Petrolina e chegaram ao “crime” cometido por muitos da velha geração: a “formação de família”.

Sejamos justos. Até agora apenas espuma foi produzida no mais “novo escândalo” do Governo Dilma. Nada de muito consistente apareceu, se considerarmos a esculhambação que é o Brasil atual.
Mas a verdade é que isso não tem muita importância.
Todos os escândalos que derrubaram os ministros de Dilma começaram com um pequeno torpedo que foi se transformando em um furacão.
Até agora o Ministro do PSB tem enfrentado amadores na arte de destruir carreira política. Estadão e Folha têm brincado de torpedear. Aparentemente mandaram reporteres amadores cobrir o Ministro.
Mas ao que parece a brincadeira pode acabar neste fim de semana. Sairão os amadores e entrarão os profissionais na arte de assassinar reputação.
A Veja parece ter comprado a briga e poderá cair em campo. O site da revista parece ter dado a senha, estampando a manchete: A Grande Família do Ministro.

UMA DEMOCRACIA ANTI-CAPITALISTA É POSSÍVEL?

Em novo artigo, intitulado “Quarta carta às esquerdas”, o sociólogo português Boaventura Sousa Santos, que estará no Fórum Social Temático 2012, em Porto Alegre, aponta aquele que considera ser um dos principais desafios da esquerda hoje: “A direita só se interessa pela democracia na medida em que esta serve aos seus interesses. Por isso, as esquerdas são hoje a grande garantia do resgate da democracia. Estarão à altura da tarefa? Terão a coragem de refundar a democracia para além do liberalismo? Uma democracia anticapitalista ante um capitalismo cada vez mais antidemocrático?

SUPOSTAMENTE MONSTROS. SUPOSTAMENTE VIS.

 A rede de televisão CNN divulgou o vídeo em que, segundo a Associated Press “supostos membros do corpo de fuzileiros navais americanos uniformizados supostamente urinam sobre cadáveres de militantes do grupo radical Taleban”.

Supostamente talibãs, devemos supor, com tanto suposto que se coloca diante do evidente.
O comando dos fuzileiros navais diz que está investigando e – pasmem – limita-se a dizer que isso não condiz com os “valores das Forças Armadas dos EUA”.
Que valores esperam de pessoas que são mandadas matar outras do outro lado do planeta, que jamais lhes fizeram coisa alguma? Nem mesmo no Afeganistão estava Osama Bin Ladem, mas no aliado Paquistão!
É essa a civilização ocidental que lá foi para tirar os “bárbaros fanáticos” da vida primitiva com aviões, mísseis, lasers, escudos, radares, quase invulneráveis?
Haverá uma indignação mundial, em poucas horas.
Porque já é criminoso que se produzam cadáveres. Profaná-los, é mais que isso, é monstruoso.
E agora não há George Bush a quem atribuir isso.
Barbárie é uma palavra por demais gentil para definir isto.
Monstruosidade é o nome, e nada suposto, disso.
E pensar que um soldado dos Estados Unidos, Bradley Manning, está sendo condenado por deixar vazar as provas dos atos criminosos do exército americano no Afeganistão e no Iraque.




quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O MAIOR DOS SOFRIMENTOS É NUNCA TER SOFRIDO

Saudade é solidão acompanhada,

é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.


2012 HORIZONTINA E A ELEIÇÃO MUNICIPAL

E se é verdade que esses imbróglios políticos irritam porque não levam a nada nem a caminho algum, por outro lado nos faz aguçar a criatividade e dar tratos a bola para que a exposição não se torne repetitiva. Mas é importante que a incoerência dos atos e a análise dos fatos, mostrem a realidade da situação hoje politicamente, em polvorosa, pelos interesses que estão em jogo. Ninguém quer perder nada. E cada grupo quer levar maior vantagem sobre o outro. Quem pode mais chora menos. É fácil imaginar uma roda de raposas velhas, espertas e ligeiras, procurando encontrar o caminho para escapar da enrascada em que se meteram, sem perder o poder. O Poder e os interesses de cada grupo que acobertam os interesses individuais é o que interessa, Porque política é um jogo de interesse. Poucos são os idealistas que estão lá em defesa da Pátria ou de uma causa. Todos sentem e vivem o Poder como um jogo de interesse e de investimento altamente rentável.

Hoje se observa que está em questão o “pulo da onça ou o pulo do gato” e só isso já justifica falar no assunto. Significa esmiuçar o que se passa no cérebro dos envolvidos, para cada grupo levar mais vantagem sobre o outro. Um jogador novato de xadrez aprende rápido o segredo desse jogo, que é o domínio de como controlar o centro do tabuleiro. E isso é válido em qualquer circunstância. Qualquer negociação a busca pelo centro do tabuleiro é imprescindível. Até agora o grupo do Colato girava em torno dele mesmo. Um mais esperto que entende de xadrez, deduziu que a saída não estava mais no centro, mas o foco se mudara para os flancos, e isso ficou claro quando o grupo descobriu que nada tinha a ver com os princípios que estavam em jogo, mas sim em como superar esses obstáculos de somenos importância, para garantir, como, a unidade de um grupo somando para fortalecer o outro. Como ultrapassar esses problemas já que não havia saída no centro do tabuleiro. Foi ai que se deslocou o centro envolvidos em princípios difíceis de serem vencidos, para conseguir ultrapassá-los, transformando o foco, não em princípios, mas no Calcanhar de Aquiles. Aqui o Calcanhar de Aquiles é a permanência no Poder do grupo colatista. E se Prefeito quer a manutenção do Poder, vai ter que arcar com o ônus do desgaste, porque o foco do problema é o gato que ameaçou pular para um galho mais alto, Esse é o pulo do gato. Ou o Prefeito entra na guerra para garantir o poder calando seus asseclas, ou o gato sai da árvore e se esconde nos subterrâneos do jogo político, saindo de cena e enterrando com ele as pretensões futuras do grupo que quer a manutenção do “status quo”. E se “o pulo do gato” der certo, com toda a sagacidade apresentada pelo protagonista o sorriso substituirá a carranca e mandando o povo se lixar, e não hesitará em declarar os princípios sacrossantos com um sorriso sagaz, embora no seu interior ele gargalhe da rasteira que passou nos traidores, quando sentado no trono vai deitar e rolar demonstrando que fez o melhor para todos os grupos. Afinal é difícil retirar do lugar, derrubar ou anular documentos depois que os posseiros expertos requerem e transformam seus atos e suas ações em Usucapião.

NO MEIO DA CORRUPÇÃO

 E de repente surge uma questão: Lambari é peixinho, mas é peixe. Grande ou pequeno, mas é peixe. Tucunaré, Pintado, Dourado, Matrinchã, Surubi tem também de todos os tamanhos. E todos são peixes. Qual é a diferença entre eles? Só de gosto e de tamanho. Uns mais saborosos, outros mais gordurosos.  Ah! E tem também o bagre ensaboado. Você vai segurá-lo e ele escorrega. Tem muito bagre ensaboado na política. De repente surge a questão. Pescar um Lambari é diferente de pescar um Dourado? Sei não. Mas que é uma pescaria, não tenho dúvidas. Claro que pegar um peixe de oitenta quilos a sensação para os pescadores dizem que é semelhante ao prazer orgástico. Já vi gente pescar peixe de oitenta quilos e depois não conseguir dormir, porque não parava de contar da emoção que sentia e da sensação fantástica. Que fora lutar, três horas para tirar o baita de dentro da água.

Os homens da Polícia Federal hoje são os pescadores do Brasil. E o dilema é saber se pescar um lambari é diferente de pescar um bagre. Porque quem consegue segurar um bagre ensaboado? E quando o bagre já foi pescado e o pescador confunde bagre com lambari?
Só quando o pescador é de primeira viagem e nunca viu peixe na vida. E quando é que o lambari vira um peixe grande depois de ser um bagre escorregadio?
De repente a cabeça começa a ferver de tanta pescaria e de tentar entender porque a pescaria de um lambari é diferente de qualquer outra pescaria. Ambas são pescarias.
E o lambari quando frito, come-se com tripa e tudo. Pode até dar indigestão nos pescadores, mas pescaria é tão importante e prazerosa quanto qualquer uma, é verdade.
Porque se costuma-dizer entre os pescadores. “Caiu na rede é peixe.” E nenhum peixe cai na rede por ser ingênuo ou porque quis cair. Caiu por descuido. E ai gera outra polemica. Quem erra mais, o descuidista ou outro ligeirinho mais tarimbado que abafa de mão leve? Depois que cai na rede, pode vir quem quer que seja, que o fim do peixe morto é panela, ou frigideira. E precisar fritar com cuidado, porque espirra gordura por todo lado. Se fosse passarinho, eu diria que o descuidista é também “ Bico doce”. Fala mansa e convence.
Se for Curió, o canto celestial envolve qualquer um. Qualquer um cai embasbacado só de ouvir o trinado deles. Esse processo se dá em diversas ocasiões.
O Cleptomaníaco tem uma sensação orgástica ao Surrupiar um objeto, por mais insignificante que seja. Mas não consegue vencer a comoção interior suscitada pelo desejo escuso de Surrupiar, aquele objeto. De sair com ele, de apertar o objeto e esconde-lo dos demais. A pessoa que sofre de Transtorno Obsessivo Compulsivo não consegue conter o desejo de comprar sapato, por exemplo. Entra em delírio de emoção até conseguir adquirir mais um sapato. E ai se chega a seguinte conclusão. O Corrupto tem todas essas características. Ele quer surrupiar e dividir a emoção com alguns comparsas. Quer mais é correr o risco de sentir emoção violenta. Quer esconder o objeto roubado, ou o dinheiro desviado, cavar buracos para esconder o roubo. Quer treinar o “bico doce” para envolver as pessoas que serão vítimas consentidas de extorsão, até que a pessoa caia na rede e pouco se lhe dá se é Lambari, ou Surubi, Jaú ou Tubarão branco.
Todos pertencem a mesma família, independente de ser pequeno ou grande. Caiu na rede é peixe. Caiu na rede é peixe! Caiu na rede é peixe!Tanto faz o tamanho dele.




ESCUTANDO CONVERSA DE BEBADO

Poucas são as pessoas que toleram conversa de bêbados! São difíceis de serem ouvidos, porque eles se tornam chatos! E o que é pior. Eles não percebem que se tornam chatos! São insuportáveis. Dia desses, eu estava sentado em um bar. É nesses lugares, onde se entra para aguardar uma visita de interesse comercial, ou simplesmente de amizade. Nunca se imagina que se pode passar por constrangimento, ouvindo histórias, com palavreados de baixo calão. Como eu já estava lá sentado, tomando meu suco de laranja, de repente me vi praticamente sentada nas proximidades deles. Ora, bar é para isso mesmo, para que pessoas amigas, ou de interesse comum se reúnam e troquem idéias, Decidi que eu permaneceria ali. Não só porque eu já estava lá, mas havia marcado uma reunião com amigos lá também. Não mais que de repente, o bêbado levantou a voz e dominou o ambiente. Falava alto. Como se ele fosse a pessoa mais importante do grupo. E as histórias eram de arrepiar os mais assíduos freqüentadores do baixo meretrício de antigamente. Porque há muito tempo eu não ouvia dizer que esse tipo de conversa ainda pudesse existir! Falavam sobre mulheres frutas! E ali saiu de tudo, melão melancia, morango, pêra, melão, uma feira completa e para todos os gostos. E se mulher fruta, hoje faz parte do cardápio masculino, o jeito de comê-las, depende do paladar de cada um. Uns tem gosto mais ou menos apurado e outros têm sensibilidade demasiadamente grosseira para comê-las, ou saboreá-las decentemente, ou quando muito, comer desfrutando do sabor e do tempero. Discutiu-se o cheiro exalado, desde arruda até o alecrim. Mas a predominância era do gosto e cheiro de pimenta malagueta. De duas uma. Ou eu me levantava, e saia de cabeça baixa , ou agüentaria mão. Afinal, decidi que eu não pertencia a esse grupo, objeto das conversas.  E que a bem do interesse literário, eu deveria permanecer calado e atento tentando acompanhar o rumo da conversa, porque ali estava presente, a conversa de um grupo ao qual, eu não pertencia nem eles, ao meu grupo. E o meu interesse poderia ser apenas literário, sociológico, psicológico, e na pior das hipóteses, o interesse em acompanhar até que ponto, os caminhos de um cérebro alterado pelo álcool poderia levar o ser humano a regredir como conceito humano, lúcido ou na pior das hipóteses, até que ponto eles desceriam na escala humana de vivencia emocional para tamanha degradação do sentimento, das emoções, e dos meandros do coração que embrutecido e animalesco se deixa levar para tanta baixaria. Aquele palavreado semitonado, chegando a quase uma oitava mais alta, chamava a atenção de todos para as suas qualidades masculinas e chegou-se a ponto de se discutir o tamanho dos órgãos sexuais. E chegaram ao cúmulo, de contar uma das suas brincadeiras sexuais de adolescentes, para ver quem cuspia mais longe.

Foi ai que dei o cheque-mate!
O bêbado chato se levantou e fez a clássica pergunta!
-Nós estamos incomodando com a nossa conversa!
- Não me incomodaram, porque aproveitei a conversa de vocês e fiz uma crônica excelente!
Não ficou nenhum na sala do bar. A debandada foi geral! Como se eu tivesse acendido um estopim para explodir uma bomba no meio do salão! Cronista é assim. Não desperdiça nenhum assunto para se deliciar escrevendo! Agüenta até conversa de bêbado porque ali pode estar uma preciosidade literária. Cronista não perde oportunidade para fazer aquilo que para ele é vida! Escrever é viver o dia a dia!

O NEGÓCIO É BOM, MAS ANTIÉTICO

Anunciar para o público infantil é, assim, um bom negócio. Mas é também antiético. Os pequenos ainda estão em fase de desenvolvimento e não compreendem as complexas relações de consumo. As crianças são facilmente seduzidas pela envolvente linguagem da publicidade e são muito mais vulneráveis do que os adultos. Por isso, cedem facilmente ao desejo de ter. Soma-se a isso uma intensa pesquisa de mercado que mostra para os profissionais de marketing a melhor maneira de fazer com que as crianças insistam para os pais comprarem algo – é o chamado nag factor ou fator amolação.
Para uns, isso faz parte da vida contemporânea e a valorização excessiva de bens materiais nada mais é que a “linguagem” das novas gerações. O equilíbrio se dá com educação e limites dos pais. Eles devem decidir se deixam ou não seus filhos assistirem a uma programação televisiva recheada de comerciais; se cedem ou não aos inúmeros pedidos feitos pelos filhos que acabam de ver o anúncio de um brinquedo ou que esbarram com uma prateleira de supermercado repleta de embalagens chamativas. O mercado ensina que as marcas dão status para pessoas e relações. E os pais são responsáveis por desconstruir essas mensagens. Meio injusto, não?





ANO NOVO TUCANO: CPI DA PRIVATARIA E AGORA ESTRANHA DOAÇÃO MILIONÁRIA

Na expectativa de ser alvo de uma CPI na volta das férias dos deputados, por causa do livro-denúncia A Privataria Tucana, o PSDB começa 2012 com outra notícia embaraçosa. Depois de 14 meses da derrota na eleição presidencial, soube-se que o partido contou naquela campanha com uma generosidade milionária de uma socialite brasiliense cujo marido foi flagrado em vídeo pagando propina num esquema que derrubaria um governador do Distrito Federal.

Ana Maria Baeta Valadares Gontijo fez sete doações entre agosto e novembro de 2010 à direção nacional do PSDB, num total de R$ 8,250 milhões. Foi a maior contribuição de uma pessoa física naquela campanha, sendo que a última, de R$ 350 mil, foi informada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com data de 26 de novembro, quando a eleição já tinha terminado. A direção tucana declarou ao TSE ter arrecadado R$ 100 milhões em 2010.
Em tese, os recursos – os R$ 8,2 milhões de Ana Maria e os R$ 100 milhões no geral - podem ter sido distribuídos a todos os candidatos tucanos e a aliados do PSDB pelo país. Na prestação de contas do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, entregue ao TSE, não há registro de contribuições da socialite. A maior parte foi carimbada como sendo contribuição do comitê nacional tucano.
O que há de potencial para aproximar Serra e Ana Maria é o governador que acabou defenestrado do comando do Distrito Federal por causa do “mensalão do DEM”. José Roberto Arruda, que era do DEM, perdeu o cargo depois de um auxiliar, Durval Barbosa, ter passado à imprensa gravações em áudio e vídeo que mostravam políticos recebendo e empresários entregando dinheiro. Um desses empresários era José Roberto Gontijo, sócio de empreiteiras que fazem negócios em Brasília.
A uma CPI que em 2010 investigou parte do esquema, Barbosa disse que a gravação com Gontijo mostrava o empresário pagando propina para políticos brasilienses em retribuição a uma empresa dele chamada Call Tecnologia e Serviços ter ganho licitações.
A propina recebida pelos políticos servia para comprar apoio ao então governador Arruda entre deputados do Distrito Federal, para custear a boa vida deles e para financiar campanhas futuras.
A denúncia sobre o mensalão do DEM veio à tona em dezembro de 2009. Naquele mesmo ano, Serra, que já era pré-candidato a suceder o ex-presidente Lula, mantinha boas relações com Arruda, o único governador do DEM na época e potencial candidato a vice.
Em um compromisso público em Brasília ao lado de Arruda pouco antes do escândalo, Serra chegou a brincar: “Se eu definisse algo no plano nacional e ele viesse junto, o lema seria 'vote num careca e leve dois'”.
O tucano acabou tendo mesmo um vice do DEM na disputa presidencial, o então deputado federal Índio da Costa (RJ). Não há doações para Índio ou o DEM em nome de Ana Maria na prestação de contas que ambos entregaram ao TSE.





EXPORTAÇÃO RURAL EXPLODE E MOSTRA A RAZÃO DA FORÇA POLÍTICA DO SETOR

No primeiro dia útil do ano, o governo divulgou o resultado da balança comercial em 2011 e já se sabia que, mais uma vez, o agronegócio fora decisivo para os recordes de exportação e o para o maior saldo comercial desde 2007, mesmo em um ano de crise global. Agora, ao segmentar parte dos números, o governo permite que se dimensione o peso econômico do setor rural que, em alta, acaba proporcionando mais força política também, como se vê na falta de um plano de reforma agrária da gestão Dilma e no avanço do novo Código Florestal no Congresso.

Em 2011, ao fazer negócios com o exterior, o agronegócio gerou duas vezes e meia mais dólares ao país, do que o conjunto da economia. O saldo comercial dos ruralistas foi de US$ 77 bilhões, enquanto o do Brasil em geral foi de US$ 30 bilhões. O dado, divulgado nesta terça-feira (10) pelo ministério da Agricultura, sugere o tamanho do prejuízo pela indústria, afetada por um dólar ainda barato demais e, mais do que qualquer outro setor, pela crise global.
No ano passado, apesar desta mesma crise global, de problemas climáticos e de um embargo russo contra o Brasil, as exportações do agronegócio registraram novo recorde, alcançando o melhor ano desde 1997. O país exportou US$ 94 bilhões, 24% a mais do que em 2010, e o ministro Mendes Ribeiro já sonha com uma marca centenária. “Francamente, temos condições de ultrapassar os US$ 100 bilhões em exportações do agronegócio este ano”, afirmou.

VEJAM O TAMANHO DA ENCRENCA

O mundo está saindo do buraco ou a crise toma fôlego para mergulhar no porão do abismo? Há números e argumentos para cada gosto. No Brasil, economistas já falam em um ciclo internacional de pelo menos dez anos: é 'A Grande Depressão', arrisca Ioshiaki Nakano. Decifrar a dominância financeira que gerou a crise e impede a sua superação é o requisito encarado por um grupo de economistas da Unicamp, coordenado por Ricardo Carneiro. Eles se debruçaram sobre o coração do capitalismo nos dias que correm: o mercado de derivativos. O grupo radiografou a singularidade teórica dessa roleta e dimensionou o tamanho da encrenca: US$ 600 trilhões, dez vezes o PIB mundial; 35 vezes a massa de ações negociadas em bolsas. A característica fundamental desse poder é que ele não se funda na propriedade jurídica dos bens, mas se apropria dos direitos sobre o seu desempenho. Sem um antídoto aos fundamentos, pode-se até mitigar etapas da queda. Mas será difícil escapar do buraco negro escavado por anos de perdas e danos .

domingo, 8 de janeiro de 2012

FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO É INVESTIGADA POR VERBA DO TURISMO


A batata da ONG da Rede Globo está assando. Uma solicitação de informações ao Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que o Ministério Público Federal está investigando as relações da Fundação Roberto Marinho com os desvios de dinheiro público no Ministério do Turismo, desbaratados na operação Voucher da Polícia Federal (clique e veja a solicitação)

A operação Voucher, em agosto de 2011, prendeu diversos funcionários do Ministério do Turismo, acusados de participarem de um esquema de fraudes envolvendo ONGs.
Na época, um blog político mostrou que uma das maiores ONGs que receberam dinheiro do Ministério do Turismo foi a Fundação Roberto Marinho, ligada às Organizações Globo. E houve incômodo com o cinismo da falta de transparência da ONG na prestação de contas públicas sobre R$ 17 milhões extraídos dos cofres públicos.
O noticiário da TV Globo (e da chamada grande imprensa) sobre a “faxina” no Ministério do Turismo varreu para debaixo do tapete o nome da fundação.
Relatório do TCU indica superfaturamento de R$ 13,86 milhões pela ONG da Globo junto ao Ministério do Turismo. O TCU constatou que o contrato tinha como meta treinar 80 mil profissionais ligados ao turismo. Porém, até a data analisada, apenas cerca de 19.751 pessoas eram alunos de verdade (mesmo assim nada diz sobre quais completaram de fato o curso).
O número de alunos ativos corresponde a apenas 25% da meta. E aponta para um possível superfaturamento de 75% embolsado indevidamente pela ONG da Globo.
Em valores financeiros, esse superfaturamento corresponde a um rombo de R$ 13,86 milhões nos cofres públicos, já que o custo por aluno era de R$ 176,65

PLANEJADORES DE POLÍTICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA

No jornal O Globo de hoje, uma notícia boa, que não deveria ser nova: “daqui a quatro anos, uma turma de formandos da Universidade Federal Fluminense (UFF) receberá um diploma inédito no Brasil: bacharel em Segurança Pública. O curso foi criado no fim do ano passado, e suas 60 vagas estão disponíveis para os estudantes que fizeram o Enem no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação”.
Não se trata de “bacharelismo”, mas de que começamos a construir algo que há muito só acontecia de forma casual e limitada: termos planejadores de política de segurança pública com formação multisetorial, que saibam vê-la como um problema mais complexo que o simples (aliás, nada simples) planejamento de ações policiais.
- Nas faculdades de direito, não se discute segurança pública, mas, sim, como aplicar as leis existentes. As academias militares, por exemplo, ensinam a ser militar, e não a ser policial. A lógica é sempre a da repressão Pretendemos intervir nesse mercado. A ideia é criar uma alternativa para os órgãos e institutos de segurança, públicos e privados, para que possam contratar pessoas com uma formação que não seja pensada na associação entre segurança pública e polícia.- afirma o professor Roberto Kant de Lima, da Faculdade de Direito da UFF, à qual o curso será vinculado.
Na matéria, o coronel da Polícia Militar Robson Rodrigues, ex-comandante das UPPs e mestre em antropologia, elogia a proposta:
- Entender que a segurança pública é de natureza civil é muito importante, pois ela não fica mais fechada dentro de quartéis e delegacias. Avança no nosso processo de consolidação democrática. É uma boa notícia não só para as polícias e secretarias, mas para a sociedade como um todo. A própria PM tenderá a aproveitar quadros de graduações diversificadas, e essa pode entrar no rol das exigidas.
Um passo gigantesco na tão necessária transformação da visão de segurança numa ação integrada, onde a força não se descole da humanidade e do direito, da visão social e que, assim, possa ser eficiente como todos necessitam. Um caminho que foi desbravado por um homem que, neste momento, deve ser lembrado – usando o título de um lívro que descreve sua obra - por todos que tem “O sonho de uma polícia cidadã” : o coronel PM Carlos Magno Nazareth Cerqueira.
Um homem de rara inteligência, negro, formado em Psicologia e Filosofia, com 25 anos de experiência policial, que enfrentou o preconceito e a infâmia dos violentos e da mídia, mas que é o semeador de ideias que o tempo tornou vitoriosas, como os programas de policiamento comunitário e integração dos serviços públicos de segurança – e de cidadania – às comunidades pobres.