segunda-feira, 30 de novembro de 2015

JE SUIS PARIS E TAMBÉM BAGDA, TRIPOLI E DAMASCO

Foram lamentáveis e brutais, sob todos os aspectos, os atentados ocorridos em Paris, que acarretaram centenas de mortos e feridos inocentes, franceses e estrangeiros.

Nas horas que se seguiram, na frágil cobertura da TV estatal francesa, que parecia só dispor de uma equipe e entrava, ao vivo, em contato, por telefone, com o seu repórter que estava no interior da Boate Bataclan, o foco foi mantido na solidariedade e na reação das autoridades e do governo.

O Primeiro Ministro François Hollande, com a mesma expressão de perplexidade mostrada por George Bush em suas primeiras declarações no dia do atentado às Torres Gêmeas, declarou que a França permanecerá unida, e que ela será implacável em sua resposta ao EI, o Exército Islâmico - o grupo terrorista que assumiu a autoria dos ataques - e que serão tomadas medidas de segurança para que a situação não se repita.

A retórica, dos jornalistas e do governo, é a única resposta que pode ser dada pelos franceses à situação de absoluta vulnerabilidade e impotência em que a França se meteu, ao intervir em outros países.

Uma retórica que serve para disfarçar – com a costumeira cortina de fumaça e de maniqueísmo – a crua e implacável realidade em que Paris se encontra, do ponto de vista desses ataques, e das escolhas que fez, nos últimos anos, em sua política externa.

Em primeiro lugar, porque há muito pouco que a França possa fazer para evitar novos atentados.

Se seus autores forem apanhados, outros os substituirão, vindos de fora, ou recrutados na periferia das grandes cidades francesas, onde muitos jovens, filhos de emigrantes, precisam apenas de um pretexto para fazer explodir seu ressentimento e sua frustração com a miséria e o desemprego, ou a falta de perspectivas de futuro, em um continente onde não se sentem bem-vindos, assombrado pela decadência e a crise, onde a extrema direita floresce, alimentada pela xenofobia, o racismo e o preconceito.

Em segundo lugar, porque, por mais que sejam terríveis, para todos nós, e para as famílias enlutadas, os atentados em Paris em nada diferem, em suas conseqüências humanitárias, daqueles que ocorrem, todos os dias, em dezenas de lugares no Afeganistão, no Norte da África e no Oriente Médio.

Por lá, pessoas explodem, a qualquer momento, ou são fuziladas, decapitadas, estupradas, às dezenas, por terroristas originalmente armados pelas mesmas potências “ocidentais” que estão sendo atacadas agora - e por pseudo “democracias”, como a Arábia Saudita onde adúlteras são punidas a chibatadas e mulheres não podem sair de casa sem véu nem um homem que as vigie – com o intuito de derrubar governos em países, que, independente da orientação política de seus regimes, viviam em situação de paz e estabilidade.

No entanto, esses atentados, em outras partes do mundo, não merecem matérias especiais de meia hora na televisão brasileira – afinal, é melhor que nos identifiquemos com a “civilização” que queremos emular e com a “democracia” que queremos emular - é muito mais conveniente, do ponto de vista do discurso de doutrinação ideológica eurocêntrico e neoliberal, discutir a dor das famílias e as medidas de segurança – absolutamente inócuas, diga-se de passagem - que devem ser supostamente adotadas - do que revelar ao público o que está realmente por trás dos acontecimentos.

Nem se vêem nas camisetas e nos cartazes que rezam “Je suis Paris”, em várias partes do mundo, espaço para frases como “Je suis Syrie”, porque, claro, são muito mais importantes as mortes de Paris, do que aquelas que ocorrem, literalmente, há anos, para lá de Bagdá, em lugares como Basra, Karbala ou Ramadi.

Finalmente, a pergunta que não quer calar, é a seguinte: se Saddam Hussein e Muammar Kaddafi – com todos seus eventuais defeitos - estivessem no poder e a Síria gozasse da mesma situação de estabilidade que tinha antes do início – estimulado pelo “ocidente” – do trágico engodo da “primavera árabe”; se os EUA – aliados da França – não tivessem armado terroristas para atacar Damasco - os mesmos assassinos que hoje militam e são a espinha dorsal do Estado Islâmico - os atentados de Paris teriam ocorrido?

Capitais europeias não eram atacadas antes da promulgação da “Guerra ao Terror” pelos Estados Unidos, nem da “primavera árabe”, que gerou milhões de mortos e refugiados, com a destruição de centenas de cidades; nem antes do envolvimento da OTAN, a serviço dos EUA, com bombardeios na Líbia e em outros lugares - contra governos que antes eram tratados, hipocritamente como aliados pelo “ocidente” - em países em que crianças iam uniformizadas e bem alimentadas à escola todos os dias, e não caçavam, para comê-los, ratos entre os escombros de suas casas, como agora.

Nunca é demais lembrar que quem planta vento, colhe tempestade.

Que os novos atentados de Paris - e o pânico com os falsos alarmes que se seguiram - sirvam de alerta ao Brasil - país em que convivem, em harmonia, judeus e muçulmanos, e gente de todos os lugares do mundo - que, estimulado pela doutrina da repressão policialesca e pelo desejo de ser mais realista que o rei de “especialistas” que cresceram vendo enlatados de espionagem norte-americanos, está se metendo a “gato mestre”, criando leis “antiterroristas”, que podem nos fabricar inimigos onde nunca os tivemos.

Leis que são, como podemos ver, pela vulnerabilidade e impotência dos países que as adotam, tão supérfluas quanto inócuas e estúpidas.

sábado, 28 de novembro de 2015

A FINAL O QUE É A VERDADE?




 É que o homem da esquerda apenas olha para o chão, ou que o homem da esquerda não está vendo o rosto no céu entre as nuvens? Ou será que o homem da direita tem cabelos de nuvens, ou que são cabelos de um cogumelo nuclear? Ou que o homem da esquerda procura algo que não perdeu? Ou que apenas está procurando algo no lugar errado? E o homem da direita, será que por ter cabelos de nuvens se purificou junto a mãe natureza e se transformou em cabelo de árvore?

Assim são as religiões interpretando, filosofando, postulando e mais ainda, criando mistérios e enigmas para aquilo que é. E o que é afinal? Libertem-se dos dogmas e dos mistérios, das ilusões e das mentiras, dos frágeis pontos de vista que dividem, que desunem e que desassociam. Tire a mordaça do sofrimento e do orgulho patético, da sabedoria do nada, do materialismo escravizante. Dê valor ao que realmente tem valor, o valor justo a cada coisa e o valor de nada aquilo que nada é…

De onde você veio? Para onde você vai? Veja que nada sabe sobre você mesmo, imagine então o que você sabe sobre os demais… Um por fora e outro por dentro e muitas vezes representando um outro ainda… Dê um basta na ignorância e tire suas dúvidas sobre tudo e sobre todos. Muito mais ainda sobre o que você não sabe nem perguntar, porque nem sequer sabe da existência. Dê um ponto final nesse cadafalso de angústias e de dúvidas, pois onde existe a dúvida existe a desconfiança e o medo.

Dê um fim a esse martírio chamado atraso animal, descubra o que é um ser racional e que, você é sem saber, a luz maior do universo que existe aí bem dentro de você. Um final de semana bem especial! Fique com Deus…

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

PARA PENSAR: SERÁ ASSIM O ENCONTRO DE ALMAS?

Dizem que para o amor chegar não há dia, não há hora, nem momento marcado para acontecer. Ele vem de repente e se instala no mais sensível dos nossos órgãos, o coração.

Começo a acreditar que sim. Mas percebo também que pelo fato deste momento não ser determinado pelas pessoas, quando chega, quase sempre os sintomas são arrebatadores. Vira tudo às avessas e a bagunça feliz se faz instalada. Quando duas almas se encontram o que realça primeiro não é a aparência fisica, mas a semelhança d'almas. Elas se compreendem e sentem falta uma da outra.

Se entristecem por não terem se encontrado antes, afinal tudo poderia ser tão diferente. No entanto sabem que o caminho é este e que não haverá retorno para as suas pretensões. É como se elas falassem além das palavras, entendessem a tristeza do outro, a alegria, o desejo, mesmo estando em lugares diferentes. Quando almas afins se entrelaçam passam a sentir saudade uma da outra num processo contínuo de reaproximação até a consumação.

Almas que se encontram podem sofrer bastante também, pois muitas vezes tais encontros acontecem em momentos onde não mais podem extravasar toda a plenitude do amor que carregam, toda a alegria de amar e querer compartilhar a vida com o outro, toda a emoção contida à espera do encontro fatal.

Desejam coisas que se tornam quase impossíveis, mas que são tão simples de viver. Como ver o pôr-do-sol, caminhar por uma estrada com lindas árvores, ver a noite chegar, ir ao cinema e comer pipocas, rir e brincar, brigar às vezes, mas fazer as pazes com um jeitinho muito especial.

Amar e amar, muitas vezes sabendo que logo depois poderão estar juntas de novo sem que a despedida se faça presente. Porém muitas vezes elas se encontram em um tempo e em um espaço diferentes do que suas realidades possam permitir.

Mas depois que se encontram ficam marcadas, tatuadas e ainda que nunca venham a caminhar para sempre juntas, elas jamais conseguirão se separar. E o mais importante: terão de se encontrar em algum lugar.

Almas que se encontram jamais se sentirão sozinhas porquanto entenderão, por si só, a infinita necessidade que têm uma da outra para toda a eternidade...

terça-feira, 17 de novembro de 2015

UM GRANDE AMOR TEM TUDO A VER COM O TEMPO

No meio do oceano existia uma ilha onde moravam todos os sentimentos: alegria, tristeza, amor... Um dia souberam que a ilha seria inundada pelas águas. Todos os sentimentos apressaram-se a fugir com seus barcos. Mas o amor – sem muita noção do tempo - resolveu ficar mais um pouco para melhor contemplá-la, antes de desaparecer.
Quase inundada a ilha, o amor começou a pedir socorro. O primeiro pedido foi feito ao barco da riqueza. A resposta foi negativa: não posso, carrego muito ouro e prata, não há lugar para você. O amor continuou pedindo ajuda, agora à vaidade: não posso ajudá-lo, você está todo molhado e poderia sujar e estragar meu barco. A tristeza também recusou o pedido do amor, alegando que estava muito deprimida, preferia ir sozinha. As chances diminuíam e o barco da alegria estava muito cheio – por causa da euforia e do barulho – e não escutou o pedido. Desesperado, o amor começou a chorar quando uma voz o chamou: venha, amor, eu levo você no meu barco. Era um velhinho e o amor ficou tão feliz que esqueceu de perguntar-lhe o nome. Já na margem, o amor perguntou à sabedoria: quem era aquele bom velhinho que me trouxe em seu barco? Foi o tempo, afirmou a sabedoria, e completando a resposta garantiu: só o tempo é capaz de ajudar a entender um grande amor.
Vivemos hoje o tempo da pressa, da velocidade e do barulho. Para ganhar tempo, a sociedade de consumo oferece coisas pré-fabricadas e instantâneas. Você vai a uma loja e compra o que precisa num instante. Em poucos minutos, a dona de casa prepara uma refeição, um financiamento é obtido e um objeto qualquer é adquirido via Internet. Em poucas horas é feita uma viagem que, no passado, demorava uma semana. Além disso, existem coisas virtuais, especialmente amigos e amigas virtuais.
Ninguém tem tempo de esperar e a vida é sacudida por mil sentimentos, quase sempre, na superficialidade. Aí surge o amor à primeira vista, o amor instantâneo, um sentimento misturado com mil outros sentimentos, por vezes, contraditórios. Nós nos amamos e isto basta, é o dogma de muitos jovens. E o amor eterno pode acabar em meses.
A sabedoria antiga explicava que, para conhecer uma pessoa, era necessário antes comer com ela um saco de sal. Era o sal do cotidiano e do tempo. O Evangelho lembra: sobre a areia, é possível construir rapidamente uma casa. E com a mesma velocidade que é construída, ela desaba. Deus é amor e o amor verdadeiro tem um pouco da divindade, mas tem muito do tempo. Um carvalho leva 80 anos para a maturidade, uma abóbora está pronta em 30 dias... Um grande amor tem tudo a ver com o tempo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

MERCADO DE OUTORGAS DE ÁGUAS.

A proposta vem do Banco Mundial e FMI para a criação do mercado de águas como a melhor forma de gerir a crescente crise hídrica global. Como no Brasil a água é um bem da União (Constituição de 1988) ou um bem público (conforme a lei 9.433/97), então ela não pode ser privatizada e nem mercantilizada.

Acontece que há tempos o grupo que representa o pensamento dessas instituições internacionais no Brasil – e das multinacionais da água – busca brechas na lei para criar o mercado de águas, pelo mecanismo de compra e venda de outorgas. Já que a água não pode ser um bem privado, então que se tenta criar o mercado das outorgas (quantidades de água concedidas pelo Estado a um determinado usuário), podendo ser vendida de um usuário para outro.

Hoje o mercado de outorgas é impossível. Quando um usuário que conseguiu uma outorga não utiliza a água demandada, ela volta ao poder do Estado e não pode ser transferida de um usuário para o outro, muito menos ser vendida. A finalidade é óbvia, isto é, evitar que se crie especulação financeira em torno de um bem público e essencial, evitando a compra e venda de reservas de água.

A lei já tem uma aberração, que é a outorga preventiva, isto é, uma empresa pode reservar para si um determinado volume de água até que seu empreendimento possa ser implantado. Essa outorga preventiva pode ser renovada mesmo quando o prazo foi expirado e nenhuma gota d’água utilizada.

Onde o mercado de águas – sob todas as formas – foi criado o fracasso foi mortal, literalmente. Na Bolívia gerou a guerra da água, na França, depois de alguns anos, o serviço voltou ao controle público. Assim em tantas partes do mundo.
Mas o Brasil é tardio e colonizado. Muitos de nossos agentes públicos também o são.

Pela nossa legislação existe uma ética no uso da água, isto é, em caso de escassez a prioridade é o abastecimento humano e a dessedentação dos animais. Portanto, prioridades como essas, estabelecidas em lei, não podem ser substituídas pelo mercado. Em momentos críticos como esse é exigida a intervenção do Estado através do organismo competente para determinar a prevalência das prioridades sobre os demais usos.

Se prevalecer o mercado, então uma empresa de abastecimento de água, para ganhar dinheiro, pode vender parte – ou totalmente – de sua outorga para uma empresa de irrigação, por exemplo. Nesse caso, sacrificaria as pessoas em função do lucro e da empresa que pode pagar mais pela água.

Portanto, não é só uma questão legal, é antes de tudo ética, humanitária e zeladora dos direitos dos animais. A proposta inverte a ordem natural e dos valores, colocando o mercado como senhor absoluto da situação, exatamente em momentos de escassez gritante. É sintomático que essas observações feitas à Folha de São Paulo não tenham sido publicadas. Apareceram apenas as vozes dos defensores do mercado de águas.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A FÁBULA DO PATO MANCO DE NATAL.

"O pato... vinha cantando alegremente quem-quem"... Esse era o Eduardo Cunha no começo do ano. Um pato gordo, garboso, quase um pavão, dando as ordens no galinheiro, cantando de galo, fazendo alarde, dizendo que com ele ninguém podia, que ele fazia e acontecia. "Quando um marreco sorridente pediu para também entrar no samba".

O marreco era na verdade um tucano disfarçado. "Para que esse bico tão grande"?, perguntou o pato. "Para engolir a Dilma", disse o tucano. O pato gostou da ideia porque achou que ganharia alguma coisa com isso e convidou outros animais da fazenda – burros, cavalos, cachorros, ratazanas, vermes, raposas, ursos, amigos da onça, baratas, escorpiões, serpentes, hienas, lesmas, antas, gafanhotos – para a grande aventura de engolir e deglutir a presidente da fazenda que eles chamaram de "impeachment".

Tudo estava caminhando bem até que o pato caiu na Lava Pato, o que mostrou que ele não era um simples ladrão de galinha. Os animais aliados, principalmente os tucanos, não se importaram com isso, contanto que ele os ajudasse a deglutir Dilma. Mas deixaram claro que não podiam fazer nada para ajudá-lo na Lava Pato.

O pato ficou em polvorosa. Cair na Lava Pato poderia sujar a sua barra na fazenda. A coisa ficou mais feia quando ele disse que suas contas na Suíça foram abastecidas com venda de carne moída. Como teve coragem de sacrificar seus irmãos bois?, gritaram alguns animais da fazenda.

O pato andava triste e desolado e os tucanos não largavam do seu pé: "Como é, vamos engolir Dilma de uma vez? Está na hora!".

Até que Jaques Wagner veio conversar com ele. "Frère Jaques" disse: "Meu caro pato, com todo o respeito, você ainda não percebeu que manca"? O pato tentou andar e constatou que estava manco mesmo. "Frère Jaques" disse então que mancando assim seria desprezado pelos outros animais, principalmente pelos tucanos, que não gostam que ninguém dê mancada.

O pato viu o mundo desabar a seus pés e caiu num choro convulsivo. "Eles me olhavam feio ultimamente. Estou perdido"! "Calma, pato", consolou-o "Frère Jacques. Eu sei quem pode salvá-lo."

"Quem? Quem?". "A Dilma. Ela adoraria ter um pato manco na presidência da Câmara até 2017". Moral da história: "neste Natal o melhor presente para Dilma não é peru, mas um pato manco".

A.Solnik

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

COM A CONCORDÂNCIA DE TODOS VOCÊS, HOJE VOU FALAR DE MIM.

A tarefa mais difícil de um escritor em transpor suas ideias para qualquer lugar é, sem dúvida, falar de si mesmo. Hoje,  vou me dar o trabalho de falar de mim.

Mas eu não existiria sem o mim do "eu lírico", "eu crítico", "eu sarcástico", "eu belo". Calma, nada a ver em filosofar sobre o que penso de minha pessoa. Sou apenas um lugar comum com algo um pouco diferente. Uma tempestade com raios, trovões, relâmpagos e muitos ventos...

Ventos que levam e elevam o meu catamarã de ideias... Umas com ondas grandes e fortes e outras com apenas o balanço do mar.

Ah, o mar!!! O meu mar tem elementos que vão além dele mesmo. Claro! Tem vida marinha, tem frutos, tem correntezas... mas tem calmaria... tem Leandro, Marcia Fabíola, Dalvo, Cleusa, Deise, Izadora, tem Renã e tem Liane.

Eu tenho em mim todos os sonhos de pessoas como o do meu pai Alcides e amor como o de minha saudosa mãe Leonida, que tanto amo.

Cara, tenho tanta coisa que seria chato falar de todas, mas tem uma, apenas uma, que quero ressaltar aqui. Como na canção "Imagine", de Lennon, sou sim um dreamer, um sonhador que sonha inclusive acordado. Mas o que seria dos sonhos se não pudéssemos contemplá-los em pensamentos diários?

Quer saber, sou um taurino que não ataca ninguém, um gramadense de nascimento,  mas amo a meu  querido Gramado também. Mas sou um horizontinesne de coração, trazido pelo acaso dos sonhos de um jovem e onde eu aprendi o sentimento mais nobre do ser humano – o amor.

Te digo mais: sou um eterno aprendiz... acho que não escrevo bem e muitas das vezes , até abuso das autocríticas. Sou muito exigente comigo e consigo com isso expulsar qualquer sentimento de vaidade que poderia vir. Como ser vaidoso sendo gordinho, careca e barrigudo?

A minha vaidade acontece quando realizo uma vontade, um desejo, um sonho... Coisas do tipo comer um bom prato preparado com capricho por alguém que eu gosto. Ou talvez me emocionar com aquela cena triste de um filme, novela, comercial de margarina ou saída de um participante de simples reality show. Ou até gargalhar com uma charge, cartoon ou videocassetadas em programas de televisão.

Sou do tipo paizão, sempre gostei de sair com meus filhos fosse pra comer pipoca no cinema, levá-los ao parquinho da praça ou da escola mesmo. Ah, também fui rígido, quando a palmada se faz necessária, as presentiei, por que não? Levei muitas palmadas e nem por isso sou traumatizado.

Medos? Já tive muitos... mas quando a gente vai crescendo, vai percebendo que o tamanho deles vai diminuindo conforme sua maturidade.

Às vezes sou criança, me pego discutindo com meus netos como se fôssemos velhos colegas de escola. Um erro? Pode ser, mas esse sou eu!

Gosto de inventar coisas legais, criei até um sanduíche com pão de forma, queijo, presunto, tomate e cenoura. Calma, não é misto quente, é de um jeito que só eu sei preparar.

Música? Gosto muito e acreditem, de todos os gêneros, ritmos e alturas. Tudo vai depender de onde, quando e com quem... As vezes creio que sou o "Último romântico daquela velha mais atual música do Lulu".

Sou quem eu sempre quis ser, um multimídia! Poeta sem livro publicado . Sou videomaker. Sou publicitário, jornalista, designer... são tantos que até esqueço quem sou.

Afora tudo isso, sou algo mais importante de tudo que falei aqui: sou eu autêntico, alguém que se reinventa todos os dias. Um ser pra lá de humano, sou às vezes mais do que penso ser... Sou a prova cabal que Deus existe e criou seus filhos com sua semelhança. Tenho fé e muita fé, que me desculpem os ateus. Mas Deus está em mim assim como toda a minha família todos os dias da minha vida e... se eu for embora , já cumpri minha missão:

Plantei uma árvore, estou escrevendo um livro e fiz filhos. Alguém pode querer mais do que isso na vida? Aos 73 completados , me dou ao direito de dizer que toda a infelicidade do ser humano, jamais será suplantada pela felicidade real. E só é infeliz quem quer ser infeliz por qualquer que sejam as adversidades. A vida pra mim sempre será uma longa, eterna e brilhante festa.

Obrigado meu Deus por chegar até aqui com discernimento e coragem pra lutar. Que eu possa em mais alguns anos de vida terrena, fazer bem mais pelos outros do que já fiz até hoje. E que as pessoas possam , assim como eu, escrever mais sobre si, para perceberem que haverá (ou não!) muitas linhas para serem escritas nessa jornada evolutiva da vida. Só depende de cada um fazer a sua parte e acreditar que amanhã sempre pode ser melhor do que ontem e hoje. Mas se Deus não quiser, posso ir feliz, porque tenho a certeza de que sou uma pessoa do bem e isso me faz muito bem e quiçá fará também para outras gerações que virão depois da minha.

Nasci em 40, cresci em 50, curti em 60 e vi o mundo mudar em 2000. Fui pai em 1962 e 1965. Chego a 2015 acreditando que meus filhos e netos vão poder também fazer boas mudanças quando chegar o tempo deles. Espero poder ver que a nossa "geração ainda fará muita diferença em nosso País.

Viva eu, Viva tu e viva nós de 1940.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

NÃO ODEIE A CHUVA. DEIXE CHOVER.



Desacreditar no amor é uma passagem na vida de todos. Uma passagem que carece de volta e pedágio. Pois, a intensidade e a emoção de um futuro amor, às vezes, necessita de um leve desacreditar do presente.

Amor de fases na vida de pessoas comuns, que começam acreditando fidedignamente em seus alicerces e depois são surradas, aprendendo, que amar é viver e viver é tapa na cara. Assim designam que talvez ninguém mereça o seu real afeto e julgam qualquer nova tentativa de desfibrilá-lo como nula. Mas, de repente, um dia, no auge da maturidade, descobrem que desacreditar no amor é como acreditar que nunca mais irá chover. Pois, o amor é como a chuva, que quando se recusa a vir pode ressecar corações e planícies, mas uma certeza sempre há: um dia ela vem. Pode vir sorrateiramente, molhar devagar e lhe dar um tempo para se proteger em uma marquise qualquer, ou pode te colocar a prova de que se molhar também faz bem. E, quando ela vem pedindo para lavar a alma, faz todas aquelas chuvas que ameaçaram cair e não caíram se arrependerem, pois, a chuva presente é sempre a mais gostosa de dormir, de amar e de ouvir.

O aconchego da chuva se assemelha ao do amor, calmaria, sonhares e endividamento de lembranças. E ainda traz um sussurro que amansa corações e transforma ansiedade em alivio imediato. Então, acredite que vá chover, mas, também não deixe de contemplar os minutos de sol quando for momento. Pois, chuvas tempestivas sempre virão, a diferença é a ânsia de deixar-se molhar como se o amanhã nem existisse.


Deixemos chover e vamos nos molhar!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

AMOR E DISTÂNCIA...

Esses quilômetros que nos separam, e que não são muitos, não são nada comparados ao tamanho do meu amor por você. A distância não mata o amor, a distância só aumenta a saudade e mantém viva a vontade de estar ao seu lado. O que mais quero na vida, é poder voltar a ter você perto de mim, sempre à mão, à beijo e abraço.

Enquanto isto não acontece, imagine que a minha saudade percorre, na velocidade da luz, este espaço de peitos vazios entre eu e você, e num estalar de dedos estou aí para te dar um beijo. Só lamento não poder ficar para dormir e acordar junto do teu travesseiro.

Todas as noites, eu te encontro nos meus sonhos, andamos de mãos e abraçados, e antes de acordar deixo contigo um sorriso para enfeitar o seu rosto quando você despertar. A distância nos separa, mas o amor nos aproxima, assim é fácil driblar a saudade, acordado ou dormindo.

Quero que você saiba que nada pode ser maior do que amor que sinto por você. 


Eu não aguento mais essa distância que nos separa, amor…

Que me separa dos seus carinhos, dos nossos mimos e dos nossos beijos apaixonados. Que me separa de olhar nos seus olhos, de trocar olhares cheios de afeto, te abraçar bem forte e ouvir seu coração batendo. Que me separa de observar você dormindo, de te dizer bem baixinho nos seu ouvido o quanto eu te amo e preciso de você. Que me separa de ver o seu sorriso todos os dias e ficar deitado ao seu lado apenas conversando por horas. Que me separa de ter a pessoa que eu mais amo ao meu lado… Me diz o que fazer? Tá meio difícil de lidar com isso… A saudade aperta, a tristeza chega e as lágrimas inundam o meu rosto e meu coração chora. Sempre prometi que eu vou esperar o tempo que for por você e essa é a mais pura verdade que eu guardo dentro de mim. Mas, meu amor, não é justo nós ficarmos tão longe sendo que tudo que eu mais quero e desejo é ter você por perto, ter você grudadinha a mim e eu coladinho a você... Todos os dias eu peço a Deus que a gente possa viver nossa vida  porque aí sim eu vou poder ser completamente feliz. Distância, você me machuca mas nunca chegará nem perto de atingir o meu amor pela menina mais linda desse mundo que eu tive a imensa sorte de ser minha, só minha. Nosso amor é para essa e para outras vidas, minha pequena. Nada irá nos separar a não ser Deus. Eu te amo tanto.


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

PARA REFLETIR: SOMOS ODIO

Para os do "andar de cima" avançar na realização dos direitos sociais não nos leva a de fato, sermos, uma nação. Garantir na mesa de cada brasileiro três refeições diárias, segundo essa casta, nos dizeres de Lula da Silva, branca e de olhos azuis, é um atraso histórico e impede o desenvolvimento do Brasil como potência. Para essa etno-classe dominante, um negro vestido de jaleco branco, com um "Dr" antecedendo seu nome e procedendo cirurgias de alta complexidade não cai bem; uma negra administrando empresas e chefiando um batalhão de engravatados é algo inadmissível.

Esse "distributivismo" é perverso para o país, como contou um dos quadros da direita em recente programa conduzido pelo intragável William Waack. O argumento é que essa "estranha mania" de produzir políticas sociais gera déficit nas contas públicas e daí o atual quadro de insuficiência econômica em que nos encontramos.

É estranho! Soa cínico e perverso! É como se os criadores do imenso leviatã de miseráveis em que se tornou o Brasil saíssem a justificar que as opções que foram tomadas por eles mesmos ao longo de trágicos cinco séculos fossem corretas. É como se não fosse correto, justo e mesmo necessário tomar novos rumos, romper com o ciclo vicioso gerador de pobreza que sempre fez do Brasil o mais injusto país do mundo. Ora bolas... Romper com a metástase da miséria e que consumia três quartos dos povos do Brasil é e sempre foi o principal imperativo para a vida nacional. Não é a inflação, pura e simples... É o povo!

Esse tipo de concepção é de um atraso abismal. Herança de quatro séculos de escravidão, reflexo objetivo e direto da ação política do agrarismo brasileiro, aliás, segmento da gestão e operação da própria escravidão brasileira e que não casualmente, fundou as principais instituições e que ai estão ainda hoje, "equilibrando" o país.

Não é um fenômeno qualquer!

É a matriz fundamental da vida econômica e política desse país e que, tragicamente, não fora superada. Achar que o racismo, a discriminação e o ódio aos negros, portanto, aos pobres do país, desapareceria com a assinatura de um decreto de abolição do trabalho compulsório de negros e negras em um muito distante 13 de maio de 1888 é de uma ingenuidade sem-fim.

O ódio, sobretudo, o ódio para com pobres e negros é algo impressionante no Brasil. Esse carácter sócio-histórico se atualiza, se renova e ganha novos padrões de complexidade. Não é algo atávico, isolado das relações sociais e políticas e que o tempo irá, tão somente, "resolver".

Nada disso! O tempo não resolve, é a ação humana racional, politizada e humanizadora que rompe com esse trágico ciclo. De outra maneira, tal qual uma virose, esse ódio racial, posto que, de fato, é do que se trata, é componente vivo e ativo nas próprias relações entre capital e trabalho no país.

E os "de cima" simplesmente odeiam quem ousa alterar essa disparatada relação produtiva para padrões, digamos, mais ou menos modernos. Uma negra parideira, desdentada e moradora de uma quebrada de periferia mas que sabe ler é algo grave para a forma-mundo e que nos é imposta pelas elites agrárias desse país; um caboclinho mirrado, de nariz largo e de cabelos crespos e estudando o melhor da ilustração do pensamento social e clássico do Brasil é algo, pelo menos, estranho aos "donos do Brasil"; uma moça negra que se nega a transar com um playboy do "alfa ville" de palmeiras imperiais expressa não só a negativa sexual pura e simples, mas denota de outra feita, uma evolução social e política, um movimento teórico e de sensibilidades e que antes, se processa em toda a classe.

E esse é o problema! Os "de baixo" devem ficar quietos; devem aceitar o que vem dos "de cima"; devem tão somente, existir na existência alheia; devem ser no que os outros são; devem estar a partir das determinações dos bem estabelecidos.

Somos movidos a ódio e não podemos negar isso. Fruto de nossa colonização e de suas torrentes incontáveis de sangue inocente; dos infinitos casos de abusos e massacres e que ainda apetecem frouxos neste país fora-da-lei; somos ódio em forma de povo espraiado em unidades federadas. Temos ódio de Zumbi dos Palmares porque, imaginem, este negro rebelde ousou resistir a forma mais degradante e humilhante que o juízo possa conceber: o trabalho não-remunerado feito por homens e mulheres sem alma, sem corpo, sem vida, sem vez ou voz.

Odiamos porque não sabemos! E o não saber é o ódio acontecendo de forma educada e ideologizada. Nada sabemos sobre as resistências sempre acontecidas neste país e sempre e violentamente reprimidas porque, já sabemos, o povo não pode ter terra, chão, propriedade, saberes, sensibilidades, participação política ou atuação social diferenciada. Pode apenas e simplesmente, trabalhar, trabalhar e trabalhar...

O ódio ao pobre é desta maneira, o ódio ao trabalho que tenta se emancipar, se liberar das grades de ferro do patronato e do Estado, que quer ser livre, essa palavra perigosa e que assombra aos que nos mandam.

De novo... Ódio é não-saber, é fazer com que não se saiba, é fracassar a escola pública por meio de estruturas arruinadas, professores debilitados e estudantes imbecilizados ante ao vivido e às possibilidades de consumo e que nossa desgraçada sociedade oferece.

O ódio nesse país tem outras frentes de compreensão. Não se limita a matar, esganar e humilhar... Ódio bom e eficaz na terra do samba e do carnaval é o não-saber! Se não sei, não me inspiro, não me identifico, não tenho referências, não luto, não me junto aos meus iguais, não terei, portanto, companheiros, camaradas e irmãos, daí... Não mudo nada e que está em minha volta de pobreza, abandono e solidão. Nosso ódio é a principal inteligência administrativa e que nos impuseram, é a principal arma das elites brasileiras contra mim ou você. Finalmente... Entendemos nosso ódio ou não nos entendemos, ou não entendemos a tessitura das relações sociais que marca esse país de assassinos livres, de heróis esquecidos e de genocidas homenageados em praças, escolas

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

BOM MESMO É AMAR.


A vida é feita de surpresas onde sua missão é viver, alguns momentos podem durar tão pouco e ficar na sua memória por muito tempo, algumas pessoas podem fazer muito pouca parte da sua vida e ser considerada pra sempre. Imagino um dia em que todas as pessoas tivessem o direito de ser feliz, mesmo que seja só por um momento, para ter a oportunidade de sentir o que realmente desejam e acreditar que sonhos não são bobagens. As vezes você percebe que as aparências enganam e você pode sofrer muito com isso !O tempo é uma coisa que não permite voltar para trás, então só se arrependa do que você não fez, aproveite cada segundinho da vida , pra ficar guardado eternamente em sua memória.

Com o tempo a gente aprende que errar é humano, que todos nós erramos e que as vezes mesmo certos temos que abaixar a cabeça e pedir desculpa; E que as vezes é preciso ouvir o que as pessoas tem a dizer; Com o tempo aprendemos a jogar nessa vida, aprendemos que a cada tombo é preciso levantar de cabeça erguida; Aprendemos que nem todas as manhas são de sol, e que nem sempre tudo na vida é como nós queremos; Com o tempo conhecemos pessoas, e descobrimos sentimentos; Com o tempo aprendemos a dar valor a cada segundo que temos, pois aprendemos que em um segundo tudo pode mudar; A vida passa e descobrimos quem são nossos amigos verdadeiros; e as vezes que pessoas desconhecidas te valorizam mais, do que as que estão todos os dias com você; Com o tempo a gente erra mais tambem acerta e mais cedo ou mais tarde, a gente aprende que temos que aceitar cada um como é. E que ninguem é melhor do que ninguém pelo menos nessa vida; Com o tempo a própria vida vai ensinar como viver.

Todo dia é um novo amanhecer vindo de um novo dia, com novas expectativas e novos objetivos a serem traçados. Cada amanhecer que presencio é sempre o mesmo objetivo, e a mesma expectativa, aquela onde vamos poder sonhar juntos em um lugar onde nada possa nos impedir, o anoitecer chega e eu estou ali com lágrimas percorrendo por toda a minha face apenas sentindo a saudade de alguém que um dia esteve aqui mais hoje não está. Amar se torna pouco, platônico seria o ideal. Você não sabe o que sente, é além de amor, além de todos os sentimentos que um dia foram nominados, é algo que sua alma floresce ao estar bem, e ao estar mal ela corrói, muitas vezes a saída é viver em outro mundo e enxergar tudo com os olhos e não com o coração. Talvez nós juntos sejamos o impossível, mas minha vontade de um dia ser possível não é apenas um sonho é o que eu almejo de uma realidade. As coisas estão acontecendo, mais de uma coisa pode ter certeza permanece em minha mente. A forma que tiver que acontecer eu não me importo, eu só quero você escondido ou assumido.

Rir é correr risco de parecer tolo. Chorar é correr o risco de parecer sentimental. Estender a mão é correr o risco de se envolver. Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu. Defender seus sonhos e ideias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas. Amar é correr o risco de não ser correspondido. Viver é correr o risco de morrer. Confiar é correr o risco de se decepcionar. Tentar é correr o risco de fracassar. Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada. Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada. Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem. Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade. Somente a pessoa que corre riscos é livre.

As vezes um sorriso falso pode ser um consolo para nós mesmos. As vezes não damos valor aos amigos, aos familiares, as pessoas que amamos, mas quando perdemos, vimos o quanto eles fazem falta. Saudade. Ah! A saudade. Ela dói tanto que as vezes queremos tirar alguém dos nossos pensamentos para ficarmos bem. A solidão pode ser o melhor remédio ou a pior droga, depende do momento. Chorar é como tirar um peso da consciência com as mãos. Ou pode nos render simplesmente mais dor de cabeça ainda. Bom mesmo é amar, sorrir, cantar, viver como se não houvesse amanhã. É andar por ai de cabeça erguida, ser você mesmo. Amar os amigos, fazê-los bem, para que você se sinta bem também.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

VIVA SEM MEDO DE VIVER.


Por que não escolhemos quem iremos ser quando crescer e sim o futuro nos mostra quem nos tornamos ao crescer? Por que temos desilusões, mas mesmo assim continuamos insistindo naquilo que sabemos que dará certo. Por que não escolhemos em que família pertencer, escolher nossos próprios nomes, algo que é tão nosso, pessoal, mas que foi dado por outra pessoa, até mesmo por alguém fora da família? Por que choramos, se sabemos que o amanhecer é belo, e que as estrelas ainda brilham? Por que temos vontade de gritar quando não se pode, ou quando não é o momento certo? Por que quando uma lágrima quer cair e nós tentamos segurar não dá certo e ela escorre em nossa face? Por que nada é como nós queriamos que fosse? Por que as pessoas não nos compreendem? Por que temos que sempre fazer as coisas certas e nunca pular um pouco as regras da vida? Por que muitas vezes queremos algo que não podemos ter, como o pai melhor do mundo, a mãe mais carinhosa, os irmãos mais legais, aquele amigo que podemos contar tudo e confiar cegamente, aquele namorado perfeito, aquele cachorro que te obedece só de você olhar, aquele amor pela primeira vista, mas que dura para sempre, aquele cabelo lindo que nem o da modelo da capa, aquele sapato “super” que você viu na vitrine, aquela bermuda de cem reais que você viu naquela loja maravilhosa, ou até mudar um pouco nosso jeito de ver a vida? Por que? São tantas perguntas que não caberiam aqui, mas são perguntas que tem uma resposta: se a vida fosse tão fácil ela não seria tão gostosa de viver, seria sem graça “sem sal”, se tudo fosse permitido não fariamos nada escondido, pois “escondido é mais gostoso”, a família seria perfeita, mas quem disse que uma briguinha de vez em quando não é bom? Pois não há ninguém perfeito nesse mundo, nem eu e nem você. Somos todos iguais pessoas com coração, esse que muitas vezes se machuca, se parte e para cicatrizar demora um tempão, mas acaba cicatrizando, fica feridas? Sim, mas feridas que só servem de consolo para poder reelembrar daquilo que nos causou dor, mas que um dia demos a volta por cima e se transformou numa ferida, ferida essa que dá alívio ao nosso ser e alma. Devemos viver essa vida intensamente, sem medo de errar, pois ela esta ai para ser explorada da melhor forma que podemos e que queremos, vamos bater a cabeça? Vamos, mas pensa...se não batessemos tanto nossa cabeça como aprenderiamos aquilo que é nosso dever aprender? Como saberiamos em quem confiar de verdade, qual é a pessoa certa, aquela que te fará feliz para sempre e que estará contigo nos momentos mais difíceis! O amor é um carinha meio doido, mas é aquele que nos ensina a arte de amar, ele machuca? Muito, mas depois quando nos da seu carinho, ele é a melhor coisa que podemos ter nessa vida, você pode ter nada, mas com ele você tem tudo. Esse é o nosso momento, devemos aproveita-lo da melhor forma possível, viva cada minuto da sua vida como se fosse o último, chore ou ria, seja alegre ou seja triste, ame ou odeie, fique ou namore, beije ou abrace, mas o importante é ser feliz. Tenha suas derrotas como uma lição, pra lá na frente você fazer o certo e de cabeça erguida! As lágrimas são feitas para consolar nosso coração, chorar é bom demais, é como se estivesse tirando um peso de nós, algo que esta a nos machucar! Por isso, chore o quanto for preciso, pois só suas lágrimas sabem o motivo de tanta dor. Pensar no futuro é até bom, mas não recomendável, devemos pensar no agora, fazer tudo o que queremos, da forma que queremos, aonde queremos e não ter o porquê que queremos. Quando for fazer algo não pense muitas vezes, pois quem pensa muito acaba fazendo nada. Não combine e marque nada, faça tudo na hora, quando der “na telha”, esse é o segredo, pois se você combinar ou marcar, nunca acabará dando certo! Viva sem medo de viver!

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O AMOR...NOVAMENTE O AMOR.

Um líder africano implantou muitos benefícios para seu povo. Ao regressar de uma viagem comunicaram-lhe que sua esposa morrera. Depois de passar algum tempo na mais absoluta desolação, começou a preocupar-se em preservar sua memória. O que ele poderia fazer de grandioso para que sua esposa jamais fosse esquecida? O primeiro pensamento foi o de erguer um grande monumento fúnebre, que conservasse a memória da pessoa a quem ele mais amara em vida. Mas um mestre, carregado de anos e de sabedoria, aconselhou: construa um poço no deserto, assim todas as caravanas que passarem por ele lembrarão sua esposa. E darão graças a Deus por ela ter existido.
Na vida, tudo transcorre com rapidez e a morte estabelece a cortina do esquecimento sobre todos. O dinheiro, a glória, as realizações são logo esquecidos. Os próprios monumentos envelhecem e de uma vida cheia de acontecimentos sobra o registro de poucas linhas. Tudo passa, só o amor permanece. A história guarda poucos nomes e privilegia os que fizeram de suas vidas um poema de amor. Ainda lembramos Alexandre da Macedônia, César, Napoleão, mas amamos Francisco de Assis, João XXIII, Luther King, Gabriela Mistral, Teresa de Calcutá. Eles e elas, cada um do seu jeito, semearam amor.
A vida não é aquela que sonhamos, mas a que efetivamente temos. As perdas se acumulam ao longo dos anos. Pessoas queridas partiram quando menos esperávamos. De nada adiantaria morrer afogado nas próprias lágrimas. É muito mais inteligente abrir um poço de água para os outros. É o poço da gratuidade, de quem nada espera para si. É uma árvore que plantamos, sem a pretensão de colher os frutos. E se pudermos colhê-los, façamos isso sem euforia e com um sentimento de gratidão. São Francisco de Assis lembrava que era muito melhor amar do que ser amado.
Nosso tempo está cheio de desertos, repletos de pessoas, que carregam uma sede profunda. Sede de reconhecimento, sede de amor, sede de fé. E todos temos o incrível privilégio de poder abrir fontes límpidas. E isso jamais passará. Pablo Neruda desejava que em seu túmulo colocassem a legenda: aqui jaz um amante da liberdade. Feliz daquele que, em seu túmulo, alguém escrever: ele abriu muitos poços no deserto.
O apóstolo Paulo fala das possíveis realizações da pessoa e exemplifica: o dom da profecia, a eloquência, transportar montanhas, repartir a fortuna, entregar o corpo para ser queimado... E proclama: se não tiver caridade, isso nada me adiantará e conclui: tudo terá fim, mas o amor jamais acabará (1Cor 13). Deus nos fez à sua imagem e semelhança. E Deus é amor.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

ESTÃO USAMDO O NOME DE JESUS PARA LAVAR DINHEIRO

Tudo o que é sadio pode ficar doente. Também as religiões e as igrejas. Hoje particularmente assistimos a doença do fundamentalismo contaminando setores importantes de quase todas as religiões e igrejas, inclusive da Igreja Católica. Há, às vezes, verdadeira guerra religiosa. Basta acompanhar alguns programas religiosos de televisão especialmente, de cunho neopentecostal, mas não só também de alguns setores conservadores da Igreja Católica para ouvir a condenação de pessoas ou de grupos, de certas correntes teológicas ou a satanização das religiões afro-brasileiras.

A expressão maior do fundamentalismo de cunho guerreiro e exterminador é aquele representado pelo Estado Islâmico que faz da violência e do assassinato dos diferentes, expressão de sua identidade.

Mas há um outro vício religioso, muito presente nos meios de comunicação de massa especialmente na televisão e no rádio: o uso da religião para arrebanhar muita gente, pregar o evangelho da prosperidade material, arrancar dinheiro dos fregueses e enriquecer seus pastores e auto-proclamados bispos. Temos a ver com religiões de mercado que obedecem à lógica do mercado que é a concorrência e o arrebanhamento do número maior possível de pessoas com a mais eficaz acumulação de dinheiro líquido possível.

Se bem repararmos, para a maioria destas igrejas mediáticas, o Novo Testamento raramente é referido. O que vigora mesmo é o Antigo Testamento. Entende-se o porquê. O Antigo Testamento, exceto os profetas e de outros textos, enfatiza especialmente o bem estar material como expressão do agrado divino. A riqueza ganha centralidade. O Novo Testamento exalta os pobres, prega a misericórdia, o perdão, o amor ao inimigo e a irrestrita solidariedade para com os pobres e caídos na estrada. Onde que se ouve, até nos programas católicos, as palavras do Mestre: "Felizes vocês, pobres, porque de vocês é o Reino de Deus"?

Fala-se demais de Jesus e de Deus, como se fossem realidade disponíveis no mercado. Tais realidades sagradas, por sua natureza, exigem reverência e devoção, o silêncio respeitoso e a unção devota. O pecado que mais ocorre é contra o segundo mandamento:"não usar o santo nome de Deus em vão". Esse nome está colado nos vidros dos carros e na própria carteira de dinheiro, como se Deus não estivesse em todos os lugares. É Jesus para cá e Jesus para lá numa banalização desacralizadora irritante.

O que mais dói e verdadeiramente escandaliza é usar o nome de Deus e de Jesus para fins estritamente comerciais. Pior, para encobrir falcatruas, roubo de dinheiro público e de lavagem de dinheiro. Há quem possui um empresa cujo título é "Jesus". Em nome de "Jesus" se amealharam milhões em propinas, escondidas em bancos estrangeiros e outras corrupções envolvendo bens públicos. E isso é feito no maior descaramento.

Se Jesus estivesse ainda em nosso meio, seguramente, faria o que fez com os mercadores do templo: tomou o chicote e os pôs a correr além de derrubar suas bancas de dinheiro.

Por estes desvios de uma realidade sagrada, perdemos a herança humanizadora das Escrituras judeo-cristãs e especialmente o caráter libertador e humano da mensagem e da prática de Jesus. A religião pode fazer o bem melhor mas também pode fazer o mal pior.

Sabemos que a intenção originária de Jesus não era criar uma nova religião. Havia muitas no tempo. Nem pensava reformar o judaismo vigente. Ele quis nos ensinar a viver, orientados pelos valores presentes em seu sonho maior, o do Reino de Deus, feito de amor incondicional, misericórdia, perdão e entrega confiante a um Deus, chamado de "Paizinho" (Abba em hebraico) com características de mãe de infinita bondade. Ele colocou em marcha a gestação do homem novo e da mulher nova, eterna busca da humanidade.

Como o livro dos Atos dos Apóstolos o mostra, o Cristianismo inicialmente era mais movimento que instituição. Chamava-se o "caminho de Jesus", realidade aberta aos valores fundamentais que pregou e viveu. Mas na medida em que o movimento foi crescendo, fatalmente, se transformou numa instituição, com regras, ritos e doutrinas. E aí o poder sagrado (sacra potestas) se constituíu em eixo organizador de toda a instituição, agora chamada Igreja. O caráter de movimento foi absorvido por ela. Da história aprendemos que lá onde prevalece o poder, desaparece o amor e se esvai a misericórdia. Foi o que infelizmente aconteceu. Hobbes nos alertou que o poder só se assegura buscando mais e mais poder. E assim surgiram igrejas poderosas em instituições, monumentos, riquezas materiais e até bancos. E com o poder a possibilidade da corrupção.

Estamos assistindo a uma novidade que cabe saudar: o Papa Francisco nos está resgatando o Cristianismo mais como movimento do que como instituição, mais como encontro entre as pessoas e com o Cristo vivo e a misericórdia ilimitada que a férrea disciplina e doutrina ortodoxa. Ele colocou como Jesus, a pessoa no centro, não o poder, nem o dogma, nem o enquadramento moral. Com isso permitiu que todos, mesmo não se incorporando à instituição, podem se sentir no caminho de Jesus na medida em que optam pelo amor e pela justiça.