quinta-feira, 29 de outubro de 2015

COISAS QUE DESCOBRI DURANTE AS FÉRIAS



Especial 


Pessoas podem te fazer sorrir e podem te fazer chorar, mas é preciso alguém realmente especial para te fazer sorrir com lágrimas nos olhos. 

Momento certo

Você chegou no momento certo, na hora certa, do jeito certo.

Razão

Sinto uma obrigação enorme de cuidar de você. Por algum motivo, eu te devo um sorriso, uma razão para te deixar feliz seja ela qual for.

Remédio

Para curar uma dor de amor só existe um remédio: um novo amor.

Sem medo

Não tenha medo de amar, mesmo sabendo que no fim vai se machucar.

Explicação

O amor vai até onde tem que ir. Até onde os dois quiserem. Até onde se propuserem a lutar. O amor dura para os fortes, para os que não têm medo de passar por obstáculos, por rotina, por empecilhos, por dificuldades e, também, por infinitas alegrias...

Sem perceber

Sem eu perceber, tudo foi mudando. Novos sentimentos, novas preocupações, novos sentidos… Então, quando eu me dei conta disso, você já estava em minha vida.

Certeza

Quero poder abrir os olhos de manhã e ter a certeza que você estará ali, do meu lado para me dar um bom dia, e dizer mais uma vez que me ama.

Coração

Enfim, existem coisas que somente o coração é capaz de explicar.

Ponto Fraco

E mesmo que eu possua a maior força do mundo, você sempre será meu ponto fraco.

Paixão

Você se apaixona, você confia e você se decepciona. Quando parece que superou tudo, você se apaixona de novo.

Escolhas

Chega um dia que a gente simplesmente muda. Alguns sentimentos acabam e o coração faz novas escolhas.

Tempo

Não tenha pressa, tudo acontece no tempo certo. E se não for como você quer, vai ser melhor, acredite.

Definição

O amor é só uma palavra, até o dia que você conhece alguém que te dá a definição completa.

Com você

Queria estar com você agora, segurando sua mão e olhando seu sorriso.

Única

Eu quero que você me veja não como uma pessoa qualquer, mas como a única pessoa capaz de te fazer sorrir, como a única que possa te fazer rir sem motivo, como a única que sempre estará do seu lado, como a única que nunca vai te abandonar, como a única que sempre vai te amar.

Segurança

Um dos motivos pelo qual eu te amo é a segurança que você me trás. Pode ter certeza que, ao teu lado, caminho até de olhos fechados.

Alma

Quando a gente ama alguém, até a nossa alma fala com a dela.

Paciência

Não tenho paciência de te explicar porque te amo. Prefiro te calar com um beijo.

Colisão

Algumas pessoas encontram o amor. Eu, tive que colidir com ele.

Momentos

O melhor da vida é quando encontramos pessoas que saibam fazer de pequenos instantes grandes momentos.

Palavras

O amor não é sobre palavras, é sobre o que você faz.

Sentimentos

O que eu sinto é algo inexplicável, sem tamanho, é um sentimento divino, maravilhoso, que toma conta de mim de uma forma incontrolável. Não é normal, não é uma simples paixão e muito menos um amor de passagem, é muito mais do que isso, parece ser algo eterno.

Valor

Olhar para você, sentar ao lado, ouvir a voz, faz tudo ficar mais feliz. Algumas pessoas simplesmente valem a pena.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O MAU LADRÃO

Satanás, quem não o sabe, é um dos maiores verbetes do nosso dicionário. um nome cheio de apelidos: diabo, demônio, cão, capeta, capiroto, coisa ruim, canhoto, sete peles....

dir-se-ia que ninguém fala o seu nome em vão.

Deus não, Deus é um chiclete que tá na boca de todo mundo.

escroques, falsificadores, ladrões, falsários, taradinhos do impeachment, rufiões, achacadores e bandidos em geral estão sempre a usar o nome de Deus para encobrir os seus mal feitos.

foi Deus quem me deu, Deus me ajude, Deus me livre, valha-me Deus...

Eduardo Cunha, soubemos há pouco, foi muito mais longe em sua infame blasfêmia e registrou diversos domínios na internet com o nome de Jesus, que é a face humana do Pai, uma espécie de Deus de vestidão e cabelo comprido.

o nobilíssimo deputado registrou nada menos que 287 endereços eletrônicos em nome do Nazareno.

mas por que diabos Cunha fez esse milagre da multiplicação ponto com, todos nos perguntamos atônitos.

soubemos agora.

somente em um destes domínios, o Jesus ponto com, Cunha registrou uma frota de carros de luxo.

um desaforo.

abrir uma firma em nome do Mestre é coisa que padres e pastores fazem há muito, mas Cunha foi longe demais.

Jesus, além de desconhecedor da cibernética, não era chegado ao comércio.

Pedro, está no Livro, tinha lá uma firma de pesca, ele tinha inclusive dois funcionários.

o que fez o mestre ao encontrá-lo na labuta? aconselhou Pedrão a abandonar o negócio e sair por aí com ele, a pescar almas, gratuitamente.

o Mestre, todos o sabemos, era um cara simples, meio hiponga até.

no domingo de ramos, voltemos ao Livro, ele fez sua entrada triunfal em Jerusalém montado, veja o detalhe, no lombo de um singelo jumentinho.

Cunha, por sua vez, chega a um culto evangélico montado num Porsche com tração de mil cavalos puríssimo sangue.

veja o disparate.

e mais, por enquanto, a justiça já farejou mais de 60 milhões de lascas pertencentes à família Cunha, pulverizados em contas nas estranjas, tudo em nome do pai, da filha e da espírita santa dos olhos esbugalhados.

como um bom cristão, Cunha também carregava uma Cruz, bem maquiada, feita de madeira de lei caríssima e sempre com os olhos bem abertos.

é por isso que eu digo, acredito no que vem de Deus, mas não no que vende Deus.

mas o castigo, vindo de jumento ou de Porsche, uma hora chega.

enquanto estava por cima da carne seca, achacando corruptos e arregimentando seus apóstolos apóstatas, atraídos por sua gorda conta bancária, sua vida de luxos e sua cara de pau, todos lhe davam tapinhas nas costas.

agora, com o rabo preso e temendo uma deduração premiada, só o Paulinho lhe dá força.

aécio, grafemos em minúscula, que costumava desfilar fagueiro e jactancioso ao lado de Cunha, com os olhos tão esbugalhados quanto o da madame Cruz, de repente sumiu.

os milhões de Cunhas que desfilavam nas ruas com camisas da CBF, de repente resolveram botar uma sunga e ir a praia.

nas igrejas, agora, só se fala em Jesus e no diabo, de política não se fala mais, até segunda ordem.

até o onipresente Poncius Mendes Pilatus já mandou um office boy trazer uma bacia com água morna para por as santíssimas mãos de molho.

a batata de Cunha assou.

enlameado, nu, pego com a boca na botija, Eduardo Cunha caminha solitário para o patíbulo.

não, Jesus não vai perdoá-lo como o fez com Dimas.

na hora fatal, Cunha ouvirá em sua consciência - em tom de escárnio - a reverberante e divina voz de Jesus a repetir o desaforo que o mau ladrão lhe disse antes da morte, no Gólgota:

"salva-te a ti mesmo".

palavra da salvação.



Lelê-Teles

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

DCM: O DESTINO DE CUNHA EM 10 QUESTÕES.


Cunha será preso? Quando? Quais os novos capítulos da novela do impeachment? Ele pode decidir sozinho sobre novos pedidos?

Para responder a essas e outras perguntas, o DCM pediu o parecer do jurista Luiz Flávio Gomes, professor, diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Gomes fatiou a crise em dez questões:

1º) Os ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, em suas liminares do dia 13/10/15, suspenderam a eficácia jurídica do procedimento de impeachment criado por Eduardo Cunha (em combinação com a oposição). Somente a lei pode cuidar dessas regras. Normas da presidência da Câmara ou do seu Regimento Interno não podem violar a lei 1.079/50. A oposição ficou contrariada, mas o Estado de Direito (e particularmente o art. 85 da CF) deve ser respeitado. As liminares devem ser acatadas até que haja decisão final do Plenário do STF. Se Cunha conseguir, mediante recurso, derrubar as liminares, pode seguir o “seu” procedimento (essa chance, no entanto, é remotíssima). Enquanto não derrubar as liminares, deve seguir rigorosamente o que está exclusivamente na lei.

2º) Mas pode Eduardo Cunha decidir sozinho sobre novos pedidos de impeachment? Sim. Apesar da dubiedade dos textos das decisões, ele não está impedido de agir dentro da Lei 1.079/50 (se o STF proibisse isso estaria invadindo competência do Legislativo, o que geraria muitas tempestades). Os ministros não impediram a discussão de qualquer pedido de impeachment, e sim proibiram o uso do “manual” criado por Cunha, naquilo que não está na lei. A oposição pode apresentar novos pedidos de impeachment? Sem sombra de dúvida, sim. Não existe prazo prescricional para isso. Estando o Presidente da República no exercício do cargo, pode em qualquer momento sofrer o processo de impeachment. Vejamos os textos dos ministros (que geraram grande confusão):

. “Também estão suspensos eventuais procedimentos relacionados à execução da resposta à questão de ordem”; Zavascki deferiu a liminar para determinar a suspensão da eficácia do decidido na questão de ordem atacada, “bem como dos procedimentos relacionados à execução da referida decisão pela autoridade impetrada [presidente da Câmara dos Deputados]”;

. Rosa Weber deferiu liminar “para suspender a eficácia da Resposta à Questão de Ordem 105/2015 e todos os procedimentos tendentes à sua execução até o julgamento do mérito do presente mandado de segurança”. De forma categórica, acrescentou “que o presidente da Câmara se abstenha de receber, analisar ou decidir qualquer denúncia ou recurso contra decisão de indeferimento de denúncia de crime de responsabilidade contra a presidente da República” com base na resposta à Questão de Ordem 105/2015.”

3º) Pode Eduardo Cunha ser cassado pelos seus próprios pares por quebra do decoro, visto que mentiu várias vezes sobre suas contas bancárias secretas? Sim. Já existe pedido nesse sentido no Conselho de Ética. Mas quem dá a palavra final é o Plenário (em voto aberto), por maioria de votos (257). Dois ex-deputados foram cassados nos últimos tempos: André Vargas e Donadon. Para evitar essa cassação, Eduardo Cunha pode fazer acordo com o governo e indeferir todos os pedidos de impeachment? Isso está no seu horizonte. Aliás, sob o manto de uma pouca-vergonha generalizada, ele teria dito o seguinte: “Se o governo for bonzinho comigo, eu vou ser bonzinho com ele”. O ser “bonzinho” significa impedir que ele seja cassado politicamente.

4º) Por que Eduardo Cunha não quer perder seu mandato de deputado? Porque se isso ocorrer ele perde o foro especial por prerrogativa de função (seu processo sai do STF e vai para o juiz Sérgio Moro, no Paraná). Moro se tornou o terror dos envolvidos na Lava Jato. Eduardo Cunha não quer de forma alguma ser processado por ele (tal como está sendo André Vargas, por exemplo).

5º) Qual outro motivo para Eduardo Cunha lutar para preservar seu mandato? Enquanto parlamentar ele não pode ser preso preventivamente. Só cabe prisão em flagrante contra deputado, não preventiva (CF, art. 53). Enquanto deputado, ele vai adiando sua possível (ou provável) prisão. Afinal, ele está sendo acusado de crimes muito graves: corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e crime organizado.

6º) E se fugir do País? Nesse caso ele perde o mandato e, em seguida, decreta-se sua prisão preventiva (caberá à Interpol a sua localização e prisão).

7º) Já existe denúncia contra Eduardo Cunha no STF? Sim. E outras poderão ser apresentadas diante das provas que chegaram da Suíça. Se ele não renunciar à presidência da Câmara antes, deve o STF afastá-lo dessa função quando do recebimento da denúncia? Sim. Essa é a tese que Márlon Reis e eu estamos sustentando: quem está na linha presidencial não pode continuar na função de direção depois de recebida denúncia pelo STF. Nos bastidores, vários nomes já estão sendo lembrados para ser o novo presidente da Câmara (Jarbas Vasconcelos, por exemplo).

8º) Tanto a mulher como as filhas de Eduardo Cunha estão envolvidas com as contas bancárias secretas na Suíça. Serão investigadas prontamente (a pedido do Procurador-Geral da República). O dinheiro achado, de qualquer modo, já foi bloqueado. Eles já foram empobrecidos em 23 milhões de reais. Mas pelas incriminações dos delatores, podem ter outras contas em outros bancos (“follow the money”). A cooperação internacional entre os Ministérios Públicos do Brasil e da Suíça é absolutamente constitucional e legítima. Já os vazamentos seletivos fazem parte do jogo pelo poder (que Eduardo Cunha conhece bem) assim como do rolo compressor dos “escândalos” midiáticos (quanto mais podridão, mais espetacularização).

9º) O envolvimento da família costuma ser fator determinante na delação premiada. Isso ocorreu com Paulo Roberto Costa, que no acordo de delação conseguiu preservar toda sua família: a esposa, duas filhas e dois genros. Não é nada fácil imaginar ir para a cadeia com toda família unida no mesmo destino! Pior: a esposa e as filhas de Cunha não desfrutam da imunidade prisional (podem ser presas preventivamente, desde que haja motivo concreto e fundamentado para isso).

10º) No escândalo “Eduardo Cunha” a mídia, frente aos corruptores (as favorecidas com a corrupção de Cunha teriam sido a Samsung e a Mitsui), está mantendo sua clássica postura omissiva e conivente. Quase nada divulga ou investiga sobre tais empresas. Pega-se o corrupto, mas esconde-se o mundo empresarial corruptor. Essa é uma forma de proteção dos poderosos. Diga-se a mesma coisa dos bancos que lavam grande parte do dinheiro sujo. A única diferença entre o corrompido e os corruptores (e lavadores), parafraseando Al Capone, é que o corrompido vende seus favores enquanto os outros lucram com eles. O dinheiro sujo do vendedor de favores se chama corrupção. O dinheiro ganho pelos corruptores e lavadores se chama excedência de caixa.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

CRIMINALIZAÇÃO DAS VITIMAS DA BOATE KISS.

Três familiares de vítimas do incêndio da boate Kiss estão sendo processados por crime de calúnia.
Promotores ingressaram na justiça contra Sérgio da Silva e Paulo Tadeu Nunes de Carvalho (respectivamente, presidente e diretor jurídico da AVTSM – Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria) e Flávio José da Silva, presidente do movimento Santa Maria do Luto à Luta.
Os três são acusados de colarem cartazes pela cidade com os enunciados:
“Prefeito e Secretários sabiam que a boate estava irregular”; “O Ministério Público e e seus Promotores também sabiam que a boate estava funcionando de forma irregular”; “Prefeito, Secretários e Promotores, todos sabiam que a boate estava irregular e permitiram que continuasse funcionando até matarem 242 jovens. Quem vai pagar essa conta??”
Os promotores Ricardo Lozza, Joel Dutra e Maurício Trevisan sentiram-se ofendidos.
O incêndio na Kiss matou 242 jovens e deixou mais de 630 feridos. A tragédia foi uma sucessão de omissões dos poderes públicos que vão desde documento precário emitido pelos bombeiros usado como Plano de Prevenção e Combate a Incêndio até funcionamento sem alvará de localização da prefeitura. De falta de acompanhamento na execução das obras por parte da engenheira responsável até aplicação de repetidas multas ao invés da decretação do fechamento do local.
No ano passado o Ministério Público denunciou 43 pessoas por crimes como falsidade ideológica, fraude processual e falso testemunho com base no inquérito policial que revelou falsificação de assinaturas e outros documentos para permitir a abertura da casa junto à prefeitura.
E ninguém pode se indignar pela inércia, má gestão, irresponsabilidade e suas consequências?
A reação dos promotores é um ato desumano revoltante.
Santa Maria (RS) é uma cidade de menos de 275 mil habitantes. Não é exatamente Nova York. Como podem alegar que não sabiam? Não se pode alegar isso, é covarde.
Recentemente, o presidente da Volkswagen alemã renunciou por estar no comando durante um período no qual a empresa burlou normas de emissão de poluentes. Afirmou que não sabia nem aprovava, mas como era o comandante e sob ele aquilo ocorreu, renunciava. Óbvio. No Japão isso também é muito comum.
Mesmo que não se esteja beneficiando diretamente, mesmo que não se tenha aprovado, deixou passar: é inadmissível. Não tem defesa. É o preço de se estar no comando. E uma questão de moral os impele a sair. No Japão não raramente se suicidam.
Por essas bandas tropicais costuma-se tirar o corpo fora, procurar culpados abaixo de si e ficar nervosinho quando chamado à responsabilidade.
O incêndio na boate Kiss ocorreu janeiro de 2013. Até agora foram abertos processos criminais contra oito réus, todos estão respondendo em liberdade. Já os 8 bombeiros denunciados foram julgados pela Justiça Militar com o resultado de dois condenados e seis absolvidos.
Só em uma sociedade distorcida é possível relevar a morte de centenas e cobrar por justiça dá cana.
Crime de calúnia tem pena prevista de seis meses a dois anos de detenção mais multa. Responda com sinceridade, leitor: você se supreenderia se os familiares das vítimas forem condenados primeiro?

terça-feira, 13 de outubro de 2015

ALTAMIRO OBRGES: SERÁ QUE A OPERAÇÃO ZELOTES VAI PEGAR A RBS GLOBO?

Os barões da mídia devem estar preocupados. O Portal Imprensa destacou nesta quinta-feira (8) que a "Polícia Federal deflagra nova etapa da Operação Zelotes; RBS é alvo da investigação". Até agora, a imprensa privada fez de tudo para abafar o escândalo das fraudes fiscais, que envolve empresários de peso - como os sócios do Grupo Gerdau e os donos da RBS, afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mas a operação segue em andamento e começa a dar os primeiros frutos.

Segundo a reportagem, sete mandados de busca e apreensão foram determinados pela PF nesta nova fase das apurações. Iniciada em 26 de março passado, com o cumprimento de 41 mandatos de busca, a Operação Zelotes investiga os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo perícias da Receita Federal, o assalto aos cofres públicos soma de R$ 5,7 bilhões. Mas há suspeita de que o rombo seja três vezes maior - bem mais do que o apurado na midiática Operação Lava-Jato. Apesar dos estragos, a mídia evita destacar o assunto - que envolve empresas de comunicação e poderosos anunciantes, além de figuras carimbadas da politica.

Entre os suspeitos estão o ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes - que teve seus 19 minutos de fama com a rejeição das contas do presidenta Dilma no TCU -, os bancos Bradesco, Safra, Pactual e Bank Boston, a montadora Ford, a BR Foods, a Petrobras, a Camargo Corrêa, a Light "e o grupo RBS, afiliado da Rede Globo nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul" - registra o Portal Imprensa, que dá mais detalhes da Operação Zelotes:

"O caso começou a ser investigado após denúncia anônima do conselheiro Paulo Roberto Cortez à Receita e à PF. Ele alegou que conselheiros recebiam propina para atrasar processos de grandes empresas que discutiam dívidas do 'tribunal administrativo da Receita'. O objetivo era reduzir ou até mesmo anular multas. A RBS seria uma das empresas com indícios mais fortes de participação no esquema de corrupção efetuado para não pagar impostos. O presidente-executivo do grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, chegou a ser convocado para depor na CPI do Carf".

Já em nota oficial, o Ministério da Fazenda confirmou que, em sua terceira fase, a Operação Zelotes cumpriu nesta quinta-feira (8) sete mandados de busca e apreensão e que a ação tem como objetivo coletar novos documentos sobre o escândalo. "As investigações têm apontado para a existência de irregularidades que consistiram na manipulação de decisões, mediante a atuação coordenada de agentes públicos e privados, com a finalidade de reduzir ou extinguir débitos tributários com o consequente prejuízo para a Administração Pública", afirma o texto.

Será que agora a RBS, afiliada da TV Globo, vai pagar por seus crimes? A conferir!

domingo, 11 de outubro de 2015

O PIOR PERDEDOR DE HISTÓRIA DO BRASIL

Em meio a tantas incertezas, uma coisa é fato: Aécio é o pior perdedor da história do Brasil.

Faz já mais de um ano que ele não se dedica a outra coisa que não tentar derrubar, por meios grotescos, quem o derrotou.

Ele não teve grandeza em nenhum momento. Já começou tentando colocar em dúvida a lisura das urnas eletrônicas.

Depois procurou toda sorte de pretextos para contrariar a vontade expressa de 54 milhões de pessoas, e não parou mais.

Aécio é, hoje, um câncer para a democracia.

Se todos os derrotados se comportarem como ele, o Brasil vai se tornar um caos.

A explicação mais provável para esse comportamento é a mais simples: Aécio é um menino mimado.

Nunca teve que trabalhar, nunca teve que se esforçar. Nasceu numa oligarquia mineira que lhe deu tudo na boca desde sempre.

Ele é a própria negação da meritocracia. Não o ensinaram a pescar. Deram-lhe peixe a vida toda.

O avô Tancredo foi evidentemente um mau professor para ele, ou Aécio não seria o perdedor miserável que é.

Mais velho, FHC poderia ter ajudado mentalmente Aécio, mas está claro que nada fez.

Se a imprensa cumprisse seu papel de fiscalizadora com Aécio poderia tê-lo ajudado a aprimorar o caráter.

Mas também a mídia o mimou e protegeu sempre.

A única vez em que Aécio foi posto contra a parede numa entrevista foi no Jornal Nacional, na série de pinguepongues dos candidatos.

Perguntaram-lhe sobre o aeroporto particular que ele construiu perto de sua fazenda com dinheiro público.

Mas mesmo aí. Ele poderia ter simplesmente respondido a Bonner: “Ora, companheiro. Se isso fosse importante vocês do Jornal Nacional teriam coberto o assunto.”

Em mais um de seus crimes jornalísticos, o JN simplesmente ignorou o assunto.

Assim como desprezou meia tonelada de pasta de cocaína encontrada no helicóptero de um grande amigo de Aécio, o senador Perrela.

O objetivo aqui não foi preservar Perrela, mas Aécio. Vinculá-lo a reportagens sobre cocaína seria complicado na sua campanha eleitoral, dada sua fama.

Aécio acabou se convertendo na versão política brasileira daquele personagem de história em quadrinhos chamado Riquinho.

O exterior já denuncia isso. Implante no cabelo, branqueamento dos dentes, botox, tudo isso dentro da linha de figuras como Marta Suplicy e Ana Maria Braga.

A vaidade excessiva é a mãe de todos os vícios. Acrescente aí a superproteção e o resultado é uma personalidade catastrófica.

A irmã Andrea ajudou a construir um Aécio defeituoso. Os mineiros têm muito a contar sobre o papel de Andrea na vida de Aécio.

Era ela, por exemplo, que administrava as verbas de publicidade oficial quando ele era governador.

As rádios da família jamais deixaram de ser contempladas pelo dinheiro do contribuinte mineiro, algo que é indecente ainda que não ilegal.

No meio disso tudo, nesta louca cavalgada para sabotar quem o venceu, Aécio só não faz o que deveria fazer.

Não há registro de uma única coisa boa que ele tenha feito no Senado.

Há uma única coisa pior do que perder. É não saber perder.



É o triste caso de Aécio.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

A BONITEZA DO ENSINAR E APRENDER

Ensinar é um exercício de imortalidade, diz Rubens Alves. "De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra". Afirmativa confirmada pelas crianças que, embevecidas, veem na professora (sim, porque são imensa maioria na profissão), infinitas possibilidades.

Mais do que alguém que transmite conteúdos, educadores/as estabelecem relações, exercitam lideranças profissionais, sociais, políticas. A relação professor/a e criança, para além da proximidade das datas comemoradas em outubro, se estabelece naquilo que Moacir Gadotti define como "tratado de sonhos e sentidos na perpetuação da boniteza do ensinar-e-aprender"; convivência escolar não nasce da mera execução de um currículo oficial, visto que a relação entre o cognitivo e o afetivo é o fundamento do fazer educativo.

No Brasil, conforme dados do Censo Escolar (2013) e do IBGE (2014), estão matriculados 50,54 milhões de alunos na educação básica; destes, 42,22 milhões (83,5%) estão na escola pública, que possui mais de 3 milhões de professores. Pesquisas mostram ainda que ser professor/a traz realizações pessoais; contudo, a desvalorização da educação e daqueles/as que nela atuam, as condições de trabalho, o número de alunos por classe, os salários não dignos e as exigências cada vez mais complexas desestimulam a escolha da profissão.

O Plano Nacional de Educação (PNE) trouxe elementos novos e importantes para a educação brasileira. A feitura do Plano teve contribuições fundamentais das entidades ligadas à educação, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam).

Durante o processo de debates no Congresso Nacional ocorreram embates acalorados, expressão da disputa entre conservadores e progressistas. As principais divergências apareceram em financiamento e destinação dos recursos e na questão de gênero. Esta última se estendeu para os debates dos Planos Estaduais e Municipais de Educação. Parlamentares retrógrados retiraram do texto o que inicialmente também seriam diretrizes do Plano: gênero e orientação sexual.

O argumento: estes temas não devem ser tratados pela escola; são prerrogativas familiares. Porém, são temas sociais e culturais. Segundo dados do Ipea, 527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil. Destas, 89% são mulheres e 70% são crianças e adolescentes. Como a educação ignora isso e não aborda questões de gênero na escola? Professores/as jamais se propuseram a desempenhar o papel da família; ao contrário, sempre destacam as responsabilidades dos pais e/ou responsáveis.

A integração família-escola é que torna possível uma educação emancipadora. Grandes mestres como Paulo Freire e seus discípulos apontam que a tarefa última do educador é a de tornar as pessoas mais livres e menos dependentes do poder econômico, político e social. O professor é um profissional do sentido – "saber é saborear"; é também um organizador da aprendizagem, um líder, um sujeito social e político.

O processo educativo não pode ser cerceado por concepções preconceituosas, discriminadoras, que promovem a apartação e o rancor social. A complexidade do ambiente escolar exige a consideração de todos os aspectos que permeiam as relações que ali se constroem. As crianças precisam se sentir seguras e confortáveis em suas curiosidades.

Educadoras e educadores têm responsabilidade sobre seu fazer educativo. E sabem que ética tem natureza exemplar. A escola não pode prescindir da relação dialógica professor aluno. O diálogo é um fenômeno humano capaz de, sem imposição de crença, cultura e conceitos, levar à reflexão e mobilizar a ação de meninos e meninas.

Considerando valores universais como igualdade, respeito, diversidade, o/a professor/a torna-se o mediador das diferenças, o articulador das experiências das crianças com a família, com a escola, com a sociedade. Conduz com respeito e afetividade o diálogo que leva à reflexão, assumindo um papel humanizado e humanizador.

As referências pedagógicas e sociológicas nos apontam ser impossível considerar o professor um profissional que não está profundamente comprometido com seu fazer. Como máquina não é, carrega suas experiências pessoais, culturais e sociais. Cercear a possibilidade de saborear e viver uma relação de proximidade, de confiança, de respeito entre professor e criança insiste na retirada do sentido do ensinar-aprender, soterrando as possibilidades de que a profissão seja valorizada, de que a escola seja digna, de que a educação tenha o compromisso ético com a autonomia emancipadora das pessoas.

A boniteza do ensinar-aprender está em construir possibilidades para que as crianças possam aprender, conviver honestamente, viver com dignidade. A pedagogia que pauta a relação entre professores e crianças é mais do que de resistência. É uma pedagogia da esperança, da possibilidade e da utopia.

Numa Escola em Havana

O filme "Numa Escola em Havana", do cineasta cubando Ernesto Daranas, é inspirador para comemorar o Dia das Crianças e o Dia do Professor. Carmela, a professora às vésperas da aposentadoria, acolhe o menino Chala com todas as suas vivências pessoais. Reconhece suas qualidades de líder nato e sua inteligência. Estabelece com ele uma relação de respeito, liberdade e afeto. O filme questiona as regras de conduta estabelecidas em todos os ambientes sociais que, em geral, ignoram a essência humana de cada indivíduo.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

UM RESUMO DAS DENUNCIAS DE CORRUPÇÃO CONTRA NARDES TCU

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal encontraram indícios de que o ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes pode ter recebido R$ 1,65 milhão de uma empresa investigada sob suspeita de envolvimento com fraudes fiscais. 
Como ministro do TCU, Nardes só pode ser investigado e processado com autorização do STF (Supremo Tribunal Federal). Nesta terça (6), a Justiça Federal decidiu que os autos serão encaminhados à Procuradoria-Geral da República, para que opine sobre o prosseguimento das investigações.

Relator das contas da presidente Dilma Rousseff no TCU, Nardes tornou-se alvo de suspeitas porque foi sócio até 2005 de uma empresa chamada Planalto Soluções e Negócios, registrada em nome de seu sobrinho, Carlos Juliano.

A empresa é investigada pela Operação Zelotes, que apura suspeitas de fraudes praticadas para comprar decisões do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão do Ministério da Fazenda que julga recursos de empresas contra multas aplicadas pela Receita Federal.

Segundo os investigadores, Nardes e o sobrinho receberam na Planalto vários pagamentos da SGR Consultoria, que teria corrompido conselheiros do Carf para favorecer empresas que recorreram ao órgão para discutir multas.

Os pagamentos, no valor total de R$ 2,6 milhões, teriam ocorrido entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012, quando Nardes já era ministro do TCU e estava desligado da Planalto. O ministro diz desconhecer os pagamentos.

Segundo os investigadores, há referências a Nardes em mensagens eletrônicas enviadas em janeiro de 2012 pela secretária da SGR, Gegliane Bessa, ao dono da empresa, o ex-conselheiro do Carf José Ricardo Silva, um dos principais suspeitos do caso.

Nas mensagens, Gegliane diz ter pago R$ 1,65 milhão a uma pessoa identificada como “Tio” e R$ 906 mil a “Ju”. Para os investigadores, há “fortes indícios” de que “Tio” é Nardes e “Ju”, seu sobrinho.

Além das mensagens, os investigadores dizem ter encontrado anotações feitas por suspeitos que confirmariam as operações financeiras e concluíram que as referências indicam Nardes como “destinatário dos recursos”.

O motivo dos pagamentos ainda não está claro, mas os investigadores desconfiam que a Planalto pode ter recebido por ter aproximado a SGR de um dos seus clientes com problemas no Carf, o grupo gaúcho de comunicação RBS.

Nardes, que é natural de Santo Ângelo (RS), foi deputado federal pelo PP gaúcho de 1995 a 2005, antes de ser indicado ministro do TCU.

Em 2011, após pagar R$ 11,9 milhões à SGR, a RBS obteve uma vitória no Carf. Os pagamentos da SGR à Planalto ocorreram na mesma época de pagamentos da RBS à SGR.

O Ministério Público encaminhou à Justiça junto com o caso de Nardes o do deputado Afonso Motta (PDT-RS), que foi vice-presidente jurídico da RBS e teria participado da contratação da SG

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O PSDB SABE DOS PROBLEMAS DE CUNHA DESDE 1996.

Fernando Henrique recusou a indicação de Eduardo Cunha para a presidência da Petrobras, segundo ele mesmo.

A história faz parte do primeiro volume de “Diários da Presidência” — uma coletânea de transcrições de gravações feitas entre 1995 e 2002. Alguns trechos foram publicados agora na revista Piauí.

Em 23 de março de 1996, um grupo encabeçado pelo deputado Francisco Dornelles (então no PPB, atualmente no PP) e pelo pastor da Universal Odenir Laprovita Vieira teria procurado o então presidente.

“Na verdade o que eles querem é nomear o Eduardo Cunha diretor comercial da Petrobras! Imagina! O Eduardo Cunha foi presidente da Telerj, nós o tiramos de lá no tempo de Itamar porque ele tinha trapalhadas, ele veio da época do Collor”, diz FHC.

“Eu fiz sentir que conhecia a pessoa e que sabia que havia resistência, que eles estavam atribuindo ao Eduardo Jorge; eu disse que não era ele e que há, sim, problemas com esse nome. Enfim, não cedemos à nomeação”.

Cunha, como sempre, negou, o que é sua especialidade. “Se houve algum movimento feito, foi sem meu conhecimento até porque não teria lógica pela experiência minha em telecomunicações”, escreveu no Twitter. Dornelles também se esquivou.

FHC, portanto, sabia do currículo do homem. Conhecia suas “trapalhadas” (ah, os eufemismos). O fato de Cunha não ter ido para a Petrobras não impediu que houvesse desvios na empresa e nem que ele prosseguisse firme e forte em sua lucrativa carreira.

Agora: se ele já era um “trapalhão” em 1996, o que seria hoje, passados 19 anos de impunidade?

Depende. Pergunte ao líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio.

“Seria leviano da minha parte afirmar que ele está envolvido [em esquemas de corrupção]. O Ministério Público ainda aguarda informações da Suíça e ele tem, por ora, o benefício da dúvida”, disse Sampaio.

“Enquanto não houver informações adequadas que comprovem o envolvimento de Cunha, o PSDB vai manter sua posição de apoio ao presidente da casa. Temos um comportamento de confiança mútua construída em razão da postura de correção que ele vem adotando com as oposições”.

Essa barbaridade foi proferida no mesmo dia em que a Suíça confirmou que havia alertado o presidente da Câmara sobre o congelamento de suas contas. Sampaio, eternamente alterado, é o retrato escarrado do oportunismo.

Por “comportamento de confiança mútua” entenda-se cumplicidade. Cunha não serviu em 1996, mas interessa agora — mais atolado e golpista. É sintomático que quem exponha Sampaio, não seja ninguém de carne e osso, mas o fantasma de um ex-presidente de seu partido na forma de uma fita K7.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A DIFERENÇA ENTRE SER PROFESSOR NA FINLÂNDIA E NO BRASIL

Neste exótico país em que a polícia não pratica tiro ao alvo com professores, a sistemática política de valorização do magistério produz resultados capazes de espantar até um pitbull da PM: a carreira de professor na Finlândia tornou-se uma das principais preferências entre os jovens, à frente de profissões como medicina, direito e arquitetura.
“O magistério na Finlândia é uma carreira de prestígio”, diz o professor Martti Mery na escola finlandesa Viikki, que também funciona como um centro de treinamento de professores vinculado à Universidade de Helsinque.
“A profissão possui um alto status em nossa sociedade, que tem grande respeito e consideração pelos professores”, ele acrescenta.
A invejável cultura finlandesa de dignidade profissional dos docentes e respeito ao professor foi forjada na revolução educacional conduzida pela Finlândia a partir dos anos 70, que alçou o país para as posições mais elevadas do ranking mundial de desempenho escolar.
A transformação que se produziu incluiu um fator de relevância especial: o nível de excelência dos professores. Todos os programas de formação de professores, que anteriormente eram realizados fora do âmbito do ensino acadêmico superior, foram levados para dentro das universidades, todas elas gratuitas. Mais: obter um mestrado tornou-se a qualificação básica e obrigatória de um professor para poder ensinar nas escolas finlandesas – mesmo na educação pré-escolar.
“No fim dos anos 70, a formação dos professores finlandeses passou a constituir um programa de mestrado com cinco anos de duração, que se dá portanto nas universidades do país. Desde então, gradualmente cresceu entre os professores o sentimento de pertencer a uma categoria profissional altamente educada e prestigiada”, diz o educador finlandês Pasi Sahlberg, um dos arquitetos do chamado milagre finlandês.
A exigência do grau de mestre para os docentes foi uma medida significativa da reforma educacional, observa Sahlberg.
“Isso não só elevou toda a categoria dos professores como profissionais, como passou a dar a eles um profundo conhecimento sobre os mais recentes avanços da pesquisa em suas respectivas áreas de ensino”, ele diz.
Outro aspecto crítico para o sucesso do modelo finlandês foi o desenvolvimento de uma relação de respeito com o professor, e de boas condições de trabalho nas escolas. Como, por exemplo, uma divisão equilibrada do tempo em que um professor necessita trabalhar dentro e fora da sala de aula.
É esta, dizem os finlandeses, a melhor forma de atrair profissionais jovens e talentosos para a carreira de professor nas escolas públicas.
“A experiência finlandesa mostra que o principal é garantir que os professores sejam tratados com dignidade, a fim de que possam concretizar o objetivo de escolher o magistério como a carreira de uma vida inteira”, diz Pasi Sahlberg.
Cursos de doutorado para professores também são disponibilizados, gratuitamente, nas universidades do país. O Estado finlandês investe ainda cerca de USD 30 milhões a cada ano para o desenvolvimento profissional de professores e diretores de escola, através de cursos universitários e programas de reciclagem.
Foi assim, e não tratando professores como bandidos, que os finlandeses criaram uma legião permanente e aplicada de candidatos ao magistério no país.
A carreira de professor tornou-se uma das mais competitivas do país.
A mídia finlandesa divulga regularmente resultados de pesquisas sobre as preferências dos estudantes do ensino secundário, que sistematicamente apontam o magistério entre as profissões mais desejadas.
A cada primavera, milhares de jovens se candidatam a uma vaga para estudar nos departamentos de formação de professores das universidades da Finlândia.
Mas apenas os melhores e mais preparados estudantes podem se tornar professores na Finlândia: no exigente sistema finlandês, apenas cerca de 10% dos candidatos são em geral aprovados para cursar o obrigatório mestrado na universidade.
“A carreira de professor é extremamente popular aqui na Finlândia. Mas os exames de admissão são competitivos a tal ponto, que chegam a intimidar os candidatos. Por isso, nem todos os estudantes que desejam seguir o magistério chegam a se candidatar, por medo da reprovação”, diz Niklas Nikanorov, do Ministério da Educação e Cultura finlandês.
Em 2014, diz Nikanorov, apenas 8,9% dos 7.469 candidatos ao curso de formação de professores da Universidade de Helsinque foram aprovados. No mesmo ano, 1.597 estudantes candidataram-se ao curso de medicina da instituição, e 11,7% foram aceitos.
Sim, é isso mesmo: na Finlândia, o magistério é mais popular que a medicina.
“Do total de 139 mil estudantes universitários em todo o país, mais de 10% estudam ciências educacionais”, acrescenta Niklas Nikanorov.
Para realizar o sonho de se tornar um professor, um jovem finlandês deve ser dono de um robusto currículo escolar – além de obter excelentes notas na prova nacional de conclusão do ensino secundário, e também no exame prestado especificamente para a candidatura ao curso universitário, com perguntas focadas em um amplo conjunto de tópicos educacionais.
Na segunda fase de seleção para o acesso à universidade, os candidatos mais bem colocados da etapa inicial passam por uma série de entrevistas para explicar, por exemplo, porque decidiram se tornar professores. No final, só entram os melhores.
Conquistado o diploma, o professor vai receber um bom salário – mas que se situa dentro da média salarial do país como um todo (3,284 euros, segundo a agência nacional de estatísticas da Finlândia). E na igualitária sociedade finlandesa, assim como na Escandinávia em geral, as diferenças entre os salários não costumam ser exorbitantes.
O salário médio de um professor primário finlandês é de 3,132 euros mensais (cerca de 11,8 mil reais). Professores do ensino médio recebem 3,832 euros, e docentes de universidades ganham em média 4,169 euros por mês (15,7 mil reais).
Vamos comparar: um “käräjäoikeustuomari” (juiz de primeira instância) na Finlândia recebe em média 5,797 euros mensais (cerca de 22 mil reais). Um engenheiro ganha 4,577 euros. Um médico, 7,296 euros. Uma enfermeira, 3,488 euros. O diretor-executivo de uma empresa, 6,755 euros em média.
Um deputado federal brasileiro entraria talvez em estado comatoso ao descobrir o valor do salário de um parlamentar finlandês: 6,355 euros mensais (aproximadamente 24 mil reais) – mas sem direito a verbas indenizatórias ou penduricalhos extras. Isso para viver em um país caro que possui uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo, onde o cidadão paga cerca de 51,5% de impostos sobre sua renda.
No Brasil, além do salário de R$ 33,7 mil, um parlamentar recebe ainda o chamado cotão (média de R$ 33.010,31), verba de gabinete para até 25 funcionários (R$ 78 mil) e variados benefícios extras, como ajuda de custo, auxílio-moradia e plano de saúde cinco estrelas. Os privilégios se multiplicam ainda mais na esfera da Justiça, em que o dinheiro dos impostos do cidadão chega a bancar uma obscena Bolsa Educação para pagar escolas particulares para filhos de juízes do Rio de Janeiro.
Enquanto isso, os professores brasileiros estão entre os educadores mais mal pagos do mundo – segundo apontou em 2014 o ranking internacional divulgado pela OCDE a partir de dados dos 34 países membros da organização e dez parceiros, incluindo o Brasil.
O valor do piso salarial dos professores brasileiros: R$ 1.917,78. Para professores da rede pública com diploma de licenciatura no início da carreira, o salário-base médio é de R$ 2.711,48 (excluindo gratificações).
No resto do mundo, países como a Suíça, a Holanda e a Alemanha pagam salários mais altos aos professores do que a Finlândia, apesar de registrarem índices mais baixos de desempenho escolar. No estudo da OECD, a Finlândia aparece em nono lugar na lista dos países que melhor pagam seus professores.
Qual seria então a principal motivação de uma pessoa para se tornar um professor na Finlândia?
“Respeito”, responde o professor Martti Mery, da escola Viikki.
Tal é a confiança nos mestres, que não existe nenhum tipo de avaliação formal do desempenho de professores na Finlândia. O sistema nacional de inspeção escolar, que antes exercia esta função, foi abolido no início dos anos 90.
“Controlar o desempenho do professor não é uma questão relevante na Finlândia. A premissa básica é de que os professores são, por definição, profissionais altamente educados que realizam o melhor trabalho possível nas escolas”, diz o educador finlandês Pasi Sahlberg.
Entregar a liderança do sistema a profissionais da educação também é parte da fórmula do milagre finlandês, observa Pasi Sahlberg.
“Discordamos da visão de que a melhor forma de desenvolver a educação é colocar o controle das escolas nas mãos de administradores sem experiência no setor, na esperança de que um gerenciamento de estilo empresarial vá elevar a eficiência. Na Finlândia, todas as autoridades do setor de educação estão, sem exceção, nas mãos de educadores profissionais”, ele destaca.”
A taxa de sindicalização da categoria é uma das mais altas do mundo: 95% dos professores finlandeses são filiados ao poderoso Opetusalan Ammattijärjestö (OAJ), chamado de “A Voz dos Professores”.
“O modelo finlandês mostra que a colaboração com sindicatos de professores, e não o conflito, produz melhores resultados. As evidências são claras, e é este o caminho a seguir”, diz Pasi Sahlberg, que hoje atua como professor visitante da Universidade de Harvard.

USO INTENSIVO DE TABLETS DIITAIS. ESPECIALISTAS DA PRIMEIRA INFÃNCIA ALERTAM SOBRE OS RISCOS.

Por Cécile Thibert 


Número um das vendas de brinquedos no ano passado, o touchpad já atraiu muitos pais e ao mesmo tempo causou a preocupação de alguns especialistas. Este é o caso de seis profissionais da infância (uma psicóloga, dois professores, um fonoaudiólogo, um psiquiatra infantil e um pediatra *) que, em um fórum publicado há poucos dias no site do jornal Le Monde, advertiram sobre distúrbios graves observados em jovens «viciados» no tablet e apelaram para a implementação de diretrizes de uso.

Este panfleto critica em parte a opinião publicada em janeiro de 2013 pela Academia francesa de Ciências, intitulada “A criança e as telas” bem mais entusiasta em relação a essas «ferramentas extraordinárias de aprendizagem e intercâmbio de informações ». Neste parecer, a Academia de Ciências toma uma posição específica em favor do uso precoce de tablets digitais, desde que tenha um acompanhamento.

Consequências adversas

Em seu fórum, os autores elaboram uma constatação de consequências deletérias do uso excessivo do tablet nas crianças. Antes de tudo, eles destacam os distúrbios de atenção. Ao se concentrar em imagens e sons atraentes da tela, a criança mobiliza menos energia para o que realmente importa, como o desenvolvimento da linguagem. Os seis especialistas denunciam também «programas supostamente «interativos», que não permitem a troca adequada de comunicação humana ». Segundo eles, o excesso de tablet seria uma das causas do aumento de consultas por atrasos de linguagem.

Ao separar a criança do seu ambiente, o mundo virtual prejudica o desenvolvimento de sua lógica e seus marcos: «A bola rola se eu der um chute nela. Esta experiência é impossível pela tela e pode até ser tendenciosa: o quadrado pode rolar, o ovo pode cair sem quebrar…». Quanto à substituição da dupla papel-lápis pelo tablet, os autores argumentam que isso altera as capacidades gráficas da criança.

A lista de danos relatada pelos autores não para por aí. Eles concluem ironicamente ao lembrar que, em 2010, o fundador da Apple, Steve Jobs disse ao New-York Times que ele optou por limitar o uso de novas tecnologias por seus filhos, e solicitou a implementação de limitações claras para todas as crianças.

Recomendações

Enquanto a Academia americana de pediatria recomenda não expor as crianças de menos de dois anos de idade aos riscos inerentes ao uso das telas e a limitar de 1 a 2 horas diárias a exposição das crianças mais velhas (todas as telas), a Academia francesa de Ciências permanece na retaguarda e não propõe um tempo limitado de uso. Por outro lado, ela insiste sobre o papel crucial dos pais e a necessidade de utilizar softwares de controle parental. Na opinião do Professor Olivier Houdé, diretor do laboratório de psicologia do desenvolvimento e da educação infantil (Sorbonne/CNRS), coautor do parecer da Academia de Ciências, devemos primeiro ensinar as crianças a se autorregularem, em vez de isolá-las das telas.

O pesquisador relatou ao Le Figaro Saúde suas impressões sobre o artigo publicado nesta segunda-feira: «Esta reação lembra aquela que aconteceu no Renascimento, quando muitas vozes se levantaram contra os livros que, supostamente, pervetiam a juventude. A história tem mostrado que os livros são essenciais para a construção da inteligência, e tal fato será igual para as telas ».

«Os engenheiros não projetaram o tablet digital para despertar a mente das crianças, mas ele corresponde exatamente à sua forma de inteligência, sensório-motora. É portanto contra intuitivo proibir um bebê, em família, de tocar uma cor, uma forma, ouvir um som, ver o efeito de seu dedo (causalidade), tal como ele pode fazê-lo em um tablet, acrescenta o Prof. Houdé. O tablet não substitui a tabela do despertar tradicional clássico, confeccionado com tecidos, uma roda, um espelho, que também estimula através do toque e gestos de preensão: os bebês devem ter os dois. Não devemos reduzir todas essas aberturas neuronais disponíveis!».

Experiências na escola

No seu parecer de 2013, a Academia de Ciências desaconselhava um uso desacompanhado desses objetos, recordando que «esses objetos digitais são capazes do melhor e do pior: o despertar, a solicitação da inteligência, a socialização além da dependência mais ou menos patológica, o esquecimento da vida real e a ilusão ».

Enquanto os touchpads estão no centro de um debate agitado, eles fazem parte das preocupações do Ministério da Educação Nacional, que até hoje, distribuiu cerca de 130.000 nas escolas.

* Os autores do fórum são:

Sabine Duflo, psicóloga em centro médico-psicológico (CMP) para crianças e adolescentes.

Jacques Brodeur, professor, fundador do Edupax, site especializado em prevenção de violência, educação para a paz, educação para os meios de comunicação

Janine Busson, professora, fundadora da Infância -TV: perigo?, iniciadora da Semana sem tela na França.

Emmanuelle Deschamps, fonoaudióloga em centro médico-psicológico para crianças.

Bruno Harlé, psiquiatra infantil.


Erik Osika, pediatra, referente de «Educo meu filho », de Laurence Pernoud.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

PSDB ENCURRALADO: ALGUMA SURPRESA?

Com Eduardo Cunha encurralado por denúncias de cinco delatores da Lava Jato e o governo Dilma trazendo boa parte do PMDB de volta para a base aliada, com a reforma ministerial em curso, o grande derrotado é o PSDB, carregando junto setores da mídia e os movimentos golpistas que jogaram todas suas fichas no impeachment, e agora ficaram sem rumo e sem discurso.

Para uma oposição que tinha como único projeto de vida derrubar a presidente reeleita um ano atrás, como ficou claro no programa de televisão dos tucanos levado ao ar em cadeia de rádio e TV na segunda-feira, os acontecimentos dos últimos dias não poderiam ser mais desalentadores.

Por maiores que sejam as dificuldades enfrentadas pelo governo central na política e na economia, as oposições comandadas pelo PSDB vão ter que recolher suas bandeiras incendiárias do quanto pior melhor e os pareceres dos seus juristas de plantão, pelo menos por algum tempo, pois não conseguiram se apresentar à sociedade como real alternativa de poder dentro das regras constitucionais.

Enquanto o governo ganha tempo, depois de enfrentar nove meses de artilharia pesada, em que a oposição andou a reboque do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do ministro Gilmar Mendes, do STF, o PSDB terá que encontrar um novo discurso para disputar as eleições municipais do próximo ano. Só bater no governo e no PT já não basta. Por enquanto, o partido não tem sequer um candidato competitivo em São Paulo, a maior cidade do país e o principal reduto tucano.

A não ser que surjam fatos novos na Lava Jato, no TSE ou no TCU, a tendência é que o tema do impeachment fique em banho maria, sem prazo para voltar às manchetes. Ao perceber a mudança do vento, até a empresária e socialite Rosângela Lyra, uma das estrelas dos movimentos organizados contra o governo, já caiu fora, depois de brilhar semanas atrás ao organizar um encontro entre o vice-presidente Michel Temer e empresários críticos do governo

"As pessoas acham que a corrupção está só em Brasília, mas está em todo o Brasil. A minha bandeira não é do impeachment. É de transformação do Brasil. Prefiro estar associada ao combate à corrupção", disse ela, ao justificar a sua saída do movimento "Acorda Brasil". Pode ser uma boa dica para os caciques tucanos empenhados na busca de um novo rumo.

Quem saiu ganhando, mais uma vez, foi o PMDB, o verdadeiro partido do poder desde a redemocratização. Além de manter os seis ministérios que já tinha, ainda ficou com o poderoso Ministério da Saúde e conseguiu, finalmente, tirar o seu desafeto Aloizio Mercadante da Casa Civil. Nem PT nem PSDB, os partidos que se revezaram no Palácio do Planalto nos últimos 20 anos: a bola agora está com o PMDB. Alguma surpresa?

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

PARTIU! MARTE BEACH!

Depois da suposta ida do Homem a lua, a Nasa agora nos brinda com mais uma descoberta interplanetária. Além de marcianos, também existe água salgada em Marte. E olha que a gestão hídrica do planeta nem é feita pelo Governador Geraldo Alckmin, hein?! Marte agora será conhecido como um planeta turístico e será cantando em verso e prosa pelos poetas terráqueos. Se Tom Jobim estivesse vivo, certamente editaria a sua "Águas de março" para "Águas de marte". Sá & Guarabira diriam que o "Sertão vai virar marte". Vinícius pediria licença a Helô Pinheiro e adotaria como sua nova musa a "Garota de marte".

Segundo a teoria da conspiração, a ida do Homem à lua foi uma grande farsa. Eu não duvido que tenha sido realmente. Uma farsa. Mas sabemos que o ser humano nutre certa paixão platônica por seres de outros planetas. Alguns alimentam um desejo tão ardente pelos extraterrestres que acreditam já terem sido abduzidos por eles. Temos até alguns relatos de sexo entre terráqueos e seres iluminados vindos do espaço. Talvez uma intoxicação de canabbis sativa explique tal afirmação. Mas a possibilidade de veracidade dos fatos não está descartada. Pelo menos até a fumaça deixar de subir.

O certo é que agora, após essa descoberta, Marte corre perigo. Sim. Está a um passo de ser esquecido por completo. Assim como a Lua. Que após algumas idas do nosso homo sapiens até lá, perdeu o encanto. Ninguém mais se interessa tanto em saber o que se passa por lá. Joelma Calypso até se revoltou e revelou que a lua a havia traído. Eu parafrasearia a canção para "A Nasa me traiu". Mas não vamos entrar em detalhes. Marte é o assunto. Aliás, sempre foi. Apesar de Vênus ser o planeta mais próximo da terra, marte sempre despertou mais interesse.

A nossa identificação com marte transcende os versos de Rita Lee tão bem cantados por Elis Regina. Um monólogo confidencial para os caras do planeta vermelho, ouvirem e ficarem atentos ao que pode vir sobre eles. "Alô, alô, marciano! Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra. Você não imagina a loucura. O ser humano tá na maior fissura porque. Tá cada vez mais down no high society". Bem! O aviso foi dado há tempos atrás. Eles deveriam ter ouvido e evitado que os nossos astutos e capitalistas cientistas se certificassem da existência de "vida" naquele espaço.

Eles agora estão desesperados para saber como a água chega até lá. O governo de São Paulo está de olho. Já vislumbra uma possível transposição da água de lá para a reserva da Cantareira. Uma espécie de forra sobre a transposição do São Francisco feita pelo PT. O que daria ao atual Governador o prêmio de melhor gestão hídrica interplanetária. Os "coxinhas" daqui já pediram a Nasa que pesquise sobre a existência de pobres naquele planeta. Se o resultado da pesquisa for positivo, ou seja, se não tiver pobres por lá, Miami j á era. Partiu, Marte! Teremos um Brazilian Day no planeta vermelho. Com direito a show do Fábio Junior e do Lobão.

Enfim, se tudo correr bem e se a prefeitura de marte não desativar as linhas de naves espaciais que saem da terra pra lá, teremos em breve uma invasão nas "praias" daquele, até então, reservado planeta. Com direito a muito champanhe e coxinha.

Alô, alô, Marciano! Rufem suas panelas!

NEGGÔ TOM