quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A FORÇA E A FRAQUEZA DO ELEFANTE

O elefante é o maior animal terrestre, chegando a pesar 12 toneladas.

Na idade adulta alcança quatro metros de altura. E pode viver 80 anos. Suas valiosas presas de marfim o tornam alvo da cobiça dos caçadores. Animal herbívoro, alimenta-se de frutas, raízes e folhas. Diariamente ingere até 150 quilos de alimento e 14 litros de água. Ao nascer o filhote de elefante já pesa cerca de 90 quilos. Sua famosa tromba, formada por cem mil músculos, é uma maravilha de engenharia. Com ela, o elefante faz o que quer.
A memória do elefante é lendária. Chegou-se ao exagero de afirmar que jamais esquece coisa alguma. Na realidade, é uma memória seletiva e lhe fornece os dados indispensáveis para sobreviver. Depois de muitos anos, reconhece uma pessoa que o tratou com carinho. Isso vale também para seus inimigos. Ele também identifica os membros de sua família, mesmo que não os tenha visto nos últimos anos. Sua memória o ajuda na alimentação. É capaz de percorrer centenas de quilômetros nas tórridas savanas africanas em busca de uma fonte escondida ou de alguma vegetação que o pode alimentar.
No momento de fúria, é capaz de arrancar grandes árvores, demolir uma casa ou jogar uma pessoa a dezenas de metros. Curiosamente, num circo, o elefante aceita docilmente uma frágil corrente amarrada a uma também frágil estaca, plantada na areia. Isso porque, na infância, foi domesticado. Ele aprendeu que a tentativa de se livrar da corrente trouxe-lhe muitos sofrimentos.
Isso acaba por condicioná-lo. Acredita que nunca poderá superar a limitação. A corrente é mais forte do que ele.
O que ocorre com o elefante acontece com os humanos. É nos primeiros anos de vida que o futuro é desenhado. Os comandos iniciais que partem, sobretudo, dos pais e mestres tendem a tornar-se definitivos.
A criança que é elogiada, que é encorajada, desenvolve suas capacidades e supera os obstáculos. Pelo contrário, a criança que é criticada, formará uma autoimagem negativa e aceitará que é incapaz de ter sucesso.
Será como o gigantesco elefante, prisioneiro de uma frágil corrente amarrada a uma estaca na areia.Tudo acontece antes que tenhamos doze anos, afirmava o escritor Aldous Huxley. A personalidade infantil é frágil; tudo que nela se escreve cristaliza em seguida e dificilmente se apaga. Mesmo assim existe a possibilidade de mudar. O próprio elefante reage com violência a um fato novo, tipo incêndio.
Tomar consciência de nossa situação, de nosso momento, de nossas possibilidades deve ser o ponto de partida. Hoje é, hoje pode ser, deve ser o primeiro dia do resto da vida. Hoje pode ser o dia de tomar na mão as rédeas da vida. Se você acreditar, você pode!

TODO O CUIDADO É POUCO

"A primeira coisa que se pede a nós, cristãos de hoje, é que amemos o nosso tempo... Cada um de nós deve descobrir a responsabilidade, a dor e o júbilo da nossa hora”. Não é difícil imaginar que outros tempos seriam melhores para acertar a vida e preparar uma morte feliz. No entanto, bem morre aquele que bem vive no seu tempo, sua oportunidade.

A tentação de fugir e deixar que passem no vazio os nossos dias é uma das causas mais fortes do medo da morte e do desperdício da vida. Para bem viver e fazer da morte o passo para a plenitude, precisamos impregnar de amor e sentido o nosso dia a dia.
Paul Claudel, grande escritor francês, nos diz que para compreender uma vida, como para compreender uma paisagem, é necessário escolher bem o ponto de vista. Para nós, humanos, o melhor ponto de vista é a morte. A partir da morte avaliamos o conjunto dos acontecimentos de nossa história e a qualidade de nossas escolhas. Em que vale a pena investir? O que mesmo permanece para sempre? O posicionamento diante da vida muda conforme o posicionamento da morte e vice-versa.
Todo o cuidado é pouco para que a nossa liberdade vá se adequando à vontade de Deus, pois esta é a vontade que mais nos convém. Confiar a Deus o sentido da vida é encontrar nele o sentido da morte. Isto é possível quando se cultiva uma verdadeira espiritualidade, sem a qual nos vemos mal e não nos entendemos no viver e, menos ainda, no conviver.
Leonardo Boff, em seu livro Saber cuidar, nos diz: “Cuidar do espírito significa cuidar dos valores que dão rumo à nossa vida e das significações que geram esperança para além de nossa morte... Cuidar do espírito é cuidar da espiritualidade, experienciando Deus em tudo e permitindo seu permanente nascer e renascer no coração. Então poderemos preparar-nos, com serenidade e jovialidade, para a derradeira travessia e para o grande encontro”.
O insistente tema da “vigilância” não é acidental. Diante de Jesus, o Mestre da vida e o vencedor da morte, é necessário mobilizar todas as nossas atenções e energias num aprendizado de discípulos capazes de tomar a cruz de cada dia e segui-Lo. Comportar-nos sob o sinal da vigilância é acolher as chances de realização que a vida nos oferece constantemente nos clamores e indigências dos irmãos (juízo).
Vigilância é própria de quem se põe por inteiro na luta em favor da vida. Esta atenção, transformada em amor-caridade, é o segredo de uma vida bem sucedida. Vigilância é luta que prepara um grande encontro e leva a alcançar a meta.
Seremos sempre mais atentos cuidadores da vida, na medida em que vamos descobrindo seu valor em nós, nos outros e no mundo. Este valor é tão alto que custou a morte e o sangue de Cristo. Investindo nesse valor, que é a vida para todos, é preparar o juízo favorável que garante a tomada de posse do Reino que nos está preparado.

A IMPORTÂNCIA DA IMPRENSA

Em sua milenar história, a humanidade experimentou muitas formas de governo e todas elas com resultados que vão dos melhores aos piores. A vida tribal, o patriarcado, o matriarcado foram dando espaço aos reis e imperadores, a governos aristocráticos. Até mesmo a ditadura teve seus defensores, considerando-a a mais eficiente forma de governo.

Modernamente, a partir da Revolução Francesa, a democracia, em suas várias alternativas, é considerada a melhor forma de governo. Todo o poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido. Este o dogma fundamental do sistema democrático, que muitas vezes cai em perigosas armadilhas, supostamente em nome do povo. A democracia caracteriza-se pelos seus três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - interdependentes e autônomos. O primado do Judiciário é garantia da normalidade das instituições. Mas o Judiciário não é infalível e pode ser afetado pelos mesmos males que atingem as outras instituições. Certas mazelas culturais podem se instalar nos tribunais.
Armado este quadro, surge a importância dos meios de comunicação social, que assumiram o papel de um quarto poder. Sem este poder desarmado, as democracias perdem sua legitimidade e o bem comum - o grande objetivo desta forma de governo - é substituído pela corrupção, conchavos e interesses de grupos.
A imprensa, que nesta tese sintetiza toda a comunicação, não é infalível nem isenta de intenções grupais. Os exageros podem acontecer, mas também podem ser chamados à responsabilidade os seus autores. Com todas as possibilidades de erros, uma imprensa livre é infinitamente melhor que o pensamento único dos chamados regimes fortes. Mais uma vez no Brasil, a imprensa cumpre seu papel.

AS PICADAS FORA DE CONTROLE

A excessiva população de borrachudos é o resultado do desequilíbrio ambiental, concretizado ao longo dos anos. A afirmativa é de Vitor Hugo Grings, veterinário e pesquisador da Embrapa Suínos e Aves. “A proliferação é excessiva quando o inseto ataca fora de seu hábitat e sua presença passa a ser incômoda também na área urbana”, explica o coordenador da Vigilância em Saúde de Passo Fundo (RS), João Mattos.

A presença de matéria orgânica na água, em níveis crescentes, é a causa principal do crescimento da população de borrachudos. Sem predadores aquáticos, peixes e outros insetos, destruídos tanto pela própria presença dos dejetos como pelo uso indevido dos agrotóxicos e desmatamentos (mata ciliar), ficou completo o quadro de desequilíbrio ambiental. “Assim, as larvas encontraram as condições ideais para o seu desenvolvimento descomedido”, afirma Grings.
Para a médica veterinária Adriana Rhoden, que coordena uma equipe com nove agentes (aplicadores) em Caxias do Sul, não basta somente a aplicação do larvicida biológico (BTI). A contrapartida dos moradores é importante. “A colaboração da comunidade é essencial. E começa por cuidados simples na sua propriedade”, enfatiza.
Conforme a Embrapa, entre as ações, a primeira e mais importante é dar destino racional aos dejetos (animais e humanos). A construção de esterqueiras e outras formas de manejo dos dejetos, principalmente de suínos e bovinos; a construção de fossas com filtros e sumidouros para os resíduos humanos nas propriedades e o tratamento dos esgotos das cidades são obras indispensáveis para controlar o borrachudo.
Lixeira - A prática generalizada da transformação dos rios e riachos em lixeiras coletivas é outro fator que contribui para o crescimento populacional desse inseto. Os resíduos sólidos na corrente de água criam novos pontos de encachoeiramento, servindo de locais de instalação das larvas. A ação conjunta da comunidade, removendo os entulhos e criando consciência generalizada de se abolir essa prática, faz parte das ações necessárias para reverter o quadro de infestação.
Além disso, outras ações como reflorestamento das áreas degradadas, a construção de taipas e a reposição de cobertura vegetal que propicie sombreamento nas saídas de açudes também contribuem para efetivo controle. “O controle do borrachudo só será obtido se todos trabalharem juntos para o bem comum”, conclui Mattos, que coordena um grupo de 32 agentes que aplicam larvicida em rios e riachos em todo o município de Passo Fundo.

MARAVILHAS EXALTAM O BRASIL

As Cataratas do Iguaçu e a Amazônia sempre atraíram os olhares do planeta. Agora, há um motivo a mais para visitá-las: estão entre as Sete Novas Maravilhas Naturais do mundo. Os outros locais eleitos são a Baía Halong, no Vietnã; a Ilha de Jeju, na Coreia do Sul; o Parque de Komodo, na Indonésia; o Rio Subterrâneo de Porto Princesa, nas Filipinas; e a Montanha da Mesa, na África do Sul (ver pág.11).

Os locais foram anunciados, na sexta 11, em ordem alfabética pela fundação suíça New 7 Wonders e não por ordem de votação. A eleição começou em 2007, com duas etapas: voto popular e seleção de especialistas. A New 7 Wonders é a mesma entidade que elegeu o Cristo Redentor como uma das novas Sete Maravilhas do Mundo.
O concurso recebeu cerca de um bilhão de votos. Inicialmente, foram inscritos 440 locais de mais de 220 países, filtrados em 28 finalistas, depois em 14, e finalmente aos sete vencedores. A organização ressalta que pode haver alguma mudança nos países eleitos com a recontagem de votos.
As Cataratas do Iguaçu, com seus 275 saltos ao longo do rio, são consideradas a maior cortina de água do mundo e tiveram candidatura binacional franqueada pelo Brasil e pela Argentina. A linha fronteiriça entre os dois países passa pela Garganta do Diabo - o maior de seus saltos.
As cataratas estão dentro do Parque Nacional do Iguaçu, que fica no extremo oeste do Paraná e foi tombado como Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1986.
O secretário de Turismo de Foz do Iguaçu, Felipe Gonzalez, disse que a vitória é uma conquista brasileira. “Sem dúvida, ampliará muito as possibilidades de desenvolvimento turístico, não só de Foz do Iguaçu, mas de toda a região, que recebeu 3,5 milhões de turistas em 2010”, declarou.
A Amazônia ocupa cerca de 5,5 milhões de quilômetros quadrados que se espalham por nove países. O Brasil tem cerca de 60% da floresta e o resto está dividido entre o Peru, Equador, Suriname, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Guiana e Guiana Francesa.
De acordo com a coordenadora-geral de Regionalização do Ministério do Turismo, Ana Clévia Guerreiro, essa conquista vem somar ao momento positivo de exposição mundial que o país vive com a chegada da Copa do Mundo e das Olimpíadas. “Isso dá visibilidade para o Brasil, e não é só o turismo que se beneficia, mas todas as atividades econômicas que envolvem as belezas naturais”, disse.
Ao mesmo tempo, a escolha conscientiza a população a respeito da importância da preservação. Certamente, o país não gostaria de ser conhecido lá fora pelo desmatamento e destruição de duas belezas naturais brasileiras entre as sete mais belas do planeta.



INDIGNAR-SE: A VIA PARA A IDENTIDADE HUMANA

Em todas as partes do mundo cresce um movimento: o dos indignados. Saindo às ruas, ao espaço público, em protesto contra injustiças que decidiram não mais tolerar, os indignados protestam com palavras, gestos, atitudes. Pretendem com isso chamar a atenção da sociedade e, sobretudo, de seus dirigentes.

O que move esses grupos que enchem as ruas? O que move essas pessoas que não são bandidos, nem arruaceiros, mas sim cidadãos corretos, que trabalham e pagam seus impostos? Qual o motor de sua cólera, de sua indignação?
Indignação quer dizer cólera ou desprezo experimentado diante de uma indignidade, ou injustiça, afronta. É repulsa e revolta diante daquilo que fere valores básicos, direitos e princípios que regem a vida dos seres humanos.
Ela pode ser meramente uma defesa de interesses privados, domésticos e individuais. De coisas que dizem respeito exclusivamente à própria pessoa, à família ou ao círculo dos mais próximos. Ou ainda o círculo mais largo da empresa, do partido político, ou até da agremiação esportiva. Tudo aquilo que freia, desvia, prejudica os interesses do grupo ou do clã suscita indignação que pode resultar em ações legais, judiciais etc. Atingir os interesses do grupo suscita imediatamente a reação corporativa e indignada de seus membros.
Sem querer minimizar ou mesmo demonizar este tipo de indignação, é necessário constatar, no entanto, que ela toma a defesa de interesses particulares não universalizáveis. E pode inclusive tomar o aspecto de autodefesa de privilégios, como a defesa a qualquer preço ou custo de um estilo de vida confortável, um protesto contra propostas mais sociais, que beneficiem um leque mais amplo de pessoas e grupos. A indignação que hoje vemos ganhar as ruas parece fundar-se sobre razões não tanto formais, e certamente mais radicais do que aquelas contra as regras da equidade em nível pessoal ou intragrupal. Trata-se de uma indignação propriamente ética, que se levanta em nome da proteção ou da defesa do ser mesmo das pessoas, de sua integridade física e moral.
Complexa e densa, essa indignação pode inclusive ir de encontro ao direito positivo e conduzir, em consequência, à resistência cidadã. Esse tipo de indignação se refere, então, a valores reconhecidos como fundamentais e não negociáveis, como, por exemplo, aqueles expressos na Declaração dos Direitos Humanos que, ainda que longe de ser perfeitos, representam uma conquista inalienável da humanidade sobre razões universais ou ao menos universalizáveis. A indignação ética apresenta características que ultrapassam as fronteiras dos interesses próprios, pessoais e corporativistas. E mais: não se fundam no negativo nem na exclusão de inimigos ou de quem quer que seja. Esses, ao contrário, são incluídos nos benefícios dos valores que os atos de indignação ética pretendem promover. E mesmo os tiranos comprovadamente sanguinários, quando vencidos no bojo de atos que se iniciaram com uma atitude de indignação ética, têm direito a um julgamento e a um procedimento judiciário com tudo que isso implica.
Parece-me que o que assistimos hoje em várias partes do mundo se encaixa neste segundo caso de indignação. Desde os protestos dos estudantes no Chile, exigindo mais verbas para educação; passando pelos espanhóis, que enfrentam 20% de desemprego, num processo de deterioração social que pode espalhar-se qual doença contagiosa por todo o continente europeu e por todo o mundo; até Nova York, onde o movimento “Occupy Wall Street” denuncia publicamente um sistema financeiro que sugou os recursos de muitas nações e gerações, e agora dá sinais de exaustão.
No Brasil, o movimento contra a corrupção ainda mostra números tímidos de adesões. Entretanto, o mero fato de existir já é uma esperança. Perder a capacidade de indignar-se é o pior que pode acontecer a uma pessoa, pois a desumaniza e debilita naquilo que tem de mais nobre e mais fundamental: sua liberdade. Indignar-se pode ser o novo caminho que a humanidade encontra para gritar bem alto sua dignidade de seres humanos, feitos para a vida em plenitude.





MAIS IDOSOS MENOS CRIANÇAS

A proporção de idosos nos municípios brasileiros teve um crescimento generalizado nos últimos dez anos. O percentual de pessoas com mais de 60 anos aumentou de 8,6%, em 2000, para 10,8% em 2010.
Em 78 municípios brasileiros, essa parcela de cidadãos já representa 20% da população total, ou seja, uma em cada cinco pessoas tem 60 anos ou mais de idade. A maior parte dessas cidades (64) está no Rio Grande do Sul, possui no máximo 11,5 mil habitantes e é rural.
De acordo com o IBGE, as cidades que lideram o ranking de proporção de idosos no país são todas gaúchas: Coqueiro Baixo (29,4%), Santa Tereza (27,1%), Relvado (26%), Colinas (25,4%) e Coronel Pilar (25,1%).
Segundo a gerente de Coordenação de População e Indicadores Sociais, Ana Lucia Sabóia, “isso mostra que nesses municípios a população é bastante envelhecida, realidade que exige políticas públicas específicas”.
Já a proporção de crianças e adolescentes com até 14 anos de idade vem diminuindo no país. A participação desse grupo na população total caiu de 29,6% em 2000 para 24,1% em 2010.
Mortalidade - Somente 3,4% de todas as mortes no país em 2010 ocorreram antes da vítima completar o primeiro ano de vida. O índice era de 23,3% em 1980, o que configura um declínio de 85,4% nas mortes antes do primeiro ano. A menor proporção foi encontrada no Rio Grande do Sul (2,1%), seguido pelo Rio de Janeiro (2,3%), Minas Gerais (2,7%), São Paulo (2,7%) e Santa Catarina (2,8%).

CANDIDATASA SOBERANAS DE FEINTECH REALIZAM PROVA


No último sábado dia 26/11 as candidatas a Soberanas da FEINTECH 2012 realizaram a prova objetiva e dissertativa com tema sobre o município de Horizontina e a FEINTECH. Esta foi apenas mais uma de várias etapas que o concurso compreende. No próximo sábado vamos conhecer quem será a Rainha e Princesas, além das embaixatrizes do evento que acontece de 28 de fevereiro a 04 de março de 2012 em Horizontina.

domingo, 27 de novembro de 2011

COISAS QUE FAZEM A GLOBO SER A GLOBO


Um executivo americano certa vez disse que se você vê um concorrente se afogando deve colocar um esguicho em sua boca e abrir no máximo. Parece ser este o espírito que Roberto Marinho colocou na cultura na Globo. É conhecida a história de quando Bloch, da agonizante Manchete, ligou desesperado em busca de socorro para Roberto Marinho e este o fez esperar interminavelmente apenas para dizer não. Era uma vendeta pessoal por causa de um assunto irrelevante.

O que é tragicômico é que, enquanto a Globo usa quando pode o esguicho, a concorrência a promove loucamente publicando matérias intermináveis sobre preciosidades como as novelas e o Big Brother. É como se você fornecesse as balas que acabarão vindo contra você.
Não admira que a Globo tenha, sozinha, mais da metade do bolo publicitário do Brasil.

A IMPORTÂNCIA DA ESCRITA E DA LEITURA

Escrevo para dizer quem sou e onde vou
Escrevo para esquecer o passado e buscar o futuro

Escrevo para dizer o que penso,
para ser absolvido dos erros que não cometi.
Há mais ou menos 4000 anos antes de Cristo, na Soméria, onde hoje são localizados Irã e Iraque, nasceu a escrita. Os primeiros registros encontrados foram feitos em tabletes de barro. Com o passar do tempo, eles foram feitos em pele de animais, madeira e metal. O conhecido papiro foi criado posteriormente. Suas mudanças deram origem ao papel que conhecemos atualmente.
No Brasil, o aparecimento dos primeiros livros ocorreram por volta do Século XIX com a chegada da família real portuguesa. A perseguição do comandante francês Napoleão Bonaparte ocasionou a vinda da citada família. Tal evento provocou algumas mudanças no país. Havia a necessidade de formar uma elite intelectualizada e atender à necessidade da família real, por isso as primeiras obras publicadas (livros) foram trazidas pelos portugueses. O Brasil era uma colônia e a promoção da leitura e da escrita auxiliariam na administração do país para modificar essa realidade.
Deve-se relatar que o acesso à leitura e à escrita nesse período não era para todas as pessoas, como em nossos dias. O direito restringia-se ao grupo da sociedade detentor do poder econômico. É possível afirmar que tais conhecimentos, leitura e escrita, eram diferenciais utilizados em nome da “superioridade da raça”. Ambas, em diversos períodos da História, foram empregadas como recursos para atingir determinados objetivos econômicos e políticos.
O leitor tem sua individualidade, sua história e sua ideologia assim como o escritor. Qualquer texto é esse conjunto singular, exteriorizado e documentado, influenciado por características da época em que foi escrito. É importante que quaisquer textos cumpram seu papel de promover reflexão e não alienação.
A popularização da leitura e da escrita, atualmente, diminui a distância que existe entre as classes sociais? Utilizadas como critérios diferenciadores, no mercado de trabalho, estabelece relações de poder em que há os subjugantes e os subjugados, pois como foi antigamente, apesar de ser um direito e da popularização, ainda são utilizadas para manipular as pessoas.
Aos defensores da leitura e escrita como recursos de libertação do ser humano, deve-se compreender o papel primordial das criações e a necessidade de reflexão do que se lê.

JUSTIÇA SEQUESTRA BENS DE KASSAB E DETERMINA NOVA LICITAÇÃO

Sobre o valor de R$ 1,1 bilhão que o MP pede de ressarcimento a Kassab e mais 16 pessoas disse que nesta segunda-feira (28) vai “ver direitinho como fazer os recursos”. O prefeito de São Paulo também rebateu o promotor Roberto Antonio de Almeida Costa, que declarou que ele foi conivente com a fraude e recebeu doações de campanha em troca.
“Estou muito tranquilo e indignado com algumas manifestações do promotor que são descabidas, segundo informações que me chegaram”, declarou Kassab, que está em Londres. Ele se encontra na capital do Reino Unido em férias e visita a instalações das Olimpíadas de 2012.
Kassab não quis rebater detalhes das acusações e afirmou que ainda não tem conhecimento de todas as acusações que culminaram na decisão da Justiça. Disse, entretanto, que os recursos judiciais começarão a ser articulados já na próxima semana com a Procuradoria-Geral do Município.
O prefeito afirmou ainda que as acusações podem servir para reforçar a transparência em sua gestão. “Estamos muito tranquilos. Sabemos da correção de tudo, da seriedade com que tudo foi feito não apenas na secretaria, mas em toda Prefeitura”, disse.





GLOBO MENTIU! CHEVRON VAZA O DOBRO DA PETROBRÁS

O ódio de O Globo à Petrobras é um péssimo conselheiro para seus profissionais.

Porque, na ânsia de cumprir a pauta que recebem, acabam fazendo um mau jornalismo.
É o que fizeram, hoje, quando publicam que os acidentes ocorridos com a Petrobras representam, em quantidade de petróleo derramado, o dobro do acidente da Chevron no Campo do Frade. Foram 4.201 barris em 2010, contra o que seriam 2.400 barris deste acidente.
Ora, além do fato de aceitar passivamente o número fornecido pela Chevron, quando todos sabem que a empresa fez (e faz) o que pôde para “dourar a pílula” deste derrame, ignorou um fato essencial.
É que a Chevron, no Brasil, tem apenas uma dezena de poços e produz 79 mil barris diários. E a Petrobras produz 2.600 mil barris/dia, tem milhares de poços, doze refinarias, milhares de quilômetros de oleodutos, dezenas de terminais de embarque e desembarque de petróleo e derivados, em terra e no mar, e uma frota enorme de navios petroleiros.
É, portanto, uma comparação estapafúrdia. Igual a dizer, apenas como exemplo, que uma empresa enorme como a Volkswagen teve o dobro de acidentes de trabalho, porque duas pessoas se machucaram lá no ano passado, do que a Oficina do Zezinho, onde ele trabalha com um ajudante, porque o dito Zezinho se feriu ali em 2010.
Se o jornal quisesse ser honesto, faria o que este modesto blog, com o Google apenas, fez.
Leria no mesmo relatório de sustentabilidade de onde tirou os dados, está escrito que estava sendo mantida a tendência de níveis de vazamento na Petrobras ” inferiores a um metro cúbico por milhão de barris de petróleo produzidos, um referencial de excelência na indústria mundial de óleo e gás”.
E se perguntaria: isso é referência de excelência? Então, quanto será o de outras grandes petroleiras, como a Chevron?
E acharia o último número tornado disponível pela empresa, o de 2007. Para uma produção então de 2.620 mil barris/dia (praticamente igual à da Petrobras) , os vazamentos de petróleo, segundo os números oficiais da própria Chevron, somaram 9.245 barris, muito mais que o dobro da petroleira brasileira. Estatisticamente, o volume dos acidentes com a Petrobras, em 2010, é 55% menor que o da gigante americana.
Mas a cegueira provocada pelo ódio leva àquela comparação desonesta. Desonesta, com a Petrobras e, sobretudo, desonesta com o leitor.
E é desonesta porque é sabido que, se tem deficiências, os sistemas de segurança da Petrobras são reconhecidos como excelentes por todos, como registrou, esta semana, até mesmo Miriam Leitão, totalmente insuspeita de simpatias pela empresa:
“A Petrobras trabalha com políticas de redundância na operação, tem equipes para situações de emergência. É preciso saber se esse protocolo está sendo usado por outras empresas que operam no Brasil.”
Ou será que nem O Globo leva a sério o que diz a Miriam Leitão?

EUROPA UMA DEMOCRACIA DE BANQUEIROS

Cai o primeiro ministro-grego Yorgos Papandreu, substituído por um emissário do sistema bancário. Cai o presidente do Conselho Italiano, Silvio Berlusconi, substituído por outro tecnocrata interlocutor do sistema financeiro. A crise da dívida cobrou mais do que estas duas vítimas: na Espanha modificou a agenda eleitoral; em Portugal os partidos implementaram reformas ditadas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e pelo BCE (Banco Central Europeu); na Irlanda o desastre conduziu ao mesmo beco sem saída.

A democracia europeia se converteu em uma democracia de banqueiros. A vontade das maiorias foi substituída por dirigentes saídos do coração dos bancos e que jamais se expuseram ao voto nem conquistaram nunca um mandato eletivo. O medo das urnas, ou seja, que o eleitorado rejeite os ajustes e a guilhotina social, conduz a colocar marionetes dos bancos à frente do Estado. Nunca como agora a ditadura dos mercados havia forçado o destino dos povos. As agências de qualificação desfazem as maiorias eleitas e as substituem por representantes da racionalidade financeira, as contas sem déficits e artesãos da decapitação social.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CANDIDATAS A SOBERANAS PARTICIPAM DE AULAS PREPARATÓRIAS

Candidatas reunidas com ex-presidentes e atual gestão



As dezesseis candidatas a soberanas da Feintech – Feira de Tecnologida de Horizontina - estão participando de um processo de formação cultural, histórica e social de forma a qualificá-las para bem representar a feira e o município durante o evento que será de 28 de fevereiro a 4 de março de 2012. Nesta edição, a escolha das soberanas conta com um processo de avaliação formado por diversas etapas: formação; prova objetiva e dissertativa; desfile em traje de gala; júri popular pela internet; júri popular através da venda de mesas para o baile pelas candidatas.

A etapa da formação está em fase de conclusão, com a realização de aulas preparatórias sobre a história do município, dicção, oratória e postura e sobre a história da Feintech. Além disso, como parte da avaliação, as candidatas formaram grupos e desenvolveram projetos sociais.
A fase final da avaliação será durante o baile de escolha, com o desfile individual e coletivo com traje de gala, a ser realizado no dia 3 de dezembro, a partir das 21 horas no Centro de Convivências da Terceira Idade, com animação da Banda Casablanca Show.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

NADA É FEITO PARA ESTAR SÓ.

Minhas mãos não foram feitas para permanecerem fechadas. Fechadas elas são feias. Fechadas elas são um sinal de egoísmo.

Minhas mãos não foram feitas para mim, mas para se abrirem para os outros. Mãos para saudar, para erguer, para ajudar, para trabalhar, para acariciar. Mãos abertas para o mundo e para as pessoas.
Meus olhos são feitos para o encontro. Não posso ficar olhando a mim mesmo. Olhos nos olhos. São feitos para o encontro. Feitos para ver e não para se verem a si mesmos. Olhos voltados para fora. Olhos serenos e seguros, que olham o mundo da cor da verdade e da realidade. Olhos feitos do jeito dos olhos de Deus.
Meus ouvidos escutam o som do universo. São feitos para escutar. Dois ouvidos voltados para a realidade externa. Para escutar as mensagens que vêm das pessoas, da música, do canto dos pássaros e da chuva. Pelos ouvidos sou aberto para a realidade do mundo. E posso guardar o mundo dentro de mim.
Minha boca e minha voz são feitas para a comunicação, para o encontro. Tenho dois olhos e dois ouvidos e uma só boca. Devo escutar e ver mais do que falar. Mas a voz é meu precioso instrumento de comunicação. As palavras e a voz são feitas para o encontro, para a comunicação. A voz é feita para o diálogo, para a comunicação de sentimentos e pensamentos.
Nada é feito para destruir. A boca perde o sentido quando diz palavras de desencontro, de violência, de agressividade. Nada é feito para separar. Tudo é feito para se encontrar. Nada é sozinho neste mundo.
Tudo em nosso corpo é feito para o encontro. Somos um encontro permanente. Homem e mulher se completando. O sexo é feito para o encontro. Sexo, que é ser homem e mulher. Os órgãos genitais em nosso corpo são feitos para o encontro. Não são feitos para serem prostituídos, para o egoísmo, para tirar prazer pessoal.
O sexo em nós é para o encontro. Se não levam para o encontro perdem sua finalidade. É por isso que existe tanta infelicidade, porque muitos buscam, no sexo, apenas a satisfação pessoal, esquecendo que ele é um dom que deve ser partilhado com o outro.
Tudo é encontro. Somos feitos para o encontro. Nada é feito para estar só. Tudo é feito para se completar, para estar junto, para conviver. E o encontro leva à satisfação. Ao prazer e à felicidade. O encontro que não leva a uma vida melhor não é encontro. O encontro é complementação.
Nosso corpo, nossa vida, nossos desejos... tudo chama para o encontro. Nossa vida chama para o encontro. É por isso que somos feitos para o céu. Céu é encontro total.

PRIVILÉGIOS E NEPOTISMO AMEAÇAM O JUDICIÁRIO

O Judiciário brasileiro vive um péssimo momento, e não é de hoje. A novidade é que agora os seus malfeitos, práticas pouco republicanas, corporativismo e defesa de privilégios estão sendo revelados à sociedade, da mesma forma como ocorre com os demais poderes e instituições. Os meritíssimos precisam entender que não estão acima do bem e do mal.

A cada dia surgem fatos novos que envolvem magistrados em situações que antes pareciam restritas a membros do Executivo e do Legisdlativo. Ficamos sabendo, por exemplo, em reportagem publicada por Vera Magalhães, na "Folha" desta terça-feira, que o ministro Ari Pargandler está em campanha aberta para emplacar sua cunhada Suzana Camargo na vaga aberta no Superior Tribunal de Justiça, que ele preside.
Pargandler é aquele patriota que ganhou notoriedade ao ofender e demitir um estagiário após discussão na fila do caixa automático do tribunal. Por isso, responde a processo criminal no Supremo Tribunal Federal.
Suzana Camargo é desembargadora do Tribunal Regional Federal, da 3ª Região, em São Paulo. Ficou famosa em 2009 ao informar ao então presidente do STF, Gilmar Mendes, que o gabinete dele havia sido grampeado, quase provocando uma crise institucional. Até hoje não apareceu o produto do grampo, quer dizer, a tal fita. Na lista tríplice enviada pelo STJ à presidente Dilma Rousseff, a desembargadora aparece em terceiro lugar.
O lobby de Pargendler, casado com uma irmã de Suzana, é tão descarado que já está constrangendo outros ministros, como dois deles revelaram a Vera Magalhães. Nos últimos dias, o presidente do tribunal tem feito uma romaria por gabinetes de senadores e deputados em busca de apoio para a sua protegida.
Aos poucos vamos conhecendo outras mazelas do Judiciário em espaços antes reservados a ministros e parlamentares. Na mesma edição do jornal, o competente colega Frederico Vasconcelos informa que "Peluzo protege identidade de juízes sob investigação". Atendendo a pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros, o presidente do STF, Cézar Peluso, mandou tirar do site do Conselho Nacional de Justiça as iniciais dos juízes que respondem a processos disciplinares em tribunais estaduais

DESPEDIDA

Os olhos ficam cheios de lágrimas,disfarçamos com um sorriso,a emoção toma conto do coração  e nada justifica uma despedida.Colhemos as palavras mais bonitas,mas nada justifica uma despedida.O coração fica sensível,chora uma lágrima sem sintir vendo tudo invisivel,o pensamento divaga perdemos  a esperança da vida,porque nâo entendemos a despedida.Porque um grande amor resulta em dor  sem" remédio" que não vai ser esquecida a despedida.

CHEVRON - O NOSSO TRABALHO É CORRER RISCOS.


Eis aí um trecho da reportagem do Wall Street Journal, em 2008, sobre os métodos e equipamentos usados pela Chevron no Campo de Frade.

“A equipe (técnica) de Frade queria perfurar mais poços para entender melhor o reservatório de óleo. Mr. Moshiri travou-a. O plano era muito caro e demorado. Ele apoiou um (outro) plano para perfurar menos, poços mais simples e mais baratos.”
O repórter do WSJ mostra como o presidente para a África e América Latina, Ali Moshiri seguidamente vetou as formas de avaliação propostas pelos geólogos da própria empresa, para economia de tempos e custos. “Nosso trabalho é correr riscos”, diz ele.
Ele compara a aposta da Chevron a um jogo de poquer sem as fichas necessárias.
Um carro não bate por estar em velocidade imprudente, mas esta é o contexto que facilita a ocorrência do acidente.
No caso do autmóvel, porém, isso é motivo para ter a habilitação cassada. A Chevron-Texaco vai perder a carteira?



LÍDER ENTRE OS REPUBLICANOS NOS EUA‎ DIZ QUE CRIANÇAS POBRES DEVERIAM TRABALHAR

O ex-presidente da Câmara de Representantes Newt Gingrich, líder nas pesquisas do Partido Republicano para as eleições presidenciais de 2012, defendeu que crianças mais pobres deveriam poder trabalhar "para ganharem dinheiro e ética de trabalho". A polêmica afirmação, citada pela CNN, foi dada durante evento na Universidade de Harvard.

Gingrich, ex-congressista da Geórgia e um dos intelectuais do partido, disse que as leis contra o trabalho infantil são "absolutamente estúpidas" e propôs que as próprias escolas paguem os estudantes mais pobres para, por exemplo, limparem os edifícios. "Falem com as pessoas que têm sucesso. Todas tiveram o primeiro emprego entre os 9 e os 14 anos. Vendiam jornais, lavavam carros...", disse o político republicano.

SALVE A POESIA.

Poesia é louca e livre, louca porque livre, liberta no exercício da sua loucura que vislumbra beleza onde outros só veem cinza e rotineiro cotidiano. Poesia vem do grego poíesis, que significa ‘ação de fazer algo’. Poesia, portanto, é práxis, apesar de ser a mais gratuita das práxis. Entre as suas inúmeras definições, o Aurélio nos fornece uma que nos interessa de perto: entusiasmo criador, inspiração.
Para que possa abranger essas e outras obras verbais, é útil considerar a poesia arte verbal e inspirada. O poeta, artesão das palavras, receptor e tradutor da inspiração, deixa em aberto a questão sobre se a linguagem é escrita ou falada e derrama pelo mundo a identidade mais profunda da realidade e das coisas feita verso, ritmo, imagem e som.

Sendo arte, no entanto, a poesia não é distante da vida. Pois na verdade, a emula, a imita, a mimetiza criativamente. A poesia é um meio de reproduzir ou recriar em palavras as experiências da vida, tal como a pintura reproduz ou recria certas figuras ou cenas da vida em contornos e cores.
Porém, ao mesmo tempo em que imita a vida, a poesia a reinterpreta e recria. Na poesia, a matéria-prima, que é o ser humano, a vida sobre a face da terra, é remodelada e recriada até ser transformada na obra poética, em versos e palavras, que se alternam e expressam o que o coração sente e o que faz o espírito vibrar.
Salve a poesia! Salve que de ti temos necessidade... e muita! De ti vivemos e sem ti apenas sobrevivemos. O trabalho sem ti é escravidão. A religião sem ti é conjunto de normas e definições que não consegue mover os corações humanos. Na gratuidade dos versos do poeta, inspirado e possuído pela musa, é o próprio Criador que penetra em sua criação dando-lhe flexibilidade e sopro e fazendo acontecer no mundo o milagre do amor. A poesia pode salvar-nos... desde que não nos deixemos sufocar por sua ausência e desde que não a consideremos inutilidade ineficaz que para nada serve a não ser para ser inapelavelmente descartada. Pois, como diz Adélia Prado:

A poesia me salvará....
Não falo aos quatro ventos
porque temo os doutores, a excomunhão
e o escândalo dos fracos. A Deus não temo.
Que outra coisa ela é senão Sua Face atingida
da brutalidade das coisas




O CAPITALISMO É INCOMPATÍVEL COM O EQUILIBRIO ECOLÓGICO

Os gregos antigos já haviam percebido: Gaia, a Terra, é um organismo vivo. E dela somos frutos, gerados em 13,7 bilhões de anos de evolução. Porém, nos últimos 200 anos, não soubemos cuidar dela e a transformamos em mercadoria, da qual se procura obter o máximo de lucro.

Hoje, a Terra perdeu 30% de sua capacidade de autorregeneração. Somente através de intervenção humana ela poderá ser recuperada. Nada indica, contudo, que os governantes das nações mais ricas estejam conscientes disso.
Líderes indígenas e de movimentos sociais, especialistas em meio ambiente e dirigentes políticos, ao expressar o clamor dos povos, concluíram que a vida no Planeta não tem salvação se perseverar essa mentalidade produtivista-consumista que degrada a natureza. Inútil falar em mudança do clima se não houver mudança de sistema. O capitalismo é ontologicamente incompatível com o equilíbrio ecológico.
Os povos originários sempre foram encarados por nós, caras-pálidas, como inimigos do progresso. Ora, é a nossa concepção de desenvolvimento que se opõe a eles, e ignora a sabedoria de quem faz do necessário o suficiente e jamais impede a reprodução das espécies vivas. Temos muito a aprender com aqueles que possuem outros paradigmas, outras formas de conhecimento, respeitam a diversidade de cosmovisões, sabem integrar o humano e a natureza, e praticam a ética da solidariedade.

A ESPIRITUALIDADE DO DIA A DIA.

Buscar o caminho que leva ao céu, no meio das encruzilhadas do mundo, foi sempre uma preocupação da humanidade. A partir do século IV, muitos dirigiram-se ao deserto com a finalidade de amar e servir a Deus. O deserto é um território sem sombras, inundado pela luz, e não tem o falso brilho das cidades e suas tentações. Lá Deus se apresenta em toda a sua grandeza. Em meio ao jejum, à penitência e à oração, muitos viveram e morreram no deserto. Ao redor deles surgiram fatos e lendas agrupados no tema Padres do Deserto.

Padre Macário, o Grande, no século IV, foi um deles. Num certo dia estava em oração e uma voz, em forma de provocação, afirmou: Macário, rezas tanto, fazes tanta penitência, mas estás longe da perfeição de duas mulheres, que residem na aldeia mais próxima! No dia seguinte, perturbado, Macário foi à procura das duas mulheres. Acabou por encontrá-las e quis saber o que de tão extraordinário faziam diante de Deus. Nada de especial, revelaram as mulheres, nesta noite, estivemos com os maridos. O que mais poderíamos fazer? Macário insistiu: o que vocês fazem durante o dia? Elas explicaram: aquilo que todas fazem. Levantamos cedo, preparamos a refeição para a família, buscamos água na fonte, amassamos o pão, varremos a casa...
Macário continuava sem entender. Elas explicaram que haviam casado com dois irmãos e moravam na mesma casa. Com os filhos. Teriam gostado de entrar no convento, mas os maridos não quiseram. Já viviam assim cerca de 15 anos e nunca disseram uma à outra uma palavra má e viviam em concórdia, prestando com alegria os serviços solicitados. Tinham pouco tempo para rezar, então louvavam a Deus, enquanto desempenhavam os serviços domésticos.
Santidade não consiste em fazer coisas extraordinárias, mas fazer bem as coisas ordinárias de cada dia. É a espiritualidade do cotidiano. Uma vez por semana vamos à igreja e não podemos contentar-nos com isso. Nossos lares também devem ser pequenas igrejas. É através das frestas do cotidiano que vemos a Deus.
Jesus deu o exemplo. Passou grande parte da vida na oficina de José. Ali cresceu sua sabedoria, que espantou os judeus quando começou a anunciar o Reino. E na vida pública, Ele nunca recusou convites para almoçar. Suas pregações envolviam o cotidiano: a mulher que perdeu uma moeda, o pescador que nada pescou, a ovelha perdida e encontrada, os pardais, os lírios do campo.
Um dia perguntaram-lhe: qual o caminho para o céu? Ele ignorou as milhares de leis e indicou o grande mandamento: amar a Deus e amar o próximo. Mais tarde, o apóstolo Paulo, após enumerar atos de heroísmo, diria: “Se não tiver amor, isto nada me adianta” (1Cor 13,2). A caridade é o caminho para o céu para as duas mulheres, para Macário, para o Papa e para todas as pessoas.





ONDE FICA O DIREITO DE VER?

Quem viveu a ditadura militar no Brasil sabe o que é censura. Jornais publicavam poemas e receitas de bolo no lugar dos textos cortados pelos censores. Nas redações temas proibidos estavam nos murais para nenhum jornalista tocar naqueles assuntos. Felizmente isso acabou e o Estado agora é responsável pela garantia da liberdade de expressão.

Mas se a censura oficial deixou de existir, a empresarial cresceu de forma assustadora. Hoje quem impede o brasileiro de saber muito do que ocorre no país e no mundo são os grandes grupos de comunicação.
Mostram um recorte da realidade produzido segundo seus interesses e escondem o que não lhes convêm. Como são poucos, com orientações editoriais semelhantes, a diversidade de notícias e de interpretações da realidade desaparecem.
Em política e economia a prática é diária. Basta ver o alinhamento do noticiário com os partidos conservadores e a exaltação da eficiência do mercado. Na televisão, a censura vai mais longe e chega até ao esporte.
De disputas esportivas, quase todas as competições foram sendo transformadas em programas de televisão, subordinados aos interesses comerciais das emissoras.
Tornaram-se produtos vendidos por clubes e federações às TVs que, em muitos casos, compram e não transmitem os eventos, só para evitar que os concorrentes o façam.
Há um caso exemplar ocorrido em Pernambuco. Enquanto a Rede Globo transmitia para o Estado jogos de clubes do Rio ou de São Paulo, a TV Universitária local colocava no ar as partidas do campeonato estadual.
Claro que estas despertavam maior interesse, elevando a audiência da emissora. A Globo, sentindo-se incomodada, comprou os direitos de transmissão do campeonato para não transmiti-lo, retirando do torcedor local o direito de ver o seu time jogar.
Quando passamos do regional para o global a disputa fica ainda mais acirrada, como vimos com o recente duelo travado entre Globo e Record em torno dos jogos Panamericanos de Guadalajara.
Salvo em raros momentos, a emissora da família Marinho nunca deixou de ditar a pauta esportiva nacional. Além das transmissões de eventos, seus noticiários foram sempre contaminados por exaustivas coberturas das competições.
Quantas vezes o Jornal Nacional dedicou mais tempo à seleção de futebol ou a uma corrida de carros do que a assuntos de relevante interesse político ou social?
Com a ascensão da Record o quadro mudou. E o Pan do México ficará na história da televisão brasileira como o momento de ruptura do monopólio das transmissões esportivas no país.
Se há o lado positivo da entrada de um novo ator em cena, há a constatação de que o direito de ver segue sendo usurpado do telespectador.
No caso da Globo, seus decantados “princípios editoriais”, segundo os quais “tudo aquilo que for de interesse público, deve ser publicado, analisado, discutido” foram, outra vez, ignorados.
Nos primeiros dias de disputa o Pan não existiu para a Globo e, depois, ficou restrito a míseros segundos no ar. Na concepção da emissora, por serem transmitidos pela concorrente, deixaram de ter “interesse público”.
Por outro lado a Record não fez por menos e de olho na audiência, em muitos momentos, não transmitiu os jogos – e só ela podia fazer isso – para manter no ar sua programação normal.
Frustrou inúmeros telespectadores que num domingo foram em busca do Pan e se viram diante do Gugu.
A aplicação das leis de mercado, sem controle, ao mundo da TV é a causa desse desconforto. Não há como mudar a situação sem a inteferência do Estado, colocando algumas regras para proteger o telespectador.
No caso específico do futebol, o governo argentino resolveu o problema comprando os direitos de transmissão dos jogos do campeonato nacional, passando a transmiti-los em sinal aberto pelo Canal 7, a emissora pública do país. Não é uma boa ideia para começar?



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

GOVERNO E CPERS DIVERGEM

O secretário José Clóvis é taxativo ao garantir que a greve não terá êxito. Além do pagamento imediato do piso de R$ 1.187,00, os grevistas exigem a retirada dos projetos de reforma do Ensino Médio e avaliação educacional propostas pelo governo.

“Os professores têm muito bom senso e sabem quando um movimento tem possibilidade de conquistas. Esse movimento não tem nenhuma possibilidade de êxito, porque mesmo que fosse forte, não conseguiria arrancar o que o governo não tem: recursos para pagar o piso em 2011”, assegurou o secretário.
A direção do Cpers continuará percorrendo as escolas para mobilizar os professores a apoiarem a greve e, na quinta-feira (24), fará uma assembleia-geral na Praça da Matriz, onde os sindicalistas estão acampados. “Queremos debater com a categoria, com os pais e com os alunos, para expor a situação de descumprimento de uma lei e de ataques à educação”, critica Neida.
Até o momento, nenhum dos dois lados dá sinais de que haverá um diálogo concreto. O Cpers diz que só está esperando o governo chamar para uma negociação, com a apresentação de um calendário fixo para se chegar ao cumprimento do piso. E o secretário da Educação alega que o sindicato rompeu o diálogo ao decretar a greve. Mas sinaliza que ainda é possível ocorrer um encontro. “Tivemos um rompimento unilateral da direção do Cpers. Mas não queremos nos furtar ao diálogo”, resumiu.

AMPLIANDO OS SAQUES DO FUNDO DE GARANTIA

O trabalhador brasileiro muitas vezes desconhece que pode sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) não apenas nos tradicionais casos de demissão sem justa causa, aposentadoria ou compra da casa própria. A legislação atual prevê outras 13 situações, como necessidade pessoal decorrente de inundação ou quando um dependente é portador do vírus HIV. Além disso, há vezes em que o saque é feito por determinação judicial.

E as permissões para saque podem aumentar ainda mais, beneficiando muitos dos 89,1 milhões de trabalhadores com contas ativas no Fundo. Dinheiro é o que não falta: o total de ativos do FGTS supera R$ 230 bilhões - e a correção para os trabalhadores é irrisória. O Congresso analisa projetos de lei para o FGTS ser usado para tratamento de infertilidade, aquisição de órteses e próteses, hepatite C viral e até quitação do IPTU, entre outras possibilidades.

PREFEITOS DISCUTEM DANOS QUE BARRAGEM PODEM TRAZER AO RIO URUGUAI

Os impactos ambientais decorrentes da usina hidroelétrica de Itapiranga, projetada entre os municípios de Pinheirinho do Vale, no Rio Grande do Sul, e Itapiranga, em Santa Catarina, levaram centenas de pessoas, entre elas vários prefeitos e lideranças, ao município de Barra do Guarita (RS), na sexta 11, para a audiência pública.

O objetivo da audiência foi identificar e analisar os danos causados pela construção de barragens ao longo do rio Uruguai. “O Ibama expediu um termo de referência para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), determinando as compensações pela futura construção da UHE Itapiranga”, explica Voltaire Thiesen, membro da Comissão de Estudo e Acompanhamento da Usina Hidrelétrica (CEA).
Os municípios de Barra do Guarita e Derrubadas, por estarem há quatro quilômetros da área onde será construída a barragem, reivindicam sua inclusão no estudo - em Derrubadas está localizado o Salto do Yucumã, a maior queda longitudinal de água do mundo.
Para isso, os prefeitos obtiveram liminar, em ação junto ao Ministério Público Federal, que suspende o processo de licenciamento ambiental à usina até que seja feita perícia técnica para analisar a regularidade do termo de referência. “Os ecossistemas do rio Uruguai encontram-se em um processo acelerado de fragmentação pelo impacto dos empreendimentos hidrelétricos”, diz o prefeito de Barra do Guarita, Cesar Tadeu Paier.
A hidrelétrica deve iniciar as atividades em 2015 e terá capacidade para gerar 725 MW. O investimento é da ordem de R$ 2 bilhões, com verbas do PAC. “A barragem trará para um rastro de destruição, como ocorreu aos municípios atingidos pelas outras sete barragens construídas na Bacia do Rio Uruguai”, reforça Paier.
MAB - Para o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), obra não irá ameaçar apenas os quatros municípios gaúchos (Pinheirinho do Vale, Caiçara, Vicente Dutra e Vista Alegre) e três catarinenses (Itapiranga, São João do Oeste e Mondaí), como era o previsto, mas mais municípios dos Estados envolvidos.
De acordo com estudo do MAB, realizado no ano de 2009, se a barragem for construída, a transformação do movimento econômico na região terá perda de R$ 128 milhões anuais nos municípios, “o que trará instabilidade às administrações municipais e estaduais.”



COMO A GOLDMAN SACHS CRIOU A CRISE E GOVERNAR O MUNDO

A história poderia satisfazer a todas as expectativas dos adeptos das teorias da conspiração: onde está o poder mundial? A resposta cabe num nome e num lugar: na sede do banco de investimentos Goldman Sachs. O banco estadunidense conseguiu uma façanha pouco frequente na história política mundial: colocar os seus homens na direção dos governos europeus e do banco que rege os destinos das políticas econômicas da União Europeia. Mario Draghi, o atual presidente do Banco Central Europeu, Mario Monti, o presidente do Conselho Italiano que substituiu a Silvio Berlusconi, Lukas Papademos, o novo primeiro ministro grego, todos pertencem à galáxia do Goldman Sachs.

Desses três responsáveis, dois, Monti e Papademos, formam o anexo avançado da política pela tecnocracia econômica, pertencem à rede que o Goldman Sachs teceu no Velho Continente e, em graus diversos, participaram nas mais truculentas operações ilícitas orquestradas pela instituição estadunidense. Além do mais, não são os únicos. Pode-se também mencionar Petros Christodoulos, hoje à frente do organismo que administra a dívida pública grega e que no passado recente foi presidente do Banco Nacional da Grécia, a quem o Goldman Sachs vendeu o produto financeiro hoje conhecido como “swap” e com o qual as autoridades gregas e o Goldman Sachs orquestraram a maquiagem das contas gregas.
O dragão que protege os interesses de Wall Street conta com homens chave nos postos mais decisivos, e não só na Europa. Henry Paulson, ex presidente do Goldman Sachs, foi em seguida nomeado Secretário do Tesouro estadunidense, ao passo que William C. Dudley, outro alto funcionário do Goldman Sachs, é o atual presidente do Federal Reserve de Nova York. Mas o caso dos responsáveis europeus é mais paradigmático. A palma de ouro quem leva é Mario Draghi, o atual presidente do Banco Central Europeu, que foi vice presidente do Goldmann Sachs para a Europa entre os anos 2002 e 2005.

O BRASIL EM 12 SONHOS E PENSAMENTOS

1. O povo brasileiro se habituou a “enfrentar a vida” e a conseguir tudo “na luta”, quer dizer, superando dificuldades e com muito trabalho. Por que não iria “enfrentar” também o derradeiro desafio de fazer as mudanças necessárias, para criar relações mais igualitárias e acabar com a corrupção?

2. O povo brasileiro ainda não acabou de nascer. O que herdamos foi a Empresa-Brasil com uma elite escravagista e uma massa de destituídos. Mas do seio desta massa, nasceram lideranças e movimentos sociais com consciência e organização. Seu sonho? Reinventar o Brasil. O processo começou a partir de baixo e não há mais como detê-lo.
3. Apesar da pobreza e da marginalização, os pobres sabiamente inventaram caminhos de sobrevivência. Para superar esta anti-realidade, o Estado e os políticos precisam escutar e valorizar o que o povo já sabe e inventou. Só então teremos superado a divisão elites-povo e seremos uma nação una e complexa.
4. O brasileiro tem um compromisso com a esperança. É a última que morre. Por isso,tem a certeza de que Deus escreve direito por linhas tortas. A esperança é o segredo de seu otimismo, que lhe permite relativizar os dramas, dançar seu carnaval, torcer por seu time de futebol e manter acesa a utopia de que a vida é bela e que amanhã pode ser melhor.
5. O medo é inerente à vida porque “viver é perigoso” e sempre comporta riscos. Estes nos obrigam a mudar e reforçam a esperança. O que o povo mais quer, não as elites, é mudar para que a felicidade e o amor não sejam tão difíceis.
6. O oposto ao medo não é a coragem. É a fé de que as coisas podem ser diferentes e que, organizados, podemos avançar. O Brasil mostrou que não é apenas bom no carnaval e no futebol. Mas também bom na agricultura, na arquitetura, na música e na sua inesgotável alegria de viver.
7. O povo brasileiro é religioso e místico. Mais que pensar em Deus, ele sente Deus em seu cotidiano que se revela nas expressões: “graças a Deus”, “Deus lhe pague”, “fique com Deus”. Deus para ele não é um problema, mas a solução de seus problemas. Sente-se amparado por santos e santas e por bons espíritos e orixás que ancoram sua vida no meio do sofrimento.
8. Uma das características da cultura brasileira é a alegria e o sentido de humor, que ajudam aliviar as contradições sociais. Essa alegria nasce da convicção de que a vida vale mais do que qualquer coisa. Por isso deve ser celebrada com festa e diante do fracasso, manter o humor. O efeito é a leveza e o entusiasmo que tantos admiram em nós.
9. Há um casamento que ainda não foi feito no Brasil: entre o saber acadêmico e o saber popular. O saber popular nasce da experiência sofrida, dos mil jeitos de sobreviver com poucos recursos. O saber acadêmico nasce do estudo, bebendo de muitas fontes. Quando esses dois saberes se unirem, seremos invencíveis.
10. O cuidado pertence à essência de toda a vida. Sem o cuidado ela adoece e morre. Com cuidado, é protegida e dura mais. O desafio hoje é entender a política como cuidado do Brasil, de sua gente, da natureza, da educação, da saúde, da justiça. Esse cuidado é a prova de que amamos o nosso pais.
11. Uma das marcas do povo brasileiro é sua capacidade de se relacionar com todo mundo, de somar, juntar, sincretizar e sintetizar. Por isso, ele não é intolerante nem dogmático. Gosta e acolhe bem os estrangeiros. Ora, esses valores são fundamentais para uma globalização de rosto humano. Estamos mostrando que ela é possível e a estamos construindo.
12. O Brasil é a maior nação neolatina do mundo. Temos tudo para sermos também a maior civilização dos trópicos, não imperial, mas solidária com todas as nações, porque incorporou em si representantes de 60 povos que para aqui vieram. Nosso desafio é mostrar que o Brasil pode ser, de fato, um pedaço do paraíso que não se perdeu.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

PARA QUE VOCÊ POSSA IDENTIFICÁ-LO: PERFIL DO CORRUPTO

Por que há tanta corrupção no Brasil? Temos leis, sistema judiciário, polícias e mídia atenta. Prevalece, entretanto, a impunidade – a mãe dos corruptos. Você conhece um notório corrupto brasileiro? Foi processado e está na cadeia?

O corrupto não se admite como tal. Esperto, age movido pela ambição de dinheiro. Não é propriamente um ladrão. Antes, trata-se de um requintado chantagista, desses de conversa frouxa, sorriso amável, salamaleques gentis. Anzol sem isca peixe não belisca.
O corrupto não se expõe; extorque. Considera a comissão um direito; a porcentagem, pagamento por serviços; o desvio, forma de apropriar-se do que lhe pertence; o caixa dois, investimento eleitoral. Bobos aqueles que fazem tráfico de influência sem tirar proveito.
Há vários tipos de corruptos. O corrupto oficial se vale da função pública para extrair vantagens a si, à família e aos amigos. Troca a placa do carro, embarca a mulher com passagem custeada pelo erário, usa cartão de crédito debitável no orçamento do Estado, faz gastos e obriga o contribuinte a pagar. Considera natural o superfaturamento, a ausência de licitação, a concorrência com cartas marcadas.
Sua lógica é corrupta: “Se não aproveito, outro sai no lucro em meu lugar”. Seu único temor é ser apanhado em flagrante. Não se envergonha de se olhar no espelho, apenas teme ver o nome estampado nos jornais e a cara na TV.
O corrupto não tem escrúpulo em dar ou receber caixas de uísque no Natal, presentes caros de fornecedores ou patrocinar férias de juízes. Afrouxam-no com agrados e, assim, ele relaxa a burocracia que retém as verbas públicas.
Há o corrupto privado. Jamais menciona quantias, tão somente insinua. É o rei da metáfora. Nunca é direto. Fala em circunlóquios, seguro de que o interlocutor sabe ler nas entrelinhas.
O corrupto “franciscano” pratica o toma lá, dá cá. Seu lema: “quem não chora, não mama”. Não ostenta riquezas, não viaja ao exterior, faz-se de pobretão para melhor encobrir a maracutaia. É o primeiro a indignar-se quando o assunto é a corrupção.
O corrupto exibido gasta o que não ganha, constrói mansões, enche o pasto de bois, convencido de que puxa-saquismo é amizade e sorriso cúmplice, cegueira.
O corrupto cúmplice assiste ao vídeo da deputada embolsando propina escusa e ainda finge não acreditar no que vê. E a absolve para, mais tarde, ser também absolvido.
O corrupto previdente fica de olho na Copa do Mundo, em 2014, e nas Olimpíadas do Rio, em 2016. Sabe que os jogos Pan-americanos no Rio, em 2007, orçados em R$ 800 milhões, consumiram R$ 4 bilhões.
O corrupto não sorri, agrada; não cumprimenta, estende a mão; não elogia, incensa; não possui valores, apenas saldo bancário. De tal modo se corrompe que nem mais percebe que é um corrupto. Julga-se um negocista bem-sucedido.
Melífluo, o corrupto é cheio de dedos, encosta-se nos honestos para se lhe aproveitar a sombra, trata os subalternos com uma dureza que o faz parecer o mais íntegro dos seres humanos.
Enquanto os corruptos brasileiros não vão para a cadeia, ao menos nós, eleitores, ano que vem podemos impedi-los de serem eleitos para funções públicas.

DIABETES: POPULAÇÃO IGNORA O PROBLEMA

Pesquisa inédita realizada pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) com mais de 2.000 pessoas constata: a população ainda tem dúvidas sobre o que é o diabetes e como a doença pode ser controlada. Segundo o levantamento, 38% dos entrevistados acreditam que o diabetes tem cura e menos da metade (49%) soube defini-la.

O diabetes é uma das doenças crônicas que mais avança entre a população. Dados da Federação Internacional do Diabetes estimam que hoje existam cerca de 250 milhões de pessoas com a doença em todo o mundo e esse número deve chegar a 380 milhões em 2025. No Brasil, estima-se que cerca de 11 milhões de pessoas tenham diabetes atualmente. No Rio Grande do Sul, segundo dados do Sindicato Médico, a doença atinge 400 mil pessoas; entre elas, 9 mil crianças e adolescentes.
Muitos não sabem que estão doentes. Como o diabetes demora a apresentar sintomas, só é descoberto por meio de exame que mede o nível de glicemia no sangue. Pessoas com taxas muito altas de açúcar no organismo podem apresentar sede excessiva, muita vontade de urinar, perda de peso, fome exagerada, visão embaçada, infecções repetidas, fadiga, dores na pernas e formigamento nos pés, machucados que demoram a cicatrizar.
“O aumento de casos da doença, especialmente do tipo 2, em países em desenvolvimento, decorre de alguns fatores como aumento da obesidade, sedentarismo, maus hábitos alimentares e o próprio envelhecimento da população”, afirma Walter Minicucci, endocrinologista, vice-presidente da SBD.
O estudo também indicou que 51% dos entrevistados não sabiam diferenciar os tipos da doença. O diabetes tipo 1 está relacionado à genética e se caracteriza pela ausência de produção de insulina pelo organismo, manifestando-se geralmente ainda durante a infância. O tipo 2 inicia com resistência à insulina e, com o tempo, também evolui para deficiência de produção do hormônio. Os hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo contribuem para o desenvolvimento desse tipo de diabetes, além da tendência genética. O diabetes gestacional manifesta-se em algumas mulheres durante a gravidez devido às alterações hormonais próprias deste período.
De acordo com Minicucci, é fundamental que as pessoas sejam mais informadas sobre como prevenir e tratar o diabetes. Quando não controlada adequadamente, a doença pode acarretar complicações graves, como retinopatia diabética, que pode causar perda visual definitiva; catarata precoce; alteração da função renal, às vezes levando o paciente para a hemodiálise; alterações neurológicas que ocasionam dores em membros inferiores; atrofias musculares e complicações cardiovasculares, principalmente infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). “Mas também é preciso lembrar que nada disto ocorrerá se o tratamento for efetivo e contínuo”, reforça o especialista.



COMO DIZ O FREI BETO: BEBA, MATE E FIQUE LIVRE

Nas últimas semanas, a mídia registrou inúmeros casos de acidentes de trânsito com mortes, provocadas por motoristas embriagados. Foram presos e, graças à fiança, em seguida soltos. Detalhe: sem que suas carteiras de motoristas tenham sido apreendidas. Alguns, aliás, nem possuíam habilitação para dirigir.
O Brasil é o país da impunidade. As leis são feitas apenas para os pobres – que não têm dinheiro para pagar advogados e fianças. Da classe média para cima, nenhum assassino do volante se encontra preso. Nem condenado em última instância. São 57 mortes por dia, no Brasil, associadas ao alcoolismo. Vale, pois, a pergunta: quem é a próxima vítima?
O Brasil é também o país do paradoxo. Há intensa campanha contra o tabagismo. A publicidade de cigarros desapareceu da mídia. As embalagens de tabaco trazem fotos horripilantes dos efeitos deletérios do produto. Ora, o alcoolismo mata mais que o tabagismo. É o terceiro fator de morte no mundo, precedido pelo câncer e doenças cardíacas. Por que não se proíbe publicidade de bebidas?
Apenas na cidade de São Paulo, em 2010 ocorreram 1.357 mortes no trânsito e 7.007 atropelamentos. O número de motoristas embriagados, parados em blitzes da PM, subiu 38% de janeiro a setembro deste ano, comparado a todo o ano de 2010. Entre jovens de 13 a 19 anos envolvidos em acidentes de trânsito, 45% ingeriram bebida alcoólica.
Os dados são alarmantes: 68,7% dos brasileiros ingerem álcool. Nos hospitais psiquiátricos, 90% das internações são de dependentes de álcool. Os motoristas bêbados são responsáveis por 65% dos acidentes de trânsito. E o Ministério da Saúde gasta, por ano, via SUS, mais de R$ 1 bilhão em tratamentos e internações causados por álcool.
Segundo o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas e Psicotrópicos, vinculado à Faculdade Paulista de Medicina, entre estudantes do primeiro e segundo graus da rede estadual de São Paulo, 70,4% se iniciam na bebida entre 10 e 12 anos. Nos EUA o índice, para a mesma faixa etária, é de 50,2%.
Volta a pergunta que não quer calar, e o governo, o Conar e as agências de publicidade não querem responder: por que não se aplicam as leis de proibição do tabagismo ao álcool?
A resposta existe, o que não existe é a coragem de fechar a torneira do mar de dinheiro que as empresas de bebidas alcoólicas despejam na publicidade. E o mais grave: associa-se álcool a celebridades, como jogadores de futebol e cantores, que fascinam os mais jovens e atraem legião de fãs.
Uma grande emissora de TV anuncia uma série de programas antitabagistas. Quando veremos algo semelhante em relação ao consumo de álcool?
Nunca tive notícia de acidentes de trânsito causados pelo vício de fumar, agressão doméstica decorrente da aspiração da fumaça de tabaco, internação psiquiátrica por dependência de cigarro. Todos nós, porém, conhecemos casos relacionados ao alcoolismo. E haja publicidade de cerveja no horário nobre! Para os jovens, a cerveja é a porta de entrada no consumo de bebidas etílicas.
O cigarro prejudica quem fuma e quem está próximo ao fumante.
O álcool, misturado com volante, gera acidentes que envolvem passageiros do veículo causador do acidente, passageiros dos veículos atingidos por ele e pedestres, além de danos à via pública.
Álcool em excesso transtorna os reflexos. Associado ao volante, é perigo na certa. Mas não se preocupe. Você está no Brasil. Confia que jamais terá o azar de ser parado por uma blitz da lei seca. Se acontecer, oferecerá uma grana aos fiscais, na esperança de que sejam corruptos. Caso não sejam, se recusará a pôr a boca no bafômetro. Se for detido, convocará a família e o advogado, pagará fiança e logo estará na rua. Com a carteira de habilitação no bolso. Pronto para se dependurar no volante e repetir a façanha.
Viva o Brasil e a impunidade!
E azar das vítimas por viverem num país como o nosso!

O VELHO E GOSTOSO BOTECO

Como celebrar a generosidade dos amigos e da Mãe Terra, se, nas palavras de Gandhi, “a fome é um insulto e a forma de violência mais assassina que existe?”

É neste contexto que me vem à mente como consolo os botecos. Gosto de frequentá-los, pois aí posso comer sem má consciência. Eles se encontram em todo mundo, também nas comunidades pobres. Aí se vive uma real democracia: o boteco ou o pé sujo (o boteco de pessoas com menos poder aquisitivo) acolhe todo mundo. Pode-se encontrar lá tomando seu chope um professor universitário ao lado de um peão da construção civil, um ator de teatro na mesa com um malandro, até com um bêbado tomando seu traguinho. É só chegar, ir sentando e logo gritar: “Me traga um chope estupidamente gelado”.
O boteco é mais que seu visual, com azulejos de cores fortes, com o santo protetor na parede, geralmente um Santo Antônio com o Menino Jesus, o símbolo do time de estimação e as propagandas coloridas de bebidas. O boteco é um estado de espírito, o lugar do encontro com os amigos e os vizinhos, da conversa fiada, da discussão sobre o último jogo de futebol, dos comentários da novela preferida, da crítica aos políticos e dos palavrões bem merecidos contra os corruptos. Todos logo se enturmam num espírito comunitário em estado nascente. Aqui ninguém é rico ou pobre. É simplesmente gente que se expressa como gente, usando a gíria popular. Há muito humor, piadas e bravatas. Às vezes se improvisa até uma cantoria que alguém acompanha ao violão.
Ninguém repara nas condições gerais do balcão, das mesinhas, do chão ou do banheiro. O importante é que o copo esteja bem lavado e sem gordura, senão estraga o colarinho cremoso do chope que deve ter uns três dedos.
Os nomes dos botecos são os mais diversos, dependendo da região do país. Pode ser a Adega da Velha, o Boteco do Seo Gomes, o Bar do Giba, o Pavão Azul, a Confraria do Bode Cheiroso, a Casa Cheia... Belo Horizonte é a cidade que mais botecos possui, realizando até, a cada ano, um concurso da melhor comida de boteco.
Os pratos também são variados, a partir de receitas caseiras e regionais: a carne de sol do Nordeste, a carne de porco e o tutu de Minas. Os nomes são ingeniosos: “mexidoido chapado”, “porconóbis de sabugosa”, “costela de Adão” (costelinha de porco com mandioca), “torresminho de barriga”. Há um prato que aprecio sobremaneira, oferecido no Mercado Central de Belo Horizonte e que foi premiado num dos concursos: “bife de fígado acebolado com jiló”. Se depender de mim, este prato deverá constar no menu do banquete do Reino dos céus que o Pai celeste vai oferecer aos bem-aventurados.
Se bem repararmos, o boteco desempenha uma função cidadã: dá aos frequentadores, especialmente aos mais assíduos, o sentimento de pertença à cidade ou ao bairro. Não havendo outros lugares de entretenimento e lazer, permite que as pessoas se encontrem, esqueçam seu status social e vivam uma igualdade, geralmente, negada no cotidiano.
Para mim o boteco é uma metáfora da comensalidade sonhada por Jesus, lugar onde todos podem sentar à mesa, celebrar o convívio fraterno e fazer do comer uma comunhão. É o lugar onde posso comer sem má consciência.

ODIANDO E MATANDO EM NOME DE DEUS,

A data de 25 de novembro de 1944, nos anais da guerra, será lembrada por um nome e uma atitude. Pilotos japoneses (kamikazes) iniciaram ataques suicidas contra navios de guerra dos Estados Unidos. Os porta-aviões Essex e Independence foram os primeiros navios atingidos.

Pilotos, decididos a morrer, lançavam seus pequenos aviões, verdadeiros torpedos humanos, contra os navios. No final da guerra foram contabilizados 2.525 pilotos japoneses mortos em ataques suicidas. No lado norte-americano, as perdas somaram 4.900 soldados mortos, 34 barcos afundados e 368 danificados. A palavra kamikaze significa o Vento de Deus e recorda uma tempestade que, em 1281, salvou o país do ataque de Kublai Khan, o grande conquistador mongol.
O modelo japonês inspirou o ataque às torres gêmeas de Nova York a 11 de setembro de 2001. O mesmo esquema é usado pelos homens-bomba do mundo islâmico. Homens e mulheres, na idade madura ou na adolescência, carregam uma bomba colada ao corpo e a detonam no meio de grupos. Isto faz parte da Guerra Santa dos muçulmanos. Quem morre nesse tipo de ação, diz o Corão, vai diretamente ao paraíso de Alá. Os mortos, sem nome, desconhecidos, que estão no lugar errado, no momento errado, na lógica do terror, vão para o inferno.
Na história da humanidade, muitas vezes aparece o nome de Deus como patrocinador de guerras. Até o Antigo Testamento colabora: “A bandeira de Javé em mãos! Javé está em guerra contra Amalec de geração em geração” (Ex 17,16). Na história da Igreja são recordadas as Cruzadas – Deus o quer! – embora existissem outros interesses envolvidos.
O ódio, as guerras, as perseguições continuam hoje. Com um agravante: tudo isso é atribuído a um Deus que é comum às denominações cristãs. Em nome de Deus se odeia, se exclui e se faz a guerra; em nome de Deus se amaldiçoa e se inventam mentiras e calúnias.
Não podemos legitimar tudo, dizendo que Deus é um só. E nessa lógica, todas as religiões, todas as práticas, todas as atitudes morais parecem justificadas. Deus é um só, mas as imagens que fazemos de Deus são muitas. Com ironia, Voltaire dizia: assim como Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, o homem vinga-se criando um deus à própria imagem e semelhança. Certas “teologias” que se dizem de Deus, só podem partir do demônio. Uma religião que odeia e mata só pode ser demoníaca.
Jesus de Nazaré é a nossa referência. Jamais pregou a guerra, o ódio, nem mesmo contra os dominadores romanos. Ele acolheu a todos, inclusive pecadores públicos, prostitutas e toda categoria de excluídos. Nunca excluiu ninguém. Pediu que perdoássemos “setenta vezes sete vezes” (Mt 18,22). Mas nem isso é suficiente. Só é discípulo de Jesus aquele que se propõe a seguir a Lei do Amor de maneira absoluta, amando até o inimigo.

CADA DIA É NOVO E ÚNICO.

A vida humana é um instante no fluir do tempo, mas esse instante é de absoluta importância para nós. São as nossas decisões de cada dia que vão tecendo e preparando a definitiva decisão. O que marca a nossa condição humana é a vigilância de quem se sente sempre diante do horizonte da morte. É ela que confere um caráter de transcendência e irrepetibilidade às nossas ações. Mesmo fazendo as mesmas atividades diárias, nada repetimos. Cada ato é novo e cada dia é novo e único.

Pensando no limite do agora somos também chamados a pensar no que vem depois. O depois será tão melhor quanto mais o agora for assumido e vivido com criatividade, dinamismo e amor. De agora em agora, vamos passando para o depois e a partir do agora e do depois edificamos um viver que se projeta para a plenitude na eternidade. O merecido e verdadeiro título de “imortal” não parece ser aquele que a cultura consagra. Imortal é quem procura edificar com amor uma existência doada à causa da vida.
Creio ser justo pensarmos no limite de nosso agora, não para lhe dar pouco valor, mas para entendê-lo e acolhê-lo como dom precioso, único e irrepetível e como responsabilidade de nossa liberdade. Serei agora os meus sonhos de amanhã e serei amanhã o que plantei agora.



FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS, UM GRANDE E RENTOSO NEGÓCIO

O crescimento do mercado brasileiro de flores e plantas ornamentais deve ser 10% maior neste ano em relação a 2010. O desempenho do setor é bem acima do PIB, previsto para crescer até 4% ao fim de 2011. Com esse desempenho, a movimentação financeira gerada por flores e plantas deve ficar entre R$ 4,18 bilhões (estimativa da Ibraflor) e R$ 4,4 bilhões (cálculo da Câmara Setorial Federal de Flores e Plantas).

O setor deve atingir de R$ 4,18 bilhões a R$ 4,4 bilhões, “impulsionado pela abertura de novos pontos de vendas, pelo emprego de tecnologia no desenvolvimento de produtos e pelo aperfeiçoamento do sistema de refrigeração durante o transporte e entrega”, afirma o presidente do Ibraflor, Cornelis Petrus Theodorus Schoenmaker, ou Kees Schoenmaker (como é conhecido).
No Brasil, existem 7,2 mil produtores de flores e plantas, destaca a presidente da Câmara Setorial de Flores e Plantas, Sílvia Van Rooijen. “O mercado produtor deve movimentar cerca de R$ 700 milhões nesse ano, o mercado atacadista mais R$ 1,1 bilhão e o varejista, R$ 2,6 bilhões”.
São produzidas, no país, mais de 350 espécies com cerca de 2,5 mil diferentes variedades. O setor é responsável pela geração de aproximadamente 194 mil empregos diretos, dos quais 49,5% estão ligados à produção, 3,1% à distribuição, 39,7% ao varejo e 7,7% em outras funções.

SE NÃO FISCALIZAR DE QUE ADIANTA TOLERÂNCIA ZERO?

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, na semana passada, projeto de lei que considera crime dirigir sob efeito de qualquer teor de álcool. O texto, que passou em caráter terminativo, também acaba com a obrigatoriedade do teste do bafômetro para comprovar a embriaguez do motorista e ainda aumenta as penalidades para infratores - hoje de seis meses a três anos de detenção.

A proposta, que segue para a Câmara, estabelece tolerância zero de álcool para os motoristas brasileiros. Atualmente, a margem é de dois decigramas de álcool por litro de sangue.
Toda medida voltada à redução de mortes no trânsito é bem-vinda. E muitas vezes são necessárias providências drásticas, até radicais, para superar um problema. Por isso, não se deve condenar a decisão do Senado - e esperar que ela seja mantida pelos deputados federais.
Ao mesmo tempo, é preciso realçar que por mais abrangente e vigorosa que seja a lei, seus efeitos dependem de infraestrutura de fiscalização. Uma legislação só se torna eficaz se ela for respeitada. E, nesse aspecto, o Brasil tem um histórico de exemplos negativos.
Por diversas vezes, sob o calor de uma comoção, criam-se leis, aprovadas e sancionadas de afogadilho - e logo esquecidas. A própria Lei Seca (nº 11.705, de junho de 2008) está ameaçada. Pelo menos em seu principal objetivo: diminuir os acidentes de trânsito causados por motoristas embriagados. No primeiro mês de sua vigência, o número de acidentes nas estradas encolheu 63%. Mas as estatísticas retomaram o crescimento, com 38.273 mortes no trânsito em 2008, 38.740 em 2009 e 40.610 no ano passado. Os dados provam que sem fiscalização a lei é ignorada. E nesse caso significam vidas. Intolerância é admissível como atitude extrema, mas que venha acompanhada de condições para que a legislação realmente seja cumprida.