terça-feira, 15 de novembro de 2011

OS DESAFIOS DE UMA SUPERPOPULAÇÃO

Os dias 12 de outubro de 1999 e 31 de outubro de 2011 são dois marcos do crescimento demográfico da Terra. No primeiro, o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) nomeou um recém-nascido na Bósnia como o habitante de número 6 bilhões; no segundo, nasceu Danica May Camacho, em Manila, nas Filipinas, que carrega consigo o título de ser humano número 7 bilhões do mundo. Disputas a parte, chama atenção a velocidade com que chegou ao mundo mais um bilhão de pessoas: 12 anos. A humanidade levou milhares de anos para atingir o primeiro bilhão de habitantes (em 1800), outros 123 anos para ultrapassar o segundo bilhão, 32 anos para alcançar o terceiro... (observe quadro) e agora leva um pouco mais de uma década, mesmo tempo entre o quinto e o sexto bilhão. Nesse ritmo, chegaria a 2100 com perto de 15 bilhões de pessoas. Mas as projeções indicam outro número.
O planeta tende a possuir 8 bilhões de pessoas em 2024 e 10 bilhões na virada do século. Um fator será determinante para esse encolhimento: a taxa de fecundidade. Há 40 anos, cada mulher tinha em média de cinco a seis filhos; hoje a média baixou para 2,6 – será de 2,3 em 2024. No Brasil é de 1,94, e não para de cair. Outro dado ilustra esse quadro: o número de bebês nascidos por minuto, que é de 148, despencará para 76 em 2045.
Como essa queda não é padronizada, o crescimento demográfico seguirá diferenciado. A ONU constata que 97% dos bebês nascem em países em desenvolvimento. Em regiões da África, por exemplo, a média de filhos por mulher beira os cinco – por isso a população do continente, que era de um bilhão em 2009, atingirá 2 bilhões em 2044; a Ásia, que concentra 60% da população, continuará se destacando – atingirá 5,2 bilhões. Ou seja: a superpopulação será marca desses dois continentes. O ritmo de nascimento, mesmo para eles, começará a diminuir em meados deste século.
Perfil - As características do habitante da Terra também sofreram alterações. A proporção de crianças na população encolheu de 37%, em 1960, para 27%, hoje; já a de idosos subiu de 8% para 11% em igual período. Crianças e jovens com até 25 anos representam 43% da população total. Já as pessoas com mais de 60 anos somam 893 milhões – devem chegar a 2,4 bilhões em 2050
O envelhecimento do planeta conduz a outra preocupante projeção: menos gente produzindo. Atualmente, existem oito adultos na ativa para cada idoso – dentro de meio século serão quatro. O aumento da população de idosos, detectado inicialmente na Europa, se alastrou e avança pelos países emergentes. O desafio é geral. Essa realidade levou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao celebrar a marca de 7 bilhões de habitantes, a convocar a família a trabalhar para que o futuro seja melhor do que o atual “mundo de terríveis contradições” . “Hoje recebemos o bebê de 7 bilhões. Com isso, devemos reconhecer nossa obrigação moral e pragmática de fazer o correto”, afirmou. E acrescentou: “Hoje não é o dia de um só recém-nascido ou de uma geração, mas um dia de toda a família”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário