terça-feira, 15 de novembro de 2011

REDUZIR O CONSUMO DEVERÁ SER A META PRINCIPAL

A pergunta tem 12 mil anos, quando o homem abandonou a caça e a coleta em favor do arado e do cultivo do solo; mas tornou-se mais incisiva desde meados dos anos 1970, quando o mundo superou os 4 bilhões de habitantes: como alimentar toda essa gente? A resposta tem sido positiva, com a produtividade rural multiplicando-se por três vezes e meia nessas quatro décadas. A distribuição desigual, no entanto, deixa cerca de um bilhão de famintos. O salto necessário para 2055, quando o planeta terá 9 bilhões de pessoas, é crescer mais 66%. Em tese, um pulo atingível. Nada, porém, que assegure prato cheio para todos, na medida em que a má distribuição tende a ser mantida. Mais do que isso: tudo indica que a fartura acabou e que vem aí uma iminente crise de alimentos – o salto nos preços dos gêneros alimentícios nos últimos anos já emitiu alerta.

Água - Embora, no fundo, a alimentação seja o desafio crucial, há outros de grande importância, que se não forem vencidos poderão comprometer o futuro da humanidade. Um deles refere-se à água. O planeta não produz água nova – o volume atual disponível é o mesmo de um milhão de anos atrás. Em tese, há água suficiente para todos – e mais a agricultura (consome 75% do total) e a indústria. O problema é o aumento dos níveis de poluição, que contaminam fontes e reduzem a capacidade de fornecimento. Como a cada ano mais 80 milhões de pessoas passam a abrir as torneiras, muitas delas começam a secar.
À água deve-se somar outros itens: solos erodem cada vez mais, geleiras derretem com o aquecimento global, os estoques de pesca estão prestes a se esgotar, florestas tombam, o buraco na camada de ozônio cresce... No total, estudos mostram que para atender os 7 bilhões de habitantes da Terra são necessários 19 bilhões de hectares de terra e de água. Porém, a superfície do planeta dispõe de apenas 13,4 bilhões de hectares de terras produtivas e água potável. Em outras palavras, a humanidade usa 50% a mais do que a Terra pode fornecer. Com 10 bilhões de pessoas, haverá colapso. Única forma de evitá-lo: reduzir o ritmo do consumo para que o planeta readquira as condições de repor o que lhe é tirado. Isso representa menos automóveis andando, menos desmatamento, menos lixo, menos poluição... Como a classe média vem se expandindo, e com ela o maior poder de compra, desfazer esse cenário consumista será o grande desafio das próximas décadas.



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