sexta-feira, 4 de novembro de 2011

RODOVIAS: UM RETRATO POR TODO O PAÍS

Mais do que um diagnóstico das rodovias pavimentadas do Brasil, a pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada na semana passada oferece um retrato amplo da realidade do país, com suas mazelas e carências. Começa pelas deficiências no transporte, problema que compromete a competitividade das empresas, eleva o risco de desperdício de alimentos, afeta diretamente o bolso do consumidor e contribui para aumentar os índices de mortes no trânsito.
Ao avançar no tema, o trabalho aponta a necessidade de investimentos elevados, na faixa dos R$ 200 bilhões, apenas para deixar essas rodovias em boas condições. Mais do que isso, detecta que os recursos vêm sendo aplicados de forma equivocada e encontra um problema gerencial que precisa ser equacionado logo. Qualquer semelhança com outras áreas do governo, como saúde e educação, não são meras coincidências.
A regionalização dos dados expõe outro quadro muito comum, marcado pela desigualdade. As piores rodovias estão no Norte; 90% das melhores cortam São Paulo. E, como em levantamentos anteriores, a concessão de pedágios surge como solução - praticamente todas as estradas em boas ou ótimas condições são pedagiadas. A cobrança até pode resolver, desde que não permita a exploração, identificada em muitos postos, por exemplo, do Rio Grande do Sul.
Por fim, a pesquisa indica que o crescimento econômico e social do Brasil está ameaçado pela precariedade das rodovias. Este risco é real, preocupante e merece toda a atenção dos governantes. Um colapso no transporte desmontaria todos os programas de desenvolvimento em execução. Investir com critérios e competência nas rodovias é obrigação, mas que não se perca de vista também outras opções, como os transportes ferroviário e hidroviário.



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