quarta-feira, 9 de novembro de 2011

POBREZA NO RIO GRANDE DO SUL É UM GRANDE DESAFIO

No dia 1º deste novembro, a Câmara Temática das economias do campo do CDES, com o apoio da Fundação Estadual de Estatística, promoveu um debate, aberto ao público da Feira do Livro, sobre a desigualdade social e a pobreza no Rio Grande do Sul.

Os dados estatísticos sobre o problema, que a Doutora Clitia Helena Martins e o Doutor Marcos Wink, pesquisadores da FEE, exibiram e criticaram, visando ouvir manifestações do auditório, são reveladores de uma realidade social extremamente grave, desafiando providências inadiáveis, tanto por parte do governo deste Estado e do Conselhão, quanto por parte da sociedade civil que aqui vive .
Por mais que se discuta a adequação, ou não, dos índices reconhecidos internacionalmente como de extrema pobreza (pessoa que ganha menos de US1,25 diários de renda ou menos de R$ 70,00 mensais na nossa moeda, dependendo da cotação do dia) e da pobreza relativa para a pessoa que ganha um pouco menos do que o dobro disso, o impacto dessa realidade, presente em alguns municípios do Estado, provocou várias manifestações das/os presentes, algumas relacionadas com as causas dessa inaceitável injustiça social e outras propondo, inclusive, possíveis soluções.
Em Redentora, Lajeado do Bugre e Benjamin Constant, por exemplo, 29,7% 29,1% e 19,9% das populações locais, respectivamente, sofrem de pobreza extrema, existindo outros sete (São Valério Do Sul, Jacuizinho, Vicente Dutra, Engenho Velho, Derrubadas, Santana da Boa Vista, Jaboticaba) que, embora em percentuais pouco inferiores, enfrentam a mesma penúria, conforme o censo de 2010. Até Porto Alegre deve-se envergonhar, pois tem 3,1% do seu povo aí enquadrado.
Assim, deixa-se aqui uma sugestão à Câmara Temática das Economias do  Campo do CDES como, talvez, um dos efeitos do encontro realizado no dia 1º deste mês. Se “todo o ponto de vista é a vista de um ponto” e existe um “lugar social” onde este ponto pode ser localizado, conviria uma visita desta Câmara ao ponto do Estado onde mais visível se encontra a pobreza, suas causas e seus efeitos: o município de Redentora. Lá se conferiria, materialmente, à vista dos problemas locais, com audiência direta da população pobre, em que medida pode a Câmara colaborar com as políticas públicas do Estado e as iniciativas da sociedade civil em favor da erradicação da pobreza e da miséria. Se o governador e, ou, algum/a integrante do seu secretariado quiserem nos acompanhar, melhor. Com uma denominação como essa Redentora não pode continuar precisando de redenção. 

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