quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O IMPÉRIO NÃO CONTRA-ATACA

Há um ano apenas, quem, em sã consciência, poderia imaginar mudanças estruturais tão significativas no destino de governos e de povos como os do Egito, da Tunícia, da Líbia, do Iêmen e da Síria?

As populações dos cinco países mencionados chegam a 149.000.000 de seres humanos. Para efeito comparativo, esses números, frios e sem rostos, equivalem aos habitantes somados de 30 Noruegas ou de 37 Uruguais. Embora forme um contingente populacional impressionante, constatamos quão desolador é o somatório de seu Produto Interno Bruto (PIB), que em 2010 atingiu não mais que o raquítico montante de US$ 426 milhões, inferior ao PIB da Suécia (US$ 458 milhões) que tem uma população de apenas 9.045 mil habitantes. Em números redondos, os países que nos últimos meses “ouviram pés de pombo” em seu solo possuem população total superior a 16 Suécias.
Neste contexto, bem poderíamos atualizar para os dias atuais a frase que Shakespeare colocou na boca do príncipe Hamlet: “Há algo de podre no reino da Dinamarca” para algo como “Há algo de podre, muito podre, na Ordem Mundial prevalecente”.
À diferença da saga de ‘Guerra nas Estrelas’ (Star Wars, 1977, Steven Spielberg/George Lucas) é que torna-se bem pouco provável que se leve ao palco da realidade mundial alguma sequência que que tenha como título “O Império contra ataca”. Por que, à diferença dos ideais que sempre impeliam Luke Skywalker, o Império que sempre fora embalado pela pujança econômica, literalmente faliu: a dívida pública dos Estados Unidos, que em 11 de setembro de 2001 chegada a US$ 14,71 trilhões, é bastante superior ao volume de seu Produto Interno Bruto que, em dezembro de 2010, não passava de US$ 14,66 trilhões. Figurando como uma dessas ironias da História, o fato é que o Império que desde 1959 submete Cuba a um brutal bloqueio econômico, é o mesmíssimo Império que tem como seu maior credor a China, país de história milenar que ostenta reservas superiores a US$ 3 trilhões.

E, tenho plena convicção, que surgirá do embate entre essas duas realidades emergentes, em não mais que uma dúzia de anos, finalmente, a percepção de que a unidade da humanidade, além de possível, além de constituir anseio de passadas gerações, restará sendo a única alternativa possível à sobrevivência de nossa espécie.

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