sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O BOM É IR SUPERANDO A INDIFERENÇA

Creio firmemente que não se deva falar muito do mal. Quanto possível devemos iluminar o bem, ou a possibilidade de seu triunfo. Porém há alguns males tão sutis que nem parecem alarmantes, mas vão minando as nervuras de um corpo sadio e bom. Há males agressivos que causam reações de combate. Logo procuramos reprimi-los ou impedir seu avanço.

Achei por bem usar como título “superando a indiferença”, para tentar pensar com os leitores um caminho de atenção e um posicionamento justo. Cheguei até consultar dicionários para buscar uma definição da palavra “indiferença”. Todos coincidem afirmando sua origem do latim indifferentia e clareando alguns de seus significados, como: apatia, desleixo, insensibilidade. Até filósofos se preocuparam em definir a indiferença no indivíduo, como uma liberdade incapaz de tomar decisões diante de muitas ações possíveis.
Seja como for, a indiferença ronda silenciosa em muitas vidas e cria cenários de paralisia, anulando esperanças e complicando relacionamentos. Mais do que combatido, o mal da indiferença precisa ser superado. Indiferença é um mal sem rosto e uma ameaça sem nome. Há quem diga que esse é o pior mal que vai perpassando a nossa sociedade atual, não só no campo religioso, mas também político, econômico e afetivo.
Para sentir como é ruim a indiferença basta conviver com indiferentes. Conheço pais que dão a vida pelos filhos e quando tentam lhes dar uma sugestão, não são ouvidos. Na convivência do dia a dia fazem a greve do silêncio e não se importam por nenhuma situação de suas vidas, nem mesmo na doença. O contrário também acontece, quando pais fazem de conta que seus filhos não precisam de um abraço, de um carinho, de uma atenção, de um aconchego, de cuidado.
Há males que causam morte súbita. Outros persistem e matam a curto prazo. A indiferença, porém, é um mal que se arrasta lentamente e vai levando o melhor da vida, podendo deixar mortos vivos, sem nenhuma esperança.
Lembro de ter lido numa famosa revista de teologia um tratado sobre a indiferença religiosa. Ali se afirmava que esta é pior que o ateísmo. O ateu, diante da pergunta sobre Deus, na teoria ou na prática, preocupa-se em negar. O indiferente nem sequer pergunta se existe ou não. Vive como se Deus não existisse. Consequentemente, despreza a iniciativa do amor de Deus e nega sua atuação.
Só mesmo aceitando um processo de conversão, isto é, de adequação ao Evangelho da vida, é possível superar a indiferença e estabelecer um novo dinamismo e um novo sentido ao viver e ao conviver de cada dia. Senhor, livrai-nos da indiferença que pode atingir e contagiar qualquer pessoa.

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