quarta-feira, 9 de novembro de 2011

INCAPAZES DE CONVIVER

O desavisado lê o livro de um ateu inteligente e cheio de perguntas e dúvidas e passa a dizer que Deus não existe. Depois lê o de um teólogo crente, inteligente e cheio de argumentos e passa a dizer que Deus existe. Lê um agnóstico bem informado e, outra vez, balança entre o crer e o não crer. Não tendo um conceito claro de teísmo, de ateísmo, de paganismo, de cristianismo, nem noção serena do conceito de Deus, sua mente balança a cada novo argumento.

Para aquele que chegou à certeza de que Deus não existe, não lhe resta senão planejar a sua vida sem Deus; não há um depois, nem houve um antes. Tentará viver bem, morrerá, e tudo acabará, restando apenas suas memórias.
Para aquele que crê que houve um antes e haverá um depois, a vida tomará o rumo do agora em função de um depois maior e melhor. Mas ambos, ateus e crentes, precisarão de um tipo de sabedoria que os ajude a conviver com pessoas que pensam diferente, porque o mundo está cheio de gente que se importa com a existência de Deus, gente que não se importa, gente que age como se Deus existisse e gente que vive sem precisar de religião.
Muitos, que duvidam da existência de Deus, são pessoas de caráter e de agradável convivência. Também muitos dos que dizem crer em Deus são gente boa, pessoas de caráter e de agradável convivência. Depois há os outros: o ateu intolerante e o crente intolerante. Estes, sim, precisarão ter muita sabedoria, porque viver de negações e afirmações peremptórias, sem diálogo de espécie alguma não parece um caminho inteligente.
Não apenas não parece: não é!



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