sábado, 12 de novembro de 2011

SOBRE OS SETE BILHÕES DE CONVIDADOS

Foi Thomas Malthus (1776-1834) quem primeiro chamou atenção sobre o desequilíbrio entre população e alimento. O mundo havia chegado à cifra emblemática de um bilhão de habitantes e o pastor inglês observou que a população crescia em proporção geométrica e os alimentos, em escala aritmética.
Agora, com certa euforia e muita preocupação, a opinião pública foi informada do nascimento do bebê de número sete bilhões. A taxa de natalidade, nos últimos anos, decresceu, mas a média de idade subiu. Isto faz com que a cifra de oito bilhões chegue em apenas doze anos, em 2024.
Estes sete bilhões estão distribuídos de maneira desordenada pelos continentes. O mundo está dividido entre ricos e pobres, entre super saciados e famintos. Um único cidadão de um país rico chega a consumir o equivalente a 30 africanos. Estamos diante de sete bilhões de convidados à festa da vida, mas não parecemos capazes de providenciar alimentos. Além do pão, os convidados têm direito à saúde, educação, energia, emprego, direitos e liberdade. O palco de acolhida é a velha Terra, cada vez mais esgotada.
Isto exige um avanço em duas direções. Cada ser humano tem de consumir menos e os dirigentes do mundo precisam tomar medidas urgentes para otimizar os recursos existentes. Mahatma Gandhi (1869-1948), profeta da paz e dos pobres, dizia: “No mundo há riqueza suficiente para satisfazer as necessidades de todos, mas não para alimentar a ganância de cada um”. Contrariando Malthus, o economista Julian Simon (1932-1998) sustenta que existem saídas tecnológicas.
A humanidade precisa entender que é a hora de abandonar a política do poder e da guerra e canalizar os recursos existentes para agricultura, educação e saúde. O bebê de número sete bilhões está chorando. De fome! Ele foi convidado e tem direito de ser acolhido.

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