segunda-feira, 21 de novembro de 2011

PREFEITOS DISCUTEM DANOS QUE BARRAGEM PODEM TRAZER AO RIO URUGUAI

Os impactos ambientais decorrentes da usina hidroelétrica de Itapiranga, projetada entre os municípios de Pinheirinho do Vale, no Rio Grande do Sul, e Itapiranga, em Santa Catarina, levaram centenas de pessoas, entre elas vários prefeitos e lideranças, ao município de Barra do Guarita (RS), na sexta 11, para a audiência pública.

O objetivo da audiência foi identificar e analisar os danos causados pela construção de barragens ao longo do rio Uruguai. “O Ibama expediu um termo de referência para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), determinando as compensações pela futura construção da UHE Itapiranga”, explica Voltaire Thiesen, membro da Comissão de Estudo e Acompanhamento da Usina Hidrelétrica (CEA).
Os municípios de Barra do Guarita e Derrubadas, por estarem há quatro quilômetros da área onde será construída a barragem, reivindicam sua inclusão no estudo - em Derrubadas está localizado o Salto do Yucumã, a maior queda longitudinal de água do mundo.
Para isso, os prefeitos obtiveram liminar, em ação junto ao Ministério Público Federal, que suspende o processo de licenciamento ambiental à usina até que seja feita perícia técnica para analisar a regularidade do termo de referência. “Os ecossistemas do rio Uruguai encontram-se em um processo acelerado de fragmentação pelo impacto dos empreendimentos hidrelétricos”, diz o prefeito de Barra do Guarita, Cesar Tadeu Paier.
A hidrelétrica deve iniciar as atividades em 2015 e terá capacidade para gerar 725 MW. O investimento é da ordem de R$ 2 bilhões, com verbas do PAC. “A barragem trará para um rastro de destruição, como ocorreu aos municípios atingidos pelas outras sete barragens construídas na Bacia do Rio Uruguai”, reforça Paier.
MAB - Para o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), obra não irá ameaçar apenas os quatros municípios gaúchos (Pinheirinho do Vale, Caiçara, Vicente Dutra e Vista Alegre) e três catarinenses (Itapiranga, São João do Oeste e Mondaí), como era o previsto, mas mais municípios dos Estados envolvidos.
De acordo com estudo do MAB, realizado no ano de 2009, se a barragem for construída, a transformação do movimento econômico na região terá perda de R$ 128 milhões anuais nos municípios, “o que trará instabilidade às administrações municipais e estaduais.”



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