Os impactos ambientais decorrentes da usina hidroelétrica de Itapiranga, projetada entre os municípios de Pinheirinho do Vale, no Rio Grande do Sul, e Itapiranga, em Santa Catarina, levaram centenas de pessoas, entre elas vários prefeitos e lideranças, ao município de Barra do Guarita (RS), na sexta 11, para a audiência pública.
O objetivo da audiência foi identificar e analisar os danos causados pela construção de barragens ao longo do rio Uruguai. “O Ibama expediu um termo de referência para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), determinando as compensações pela futura construção da UHE Itapiranga”, explica Voltaire Thiesen, membro da Comissão de Estudo e Acompanhamento da Usina Hidrelétrica (CEA).
Os municípios de Barra do Guarita e Derrubadas, por estarem há quatro quilômetros da área onde será construída a barragem, reivindicam sua inclusão no estudo - em Derrubadas está localizado o Salto do Yucumã, a maior queda longitudinal de água do mundo.
Para isso, os prefeitos obtiveram liminar, em ação junto ao Ministério Público Federal, que suspende o processo de licenciamento ambiental à usina até que seja feita perícia técnica para analisar a regularidade do termo de referência. “Os ecossistemas do rio Uruguai encontram-se em um processo acelerado de fragmentação pelo impacto dos empreendimentos hidrelétricos”, diz o prefeito de Barra do Guarita, Cesar Tadeu Paier.
A hidrelétrica deve iniciar as atividades em 2015 e terá capacidade para gerar 725 MW. O investimento é da ordem de R$ 2 bilhões, com verbas do PAC. “A barragem trará para um rastro de destruição, como ocorreu aos municípios atingidos pelas outras sete barragens construídas na Bacia do Rio Uruguai”, reforça Paier.
MAB - Para o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), obra não irá ameaçar apenas os quatros municípios gaúchos (Pinheirinho do Vale, Caiçara, Vicente Dutra e Vista Alegre) e três catarinenses (Itapiranga, São João do Oeste e Mondaí), como era o previsto, mas mais municípios dos Estados envolvidos.
De acordo com estudo do MAB, realizado no ano de 2009, se a barragem for construída, a transformação do movimento econômico na região terá perda de R$ 128 milhões anuais nos municípios, “o que trará instabilidade às administrações municipais e estaduais.”
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