quarta-feira, 31 de julho de 2019

PACIÊNCIA LEITOR AMIGO.




O causo a seguir me foi contado como verdadeiro, ou melhor, baseado num fato real, ou seja, provavelmente não aconteceu. Mas a história é boa e resolvi vender o peixe pelo preço que comprei. Tá bom, floreei um pouco, inventei uns detalhes, dei uma demão nas palavras e repasso a você, pacientíssimo leitor, pela módica quantia de uma lida de banheiro.
O digníssimo sabe; "lida de banheiro" é o tempo que se gasta na leitura de um texto na medida exata necessária à, com perdão da palavra, obragem dos subprodutos da digestão. Dito isso, vamos ao causo.
Severino e Antônio trabalhavam, fazia tempo, numa construtora onde começaram juntos. Severino chegou a mestre de obras, Antônio não passou de servente de pedreiro. Talvez por isso, Severino deu de pegar no pé de Antônio. No trabalho e fora dele.
Eram reprimendas públicas, humilhantes, desqualificando Antônio diante dos companheiros de trabalho. Como eram vizinhos também de moradia, as rusgas continuavam no boteco onde iam tomar as pingas do fim de semana, na padaria, até na igreja.
Severino tinha um prazer sádico e cruel em espezinhar o pobre do Antônio.
A coisa piorou quando, durante uma obra, Antônio prendeu a mão na carretilha por onde subia a lata de massa e quebrou três dedos. Severino desancou o pobre. Chamou de burro, incompetente, irresponsável e outros adjetivos não publicáveis. Antônio ouviu a tudo, calado, gemendo sua dor e sua humilhação.
No pronto-socorro os dedos foram colocados no lugar à moda SUS, a mão gessada e expedido o devido atestado de afastamento do serviço por trinta dias, o que motivou nova onda de fúria e impropérios de Severino, quando Antônio lhe levou o documento.
Trinta dias se passaram, Antônio voltou ao médico, enfrentou fila, o gesso foi tirado assim, sem raio-X nem nada, e retornou ao trabalho.
Severino fez pouco caso, ameaçou veladamente, mas readmitiu Antônio, já que mão de obra na construção civil não está sobrando por aí.
Mas... graças ao serviço meia-bomba do médico sem-família (e sem mãe, segundo Antônio), o dedo indicador ficou torto, tortinho da silva, assim, parecendo um gancho, quase um anzol.
Severino quando viu aquilo, deu uma gargalhada estrondosa e não perdoou. Logo só chamava Antônio pelo apelido de Capitão Gancho.
Antônio encolhia a mão, escondia, tanto quanto possível, o dedo torto, mas era, todos os dias, alvo de piadas e motivos de risadas de Severino e seus puxa-sacos. Isso durou um ano e meio, que foi o tempo da obra.
Enfim, trabalho finalizado, era praxe da empresa, no primeiro sábado depois de terminado o serviço, fazer a "festa da cumeeira", queimando uma carne e liberando pinga e cerveja pra peãozada.
Todos estavam lá. Severino, depois de beber umas e muitas, elegeu Antônio como alvo da sua feroz ironia. Era Capitão Gancho prá lá, Capitão Gancho pra cá, ridicularizando o pobre coitado que foi se enchendo de ira, ao mesmo tempo em que se enchia de pinga, até que tudo derramou.
Severino, a certa altura, gritou: "ô Capitão Gancho, me empresta esse dedo torto pra abrir as latas de cerveja!".
As gargalhadas ainda soavam quando Antônio, cego de raiva, pegou uma marretinha que estava sobre uma pilha de tijolos e, ato contínuo, atirou-a na direção de Severino, atingindo-o em cheio, bem na testa.
O susto, o silêncio, o corre-corre para o pronto-socorro. Tarde demais. Severino já chegou morto.
Antônio foi preso, denunciado por homicídio qualificado por motivo torpe e, meses depois, foi a julgamento.
Sem dinheiro, sem recursos, a vida em frangalhos, foi-lhe designado um defensor público para representá-lo, rapaz novo, advogado recém-formado, mas que teve o cuidado de conversar com Antônio, ler com atenção todo o processo, ouvir seus colegas de trabalho, visitar sua família, enfim, saber a história que estava por trás daquele caso que, para muitos, seria, apenas, mais um caso.
No dia do julgamento, o juiz abriu a sessão, o promotor apresentou a acusação e o advogado iniciou assim a sua fala:
"Meritíssimo senhor juiz, excelentíssimo senhor promotor, nobilíssimo corpo de jurados, digníssimos presentes; ao longo desse julgamento vou demonstrar ao meritíssimo senhor juiz, ao excelentíssimo senhor promotor, ao nobilíssimo corpo de jurados e aos digníssimos presentes que o meu cliente cometeu o crime movido por violenta emoção, o que lhe turvou o raciocínio, impedindo-o de ter controle sobre seus atos,como o excelentíssimo senhor promotor, o nobilíssimo corpo de jurados e os digníssimos presentes poderão constatar nas provas dos autos".

O promotor fez nova intervenção, ressaltando a banalidade do crime.

Ao que respondeu o advogado: "Meritíssimo senhor juiz, excelentíssimo senhor promotor, nobilíssimo corpo de jurados, digníssimos presentes, muitas vezes, o que é banalidade para uns pode ser insuportável para outros".
Um murmúrio de incômodo, impaciência e mal-estar percorreu a sala do tribunal.
O promotor insistiu: "tirar uma vida por causa de uma brincadeira? Não é um crime hediondo? Matar alguém por razões tão banais?".
O advogado: "Meritíssimo senhor juiz, excelentíssimo senhor promotor, nobilíssimo corpo de jurados, digníssimos presentes, não é banalidade ser perseguido e humilhado, todos os dias, dentro e fora do trabalho, como vou demonstrar através das respeitabilíssimas testemunhas que irei apresentar ao meritíssimo senhor juiz, ao excelentíssimo senhor promotor, ao nobilíssimo corpo de jurados e aos digníssimos presentes...".
O juiz, exasperado, interrompeu-o: senhor advogado, peço que seja objetivo na sua fala. Não é necessário ficar repetindo tantos adjetivos para dirigir-se ao tribunal. Na verdade, está apenas excedendo nosso precioso tempo e irritando todos os presentes...".
"Vejam bem, meritíssimo senhor juiz, excelentíssimo senhor promotor, nobilíssimo corpo de jurados, digníssimos presentes. Em poucos minutos, durante os quais só lhes dirigi palavras respeitosas e dignas, consegui irritar a todos. O meu cliente, por mais de um ano, foi perseguido pela vítima com todo tipo de agressões verbais sintetizadas no apelido de Capitão Gancho. Era ou não era pra perder a estribeira?".
Antônio foi absolvido por unanimidade.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

A TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS

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Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma experiência de psicologia social. Deixou duas viaturas abandonadas na via pública, dois veículos idênticos, da mesma marca, modelo e até cor. Um deixou no Bronx, uma zona pobre e conflituosa de Nova York e a outra em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da Califórnia. Dois  veículos idênticos abandonados, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada local.

Resultou que o veículo abandonado no Bronx começou a ser vandalizado em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, o veículo abandonado em Palo Alto manteve-se intacto.

É comum atribuir à pobreza as causas de delito. Atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras, (da direita e da esquerda). Contudo, a experiência em questão não terminou aí. Quando o veículo abandonado no Bronx já estava desfeito e o de Palo Alto estava há uma semana impecável, os investigadores partiram um vidro do automóvel de Palo Alto.

O resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o de Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre.
Por que o vidro partido o veículo abandonado num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso? Não se trata de pobreza. Evidentemente é algo que tem que ver com a psicologia humana e com as relações sociais.

Um vidro partido num veículo abandonado transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação que vai quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras, como o "vale tudo". Cada novo ataque que o veículo sofre reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores, se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional.

Em experiências posteriores (James Q. Wilson e George Kelling), desenvolveram a 'Teoria das Janelas Partidas', a mesma que de um ponto de vista criminalístico conclui que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores. Se se parte um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão partidos todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gerará o delito.

Se se cometem 'pequenas faltas' (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar-se um semáforo vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e logo delitos cada vez mais graves. Se se permitem atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando estas pessoas forem adultas.

Se os parques e outros espaços públicos deteriorados são progressivamente abandonados pela maioria das pessoas (que deixa de sair das suas casas por temor a criminalidade) , estes mesmos espaços abandonados pelas pessoas são progressivamente ocupados pelos delinquentes.

A Teoria das Janelas Partidas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metrô de Nova York, o qual se havia convertido no ponto mais perigoso da cidade. Começou-se por combater as pequenas transgressões: graffitis deteriorando o lugar, sujeira das estacões, alcoolismo entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens. Os resultados foram evidentes. Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.

Posteriormente, em 1994, Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, baseado na Teoria das Janelas Partidas e na experiência do metrô, impulsionou uma política de 'Tolerância Zero'. A estratégia consistia em criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana. O resultado prático foi uma enorme redução de todos os índices criminais da cidade de Nova York.

A expressão 'Tolerância Zero' soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança. Não se trata de linchar o delinquente, nem da prepotência da polícia, de fato, a respeito dos abusos de autoridade deve também aplicar-se a tolerância zero.

sábado, 27 de julho de 2019

DE REPENTE


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O movimento popular que tomou as ruas do Brasil nos últimos dias foi uma surpresa para todo mundo. Nenhum especialista, comentarista ou analista político sequer chegou perto de prever qualquer coisa em relação ao rastilho de pólvora que, de repente, não mais que de repente, levou à explosão de uma revolta popular, até então restrita a conversas de boteco, comentários e curtições nas redes sociais.
Tal mobilização, além da surpresa, trouxe muitas novidades. Algumas bem-vindas, saudáveis e necessárias, outras preocupantes. No quesito "bem-vindas", coloco a participação popular ampla, geral, irrestrita e espontânea. O povo, nas ruas, se recusou à manipulação de quem quer que fosse. Àqueles que cobravam do movimento um foco, uma bandeira, uma organização, as ruas responderam, dizendo:


"A bandeira somos nós! O foco é questionar o desprezo geral das chamadas "autoridades" em relação àqueles que as elegem e sustentam: o povo, o cidadão, o contribuinte. Pagamos uma das mais altas cargas de impostos do mundo e recebemos, em troca, serviços públicos que traduzem um total desrespeito pela população!".

Dito isto, outras novidades surgiram: jovens, até então recolhidos ao mundo virtual das redes sociais, de repente, não mais que de repente, "saíram do Facebook", como diziam alguns cartazes e palavras de ordem nas passeatas e foram às ruas depois de mais de vinte anos. A última vez tinha sido em 1992, quando os cara-pintadas ajudaram a defenestrar Fernando Collor da presidência. Desde então, a não ser por alguns grupos restritos, espasmódicos; professores, funcionários públicos, categorias em greve; as ruas eram apenas espaço reservado a congestionamentos.


De repente, não mais que de repente, uma multidão animada, bem-humorada, crítica e contundente ocupou as ruas sob um slogan geral, curto grosso e irrestrito: BASTA!
Mas, junto, veio também o susto e a preocupação com os atos de vandalismo, a violência, os saques, a baderna explícita e sem controle, amplamente divulgados pela mídia, o que faz pensar o meu livre pensar.

Governos, autoridades dos três poderes, quando querem "se dizer" aos cidadãos contribuintes, têm à disposição o talento subserviente da publicidade, dos comerciais pagos por nós, onde tudo é um mar de rosas; ruas de trânsito lépido e fagueiro, postos de saúde com médicos e atendentes solícitos e sorridentes, equipamentos de última geração à disposição de saudáveis pacientes, escolas solares, com alunos e professores felizes da vida...
Em crônica recente, aqui publicada antes das manifestações, eu dizia: "quero me mudar para os comerciais do governo!" Lá, todos vivem felizes para sempre. As ruas vieram dizer que a vida não é um conto de fadas. A vida é FODA! Para uns, mais que para outros...
Famílias e jovens de classe média, que tiveram acesso a uma boa escola (particular), que se valem dos Planos de Saúde quando precisam (que, mesmo sendo um caos, não chegam perto do inferno do SUS), que vão e vêm de carro do trabalho, da escola, que têm acesso a lazer, ou seja, pessoas que têm uma vida, digamos, civilizada, são capazes de "se dizer" de forma civilizada.
Mas... quem é, no dia a dia, brutalizado, agredido, desrespeitado, "se diz" com brutalidade, agressão e desrespeito. Devolve o que sempre recebeu. Quem é tratado como gado no transporte público, como resto, nas escolas sem estrutura, como lixo nos postos de saúde, "diz de sua revolta" detonando e vandalizando os símbolos daquilo que lhes foi negado desde sempre: concessionárias de automóveis, bancos, lanchonetes de luxo.
Não defendo nem justifico a violência e o vandalismo. Ao contrário, lamento profundamente, até porque esse tipo de ação só serve para desviar o foco das verdadeiras, legítimas e pacíficas intenções do Movimento. Lamento, mas compreendo.
Além do mais, em meio a tudo isso, não podemos esquecer que há, também embutido, o oportunismo de bandidos comuns que se aproveitam de um cenário de caos, no qual a polícia parece mais perdida que todos os atores da cena, para fazer o que sempre fizeram: "bandidar".
E nossa polícia, mal paga e mal treinada para lidar com o crime organizado, onde bandido é bandido e cidadão é cidadão, se vê incapaz de enfrentar o crime "desorganizado", a baderna onde tudo e todos se confundem em meio à neblina das bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e sprays de pimenta...
Resumo da ópera: o presidente Jair e seus pares, quando querem se dizer, podem convocar uma rede nacional de emissoras de Rádio e TV, em horário nobre, para difundir suas justificativas, promessas e ideias. O povo tem as ruas. Essa é a grande novidade. O povo redescobriu as ruas. "Ou para a corrupção ou paramos o Brasil!", dizem os novos cara-pintadas.
O desafio é não deixar a onda se diluir e se perder na praia. O horizonte é logo ali, em 2022. Tem Eleição. Tem um País a reconstruir. De repente, não mais que de repente...

quarta-feira, 24 de julho de 2019

O TEMPO DO AMOR É AGORA E SEMPRE.

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Se o apóstolo Paulo vivesse em nossos dias, trabalhasse numa escola ou numa empresa qualquer, fosse casado, tivesse mulher e filhos, enfrentasse a rotina diária do trabalho, do trânsito, dos sustos e medos das cidades e tempos em que vivemos, talvez escrevesse assim a sua Carta aos Coríntios...

Ainda que eu fale mais alto que todos em minha casa ou do meu setor de trabalho, ou use minha posição, cargo ou função para calar as outras vozes, se não tenho Amor, sou como uma sirene estridente ou uma campainha repetitiva e irritante, mas solitária e inútil...

Ainda que eu fosse capaz de prever e programar tudo, organizando e colocando sob meu controle cada detalhe da casa, do escritório, do programa a ser desenvolvido em sala de aula, do meu setor de trabalho, se não tenho Amor, nada disso adiantaria muita coisa...

Ainda que eu me sacrifique no trabalho, dedicando horas e horas de esforço para garantir mais conforto à minha família, ou para agradar meus superiores, mostrando minha competência, habilidades, batendo metas de produtividade, até com o risco de perder minha saúde, se não tenho Amor, sou pouco mais que nada...

O Amor é paciente... mesmo quando a rotina do cotidiano desgasta e exaspera, na monotonia dos erros repetitivos e comuns que acabamos, na convivência diária, conhecendo tão bem.

O Amor é prestativo... não só com aqueles a quem somos subordinados, com o cliente, ou com quem chega de fora, mas em especial com aqueles com quem convivemos no dia a dia mais banal.

O Amor não é invejoso... não transforma as relações em competição e a competição em mágoa ou rancor. Não se ostenta, nem se enche de orgulho, presunção e autossuficiência.

O Amor é generoso, cooperativo, solidário, encontrando alegrias improváveis no ato de servir ao invés de ser servido, nas situações e circunstâncias mais simples do cotidiano.

O Amor nada faz de inconveniente... nem procura apenas seu próprio interesse. Ele sabe que é parte de algo maior, se sente família, equipe, sendo capaz de, mais que viver, de con-viver.

O Amor percebe, acolhe, ouve e valoriza a presença e opinião do outro, respeita sua história, conhece seus limites, admira suas qualidades e as potencializa para o mais, para o melhor...

O Amor é gratuito, natural, espontâneo, de uma generosidade quase infantil, que deveria brotar, transbordar e se espalhar em cada gesto ou palavra. O egoísmo é que deveria nos causar surpresa e estranhamento.

O Amor não se irrita, não guarda rancor... e, talvez, tanto na vida familiar quanto no ambiente de trabalho, aí esteja o maior desafio para o Amor.

Mas, nas crises, nas dificuldades, Ele supera seus próprios limites e é capaz de amar mesmo quando é impossível gostar.

O Amor, então, se faz perdão... no mínimo, um querer bem que ultrapassa qualquer mágoa ou desejo de vingança, pois o Amor tudo desculpa... sem anotar nada “no caderninho” para cobrar depois...

O verdadeiro Amor, tanto em casa quanto no trabalho, se reveste de respeito, busca a Verdade, se alegra com a Justiça. E porque Verdade e Justiça geram confiança, o Amor tudo crê.

E como quem crê tem sempre esperança, o Amor, enquanto tudo espera, constrói ambientes de alegria em si e ao seu redor, pois uma de suas características é a capacidade de oferecer sempre, depois de cada lágrima, a possibilidade do abraço que acolhe, da palavra que consola, do gesto que restaura.

O Amor, enfim, tudo suporta... porque sabe que o insuportável mesmo é viver sem Amor.

Quando éramos crianças, pensávamos como crianças, agíamos como crianças, como crianças nos comportávamos. Bons tempos...

Então, veio a vida com suas exigências e cobranças, seus desafios, seus limites, sua rigidez e suas contradições, fazendo nascer em nosso coração a dúvida e a incerteza,
a insegurança e o temor.

Passamos a ver tudo como que por um espelho, de forma oblíqua, distorcida, ou como que através de uma vidraça embaçada.

Mas, um dia (que pode começar hoje), veremos face a face, conheceremos como nós mesmos somos conhecidos...

E então, quando esse tempo que não tem tempo chegar, tudo vai encontrar seu termo; o conhecimento, o poder dos cargos e dos currículos, a opressão do autoritarismo e da falta de amor, a frieza dos projetos e planejamentos distanciados da realidade, os diplomas e títulos dos quais nos orgulhamos tanto, quando tudo desaparecer, o que restará...?

Não se esqueçam, em nós, foi plantada uma semente de eternidade. Quem plantou foi o Amor. E só o Amor é e será capaz de preencher todos os espaços, superar todos os limites, abrir todas as possibilidades, aqui e agora, pois o Amor jamais passará. O que É não passa. O tempo do Amor é Agora e Sempre!

Em nós mora o Amor, em nosso coração, em nossas palavras e gestos, sonhos e desejos, clama o desejo de amar, pois somos imagem e semelhança do Amor que nos criou.

terça-feira, 23 de julho de 2019

CADA PESSOA LIBERA 2 TONELADAS DE Co2 POR MÊS


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O cálculo leva em consideração o consumo de energia elétrica, de gás de cozinha e o tipo de transporte utilizado. Em relação ao consumo de energia elétrica o consumo médio por pessoa é de 100 KWh/mês, o que gera uma emissão de 0,32 tonelada de CO2. Por ano, a emissão passa a ser de 3,84 toneladas desse gás por habitante. Sobre o consumo de gás de cozinha por pessoa, o levantamento mostra que, no Brasil, a média é de quatro milímetros cúbicos por mês (ou três botijões por ano), o que perfaz uma média de 0,20 toneladas de CO2. por ano, a emissão é de 2,4 toneladas. Por último, a média de combustível fóssil (petróleo e derivados) queimado por habitante, levando em conta que cada pessoa percorre cerca de 850 quilômetros por mês. Em um carro pequeno movido a gasolina, com motor até 1.4, cada pessoa liberaria 1,55 tonelada de CO2 na atmosfera por mês, ou 18,6 toneladas por ano. Resumindo, se uma pessoa consumir esses valores médios de energia elétrica, de gás e de combustível, estará liberando na atmosfera 2,07 toneladas de gás carbônico por mês, em média, ou 24,84 toneladas por ano. Para compensar esses níveis de emissões, a Iniciativa Verde recomenda que cada cidadão plante 14 árvores por mês ou 168 por ano, já que as árvores absorvem o gás carbônico.

Primordialmente o que a gente deveria fazer é consumir menos de tudo. Diminuir desde o nosso consumo de energia elétrica, apagando a luz quando sai de um ambiente, substituindo o nosso chuveiro elétrico por um aquecimento mais eficiente, utilizando mais o transporte público, dando carona para pessoas, tentando otimizar o uso dos recursos naturais, reduzindo o consumo e consumindo de maneira mais consciente".

Estamos falando do consumo e da poluição por pessoa. Mas bem que os Vereadores poderiam aprovar uma lei, obrigando pelo menos, que cada família plante as 168 árvores por ano, ao longo de nossas rodovias e estradas municipais. Viver num município com zero de emissão de CO2 além de ser muito saudável, daria um marketing espetacular.

segunda-feira, 22 de julho de 2019

A LÓGICA NÃO É O LIMITE.


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Quem tem ido a feiras e exposições como Fenasoja, Fenamilho, Expofeira e tantas outras sai de lá dizendo: “É sempre a mesma coisa”. O que muda são os shows, o resto é o resto. Não fossem os shows, todas, ou quase todas seriam um fracasso de público e negócios.

Os comandantes destes eventos tem a tendência a pensar que só é verdadeiro aquilo que os seus olhos veêm. A cultura só progride quando se realizam atos fora do comum. Se combatemos todas as idéias novas e incomuns, perdemos a batalha da concorrência. Nosso país tem ficado para trás porque existem pessoas demais que respeitam a lógica. 


Quem só dá importância àquilo que é valorizado por existir não passa de um imitador,
É preciso coragem para afirmar aquilo que é fora do comum, aquilo que ninguém, acredita. Talvez seja qualificado de “louco”. Num país onde todos são daltônicos, afirmar que o Sol é vermelho ou que determinada roupa é vermelha constitui um ato de heroismo, pois quem assim o fizer será considerado louco por inventar uma cor inexistente. Mas a verdade pode estar com um indivíduo entre milhões, apesar de ser muito difícil a uma só pessoa com visão convencer mil cegos.

 Entendo que temos que pensar no novo. Aquilo que ainda não foi feito. Tem que ousar. Quem se recusa a aceitar o que não é usual e habitual está condenado a repetir insucessos e malogros. Precisamos procurar contribuir para o desenvolvimento da cultura, atentos ao fato de que a logica não deve servir de limite para as nossas iniciativas.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

MENOS É MAIS

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Tenho um amigo, ganha uma boa aposentadoria, mas a sua paixão pelo jogo lhe toma quase tudo que ganha, mas continua jogando e perdendo. Cá com os meus botões sempre o tive como um “Pato”.

E agora descobri, lendo uma reportagem em uma revista que me caiu nas mãos, que menos é mais. Ou seja: As teorias clássicas sobre comportamentos humanos preveêm que um jogador aceitaria qualquer valor. Só que na prática não é bem isso que acontece. O jogador viciado, costuma rejeitar ofertas muito baixas – ele não se importa em ficar sem dinheiro, mas faz questão de prejudicar o adversário. Isso tem uma explicação.

Monitorando o cérebro de voluntários, um grupo de cientistas da Universidade da Califórnia fez uma descoberta surpreendente: As pessoas mais odeiam perder do que amam ganhar. Nas experiências, os voluntários tinham que fazer apostas num jogo em que as chances de vitória e derrota eram iguais. Quando ganhavam, o cérebro aumentava a produção de um neurotransmissor ligado ao bem-estar.  A dopamina, quando perdiam, acontecia o efeito inverso – só que com intensidade maior. Muito maior. 

Em 2002, o psicólogo David Koehnemann, ganhou o premio Nobel de Economia com um estudo mostrando que, para o cérebro, a dor de uma perda é 200% mais forte que o prazer de um ganho. Isso explica o desespero que leva as pessoas a vender suas ações em épocas de baixa, mesmo sabendo que com isso podem estar jogando dinheiro fora.
agora José! 

quinta-feira, 18 de julho de 2019

OTIMISTAS E PESSIMISTAS

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Não deixa de ser curioso observar as diferentes reações do ser humano frente a certos obstáculos. Ao adoecer, algumas pessoas só pensam na recuperação; outras sentem que jamais voltarão a ter saúde. Diante de uma situação de risco, os otimistas decidem enfrentá-la, pois acham que as chances de sucesso são boas; os pessimistas recuam, antevendo a catástrofe. Para começar um namoro, o otimista se aproxima de alguém que despertou seu interesse; o pessimista evita o primeiro passo, imaginando uma rejeição inevitável.

As diferenças não param aí. Se de um lado, há alegria de viver, generosidade, desprendimento, do outro há certa tendência ao egoísmo e à tristeza, às vezes disfarçada de falsa euforia. O otimista está sempre cheio de planos e projetos, é inovador, contagiando com sua esperança as pessoas que o cercam. O pessimista é mais comedido nos gastos e nos gestos, costuma ser conservador, só se interessa por coisas que já foram testadas e agradam à maioria.

Quais serão os fatores que impulsionam o ser humano na direção de um comportamento positivo ou negativo em relação à vida? Vale a pena levantar algumas hipóteses. Antes de mais nada, acredito que não se trate de um mero condicionamento ou hábito de pensar. Quer dizer, não adianta acordar de manhã com a disposição de mudar e de tomar atitudes positivas. Esse tipo de otimismo será falso, superficial e não levará ao sucesso almejado.

Tenho impressão de que há algo de inato em nosso comportamento. Certas pessoas possuem forte impulso vital. Portadoras de uma energia inesgotável, são movidas por um combustível que falta à maioria dos mortais. Nelas, a alegria de viver é transbordante. Nada as deixa tristes e, em certas situações, parecem levianas porque não dão muito peso a sofrimento algum. Esse fenômeno inato provavelmente está ligado à bioquímica de nossas células cerebrais.

Outro fator que predispõe ao otimismo ou ao pessimismo é a avaliação crítica de nosso passado. Por exemplo, se uma pessoa de 40 anos fizer uma retrospectiva de sua vida e concluir que teve progressos indiscutíveis, haverá bons motivos para o otimismo em relação ao futuro. Se, ao contrário, na hora de somar e subtrair, o saldo for negativo, o pessimismo prevalecerá. Essa auto-avaliação não abrange apenas conquistas de ordem material. O que mais interessa é o sucesso como ser humano. Conseguir dominar os impulsos agressivos, ter uma vida sentimental e sexual satisfatória, ser tolerante para com as diferenças de opinião são condições que conduzem ao otimismo.

Finalmente, há um terceiro fator, sem dúvida o mais importante de todos, que orienta nossa atitude. Esse fator é a coragem. Pessoas que não têm medo de ousar tendem ao otimismo. Elas não temem o sofrimento e o fracasso. Sabem que o forte não é aquele que sempre acerta, mas aquele que corre o risco de errar e sobrevive à mais dura queda. Os seres humanos mais felizes suportam bem a dor e costumam ter uma rotina mais criativa e alegre. Seu otimismo leva ao sucesso, pois consideram eventuais derrotas um aprendizado que os tornará ainda mais fortes. O oposto acontece com o pessimista. Ele fica paralisado, não por convicção, mas por medo. Não tem medo porque é pessimista. É pessimista porque tem medo. E assim vai passando pela vida, cada vez mais inseguro e acomodado e - o que é pior - cada vez mais invejoso.

terça-feira, 16 de julho de 2019

UM TEXTO SOBRE O SUCESSO.


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Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como consequência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar.

E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma. A propósito disso, lembro-me uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: “Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo.” E ela responde: “Eu também não, meu filho”.

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar em realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna. Meu segundo conselho: pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e uma elite bréga, sem cultura e sem refinamento, não chega viver como homens.
Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu. Que era ficção, mas hoje é realidade. Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito.

É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro.

Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não sente-se e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia!

Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que aguentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 às 8 e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios.

O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho. Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso.

domingo, 14 de julho de 2019

A VERDADEIRA EDUCAÇÃO CONSISTE NO CULTIVO DO CORAÇÃO.

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A educação é um processo contínuo, permanente de interação, que tem início antes do nascimento do indivíduo, com a educação de seus pais, e dura toda a vida, desenvolvendo-se em instituições específicas e além delas. Nesse encontro com a sabedoria interior, os, educadores, podem ser meros transmissores de informação ou estabelecer como objetivo um verdadeiro conceito de educação. Se assumirem ser EDUCADORES, poderão contribuir para uma mudança social a partir do desenvolvimento individual e coletivo. Para isso, terão que participar da mudança e vivê-la como um desafio essencial. Assim poderão colaborar na construção de uma comunidade harmoniosa, apoiada nos VALORES HUMANOS como base do crescimento pessoal e comunitário.

A vida nesta nossa complexa e comprometida época é difícil porque o desenvolvimento de nossos conhecimentos intelectuais levou-nos a explorar milhões de quilômetros de um espaço até há pouco inexplorado, mas a habilidade e o esforço para explorar um milímetro do nosso próprio espaço interior foram diluídos. 


O educador francês Celestine Freinet disse: “... a ciência constrói robôs que... calculam a uma velocidade vertiginosa e que são capazes de vencer o poder, criando uma grande devastação. Infelizmente, a ciência ainda não conseguiu produzir o homem que pensa não por meio de fios e engrenagens, mas com seu ser sensível, e capaz de determinar o destino dos robôs. Esse ser sensível é que devemos educar, não apenas para criar e animar os robôs, mas para dominá-los e exaltar os elementos de consciência e humanidade que são a grandeza e a razão de ser do Homem”.

Vivemos um momento histórico crucial, em que ainda podemos colaborar para a criatividade, a participação responsável e a cooperação na construção de uma comunidade harmoniosa, baseada em Amor, energia de crescimento e de transformação, respeito, verdade, retidão e justiça. 

Em nosso trabalho cotidiano, precisamos projetar um futuro com sentido e ações diferentes. Respeitar toda expressão de vida e levar à prática a idéia de que “o homem seja irmão do homem” são atitudes resultantes de uma vida sustentada no desenvolvimento dos valores. Quando cada um de nós se pergunta: “A que sociedade aspiro?”, a resposta é unânime:
Todos desejamos uma sociedade solidária, compreensiva, tolerante, justa e participativa.

Um dos espaços para a transmissão de valores poderá ser a escola, desde os balbucios do jardim de infância até a cátedra pós-universitária. Para isso, devemos ter consciência da relevância da atividade diária da aula como um espaço de vivência exemplar e habitual dos valores a que aspiramos e que sejam definidos socialmente. O primeiro passo consiste em dar-nos conta da importância de, como os PROFESSORES, praticam esses valores em todos os momentos, já que são eles que nos dão uma verdadeira qualidade humana.
Nossa sociedade necessita reencontrar o homem e sua essência como objetivo central e, partindo dessa visão, avançar na busca de seu bem-estar e felicidade em interação harmônica com a natureza e o Cosmos.

Só sobreviveremos se aprendermos a elaborar um novo paradigma, no qual cooperar seja mais importante que competir, a igualdade de oportunidades, uma realidade e não um mero enunciado, e em que construamos pontes de união entre os pensamentos e as ações, sem limitar-nos ao nosso relativo ponto de vista. A partir da resolução pacífica dos conluios e do prazer de sentir e viver a paz, semearemos a base para uma Futura Paz Mundial. 

A grande crise que vivemos hoje é ao mesmo tempo uma grande oportunidade para reencontrar a pureza da vida, com a autenticidade e a sinceridade daquelas almas que não se contundiram com o egoísmo e a competitividade de nossa época e que esperam o reencontro do homem com seu Ser Interior. 

Quando aprendemos a viver em nossa essência de Valores Humanos, amamos sem egoísmo, compreendemos, toleramos e compartilhamos. Este Novo Homem, em permanente processo de construção, AMA. Ama a vida em todas as suas manifestações. Nutre-se da verdade e da retidão. Busca a paz como manifestação autêntica do ser humano. Condena a violência e privilegia atitudes, gestos, palavras e pensamentos que conduzem à não-violência. Afronta com valentia e decisão o reencontro com a dimensão positiva do Ser, construindo a partir daí um novo paradigma para a humanidade.

Um professor sufi disse certa vez: “Podes voltar às tuas origens e lá plantar uma árvore com o melhor de ti mesmo”.
Plantemos essa semente no coração das crianças e dos jovens, e lá crescerão as árvores que oxigenarão o planeta.
Assim reencontraremos o equilíbrio e tornaremos realidade o seguinte pensamento do educador Sai Baba:
“A verdadeira educação consiste no cultivo do coração.” Um dos muitos propósitos que deveria ter a educação neste pais.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

PARA HAVER PAZ!

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Se todos os homens e mulheres
Tivessem a plenitude da vida,
A consciência do Eu,
Haveria paz individual,
Haveria paz universal.

Toda falta de Paz é a luta
Entre o ego da humana personalidade
E o Eu Divino da alma
Por um desequilíbrio voraz

Todo homem e mulher que se pacificou a si mesmo
Irradia paz e harmonia
Ao redor de si, na vida doméstica,
Social, nacional e internacional.

Quando Cristo identificou:
O centro do homem com o Pai,
Com a luz,
Com o Reino de Deus,
Com o tesouro oculto,
Com a perola preciosa,
Mostrou um centro dinâmico de paz
Para que o mundo tenha paz.

 O primeiro passo  para a realização
De um grande tratado de Paz,
É a resposta à eterna pergunta:
“Quem sou eu”?
 Que quase ninguém faz.

A verdadeira Paz é silenciosamente dinâmica,
Age como se não agisse.
Não arromba portas e não esmaga ninguém.
Move os pesos com leveza,
Faz com facilidade as coisas mais difíceis e
Abrange com suavidade todo o Universo.

Um único  homem ou mulher realmente pacificador
E pacificado dentro de si,
Vale mais para a Paz Universal,
Do que todos os  fazedores de paz
que não a realizaram dentro de si.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

PODE SER BOM, MAS NÃO NECESSÁRIO.

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“Para quê fazer as coisas simples, se elas podem ser complicadas?” É a pergunta que nós, que nascemos antes da era digital, nos colocamos diante de sistemas operacionais, programas, aplicativos, telefones, comandos eletrônicos e digitais que, ao invés de facilitar, complicam a vida de muitos usuários. Se tomarmos os programas para edição de texto, por exemplo, de cada cinquenta funcionalidades, um digitador normal talvez utilize duas ou três. E olha lá!... O mesmo nos smartphones. São raras as pessoas que utilizam sequer 10% de todas as possibilidades que eles oferecem. Por que, então, não oferecer telefones, programas, máquinas... com os recursos básicos e que todas as pessoas possam utilizar?

Pode haver várias razões para isto. Mas uma é indiscutível: porque a maioria de nós trabalha com a afirmação inconsciente de que o mais complicado é melhor. E não só no campo da tecnologia. Também na vida prática. Se uma pessoa vai ao médico e este, após uma consulta, não pedir nenhum exame e não oferecer uma longa lista de medicamentos a consumir, é provável que este médico seja considerado como não confiável. Mas se o médico pedir quatrocentos exames e disser que a pessoa tem dez doenças com nomes impronunciáveis e mandar tomar vinte remédios, caros e com bulas assustadoras, a pessoa muito provavelmente vai dizer: “esse médico é dos bons”!

No mundo das religiões, a necessidade que temos de complicar as coisas, é ainda maior. Quanto mais exigente ou bizarra nas suas demandas e ofertas for uma religião, mais provável é que atraia adeptos com rapidez e os mantenha convictamente ligados a essa experiência. Ainda mais se o chefe religioso usar nomes, roupas estranhas e tiver comportamentos bizarros.

O gosto pela complicação, de fato, parece fazer parte da própria condição humana. Mas não nos preocupemos: desde os tempos de Jesus era assim. Um rabino foi a Jesus e fez a pergunta religiosa clássica: “O que devo fazer para conquistar a vida eterna?” Jesus respondeu com aquilo que era o óbvio para todo judeu piedoso: “Observa os mandamentos”. E, para simplificar mais ainda as coisas, Jesus lhe diz: “E não precisa observar os dez. Basta observar os dois primeiros – amar a Deus e amar ao próximo – e tudo o mais se resolve!” Mas o doutor em leis, que era daqueles que acham que o complicado é melhor que o simples, logo atirou a pergunta: “Mas, quem é meu próximo?” De fato, os rabinos judeus tinham todo um sistema complicado para definir quem era “próximo” e devia ser amado e quem era “estrangeiro” e devia ser odiado. Jesus sabia disso e, para manter a sua afirmação na simplicidade da experiência da fé que pode ser alcançada por qualquer um, conta uma historinha simples: um homem foi assaltado e atirado meio-morto à beira do caminho. Vários passaram por ele sem fazer nada. Um samaritano passou, viu o homem caído e o ajudou. O samaritano é próximo daquele que estava caído à beira do caminho. Logo, o samaritano fez aquilo que é necessário para ter a vida plena e perfeita. Simples assim!

Se o caminho da salvação é esse, por que nossas religiões, inclusive o cristianismo, se apresentam de forma tão complicada? Tantas leis, tantas obrigações, tantos ritos, roupas, gestos, construções, negócios, funcionários, relicários, imposições, discussões sobre quem é Deus e qual é a melhor religião ou a Igreja que mais salva?

Suspeito que seja pela mesma razão que nos leva a desconfiar de máquinas, programas, softwares e telefones simples e fácil de usar: a satisfação com o complicado é um modo de disfarçar a nossa não disposição de fazer aquilo que é simples. Em outras palavras, complicamos para nos descomprometer. É preciso voltar ao simples, ao “arroz com feijão”, ao básico, àquilo que realmente nos torna humanos e nos conduz no caminho de Deus: amar ao próximo e amar o irmão. Tudo o mais pode até ser bom. Mas não é necessário. E pode atrapalhar o caminho da salvação.

terça-feira, 9 de julho de 2019

AS REDES DIGITAIS ESTÃO NOS DEVORANDO.

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Canibal é todo aquele que devora indivíduos de sua espécie. Para isso, precisa dominar a presa. Torná-la indefesa. Então, trata de devorá-la.

Esta é a face medonha das redes digitais, tão úteis para facilitar a nossa intercomunicação. Assim como veículos – aviões, carros, motos – são úteis à nossa mobilidade mais rápida e, no entanto, usados também para atentados terroristas, como na queda das Torres Gêmeas de Nova York. Do mesmo modo, as redes digitais possuem seu lado sombrio.

Se não sabemos usá-las adequadamente, devoram o nosso tempo, o nosso humor, a nossa civilidade. Daí a minha resistência de chamá-las de redes sociais. Nem sempre a sociabilidade supera a hostilidade. Inclusive devoram o nosso sono, pois há quem já não consiga desligar o smartphone na hora de dormir. Devoram também a nossa capacidade de discernimento, na medida em que nos tribalizam e nos confinam em uma única visão de mundo, sem abertura ao contraditório e tolerância a quem abraça outra ótica.

A medicina já está atenta a uma nova enfermidade, a nomofobia. Termo surgido na Inglaterra, deriva de no-mobile, destituído de aparelho de comunicação móvel. Em síntese, é o medo de ficar sem celular. É a mais recente doença aditiva, sobre a qual os terapeutas se debruçam. Há quem fique horas nas redes, muito mais naufragando que navegando.

A face canibal do celular devora ainda o nosso protagonismo. É ele que, por via de suas múltiplas ferramentas e aplicativos, decide o rumo de nossas vidas. A enxurrada de informações que recaem sucessivamente sobre cada um de nós, quase todas descontextualizadas, nos conduz inelutavelmente ao território da pós-verdade. Elas tocam a nossa emoção e, céleres, neutralizam a nossa razão. Com certeza a maioria de nós não é capaz de, gratuitamente, ofender um estranho na padaria da esquina. Porém, nas redes muitos endossam difamações, acusações levianas e calúnias. Haja fake news!

Há mais de 70 anos, o frade Dominique Dubarle escreveu sobre a cibernética: “Podemos sonhar com um tempo em que uma máquina de governar viria a suprir a hoje evidente insuficiência das mentes e dos instrumentos habituais da política” (Le Monde, 28/12/1948).

O Leviatã cibernético previsto pelo frade dominicano francês hoje tem nome: Google, Facebook, WhatsApp etc. Essas corporações devoram todos os nossos dados para que a regulação algorítmica repasse às ferramentas incapazes de nos enxergar como cidadãos. Para elas, somos meros consumistas. Eis a era do Big Data.

As redes digitais devoram inclusive a realidade na qual estamos inseridos. Nos deslocam para a virtualidade e ativam em nós sentimentos nocivos de ódio e vingança. O príncipe encantado se transforma em monstro. Os valores humanitários se esgarçam, a ética se dissolve, a boa educação é descartada. Importa agora, com esta arma eletrônica nas mãos, travar a batalha do “bem” contra o “mal”. Deletar os inimigos virtuais após crucificá-los com injúrias que se multiplicam através de hiperlink, vídeo, imagem, website, hashtag, ou apenas por uma palavra ou frase.

Eis o que pretende cada emissor: viralizar o que postou. O próprio verbo deriva de vírus, substantivo empregado na biologia; derivado do latim, significa “veneno” ou “toxina”. Cria-se assim a pandemia virtual! Preciso ler rápido este email ou zapp porque outros tantos me aguardam na fila! E, se for o caso, responder em texto conciso, ainda que agrida todas as regras da gramática e da sintaxe. Segundo a pesquisadora Maryanne Wolf, em média acessamos, por dia, 34 gigabytes de informação, um livro com 100 mil palavras. Sem tempo suficiente para absorção e reflexão.

Corremos o risco de dar um passo atrás no processo civilizatório. A menos que famílias e escolas adotem algo similar ao advento do carro, quando se percebeu a necessidade de criar autoescolas para educar motoristas. O celular está a exigir, também, uma pedagogia adequada ao seu bom uso.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

UMA LONGA E DIFÍCIL JORNADA.







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Não sei o momento exato, a hora, o minuto, o segundo, mas enfim nasci. Nasci na tua casa e no teu colo! Ali me coloquei confortavelmente por um longo tempo... mas agora nasci como ser no mundo.

Ali no teu colo serenei e achei o meu lugar no mundo e na minha vida. Nasci, vivi a infância e a adolescência dos meus sentimentos. Não muito longas, mas cheias de descobertas, que me levaram para uma nova vida e para o encontro verdadeiro comigo mesma. Andar esse que continuo descobrindo constantemente.

Quando me senti expulsa de alguns colos, doeu muito, precisei de muitos silêncios para me reintegrar, no entanto me lancei em busca de outras acolhidas e, nesse trajeto, consequentemente cresci...

Hoje do teu colo dói partir, mas é hora, e quem vai com amor sabe que é seguro ir e voltar quando desejar... sabe que é o momento de tomar a decisão, embora seja difícil e penoso.

Encontrar a tua casa foi como voltar para casa depois de uma longa e difícil jornada. E para quem encontra esse lugar é difícil se desligar.

Num impulso percebi que estava pronta e que era hora de ir, e segui...

Obrigada a todos que pela vida me mostraram o caminho e que me acolheram como colo!

sábado, 6 de julho de 2019

POBREZA É SINAL DE MALDIÇÃO?

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Ainda é tempo de recordar que, ao discursar no Palácio do Planalto, no dia da posse, Bolsonaro leu o discurso, não falou de improviso. O texto original, distribuído previamente pelo novo governo, continha a afirmação de que investimentos em educação poderiam atenuar as diferenças entre ricos e pobres no Brasil.

Nosso país é o 9º mais desigual do mundo e o 1º na América Latina neste mesmo ranking. Ano passado, segundo a Oxfam, a parcela de 1% mais rica da população se apropriava de mais de 25% da renda nacional. E a soma da riqueza dos 5% mais ricos era igual à soma da riqueza dos demais 95% da população.

Entre a população, 80% (ou 165 milhões de pessoas) sobreviviam com uma renda inferior a dois salários mínimos por mês (R$ 1.996). E 0,1% da parcela mais rica concentrava em mãos 48% de toda a riqueza nacional. Além disso, o Brasil é o país mais violento do mundo. Em 2017, foram registrados 63.880 mil assassinatos. A principal causa da violência foi a desigualdade social.

Eis a versão do texto lido por Bolsonaro: “Pela primeira vez, o Brasil irá priorizar a educação básica, que é a que realmente transforma o presente e o futuro de nossos filhos e netos, diminuindo a desigualdade social”.

Do alto do parlatório, na Praça dos Três Poderes, ele encerrou seu discurso em “’filhos”. Omitiu a referência à redução da desigualdade social.

Assessores do presidente, questionados pela mídia, disseram ter sido um lapso. “Ele deve ter pulado, até porque seria bom fazer referência à desigualdade”, tentou explicar o general Heleno. “Não é fácil ler discurso assim. De repente, as letras começam a embaralhar...”, concluiu o militar.

Ora, Bolsonaro não trai o seu viés ideológico. Sabe ser real a desigualdade social, mas considera concessão ao “marxismo cultural” referir-se a esta realidade. Porque, segundo a lógica dessa ideologia, falar da desigualdade implica querer combatê-la. E para isso é preciso buscar as suas causas. E elas são óbvias: o sistema predatório que torna os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Na abertura de Davos, neste ano, a Oxfam noticiou que, em 2018, os mais ricos do mundo tiveram aumento de 12% em suas fortunas, enquanto os mais pobres uma diminuição de 11% em suas rendas.

Já que não se pretende reduzir a desigualdade social, nem mesmo pela melhoria da educação ou aumento da oferta de emprego (tema também omitido pelo presidente), há que tentar dissimulá-la. Para tanto há vários recursos ideológicos, já que não há milagre que faça desaparecer favelas, pedintes, moradores de rua, corpos caídos nas calçadas, enfim, os 165 milhões de brasileiros que sobrevivem com menos de dois salários mínimos mensais.

O recurso mais utilizado para naturalizar a pobreza é o religioso: “As coisas são assim porque Deus quer.” Porém, quem vive conforme os preceitos da fé alcança a prosperidade. Basta trabalhar arduamente, deixar de fumar e beber, limitar o número de filhos (de preferência, o homem fazer vasectomia) e, se necessário, praticar o aborto induzido, conforme defende Edir Macedo, cuja Igreja é a favor de sua descriminalização.

O importante nesse viés ideológico é aceitar que a riqueza é uma bênção divina e não se deve pretender reduzi-la através de políticas que propiciem distribuição de renda. E a pobreza é sinal de maldição...

O único grande problema é que não se conhece povo que tenha suportado a desigualdade por longo tempo. Há um momento em que a ostentação dos ricos é recebida como ofensa pelos pobres. Então estes descobrem que são maioria, e têm em mãos um poder que, até hoje, nenhuma força bélica foi capaz de superar.