terça-feira, 30 de abril de 2013

PARABÉNS A TODOS OS TRABALHADORES.

Tenham todos um bom 1° de maio.

NÃO SE TERCEIRIZA A EDUCAÇÃO


De cor preta, voo digno e canto lindo. Assim é o popular chupim, cujo nome científico é Molothrus bonariensis. É conhecido também como anu, azulão uiraúna, corrixo ou – bem menos poético - vira-bosta. Sua especialidade: recusa-se fazer ninho. Ele coloca seus ovos no ninho de outras aves, especialmente no ninho do tico-tico. E deixa a elas a tarefa de chocar, criar e alimentar seus filhotes. É um exemplo claro de terceirização. As novas mães parecem não se dar conta da que foram enganadas pelo esperto chupim.
Com alguns inconvenientes, a terceirização foi vista por muitos como solução. As grandes empresas delegam a empresas menores parte de suas atribuições, visando ganho de tempo, qualidade e lucro. Uma norma indiscutível: não se terceiriza a atividade-fim.
O processo e a mentalidade de terceirizar saíram das fábricas e passaram para a educação.  É o caso dos pais que delegam para a escola  a tarefa de educar seus filhos. Sua participação se limita a matricular os filhos e contribuir com pequenas taxas para a manutenção dos cursos. É o método e a mentalidade do acomodado chupim.
É tarefa inalienável dos pais a educação. E esta acontece sobretudo nos lares. A educação dos filhos tem como ponto de partida a vida harmoniosa dos pais. Os professores  têm como missão ajudar os pais. A escola não pode se limitar a ensinar. Ela precisa também educar para a vida e para os valores. A família é ainda mais decisiva na educação da fé. Há dois mil anos, a vida cristã, na teoria e na prática, passa dos pais para os filhos.
O escritor Paul Claudel garante: “Os pais não precisam dar catequese aos filhos; a fé se pega por contágio”. Infelizmente, em muitos lares, não se nota a vivência da fé e, assim, se torna necessário confiar à Igreja a missão de educar na fé. É a terceirização da atividade-fim. É a repetição da estratégia do chupim, com grave prejuízo para a formação religiosa e moral dos filhos. Educar, esta é a primeira, a mais sagrada missão dos pais.

DO JEITO QUE VAI, TEMOS FUTURO?

Há no imaginário das pessoas uma pergunta muito sábia em relação a tudo. Será que assim como sou, vou ter futuro? Será que meu filho tem futuro? E esta empresa, tem futuro? O clamor pelo futuro não é apenas uma fórmula produzida pela vaidade humana, mas é um grito da existência misteriosa de todos os humanos, criados à imagem e semelhança de Deus. Não ter futuro é a marca da falência e a falência não está no dicionário de Deus.

Nossa cultura atual acentua muito o caráter histórico do mundo e das pessoas. O aqui e o agora seduzem as pessoas a esconderem a dimensão essencial da vida, isto é, a sua dimensão de futuro. Um dia, visitei uma família. Acompanhamos o jornal nacional e, depois de vermos e ouvirmos tanta notícia de violência, roubos e desmandos, o pai de família perguntou: “Deste jeito, temos futuro?” Creio que a questão merece nossa atenção.
Os fatos que vemos e acompanhamos fazem parte do fenômeno de sempre, apresentado, hoje, com uma nudez maior. Desde que os humanos cedem à tendência de se fechar aos projetos de Deus, sempre existiram cenários trágicos e causas de vergonha à nossa condição humana. Porém os sonhos de Deus de futuro feliz para seus filhos não se anulam, nem com bombas, nem com os milhões desviados pela corrupção.
De certos jeitos não temos futuro! Porém do jeito de Deus todos os caminhos se abrem,
possibilitando futuro para a humanidade e o mundo. Deus nos projetou para o futuro.
O apóstolo Paulo bem entendeu este dinamismo de amor quando diz: “Toda a criação está gemendo como que em dores de parto, e não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do espírito, gememos em nosso íntimo, esperando a condição filial, a redenção de nosso corpo. Pois é na esperança que somos salvos”
Estamos invadidos pela certeza de que, apesar de tudo, temos futuro! Em parte alguma
do mundo é suficiente o “já” conquistado. O “ainda não” sempre está impelindo para
frente os sonhos da humanidade, porque o sonho de Deus garante sua realização.
Mesmo em cenários mais contraditórios do nosso tempo, não podemos viver de saudades, mas sempre de esperanças. Não basta o que somos, somos chamados a dar atenção ao que seremos. Faz parte de nossa condição humana olhar além, mais longe do que o chão onde estão os nossos pés. A nossa propensão mais radical dirige-se para o futuro.
No coração humano sempre há indícios de tensão para o futuro. Um indício são as insatisfações de situações passadas. Com frequência negamos o nosso passado: “Não quereria mais voltar para o passado!” Mesmo que tenha havido algum momento especial no passado, prefere-se aventurar o desconhecido do futuro.
Outro indício de tensão para o futuro é a acentuada insatisfação do momento presente. Nada pode preencher totalmente o coração humano. Só encontramos o sentido do presente esperando no futuro. Na verdade “somos finitos, carregados de desejos infinitos”.

A TEOLOGIA SOCIAL

Um dos maiores contemplativos-ativos do século 20, o monge Thomas Merton, que mergulhou de corpo e alma na promoção da paz e do diálogo político, se viu proibido de publicar o livro “Paz na Era Pós-Cristã”. Esse livro demorou décadas para ser conhecido. Foi proibido. Alguém que propunha diálogo soava como comunista no período da guerra fria entre EUA e Rússia.
O livro feria o princípio americano de, se preciso, atacar para defender-se. Merton fazia perguntas embaraçosas para as Igrejas e para o Estado. A dança da morte. Podemos escolher a paz. O cristão como pacificador. Justiça na guerra moderna. Consciência cristã e defesa nacional. A paz como responsabilidade religiosa. Seu livro ia ao âmago da questão.
Escrito em 1962, nunca foi publicado. Nem mesmo com o advento do Concílio Vaticano II. Merton morreu em 1968, num acidente doméstico, eletrocutado. O fato é que o livro só veio à tona muitos anos depois. Por que escrevo isto? Para mostrar que escrever sobre teologia social é sempre um risco. Muitos que entraram no tema foram silenciados. Dom Romero foi morto. Sacerdotes que pediram justiça foram assassinados por governos de direita e de esquerda.
Quando a teologia mexe com a economia e com hegemonias, as esquerdas e as direitas do mundo reagem. Teologia que apoia o poder é bem-vinda. Aquela que o questiona é declarada diabólica. Pedir diálogo é uma grave ofensa em países armados até os dentes. Mudou o quadro? Não. Não mudou!

A INSUSTENTABILIDADE DOS AGROTÓXICOS

É insustentável a afirmação de que a produção de alimentos com o uso de agrotóxicos é mais barata - os custos sociais e ambientais são incalculáveis
O Brasil é o campeão mundial no uso de agrotóxicos no cultivo de alimentos. Cerca de 20% dos pesticidas fabricados no mundo são despejados em nosso país. Um bilhão de litros ao ano: 5,2 litros por brasileiro!
Ao recorde quantitativo soma-se o drama de autorizarmos o uso das substâncias mais perigosas, já proibidas na maior parte do mundo por causarem danos sociais, econômicos e ambientais.
Pesquisas científicas comprovam os impactos dessas substâncias nas vidas de trabalhadores rurais, consumidores e demais seres vivos, revelando como desencadeiam doenças como câncer, disfunções neurológicas e má formação fetal, entre outras.
Aumenta a incidência de câncer em crianças. Segundo a oncologista Silvia Brandalise, os pesticidas alteram o DNA e levam à carcinogênese.
O poder das transnacionais que produzem agrotóxicos (uma dúzia delas controla 90% do que é ofertado no mundo) permite que o setor garanta a autorização desses produtos danosos nos países menos desenvolvidos, mesmo já tendo sido proibidos em seus países de origem.
As pesquisas para a emissão de autorizações analisam somente os efeitos de cada pesticida isoladamente. Não há estudos que verifiquem a combinação desses venenos que se misturam no ambiente e em nossos organismos ao longo dos anos.
É insustentável a afirmação de que a produção de alimentos, baseada no uso de agrotóxicos, é mais barata. Ao contrário, os custos sociais e ambientais são incalculáveis. Somente em tratamentos de saúde há estimativas de que, para cada real gasto com a aquisição de pesticidas, o poder público desembolsa R$1,28 para os cuidados médicos necessários. Essa conta todos nós pagamos sem perceber.
O modelo monocultor, baseado em grandes propriedades e utilização de agroquímicos, não resolveu e nem irá resolver a questão da fome mundial (872 milhões de desnutridos, segundo a FAO).
Esse sistema se perpetua com a expansão das fronteiras de cultivo, já que ignora a importância da biodiversidade para o equilíbrio do solo e do clima, fazendo com que as áreas utilizadas se degradem ao longo do tempo. Ele cresce enquanto há novas áreas a serem incorporadas, aumentando a destruição ambiental e o êxodo rural.
Em um planeta finito, a terra fértil e saudável é cada vez mais preciosa para garantir a sobrevivência dos bilhões de seres humanos.
Infelizmente não há meio termo nesse setor. É impossível garantir a qualidade, a segurança e o volume da produção de alimentos dentro desse modelo degradante. Não há como incentivar o uso correto de pesticidas. Isso não é viável em um país como o Brasil, em que o calor faz roupas e equipamentos de segurança, necessários para as aplicações, virarem uma tortura para os trabalhadores.
Há que buscar solução na transição agroecológica, ou seja, na gradual e crescente mudança do sistema atual para um novo modelo baseado no cultivo orgânico, mantendo o equilíbrio do solo e a biodiversidade, e redistribuindo a terra em propriedades menores.
Isso facilita a rotatividade e o consórcio de culturas, o combate natural às pragas e o resgate das relações entre os seres humanos e a natureza, valorizando o clima e as espécies locais.
Existem muitas experiências bem-sucedidas em nosso país e em todo o mundo que comprovam a viabilidade desse novo modelo. Até em assentamentos da reforma agrária há exemplos de como promover a qualidade de vida, a justiça social e o desenvolvimento sustentável.
Em abril de 2011 foi criada a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida. Visa a conquista da verdadeira soberania alimentar, para que o Brasil deixe de ser um mero exportador de commodities (com geração de grandes lucros para uma minoria, e imensos danos à população), para se tornar um território em que a produção de alimentos se faça com dignidade social e de forma saudável. Confira o site www.contraosagrotoxicos.org
A outra opção é seguir nos iludindo com os falsos custos dos alimentos, envenenando nossa terra, reduzindo a biodiversidade, promovendo a concentração de renda, a socialização dos prejuízos e a criação de hospitais especializados no tratamento de câncer.


A PAZ DO SILENCIO INTERIOR


Livro convida à reflexão sobre o mistério da linguagem

Aldeia do silêncio (Frei Betto, 192 páginas, Rocco). O 56º livro de Frei Betto, autor com obras traduzidas em 24 idiomas, é uma viagem ao mundo interior de uma pessoa sem nome próprio, mas com identidade definida. Um homem que se comunicava pelo silêncio, com palavras que ganharam o mundo através de seus escritos; um homem que faleceu em um hospital 17 anos após ter sido ali internado.
Uma vez alfabetizado, seu mutismo tornou-se intransponível. E sua internação alimentou-se de intensa leitura. Ao morrer, deixou um caderno com um rico relato de como vivera antes de ingressar no hospital. Esse personagem aprendeu a preencher com silêncio seu vazio interior. Cultivando o silêncio, ele descobriu o poder da palavra. “Não é a boca que faz o silêncio, é o âmago do nosso ser (...) O verdadeiro silêncio cala o espírito e se traduz em paz interior, em inquietação d´alma, e a ninguém julga, nem a si mesmo.” Em Aldeia do silêncio, Frei Betto convida o leitor a refletir sobre o mistério da linguagem e a inestimável riqueza do silêncio interior.

UM ESFORÇO PARA A PAZ DESTE MUNDO ARMADO.


É arraigada e permanente a polêmica sobre o direito de usar ou não arma. Mas mesmo os mais radicais, de ambos os lados, concordam que este é um setor que precisa ser controlado. Por isso deve ser saudada a aprovação, pela Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), de tratado para regular o comércio internacional de armas. De 180 países que participaram da reunião, apenas três foram contra: Coreia do Norte, Irã e Síria.
O Brasil é um bom exemplo da importância desse mecanismo de controle. São muitas as pesquisas que constatam a procedência irregular de armas usadas por criminosos no país – 95% das de grosso calibre entram pelas fronteiras, estima a Polícia Federal. É evidente que um acordo internacional não vai cessar o contrabando de revólveres, fuzis, granadas e outros artefatos bélicos, até pelo gigantesco e atrativo volume de dinheiro que esse negócio gira. Mas a transparência sobre o setor que opera legalmente poderá lançar novas e esclarecedoras luzes sobre a clandestinidade.
Um mundo sem violência dispensaria armas. Por isso é fundamental que todos os esforços sejam canalizados para a luta pela paz. É com a conscientização e participação gerais que são superadas utopias e construídos novos ambientes para uma vida melhor.
Enquanto esse planeta da harmonia não chega, é preocupante, e até vergonhoso, constatar que as mais poderosas nações destinam a orçamentos militares somas absurdamente elevadas, o equivalente a dez vezes mais do que aplicam na ajuda humanitária. Uma redução dos gastos com armas já seria suficiente para alimentar os mais de um bilhão de famintos que existem (dado da ONU). Infelizmente, governantes ainda preferem ignorar a vida para empunhar uma arma, sob o questionável argumento de que a defesa de suas divisas depende dessa infame e desumana troca.

sábado, 27 de abril de 2013

TIRE PROVEITO DAS SUAS REFLEXÕES.

Talvez, poucos minutos atrás, você estava refletindo sobre a tua vida, sobre uma frase lida, sobre uma fala de alguém.

Realmente, quais seres evolutivos, sabemos a importância que deve exercer a reflexão em nossas vidas.

Não raro, nos deparamos deitados em nosso leito, ou sentados contemplando o céu, ou ainda andando e sentindo a natureza e... refletindo.

No âmbito escolar é muito comum o exercício da reflexão: seja numa interpretação de texto, seja na análise de uma poesia ou na apreciação de uma peça de arte, seja um quadro ou uma escultura.

No ambiente empresarial a reflexão também é muito exercida: na elaboração de um orçamento, na previsão do semestre ou ano seguinte, na análise de resultados, na confecção de uma planilha de investimentos, etc.

Mas, a reflexão de nada vale se não for conduzida à ação ou à tua evolução.

Agora, agindo com grande sinceridade, quantas coisas que você determinou fazer, quantas maneiras que se propôs a agir, que não ficaram de lado beirando o esquecimento? Muitas, não? Pois é... como quer evoluir se tua reflexão não deixa de ser mera reflexão?

Perceba que a palavra reflexão possui conceitos diferentes diante de diferentes áreas, matérias ou disciplinas, mas todas conduzem ao mesmo ponto: ação. Veja:

Na psicologia: virtude onde o pensamento se volta para si com o objetivo implícito e explícito de examinar seus elementos e combinações.

Na filosofia: atenção aplicada às operações do entendimento, aos fenômenos da consciência e às próprias idéias.

Na administração: Consideração atenta de um assunto. Cálculo, raciocínio. Aplicação do entendimento e da razão.

No dicionário: ato ou efeito de refletir, prudência, juízo, tino, pensamento sério. Meditação.

O que está esperando? Reflita e Ação

quarta-feira, 24 de abril de 2013

PACIÊNCIA x CONFORMISMO

Paciência é uma virtude. Conformismo é um agente da estagnação e porque não, da regressão.

Talvez este seja um dos grandes motivos da baixa evolução da humanidade em seus milênios de existência. Quantos que olham para a vida que têm, para o lugar onde moram, para o emprego que mantêm, para a situação em que vivem e simplesmente dizem: "Essa é minha sina", "DEUS quis assim", "Essa é minha vida", "Esse é meu destino", "Está bom assim", "Cada um tem o que merece", "É o que DEUS tem para mim", etc, etc.

Perceba que todos os que se mostraram e se mostram homens ou mulheres evoluídos, tiveram, de uma forma ou de outra, de sair de sua zona de conforto. Não aceitaram ficar nela e ver a vida passar. Muitos tiveram um berço não muito satisfatório, muitos moravam ou viviam em situações precárias, mas não aceitaram isso como seu futuro, como sua sina.

Aquele que acredita que possui um papel, uma missão, que é filho de DEUS, deve se movimentar e buscar aquilo que entende por seu ideal. Independente de tua religião, seguem alguns exemplos do passado onde todos tiveram de sair de seu local de origem e foram buscar aquilo que tinham como promessa: Abraão, Moisés, os israelitas, Rute, Davi, Esther, Sidarta Gautama, Jesus, Paulo, Mohammad, e tantos outros.

Independente de tua missão espiritual, você se faz filho do ALTÍSSIMO. Portanto, você deve buscar esse algo a mais. Trabalhe nisso. Obviamente, o sentimento por detrás desta tua busca não deve ser de ganância ou egoísmo. Muito menos significa que se deve ir atropelando os outros ou "puxando-lhes o tapete", pois esta não é uma conduta digna de um legítimo herdeiro de DEUS. Antes, tua busca deve ser regida pelo sentimento de tomar posse do que é teu por direito. Esteja trabalhando dia após dia em avançar, evoluir, conquistar. Lembre-se porém, que as coisas não ocorrem em teu tempo, mas ao tempo DELE. Entretanto, quanto mais buscar, mais preparado mostrará estar para receber o que ELE tem te guardado. O processo exige determinação, mas também paciência, para que o teu grau de amadurecimento seja suficiente para poder ter e administrar sabiamente o que te for dado.

A LEI DE OURO




Por que as pessoas insistem em fazer aos outros aquilo que não gostaria que lhes fizessem? Por que teimam em maquinar o mal, alimentar desejos de vingança, saciar desejos egoístas e não medir esforços em se dar bem mesmo que isso custe passar por cima de outros?


Como é triste isso. Como pode a humanidade regredir a tal ponto? Já se desenvolveram no passado não tão distante, diversas teorias: heliocentrismo, antropocentrismo, geocentrismo... Mas, hoje temos vivido a era, não de uma teoria, mas de um fato: a do egocentrismo.

Quando isso vai parar? Até quando precisaremos ver rixas familiares, contendas entre amigos e colegas, confllitos entre povos de mesma origem ou religião e tantas e tantas guerras sangrentas?

Por que é tão difícil ceder? Por que é tão difícil fazer concessões? Por que não podemos visar o bem comum, o bom senso e, por sua vez, o altruísmo?

Até quando teremos de derramar lágrimas e às vezes sangue, para que entendamos que ELE nos fez, não para sermos sozinhos no mundo, mas para compartilharmos com outros tudo o que há?

Faça aos outros aquilo que gostaria que se lhe fizessem.

Desejemos paz, emanemos paz, vivamos em paz.

A MOTIVAÇÃO DO SUSPEITA DAS BOMBAS DE BOSTON


A motivação do suspeito era a que todos já sabíamos
Nenhuma surpresa na motivação de Dzhokhar Tsarnaev, 19 anos, para o atentado de Boston.
Em condições precárias no hospital, ele disse à polícia o que todos sabiam que iriam ouvir: a razão das bombas foram as guerras que os Estados Unidos movem no Iraque e no Afeganistão.
Os irmãos são apenas mais dois nomes que se somam à lista gigantesca de islâmicos que lamentavelmente aderem ao extremismo por causa da brutal política externa americana.
Ninguém estabeleceu um vínculo ainda, mas é presumível que os dez anos da Guerra do Iraque, tão noticiados há poucos dias, tenham tido um impacto forte nos dois.
Hoje são amplamente conhecidas as mentiras que estiveram por trás da guerra que Bush moveu ao Iraque até transformar o país em escombros.
Para começo de conversa, não havia as armas de destruição em massa que Bush – e seu cúmplice Tony Blair, então premiê britânico – dizia existirem no Iraque.
As imagens que o mundo recentemente viu das consequências da guerra para os iraquianos foram simplesmente chocantes.
Não há palavras fortes o bastante para descrever o que aconteceu particularmente com as crianças do Iraque sob as bombas americanas.
A Guerra do Iraque tem tudo para passar para a história como um daqueles episódios, a exemplo do holocausto judeu, em que a humanidade se pergunta, passado o tempo necessário para a reflexão: como nós deixamos isso acontecer?
Dez anos depois, nem um miserável pedido de desculpas foi oferecido pelos Estados Unidos a um povo destroçado.
Podemos imaginar como tudo isso chegou aos irmãos.
Numa célebre resposta ao rei Jaime I, Guy Fawkes, capturado na clássica Conspiração da Pólvora, no começo dos anos 1600, disse: “Tempos desesperadores reclamam medidas desesperadas”.
O rei queria saber de Fawkes – evocado em “V de Vingança” e adotado pelos hackers do Anonymous – por que ele e outros tinham juntado sob o Parlamento britânico pólvora suficiente para transformá-lo em pó.
A humanidade quer paz, como Lennon, Ghandi e Luther King tão bem disseram.
Os Estados Unidos são o oposto disso.
Lamentavelmente, inocentes pagam o preço – os três espectadores mortos em Boston e mais os 180 feridos.
E também dezenas, centenas de milhares de crianças, velhos, mulheres e civis em países como Iraque, Afeganistão, Iêmen, Paquistão etc.
A paz que a humanidade merece está hoje – não adianta fingir que não – na dependência de uma completa mudança na atitude predadora dos Estados Unidos, um império que conseguiu ser ainda pior, e isso é uma façanha, que a defunta União Soviética.

VOCÊ JÁ SE VACINOU CONTRA A GRIPE N1H1?

Está aberta em todo o país a Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe. Até 26 de abril, idosos, gestantes, mulheres no puerpério, crianças de seis meses a dois anos, índios, profissionais da saúde, doentes crônicos e presidiários devem procurar os postos para receber a vacina, gratuitamente. No sábado 20, é o dia “D”, quando todas as unidades básicas de saúde do país estarão abertas para imunizar a população. 
A meta do Ministério da Saúde é vacinar 32 milhões de pessoas, o equivalente a 80% público-alvo. Foram distribuídas em todo o país 43 milhões de doses. Este ano, a vacina protege contra três subtipos de vírus influenza: H1N1, H3N2 e influenza B. As pessoas que não integram os chamados grupos prioritários só terão acesso à vacina se pagarem por ela, na rede privada de saúde. 
Quanto antes as pessoas fizerem a vacina, melhor, já que ela leva cerca de 15 dias para atingir seu nível máximo de proteção. Essa recomendação vale principalmente para os moradores do Sul do Brasil, onde as baixas temperaturas, que favorecem a disseminação da gripe, chegam mais cedo. Aliás, foi pensando nisso que o Ministério da Saúde antecipou a campanha deste ano, que até então iniciava em meados de maio. No ano passado, 67 pessoas morreram no Rio Grande do Sul em consequência da gripe A (H1N1).

Segurança - O objetivo da vacinação é contribuir para a redução das complicações, como pneumonia, internações e óbitos provocados por infecções da gripe. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir de 32% a 45% o número de hospitalizações por penumonia e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza. “A vacina tem durabilidade curta, protege por 9 a 12 meses; portanto, quem foi vacinado no ano passado, precisa tomar a dose novamente”, orienta o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. 
Feita com o vírus inativado, a vacina é segura e a única contra indicação é para as pessoas que têm alergia severa a ovo.
Quem apresentar sintomas da gripe, mesmo que tenha sido vacinado, deve procurar os postos de saúde para receber tratamento, principalmente a população integrante dos grupos vulneráveis às complicações. 

LUTA PARA SALVAR A ESPÉCIE DA RESULTADOS POSITIVOS

Símbolo da luta pela preservação de espécies, o mico-leão-dourado está vencendo a batalha pela sobrevivência. Embora a “guerra” contra a extinção ainda não tenha acabado, os ambientalistas comemoram os resultados positivos. Há 20 anos, era muito raro encontrar um mico-leão-dourado nas florestas brasileiras, pois existiam apenas 200 deles no Estado do Rio de Janeiro. Hoje, a espécie soma cerca de 1.700 indivíduos, graças aos esforços pela preservação de seu habitat, a Mata Atlântica.
Eles gostam de calor e de terras baixas, por isso espalhavam-se pelo bioma da baixada costeira do Rio de Janeiro. O problema é que restam apenas 2% dessa área no Estado. Junto com o desmatamento, a população de mico-leão-dourado, originalmente abundante, reduziu-se a ponto de o animal ser incluído, em 1993, na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção, elaborada pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN), na categoria “criticamente ameaçada”, correndo sérios riscos de sumir completamente.
A situação levou muitos defensores da natureza a se mobilizar para resgatar a espécie. Depois de 20 anos de trabalho, a situação melhorou um pouco. Em 2003, os micos-leões-dourados passavam de mil indivíduos, o que levou a IUCN a reclassificar a espécie na Lista Vermelha, tirando-a da categoria “criticamente ameaçada” e passando-a para a “ameaçada”. 
Hoje, os micos somam cerca de 1.700 indivíduos vivendo na área de oito municípios fluminenses: Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Cabo Frio, Armação dos Búzios, Saquarema, Rio Bonito e Aruruama. Estes são os únicos lugares do mundo onde eles vivem livres, na natureza. Os animais ainda correm riscos, mas houve grandes avanços na luta pela salvação da espécie. Todos os dias, voluntários da Associação Mico-Leão-Dourado vão até a floresta fluminense verificar como os animais estão se relacionando, observar se há novos filhotes. 
A meta da associação é chegar a 2025 com 2.000 macacos na natureza, mas, para isso, é preciso dobrar a área de preservação, outro desafio dos protetores do mico. O aumento do número de indivíduos, isoladamente, não garante o salvamento da espécie, pois eles precisam de um habitat. A estimativa é de que cada grupo de micos - formado por pai, mãe e filhotes - necessita de, pelo menos, 50 hectares para viver.

BRASILEIROS ESTÃO BEBENDO MAIS.


O número de brasileiros que consome bebida alcoólica pelo menos uma vez por semana aumentou 20% nos últimos seis anos. Eram 45% os que bebiam semanalmente, em 2006, índice que saltou para 54%, em 2012. O crescimento do consumo abusivo foi maior entre as mulheres, com destaque para as mais jovens: passou de 29% para 39%, ou quase 35% - contra 14,2% registrados entre os homens. Esses dados foram apurados pelo 2° Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), cujo relatório foi divulgado na semana passada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O estudo mostra que entre os gaúchos o crescimento do percentual dos que bebem no mínimo uma vez por semana foi um pouco maior que o índice médio nacional: atingiu 27% - um pulo de 43% (2006) para 55% (2012).
O estudo da Unidade de Pesquisas em Álcool e Droga (Uniad) da Unifesp mostra ainda que, em termos gerais, a população que bebe não variou significativamente. Houve até uma pequena redução: de 50% para 50%, ou seja, praticamente a metade dos brasileiros não consome álcool, percentual bem acima de muitos outros países .Pesquisadores destacam que o aspecto mais relevante registrado nesta segunda pesquisa é o crescimento de um comportamento nocivo em relação ao álcool.
Houve aumento das pessoas que ingerem grandes quantidades de álcool (quatro unidades para mulheres e cinco para homens) em um curto período de tempo (duas horas). A proporção dessa forma de consumo, considerada muito nociva, passou de 45% para 59%. Entre o sexo feminino, há, novamente, um crescimento maior, de 36% para 49%.

Lei seca - Um dos dados positivos da pesquisa é que, depois que a Lei Seca entrou em vigor, em maio de 2009, caiu 21% o número de pessoas que relataram ter bebido e dirigido no último ano – o que demonstra uma tendência de diminuição desse hábito.
A pesquisa foi realizada em 149 municípios brasileiros em todas regiões do país e entrevistou 4.607 pessoas com 14 anos ou mais. Os entrevistados responderam a um questionário de 800 perguntas que avaliaram seu padrão de uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas.
Quase 12 milhões são dependentes



Mais da metade das bebidas alcoólicas comercializadas no país (54%) são consumidas por 20% das pessoas que bebem. Há, portanto, um consumo excessivo por parte da população. Em termos gerais, o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas estima que 11,7 milhões de brasileiros, na faixa dos 14 anos ou mais de idade, são dependentes de álcool.
Na avaliação do professor Ronaldo Laranjeira, responsável pela organização do levantamento da Unifesp, essa proporção demonstra o padrão de consumo de álcool no Brasil. “Apesar de 50% [da população brasileira] não consu
mirem bebida alcoólica, os que bebem, bebem de maneira abusiva”, declarou.

"O NOSSO OBJETIVO É DOBRAR A RENDE PER CAPITA"

A presidente Dilma Rousseff anunciou R$ 2,46 bilhões para obras viárias na região metropolitana de Porto Alegre (RS). Durante cerimônia na sexta 12, em Porto Alegre, foram entregues também retroescavadeiras, motoniveladoras e ônibus escolares a prefeitos do Rio Grande do Sul.
“Nosso país precisa ser competitivo e só seremos competitivos se tivermos uma infraestrutura forte, que é algo fundamental não só para os negócios, mas para as pessoas. Rodovias, ferrovias, portos e aeroportos são essenciais para nosso país”, disse a presidente. “Sem eles o Brasil não compete internacionalmente como deve, nem aproveita todas as suas oportunidades”, acrescentou.
Foram três as obras anunciadas para melhorar o tráfego e o escoamento de produtos. Uma delas é o trecho de 32 quilômetros da BR-448, entre Estância Velha e Sapucaia do Sul, com um custo de R$ 530 milhões. A estrada, denominada Rodovia do Parque, vai ampliar o acesso à região metropolitana de Porto Alegre e à região de Caxias do Sul, na Serra gaúcha.
Outra obra é a que liga a capital a Novo Hamburgo pela BR-116. Com custo estimado de R$ 330 milhões, inclui passagens de nível, alargamento de viadutos e construção de marginais. A terceira é a ligação entre Santa Maria e Santo Ângelo pela BR-392, com 235 quilômetros, a um custo de R$ 1,6 bilhão.

Renda - Dilma também afirmou que tem como objetivo dobrar a renda per capita da população. “Daqui a alguns anos nós comemoraremos os 200 anos da nossa independência. E nesse dia nós vamos ter que olhar para trás e ver o que fizemos para construir a nossa soberania, o nosso desenvolvimento e o bem- estar do nosso povo. E aí, se vocês perguntarem para mim: qual é o nosso objetivo? O nosso objetivo é dobrar a nossa renda per capita”.

COMPAIXÃO NÃO É SOFRER PELOS OUTROS, MAS SOFRER COM ELES.


A defesa das causas dos pobres é uma tarefa árdua. Exige-nos mais do que compreensão, discursos e teorias sobre a pobreza, mas, sobretudo, compromisso e compaixão. Somos preconceituosos com o sofrimento e a situação indigna como vivem os pobres. É muito forte a ideia de que pobres são coitados, por isso desprovidos de sorte e de bens. Se não lutam, são preguiçosos. Se lutam e exigem mudanças tornam-se perigosos. 

Os pobres não são invenção, não são uma ideia. São reais. Os pobres existem e sofrem a violação da sua vida e dignidade. Leonardo Boff, defensor incansável das causas dos pobres e oprimidos, afirma que são três as compreensões que se tem da pobreza. Uma primeira, clássica, é a ideia de que pobre é aquele que não tem. A estratégia então é mobilizar quem tem para ajudar a quem não tem, através de ações assistencialistas, sem reconhecer sua potencialidade. A segunda ideia, moderna, é aquela que descobre os potenciais do pobre e compreende que o Estado deve fazer investimentos para que ele seja profissionalizado, com vista à inserção no mundo produtivo. Ambas as posições desconsideram, na visão de Boff, que a pobreza é resultado de mecanismos de exploração, que sempre geram enormes conflitos sociais. Boff acredita que é preciso reconhecer as potencialidades dos pobres não apenas para engrossarem a força de trabalho, mas para transformarem o sistema social. 
Só a compaixão se reveste de libertação. A compaixão não é sofrer pelos outros, mas sofrer com eles. O sofrer com os outros permite colocarmo-nos no seu lugar. Ver a partir dos seus pontos de vista e das suas realidades. Poucos vivem a compaixão. Muitos perderam a sensibilidade, o que os impossibilita de viver a caridade e o amor ao próximo. Outros preferem atribuir aos pobres a culpa pela sua situação de miséria e vulnerabilidade. Outros discursam democracia, não perguntando se esta propicia as mesmas condições e oportunidades a todos, como ponto de partida. Porque o ponto de chegada depende de cada um de nós. “As pessoas são pesadas demais para serem levadas nos ombros. Leve-as no coração”, disse dom Hélder Câmara. Este é o sentido maior da compaixão para com os pobres: não os defendemos por serem bons ou anjos, mas porque são parte de uma sociedade desigual, que não sabe lidar com eles.

MUNICÍPIOS GAÚCHOS, SUFOCADOS PELO MODELO TRIBUTÁRIO


Modelo tributário está sufocando municípios

É no mínimo preocupante a constatação, pela Confederação Nacional dos Municípios, de que 96,4% das 5.563 prefeituras brasileiras não podem receber recursos de novos convênios federais porque estão na lista de inadimplentes da União. O quadro é tão apreensivo que no Rio Grande do Sul, Estado com o menor número de cidades devedoras, 89,5% têm pendências e, por isso, ficaram impedidas de obter repasses de verbas.
Há inúmeros casos de prefeituras brasileiras mal administradas, verdadeiros antros de nepotismo e de corrupção, com grupos se locupletando sem nenhum escrúpulo. Por causa desses governantes, a população sofre duplamente: está cercada por deficiências e não pode nem sonhar com uma vida em condições dignas no futuro.
Neste caso, porém, que sejam punidos os que cometem irregularidades e não as comunidades, sobre quem recaem as consequências.
Mas é necessário, também, considerar outro aspecto. Um percentual expressivo das prefeituras que figuram com restrições no Cadastro Único de Convênios, e por isso estão excluídas de transferências voluntárias previstas no Orçamento da União – que atingem até 6% do PIB -, é formado por vítimas da desproporcional e injusta distribuição dos recursos arrecadados com impostos e tributos no país.
A União é a que mais arrecada e a que mais pode conceder isenções. Mas os efeitos desse modelo prejudicam municípios e Estados. Para atender a Constituição, as prefeituras tiveram de assumir responsabilidades que antes eram de incumbência federal e/ou estadual. Mas não podem cumprir com suas obrigações pela falta de recursos.
Que sejam punidos os que aplicam mal o dinheiro público; que se afastem corruptos, corruptores, apaniguados e aproveitadores. Porém, que se altere também a matriz tributária, devolvendo oxigênio financeiro e capacidade de investimento aos municípios.

terça-feira, 23 de abril de 2013

UMA ENTREVISTA COM BERTOLT BRECHT


Alguns juízes são absolutamente incorruptíveis; Ninguém consegue obrigá-los a fazer justiça.
Bertolt Brecht foi um poeta, dramaturgo e diretor de teatro alemão, conhecido principalmente pela Ópera dos Três Vinténs. A obra foi adaptada para o cinema três vezes. A música “Mack the Knife”, vinda do musical, é um clássico do jazz, e foi gravada por artistas como Frank Sinatra, Louis Armstrong, Bobby Darin, Ella Fitzgerald, Robbie Williams e Michael Buble.Brecht, um socialista fervoroso, é nosso convidado para mais uma “Conversa com Escritores Mortos”. 
Herr Brecht, o senhor foi um entusiasta das ideias marxistas e sempre se manteve muito ligado com a política, não é mesmo?
Eu sempre fui politizado, pois acredito que apenas quando somos instruídos pela realidade podemos mudá-la. Devo acrescentar que, para mim, o pior analfabeto é o analfabeto político.
Mesmo? Por quê?
Ele não ouve, não fala, nem participa de eventos políticos. Ele não sabe que o custo da vida, o preço do feijão, do peixe e da farinha, do aluguel, dos sapatos e da medicina, tudo depende de decisões políticas. O analfabeto político é tão estúpido que é com orgulho que afirma odiar política. O imbecil não imagina que é da ignorância política que nascem as prostitutas, as crianças abandonadas, os piores ladrões de todos, os péssimos políticos, corruptos e lacaios de empresas nacionais e multinacionais.
Quando o ouço falar de prostitutas e ladrões, não posso deixar de me lembrar de sua vasta obra teatral. Sua colaboração musical mais famosa foi Die Dreigroschenoper, a Ópera dos Três Vinténs, uma adaptação de Ópera dos Mendigos de John Gay. Na Ópera dos Três Vinténs, temos como protagonista Macheath, ou Mack the Knife, um anti herói com códigos morais bem questionáveis. Não quero ser indiscreta, mas gostaria de saber se o senhor simpatiza com seu personagem.
Mack, como você disse, é um anti herói. É um personagem complexo e levemente sádico, além de ser um assassino. Mas, se você quer saber a verdade, parafraseio meu próprio personagem, o célebre Macheath: “Não sei o que é pior: Roubar um banco ou fundá-lo.”
Essa é uma verdade incontestável.
Talvez sim, talvez não. Tenho para mim que a única verdade realmente incontestável e imutável é que a vida é uma vadia e então você morre.
Uma verdade levemente pessimista.
Mas, ainda assim, verdade! A maior parte das pessoas teme a morte, e eu lhes diria uma única coisa: temam menos a morte do que a vida insuficiente.
Na Ópera dos Três Vinténs o senhor passou, muito habilmente, uma mensagem de apelo social e de crítica contra o capitalismo, ambos mesclados com uma comédia muito divertida. Mas o que você realmente quis dizer com a história de Mack the Knife?
Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama de violentas as margens que o comprimem.
Que margens são essas?
Posso destacar uma: a justiça. A justiça é simples e solenemente feita para a exploração daqueles que não a compreendem ou daqueles que, presos em uma situação miserável, são impedidos de obedecê-la.
Entendo.
E os tribunais são lamentáveis – verdadeiras piadas! Muitos juízes são absolutamente incorruptíveis; ninguém consegue obrigá-los a fazer justiça.
E qual atitude o senhor considera que deve ser tomada para acabar com a desigualdade social?
Alimentar os pobres. Para quem está em uma boa posição social, falar de comida é coisa baixa. É compreensível: eles já comeram.
Hmmm…
Esses senhores pensam que tem a missão de purificar os pobres dos sete pecados. Mas antes deveriam alimentá-los, e então começar a pregação – caso contrário, que proclamem sua bela filosofia, mas esperem pelo pior. Todos aqueles que se limitam a rezar deveriam perceber, de uma vez por todas, que o mundo continua girando. Não importa o quanto tentem disfarçar ou quais são as mentiras que contam, primeiro vem a comida e depois a moral.
Herr Brecht: alguma declaração final?
Desconfie do mais trivial, na aparência singelo. E examine, sobretudo, o que parece habitual. Suplico expressamente: não aceite o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar. Há homens que lutam um dia, e são bons; há homens que lutam por um ano, e são melhores; há homens que lutam por vários anos, e são muito bons; há outros que lutam durante toda a vida, esses são imprescindíveis.”

segunda-feira, 22 de abril de 2013

HEREDITARIEDADE

Talvez carreguemos mais herança genética, emocional e espiritual do que imaginamos. Provavelmente, se realizar um estudo profundo de suas linhas hereditárias, passando por teus pais, avós e outras raízes, verá que carrega consigo não somente características físicas, mas também que muitas coisas que lhe ocorrem ou ocorreram foram repetidas em gerações anteriores.

Em estudos realizados com diferentes pessoas, constata-se que há históricos hereditários de separação, de dependência química, de quadros de depressão, de dificuldades de relacionamento, de frustrações profissionais, etc., apenas para citar alguns exemplos.

Ora, significa então que se uma vez identificada tal herança, estamos fadados a passar, a repetir tais coisas até o final de nossos dias?

Certamente não! Então, como “quebrar” isso?

Primeiramente, identificando o problema. Conseguir enxergar isso permite que haja um choque entre a nossa consciência e o nosso interior. Com isso, expomos, por assim dizer, o mal à luz do sol e esse mal se intimida, se encolhe, fica frágil.

O segundo passo está ligado ao querer, ao determinar. O processo não se mostrará “quebrado” se não houver um desejo sincero acrescido de ações significativas para extrair esse mal, essa carga hereditária. Você precisa estar consciente e agir correspondentemente.

E por último, e mais importante, peça a DEUS que ELE, além de te dar todas as orientações necessárias e força para suplantar isso, lançará sobre ti águas purificadoras pelo SEU Espírito tornando-te verdadeiramente livre de toda essa hereditariedade que te aflige.

POR QUE OS SOCIALISTAS DEVEM APOIAR A LUTA DOS GAYS.

Em uma sociedade atravessada pela existência de classes, há opressores e oprimidos em todas as esferas da vida. O patrão oprime o trabalhador. O homem oprime a mulher. Brancos oprimem negros. Os mais velhos oprimem os jovens. Heterossexuais oprimem homossexuais.
O verdadeiro socialista tem que ser capaz de superar todas essas divisões. Um trabalhador de fábrica que só se identifica com trabalhadores de fábrica pode ser um bom sindicalista. Não é necessariamente um socialista. O socialista tem que ser capaz de se identificar com as lutas de todos os grupos oprimidos. 
Somos produto do capitalismo. Por isso, tendemos a conceber o futuro - até mesmo o futuro socialista - de uma forma ordenada e hierárquica.
É como se a revolução socialista só pudesse ser liderada por operários brancos, sindicalizados, do sexo masculino, com uns 40 anos de idade. 
Se houver espaço suficiente, aí podemos permitir que negros e mulheres e gays participem - desde que fiquem quietinhos, lá no fundo de nossas fileiras!
Um monte de socialistas ainda tem dificuldade em acreditar que os gays irão tomar parte na revolução. 
Pelo contrário, deveríamos ter à frente de nossa luta muitas lideranças operárias jovens, mulheres negras e gays! 
As regras do sistema foram feitas para nos dividir. Isto significa que a identificação entre os vários grupos oprimidos não acontece de forma natural. Os racistas mais fanáticos dos Estados do Sul da América são os brancos pobres - e não os brancos ricos. 
Da mesma forma, negros não apoiam automaticamente as mulheres e estas não apoiam automaticamente os negros. Os gays também não serão automaticamente apoiados por outros grupos oprimidos.
Os nazistas enviaram milhares de gays para campos de concentração. No Chile, gays foram castrados e deixados sangrando na rua. Mesmo assim, não é verdade que os gays sejam naturalmente antifascistas. 
Dezenas de milhares de gays apoiaram Hitler. Muitos faziam parte de suas tropas de apoiadores. Depois que Hitler assumiu o poder, ele se voltou contra os gays e os abateu na chamada “noite das longas facas”.
Como podemos explicar que gays tenham se unido a nazistas? 
Se você é um gay oprimido e ganha uma jaqueta e botas de couro, isso pode ter dar, pela primeira vez, uma sensação de poder. Tornar mais fácil descontar as humilhações que sofreu em judeus, mulheres e qualquer outra pessoa.
Para que qualquer grupo oprimido reaja é preciso que tenha esperança em sua liberação. 
Se você está desanimado, sente desespero. Procura alguém mais fraco para chutar.
Se você está disposto a se libertar, procura um caminho. 
É por isso que só através da construção de um movimento socialista é possível unir os trabalhadores com negros, mulheres e gays oprimidos.
E é por isso que é tão importante para os gays organizar manifestações e campanhas. Para se sentirem capazes de se identificar orgulhosamente como gays e - quando possível - como gays socialistas e revolucionários. 
Karl Marx escreveu que o capitalismo une as forças que se opõem a ele. Mas também nos divide. Temos que lutar conscientemente pela unidade.
Enquanto explorados e oprimidos, formamos um corpo só. Mas apenas quando lutamos juntos.

O OLHAR DE AMANDA PALMER PARA A TRAGÉDIA DE BOSTON

Grandeza na miséria: Amanda Palmer

Em meio à miséria humana emergem momentos de inesperada elevação, e são eles que costumam devolver alguma esperança à humanidade em sua longa e sofrida e patética jornada.
Agora mesmo.
A cantora Amanda Palmer enfrentou a ira tonitruante da visão convencional ao postar em seu blog um poema de compaixão por Dzhokhar Tsarnaev, o suspeito de 19 anos do atentado de Boston.
Você pode imaginar a pancadaria que Amanda está recebendo, mas os insultos passarão e o poema ficará.
Amanda vai até o fim com uma série de “você não sabe”.
Ela nota, por exemplo, que ele não sabe como é possível sentir completa compaixão num momento e desconexão absoluta em outro.
E também não sabe como as coisas podem mudar tão incrivelmente rápido. E nem como chorar o irmão morto, e nem como avaliar o valor da nota de 20 dólares que segurava ao ser capturado, a garganta cortada numa tentativa de suicídio.
Amanda enxergou o que nós não conseguimos ver: Dzhokar foi, também ele, uma vítima adolescente de um mundo sem sentido.
Não se trata de fazer uma escolha binária, demonstrou Amanda: ou lamento as vítimas do atentado ou lamento os suspeitos.
Choremos – é claro – as vítimas, entre as quais uma criança.
Mas não esqueçamos as circunstâncias em que foram que destruídos, também, dois irmãos que poderiam estar agora fazendo as coisas que jovens fazem.
Muitos americanos brilhantes, como Howard Zinn, Thomas Naylor e Noam Chomsky, têm dito há muito tempo que a política externa americana é uma fábrica de jihadistas.
Olhe para o que os Estados Unidos têm feito no Iraque. No Afeganistão. No Iêmen. No Paquistão. Em tantas partes.
As bombas americanas matam crianças o tempo todo.
Você pode imaginar o tamanho da revolta que toma muitos muçulmanos diante de um massacre frenético diante do qual a humanidade é covarde, assim como aconteceu diante da Alemanha de Hitler com os judeus, para dar um basta.
A revolta por causa da violência semeia extremistas.
Enquanto isso – a brutalidade dos Estados Unidos – não mudar, estarão surgindo jihadistas dispostos a tudo.
É por tudo isso que Amanda Palmer merece uma entusiasmada salva de palmas.
Fosse a generosidade compassiva dela algo mais espalhado pelo mundo, e não enfrentaríamos horrores como o atentado de Boston

domingo, 21 de abril de 2013

TRONO DE OURO

Trono de ouro
Trono de ouro

A partir de julho, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, mudará do apartamento funcional que já ocupa na Asa Sul, em Brasília, para um mais amplo, de 523 metros quadrados, na mesma região. O detalhe é que a reforma custará 90.000 reais ao STF, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
Com material de “primeira qualidade”, a reforma será feita apenas em quatro dos cinco banheiros da futura residência do ministro. O imóvel, que conta ainda com quatro salas, biblioteca e adega, era ocupada até o final do ano passado pelo ministro Ayres Britto, que se aposentou do STF em novembro. Segundo o STF, a reforma será feita por conta do “desgaste pelo tempo de uso”.
Do total da obra, 78.000 reais serão pagos à empresa que venceu um pregão eletrônico na semana passada. Mais 12.000 reais devem ser gastos com empresas já contratadas para troca instalação de vidros, espelhos e a compra de uma banheira.
Segundo a Folha, o edital do pregão eletrônico realizado para o pagamento da reforma prevê a aquisição de 23 peças em mármore e granito por 15.500 reais. Um terço desse valor seria pago por uma prateleira e uma bancada e outros 396 reais seriam pagos por cada um dos assentos e tampos dos quatro vasos sanitários dos banheiros.
O curioso é que, na presidência do STJ, Barbosa é conhecido por defender a contenção de despesas do Judiciário.

sábado, 20 de abril de 2013

QUANDO NOS DECEPCIONAMOS


A decepção é inerente à maioria das pessoas. Todos, em algum momento da vida, se decepcionam: seja com alguém, seja com algo, seja consigo mesmos.
E isso pode remontar à nossa infância, se estendo pela adolescência, fase adulta e velhice, onde decepções assumem diferentes tamanhos, impactos e conseqüências. Tudo vai depender do tamanho da esperança ou expectativa criada em torno de si, de uma pessoa ou de uma situação.
Como pode se ver, a decepção está muito mais ligada à esperança, à expectativa ou ao encanto gerado por nós mesmos, do que necessariamente a outro fator externo. Obviamente, isso não é uma regra, mas cabem algumas reflexões a respeito.
Podemos ter esperanças, expectativas sim, mas estas devem ser fundamentadas. As mesmas devem ser embasadas por um olhar sereno, realista/otimista e extremamente atento a cada detalhe: interno e externo. Caso contrário, as chances de nos decepcionarmos são grandes. Talvez, agora faça mais sentido a expressão muito comum a quem sofre decepções: “Fiquei cego(a), como não pude enxergar?!”.
Só que não adianta nada manter essa atenção somente nesse alguém ou nesse algo: você precisa atentar-se principalmente a você!
O que você está fazendo (ou o que não está fazendo) para alcançar isso ou esse alguém? Uma resposta sincera e abrangente pode denunciar passos que tem tomado, que estão te distanciando ou te aproximando do teu objetivo.
Até que ponto a tua esperança, o teu encanto, a tua expectativa é real? Não está deixando que uma névoa de exagerado otimismo ou de inconseqüente paixão ofusque tua visão?
Ou será que tua auto-estima está desregulada, levando-o(a) a um prejudicial egocentrismo, onde você acredita que tudo e todos devem gerar em torno de si e tudo deve acontecer do jeito que idealizou?
Independente da resposta às questões acima levantadas, volte a se lembrar do seguinte: toda esperança, toda expectativa deve ser fundamentada e embasada por um olhar sereno, realista/otimista e extremamente atento a cada detalhe!
Assim, minimize tuas decepções e maximize tuas conquistas e vitórias!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

GERALDO O DEMAGOGO


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Não há ardil político mais primário que o de criar um fato para ocultar uma crise de popularidade. E, para isso, não existe melhor estratégia que a demagogia. A ação de um demagogo não se baseia nas reais necessidades da população e sim em seus mesquinhos interesses para a manutenção de seu poder. O demagogo — chamado de “adulador do povo” por Aristóteles — explora os sentimentos do eleitorado, seus anseios mais primitivos.
Quem melhor se encaixa nesse perfil é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. No que se refere à segurança pública, ele parece viver seu “inferno astral”. A quantidade de homicídios no estado aumentou vertiginosamente, expondo, mais uma vez, a existência de uma facção criminosa e de um grupo de extermínio, ao que tudo indica, formado inclusive por policiais militares. Como explicar essa conjuntura? Como responder às críticas de que em seus mandatos houve estímulo à violência policial, sem que, com isso, ninguém se sentisse em paz? Como interromper essa crise de popularidade?
A solução é fácil: propor uma mudança que atenda tais instintos. Surge, então, um bárbaro crime de um adolescente contra um jovem de classe média, Victor Hugo Deppman. E o governador aparece com o discurso autoritário: diminuição da maioridade penal — agora sob o disfarce do aumento do prazo de internação.
A sensação de alarme gera a ideia de que é preciso combater com violência os criminosos que atacam a sociedade. Alckmin, o demagogo, percebendo isso, sem qualquer amparo em estudos sérios ou dados confiáveis, lança a proposta de recrudescimento penal, com mais encarceramento, como uma panaceia.
Fala-se muito, nesse debate, em reincidência. Por acaso a prisão diminui a reincidência? Obviamente que não – ao contrário, ela causa efeitos deletérios nos condenados, de modo a inviabilizar cada vez mais sua “reinserção social”. Por isso, para os menores, a medida socioeducativa é muito mais eficaz, desde que bem executada. Também é uma falácia que a maioria dos países adota a maioridade abaixo dos 18 anos. Segundo pesquisa da ONU, na legislação de 57 países, apenas 17% funcionam dessa maneira.
A proposta do governador se baseia na exceção, já que menos de 1% dos internos da Fundação Casa, em São Paulo (antiga Febem) cometeu latrocínio. Não há insensibilidade humana mais deplorável do que a de se valer da dor da vítima e do medo da população para lançar um projeto oportunista, que ao invés de visar os reais interesses do estado ou do país, tem como único e inconfessável fim a manutenção do poder de um demagogo.

COLONIZAÇÃO DE MARTE: VOU DOAR AS MINHAS CÓRNEAS E NÃO VOU VER TUDO.


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Uma organização holandesa, a Mars One, informou que, em breve, abrirá inscrições para voluntários que quiserem colonizar o planeta Marte.
Mas há uma particularidade: a passagem será apenas de ida. Mesmo assim, a empresa já recebeu dados de milhares de possíveis candidatos a colonos.
Durante uma visita à BBC em Londres, o fundador da Mars One, Bas Lansdorp, explicou a razão de este ser um voo sem volta e quais características os candidatos precisam ter para serem escolhidos.
Segundo Lansdorp, os voluntários precisarão ser resistentes, flexíveis e engenhosos.
O projeto todo, desde a seleção dos candidatos até a viagem, vai ser transmitido em um programa de televisão, nos moldes de um reality show, como o Big Brother.
Os astronautas terão de enfrentar uma viagem que deve durar entre sete a oito meses e devem perder massa óssea e muscular.
Segundo Lansdorp, depois de passar um tempo vivendo no campo gravitacional bem mais fraco de Marte, será quase impossível se reajustar de volta à gravidade mais forte da Terra.
Os candidatos selecionados passarão por treinamento físico e psicológico. A equipe vai usar tecnologia já existente em todos os aspectos do projeto.
A energia será gerada por painéis solares, a água será reciclada e extraída do solo, os astronautas vão cultivar os alimentos que vão consumir e também contarão com suprimentos de emergência. A cada dois anos, novos exploradores vão se juntar ao grupo de colonos.

DEZENAS DE MORTOS E FERIDOS EM EXPLOSÃO NO TEXAS


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Dezenas de pessoas podem ter morrido após uma grande explosão numa fábrica de fertilizantes próxima à cidade de Waco, no estado americano do Texas.
A explosão, por volta das 19h50 (21h50 de Brasília), provocou danos em uma área extensa e deixou dezenas de pessoas presas sob escombros.
Segundo as autoridades locais, mais de 50 casas foram danificadas e um edifício com 50 apartamentos ficou totalmente destruído.
Várias construções no entorno ainda continuavam em chamas por volta das 1h30 (3h30 de Brasília). Bombeiros, ambulâncias e seis helicópteros foram deslocados para participar do resgate.
Segundo a rede de TV americana CBS, citando o diretor dos serviços de emergência locais, o número de mortos já estaria entre 60 e 70.
O jornal local Waco Tribune Herald informou que os bombeiros tentavam conter um incêndio na fábrica quando a explosão ocorreu e que alguns deles estariam entre os feridos.
Um estádio esportivo na região foi mobilizado para ser usado como pronto-socorro improvisado para atender aos feridos.
“Há muita devastação. Nunca vi nada parecido. Parece uma zona de guerra, com todos os escombros”, afirmou o xerife do condado de McLennan, Parnell McNamara.
Segundo relatos não confirmados, uma casa de repouso para idosos teria desmoronado com a explosão, deixando várias pessoas presas sob os escombros.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

SUTIÃ QUE DA CHOQUE EM ESTUPRADOR.


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A forte repercussão do estupro coletivo de uma estudante indiana de medicina em um ônibus, no final do ano passado, levou um grupo de universitários do país a desenvolver um protótipo que pretende servir de arma para mulheres se defenderem contra ataques sexuais – um sutiã que dá choques.
A vestimenta é capaz de dar choques de 3.800 quilovolts em qualquer um que tente apertar, apalpar ou beliscar os seios da mulher.
Manisha Mohan, Niladhri Basu Bal e Rimpi Tripathi, estudantes de engenharia aeronáutica da Universidade SRM, na cidade de Chennai, decidiram desenvolver o sutiã especial após ouvirem relatos de mulheres que viviam em abrigos sobre suas experiências com assédio sexual.
“O estupro coletivo em Nova Déli foi o gatilho (para o projeto), mas também a dormência das mulheres e dos legisladores sobre essa ameaça social. Já era tempo de as mulheres conseguirem uma mudança”, diz ela.
O sutiã recebeu recentemente um prêmio para projetos de jovens inovadores da Sociedade para Pesquisas e Iniciativas para Tecnologias e Instituições Sustentáveis, baseada na cidade indiana de Ahmedabad.
Além do choque para espantar possíveis molestadores, o equipamento também é capaz de enviar uma mensagem de texto para algum parente ou amigo e para a polícia, com a localização exata da vítima determinada por GPS, segundo Mohan.

SE A UNASUL NÃO SE MEXER VAI CORRER SANGUE NA VENEZUELA OUTRA VEZ.


Quem conhece a Venezuela , está experimentando um legítimo déjà vu. A escalada retórica de parte a parte (governo e oposição), as declarações do Departamento de Estado norte-americano… Tudo igual.
A Unasul foi criada justamente pensando em situações como a que se está assistindo. Só que está demorando demais a se manifestar. Confiar cem por cento no espírito legalista das forças armadas venezuelanas será um erro igual ao de 2002.
Capriles, na noite de domingo, reuniu-se com militares. As manifestações de rua oposicionistas estão sendo armadas de novo. Os EUA estão tomando partido abertamente de novo. A Espanha, idem. É preciso dizer mais?
Os países aliados da Venezuela parecem ter se esquecido da velocidade do golpismo naquele país. Após o golpe, não adiantará nada se reunirem e darem declarações. Nesse ritmo, acontecerá exatamente o mesmo que em Honduras, quando a Unasul não serviu para nada.
O tempo urge. O golpe está em processo. Maduro até já disse isso.
Informações oficiais transmitidas pela rede estatal de televisão venezuelana Telesur aludem a choques violentos, tiroteios, incêndios de carros, casas e até a mortes. A imprensa brasileira não diz um A, está deliberadamente ocultando os fatos.
Na noite de domingo, eu disse no Twitter que temia o surto de violência que acabou ocorrendo. Os choques de oposicionistas com a polícia, os incêndios dos quais as imagens já se espalham, os tiroteios…
Nada disso é aceitável. Uma vitória por pequena margem não é motivo para a oposição venezuelana agir assim. Que vá batalhar nos tribunais, não nas ruas.
A Unasul deve agir de acordo à sua carta constitutiva. Os países filiados devem sustentar o regime venezuelano POR TODOS OS MEIOS PREVISTOS. O sangue que pode voltar a ser derramado será responsabilidade dos omissos.
Depois da Venezuela, quem será? Argentina? Bolívia? Equador? Brasil?

segunda-feira, 15 de abril de 2013

NÃO HÁ EXCESSO DE BOCAS, HÁ FALTA DE JUSTIÇA.

Há estreito vínculo entre religião e ecologia. Os calendários litúrgicos refletem os ciclos da natureza. Toda religião expressa o contexto ambiental que lhe deu origem.
Os hebreus e, em geral, os povos semitas, viviam em regiões inóspitas, desérticas, o que os levou a desenvolver o senso do sagrado centrado na transcendência. Onde a natureza é exuberante, como nos trópicos, se acentuou a imanência do sagrado. Todo o entorno geográfico e climático influi na relação religiosa que se tem com a natureza.
O cristianismo teve sua origem em áreas urbanas. Via a natureza à distância, como algo estranho e adverso. A palavra pagão, que englobava todos os não cristãos, significa etimologicamente “habitante do campo”.
Todas as tradições religiosas indígenas mantêm estreito vínculo com a natureza. São teocósmicas, o divino se manifesta no cosmo e em seus componentes, como a montanha (Pachamama). 
Hinduísmo e taoísmo cultuam a natureza. Já o confucionismo e o budismo são tradições mais antropocêntricas, voltadas à consciência e às virtudes humanas.
O islamismo mantém uma relação singular com a natureza. É uma religião semítica, cultua a transcendência de Alá, mas conserva, como o judaísmo, estreito vínculo com o entorno ambiental, o que se reflete na distinção entre alimentos puros e impuros, jejum, cuidado com a higiene pessoal etc.
As religiões aborígenes (ab-origem = que estão na origem de todas as outras) não separam o humano da natureza. Há um forte sentido de equilíbrio e reciprocidade entre o ser humano e a Terra. O que dela se tira a ela deve ser devolvido. 
Entre as grandes tradições religiosas é o hinduísmo que melhor cultiva essa harmonia. Toda a Índia respira veneração sagrada por rios, animais, árvores e montanhas. A veneração pelas vacas reflete esse senso de equilíbrio, pois se trata de um animal do qual se obtém muitos produtos, do leite e seus derivados ao esterco como fertilizante, e isso é mais importante do que comê-las.
Três grandes desafios, segundo o místico catalão Javier Melloni, estão inter-relacionados: a interioridade, a solidariedade e a sobriedade. A interioridade nos impele à via mística; a solidariedade, à ética; e a sobriedade à preservação ambiental. 
Nossa civilização estará condenada à barbárie se as pessoas perderem a capacidade de interiorização, de fazer silêncio, de meditar, de modo a saber escutar as necessidades do próximo (solidariedade) e o grito agônico da Terra (sobriedade). 
Urge submeter a ecologia à ecosofia, a sabedoria da Terra, na expressão de Raimon Panikkar. Não se trata de impor a razão humana sobre a natureza (eco-logos), mas sim de dar ouvidos à sabedoria da Terra, captar o que ela tem a nos dizer com seus ciclos, suas mudanças climáticas e até com suas catástrofes.
Embora haja avanços em nosso comportamento, graças ao crescimento da consciência ecológica, ainda estamos atrelados a um modelo civilizatório altamente nocivo à saúde de Gaia e dos seres humanos. Continuamos a consumir combustíveis escassos e poluentes e, na contramão do movimento ecológico, submergimos à onda consumista que produz, a cada dia, perdas significativas da biodiversidade e toneladas de lixo derivado de nosso luxo.
Três grandes mentiras precisam ser eliminadas de nossa cultura para que o futuro seja ecologicamente viável e economicamente sustentável: 1) Os recursos da Terra não são suficientes para todos; 2) Devo assegurar os meus recursos, ainda que outros careçam dos mesmos; 3) O sistema econômico que predomina no mundo, centrado na lógica do mercado, e o atual modelo civilizatório, de acumulação de bens, são imutáveis. 
Nosso planeta produz, hoje, alimentos suficientes para 12 bilhões de pessoas, e é habitado por 7 bilhões. Portanto, não há excesso de bocas, há falta de justiça. Não haverá futuro digno para a humanidade sem uma economia de partilha e uma ética da solidariedade.
Durante milênios povos indígenas e tribos desenvolveram formas de convivência baseada na sustentabilidade, na harmonia com a natureza e com os semelhantes. Como considerar ideal um modelo civilizatório que, dos 7 bilhões de habitantes do planeta, condena 4 bilhões a viverem na pobreza ou em função de suas necessidades animais, como se alimentar, abrigar-se das intempéries e educar as crias?

AS NOVAS TECNOLOGIAS PODEM SER UM PODEROSO INSTRUMENTO DE AJUDA À VIDA ESPIRITUAL

As novas tecnologias trouxeram à humanidade um sem número de mudanças comportamentais, físicas, mentais e existenciais. A própria maneira do ser humano entender e administrar sua corporeidade, sua subjetividade, sua identidade mais profunda e verdadeira hoje não pode prescindir da contribuição e da presença que estas novas tecnologias trouxeram ao cotidiano das pessoas.

O telefone celular revolucionou a concepção de espaço. É uma extensão do próprio corpo humano e faz a pessoa móvel e encontrável em qualquer tempo e lugar. Não existe mais possibilidade de preservar a própria intimidade, pois em qualquer lugar onde se esteja, o espaço pode ser invadido por um toque da campainha do celular, chamando a pessoa à realidade de que ela não tem mais como se esconder, a não ser desligando o aparelho.
Nesse sentido, o isolamento e a solidão onde eram e são ainda gestadas as grandes reflexões e contemplações que fizeram a humanidade caminhar ao longo de tantos milênios e séculos, hoje encontram-se sob novo regime. O telefone celular, em uma casa de retiro, por exemplo, permite que a pessoa fuja às recomendações do pregador e faça chamadas furtivas para a família ou os amigos, rompendo o silêncio que aquele ambiente, onde está por opção, pretenderia garantir.
Por outro lado, a internet mudou radicalmente a concepção de tempo. Em questão de segundos pode-se falar e ser respondido para e por qualquer latitude e lugar do mundo e do universo. Pesquisas são feitas pela internet, bibliotecas acessadas. Fora os encontros e as salas de chat que, em tempo virtual mas não menos real, proporcionam às pessoas discussões temáticas, conversas íntimas, encontros que depois se desdobram no tempo real.
A rapidez com que essas novas tecnologias se fizeram parte do cotidiano de tantos e tantas, no entanto, traz também novas possibilidades e muitas vantagens, abrindo um sem número de novos horizontes. Mesmo em termos de vida espiritual e de oração.
Para as pessoas que, por exemplo, passam o dia na frente de um computador, este pode converter-se muitas vezes em capela. São cada vez mais numerosos os sites que oferecem orientação para a oração diária, com textos bíblicos, capelas virtuais, e mesmo a possibilidade de conversar com algum orientador que se disponha a receber consultas e dar conselhos para a vida espiritual através do mundo informático.
Da mesma maneira, o telefone celular pode ser uma preciosa ajuda para que alguma conversa ou consulta espiritual seja feita em questão de segundos, até mesmo quando as pessoas se encontram em países e mesmo continentes diferentes.
Muitos pensadores nos têm alertado para os perigos e riscos de que estas novas tecnologias nos obliterem para as relações humanas mais profundas e mesmo nos conduzam a um pensar que terá muito de superficial e pouco de realmente refletido e assimilado.
No entanto, cabe aqui o discernimento. Sabendo usar as novas tecnologias, elas podem também ser um poderoso instrumento de ajuda à vida espiritual e até mesmo à missão. Pelo espaço cibernético podem circular textos, poemas, orações, enfim, materiais que, compartilhados em tempo recorde, farão bem a corações angustiados e espíritos abatidos. Poderão também oferecer novo atrativo às pessoas que buscam uma vida espiritual e desejam vivê-la intensamente ainda que em meio ao seu agitado cotidiano.
Como toda conquista humana, fruto da criação de Deus, deixemos que as novas tecnologias nos elevem o espírito e não o embotem. Que o fecundem e não o esterilizem. Assim, novos horizontes se abrirão para a vivência da relação com a Transcendência que se faz cada vez mais necessária e desejada nos dias que correm.