terça-feira, 2 de abril de 2013

DO LER, DO OUVIR, À PRÁTICA.

Livros, colunas de revistas e jornais, programas de rádio e televisão: muitos são os canais de aconselhamento, de orientação, de auto-ajuda.

Auto-ajuda?

Este não parece ser o termo mais adequado. Por quê?

Livros que possuam uma mensagem orientadora existem há milhares de anos. Um desses escritos é o Bhagavad Gita que, através de uma linguagem bastante metafórica, traz ensinamentos profundos quanto a como agir se queremos crescer quais seres divinizados. Temos também o Torá ou Pentateuco com suas amplas lições, leis e mandamentos de conduta. Os livros poéticos como Salmos, Provérbios e Eclesiastes, que reúnem preciosos, profundos e riquíssimos ensinamentos. O Tao, com seus versos de aguda sabedoria. Os Pitakas com o Cânone Páli que apontam de forma esclarecedora o caminho para a iluminação. Os Evangelhos e demais livros que compõem o Novo Testamento que, numa linguagem clara e às vezes bastante direta, mostra o passo-a-passo de quem busca sua evolução. O Alcorão, que para os ocidentais pode parecer de difícil interpretação, mas que agrupa lindas mensagens, muitas das quais lembram ou fazem referência ao que já havia sido escrito. O mesmo se dá com aquele que ficou conhecido como Livro dos Mórmons que, com alguns escritos únicos, traz também à tona muitas das histórias e lições já registradas em outros livros.

Isso sem contar os inúmeros livros que encontramos nas prateleiras e vitrines de livrarias, hipermercados e até lojas de conveniência, com títulos sugestivos e que evocam o crescimento pessoal, a melhoria na qualidade de vida, as chaves para o sucesso profissional, os caminhos para a prosperidade, a auto-realização, etc., etc.

A maioria das pessoas – quase em sua totalidade – tem pelo menos um desses livros: sejam dos chamados sagrados, quer dos mais contemporâneos de autorias diversas. E quer saber? Parecem não ter lido.

Na mesma medida que lêem e relêem, repetem e repetem atitudes, palavras e gestos que já deveriam ter ficado para trás.

Na mesma medida que ouvem programas de rádio e televisão com alto teor motivacional, condutor e educativo, na mesma medida parecem esquecer tudo o que ouviram na primeira oportunidade.

Os cultos, as reuniões, os encontros, as palestras, as conferências têm cumprido o seu papel. A pergunta é se os que os (as) assistem têm cumprido o seu papel.

E parece que não.

Não podemos generalizar mas, é quase geral a estagnação das pessoas diante da vida, diante dos ensinamentos que lhes são dados, das instruções que lhes são passadas, das correções que são dadas, no caminho que se mostra a trilhar.

Vamos arrancar a hipocrisia. Vamos eliminar o comodismo. Acabemos de vez com o espírito regressivo e/ou estagnatório.

Serão realmente necessários mais livros, mais colunas de revistas, mais programas de rádio e televisão, mais cultos, mais palestras, mais conferências?

O que é realmente necessário é deixar de lado o “Que palavras bonitas!”, “Que discurso edificante!”, “Esse conselho veio na hora certa!”, “Esse texto foi feito para mim!” e, de fato, colocar em prática tudo o que entende ser correto e evolutivo. Se não, é melhor rasgar os livros que tem, ignorar seus autores, deixar de freqüentar os locais em que tem buscado ajuda.

Radical?

Pode parecer, mas é exatamente isso que tem feito ao não colocar em prática aquilo que tem lido, aquilo que tem buscado

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