terça-feira, 9 de abril de 2013

SOFRIMENTO IRRIGADO PELA PASSIVIDADE.


Incompetência, impotência, conivência, conveniência... São muitas as razões para um país não enfrentar seus problemas. Passam por interesses de grupos políticos e econômicos, origem de tantos currais eleitorais e oligopólios, para limitar exemplos de causa e efeito.
Seca no Nordeste é um fenômeno com o qual os brasileiros se acostumaram a conviver. Há séculos, de forma quase cíclica, ela avança por aquela região destruindo, matando, espalhando sofrimento. Transforma populações inteiras em sobreviventes, colocando-os no patamar da miséria absoluta e elevando o nível de contrastes no país que sonha alcançar o pódio restrito aos desenvolvidos.
Mais uma vez as chuvas escassearam, o gado está morrendo, as plantações foram dizimadas... e milhões de brasileiros precisam de ajuda. É a história se repetindo, como se fosse algo impossível de ser controlado. O bom senso manda que não – é possível combater e pelo menos reduzir as consequências danosas que a seca dissemina.
Não existe uma receita disponível, um plano pronto para ser aplicado. O que não pode é um governo apenas reagir ao fenômeno, correr atrás do prejuízo - na linguagem comum. Precisa investir em projetos consistentes e de longo prazo, como recomenda o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva.
Acabar com a seca ainda está distante da capacidade humana. Mas impedir que pessoas sofram com a falta de água, em especial num país que detém 13% das reservas mundiais, é um dever. Como? Fechando as torneiras da corrupção, da propina, da má aplicação de verbas públicas e canalizando o dinheiro desperdiçado ou desviado para obras simples, como represas, açudes – ampliando a boa iniciativa das cisternas – e sistemas de irrigação, além de investir na formação profissional e em opções agrícolas de sustento. Este é um começo. Diante de tantas catástrofes naturais não se admite mais a passividade.

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