quinta-feira, 4 de abril de 2013

A BANALIDADE COM QUE A VIDA É TRATADA.


Quatro estudos divulgados recentemente expõem a dimensão da tragédia humana e a banalidade com que a vida é tratada. O Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos revelou que só em 2010 foram assassinadas 36.792 pessoas no Brasil, o que equivale a mais de 100 por dia. O conflito armado no Iraque, que durou quatro anos, resultou em 76.266 mortos. Ou seja: no Brasil, a cada dois anos se produz uma guerra do Iraque.
Os números da fatalidade não param por aí. Levantamento do Tribunal Superior do Trabalho mostra que a cada dia de 2011, em média, 50 trabalhadores saíram do mercado por morte ou invalidez permanente. Eles foram vítimas de 18 mil acidentes. Outro trabalho, realizado pela Organização Mundial da Saúde, concluiu que acidentes de trânsito matam 141 pessoas por hora no mundo. Foram 1,24 milhão em 2010, quase 40 mil só no Brasil.
No dia da água, sexta 22, pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) detectou que a cada 15 segundos uma criança morre de doenças relacionadas à falta de água potável, de saneamento e de condições de higiene no mundo. São quase 6.000 vítimas fatais por dia, 2,1 milhões por ano. Considerados os adultos, são 3,5 milhões.
Há situações em que só a ajuda humanitária pode amenizar o sofrimento ou preservar a vida de pessoas. É o caso da falta de água. Mas nas outras, há descaso, imprudência, desrespeito a normas e ausência de fiscalização para que as leis sejam cumpridas. No momento da história em que são investidas somas incalculáveis de recursos para descobrir a cura de doenças e para que as pessoas vivam mais e melhor, armas de fogo, direção irresponsável ou descaso com a segurança no trabalho ceifam cada vez mais vidas. É preciso pelo menos repensar as causas dessa mortandade, e adotar ações imprescindíveis e inadiáveis. Um bom tema para a Páscoa, que mais do que tudo significa vida.

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