terça-feira, 30 de abril de 2013

NÃO SE TERCEIRIZA A EDUCAÇÃO


De cor preta, voo digno e canto lindo. Assim é o popular chupim, cujo nome científico é Molothrus bonariensis. É conhecido também como anu, azulão uiraúna, corrixo ou – bem menos poético - vira-bosta. Sua especialidade: recusa-se fazer ninho. Ele coloca seus ovos no ninho de outras aves, especialmente no ninho do tico-tico. E deixa a elas a tarefa de chocar, criar e alimentar seus filhotes. É um exemplo claro de terceirização. As novas mães parecem não se dar conta da que foram enganadas pelo esperto chupim.
Com alguns inconvenientes, a terceirização foi vista por muitos como solução. As grandes empresas delegam a empresas menores parte de suas atribuições, visando ganho de tempo, qualidade e lucro. Uma norma indiscutível: não se terceiriza a atividade-fim.
O processo e a mentalidade de terceirizar saíram das fábricas e passaram para a educação.  É o caso dos pais que delegam para a escola  a tarefa de educar seus filhos. Sua participação se limita a matricular os filhos e contribuir com pequenas taxas para a manutenção dos cursos. É o método e a mentalidade do acomodado chupim.
É tarefa inalienável dos pais a educação. E esta acontece sobretudo nos lares. A educação dos filhos tem como ponto de partida a vida harmoniosa dos pais. Os professores  têm como missão ajudar os pais. A escola não pode se limitar a ensinar. Ela precisa também educar para a vida e para os valores. A família é ainda mais decisiva na educação da fé. Há dois mil anos, a vida cristã, na teoria e na prática, passa dos pais para os filhos.
O escritor Paul Claudel garante: “Os pais não precisam dar catequese aos filhos; a fé se pega por contágio”. Infelizmente, em muitos lares, não se nota a vivência da fé e, assim, se torna necessário confiar à Igreja a missão de educar na fé. É a terceirização da atividade-fim. É a repetição da estratégia do chupim, com grave prejuízo para a formação religiosa e moral dos filhos. Educar, esta é a primeira, a mais sagrada missão dos pais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário