segunda-feira, 15 de abril de 2013

REENCONTRAR SEU CAMINHO, É ISSO QUE O RIO GRANDE PRECISA.


O governador gaúcho Tarso Genro autorizou a transferência de R$ 4,2 bilhões dos depósitos judiciais para o caixa único do Estado. Foi a maneira encontrada para enfrentar a grave crise financeira do Rio Grande do Sul. A estratégia anunciada é usar esse dinheiro temporariamente, embora não esteja claro como, nem quando, será feita a devolução.
Há décadas os gaúchos vivem apertos gerados pela falta de recursos. Faltam verbas para obras indispensáveis de infraestrutura, assim como para dar remuneração justa a servidores públicos, em particular professores e agentes de segurança.
O cofre do RS vem sendo dilapidado pela previdência social do Estado, com déficit anual calculado em R$ 6,7 bilhões; pelo pagamento de dívidas com a União, de R$ 2,3 bilhões/ano; e por outros rombos. Só esses dois compromissos consomem mais de 20% da receita bruta do Piratini. Isso impede investimentos, origem de um processo de sucateamento e empobrecimento que retiraram dos gaúchos títulos de rankings econômicos e sociais mantidos durante décadas – ou séculos.
Esse quadro não se formou agora. Resulta da herança de uma sequência de administrações que não priorizaram o equilíbrio às finanças do Estado.
Do ponto de vista técnico, há unanimidade quanto à necessidade de medidas profundas para conter o déficit financeiro. Do político, olhos e ações miram a próxima eleição. Passará para a história com destaque o governante que devolver ao Rio Grande do Sul a capacidade de se desenvolver em níveis com os quais estava acostumado. Isso depende de ousadia, de competência e, em especial, do lado administrador sobrepor-se ao político. Enquanto isso não ocorrer, serão inúteis os protestos de agricultores por estradas asfaltadas e seguras, de professores para poder receber o mínimo, de policiais para ter rendimento digno... Será inútil, enfim, toda tentativa de reerguer este Estado.

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