terça-feira, 9 de abril de 2013

NÃO LEVAR PARA O SONO O GOSTO AMARGO DOS NOSSOS PROBLEMAS.



No percurso de nossa vida aqui na terra, não nos custa cercar de encantamento os fatos extraordinários e positivos que nos atingem. Também é fácil nos sensibilizarmos por acontecimentos tristes e dolorosos que podem nos surpreender. Diante de uns e outros, nem sempre sabemos o que dizer e o que pensar, mas temos consciência do que sentimos.

Os dias vão se sucedendo, as semanas, meses e anos também. Num piscar de olhos o tempo se vai. Nosso viver aqui na terra tem os dias contados e os cemitérios registram as datas de nascimento e de morte de todos os que passam por aqui. O que aconteceu neste espaço de tempo aqui vivido? Como foi a intensidade desta existência única, intransferível e insubstituível? Eis a questão!
Aqui aprendemos a lidar com coisas e máquinas; vamos treinando habilidades que dominam a natureza e transformam cenários; acompanhamos fatos de uma extremidade a outra da terra em poucos segundos; aprimora-se o domínio da ciência e da técnica e novas invenções facilitam os meios ao nosso alcance. Porém, como é difícil aprender a ler o simples mistério de nossa vida cotidiana, desde o amanhecer ao por do sol!
Geralmente, quando se pergunta a alguém: “Como vai? Ou como está?” ouve-se a resposta: “Vamos indo!...” E assim a vida vai! Com razão alguém escreveu num para-choque de caminhão: “O importante não é somar anos à vida, mas vida aos anos!” Ter consciência e dar relevância aos momentos de nosso viver, ao que somos e fazemos, é um grande atestado de sabedoria. A vida não é um suceder-se de improvisos e empurrões.
Paulo apóstolo confirma esta dinâmica da vida quando diz: “Mesmo que o nosso físico vai se desgastando, o nosso interior, pelo contrário, vai se renovando cada dia... O que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno”.
É natural chegarmos à noite, após um dia de trabalhos, preocupações e ocupações de todo o tipo, colocarmos a cabeça no travesseiro para o justo descanso. Nessa hora, não basta dizer a si mesmo: “O que passou, passou!” Também não é bom encerrar o dia levando para o sono o gosto amargo de nossos problemas enfrentados. Se treinarmos a leitura pascal da vida, vamos percebendo que a alternância vida e morte não é uma fatalidade, mas um processo de gestação que pode se eternizar no amor, nos passos do Crucificado Ressuscitado.
Mesmo experimentando nossas humanas contradições, onde se alternam erros e acertos, êxitos e fracassos, saúde e doença, vitórias e derrotas, amores e desamores, sabemos que a última palavra é sempre da vida e não da morte. Com os olhos fixos em Jesus, nos entenderemos mais e melhor e aprenderemos a conviver com este mistério de vida que habita em nossos corações

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