terça-feira, 9 de abril de 2013

QUEM FAZ O BEM É FELIZ.

A frase-título deste texto, dita inúmeras vezes pela minha mãe, de saudosa memória, nos mostra um dos elementos importantes para alcançarmos a felicidade. Primeiramente, é preciso ter presente a consciência de nossa finitude humana, breve e passageira neste mundo. 

Hoje constatamos uma cultura instantânea e consumista baseada no slogan “Consumo, logo existo” ou “Consumo, logo sou feliz”. Essa é a ideologia predominante em nossa sociedade e que se opõe ao afeto, à solidariedade e ao amor. Uma cultura marcada pela concorrência, pela avareza e pelo materialismo, tudo girando em volta do “ter”. Ocasionando um certo subjetivismo, um vazio nos relacionamentos e atitudes próprias de “hiperconsumistas” e de “ hiperindividualistas”, no dizer do filósofo Gilles Lipoveski. Ou seja, um descompromisso perante os valores éticos.
É imprescindível, pois, a necessidade de construirmos vínculos de solidariedade, de altruísmo (amor ao próximo) tendo presente os fundamentos éticos, para superar todo tipo de solipsismos e individualismos. O cristianismo nos leva à descoberta necessária, segundo Mt 12,35: “O homem de bem tira boas coisas de seu bom tesouro. O mau, porém, tira as coisas más de seu mau tesouro”. Sendo assim, todo nosso ser e agir fundamenta-se numa escolha. Precisamos constantemente fazer escolhas. Ser uma pessoa boa ou má depende de nossas escolhas, porque estas trazem consequências em nossa vida e na vida dos outros. Toda mudança deve partir de nós mesmos.
Segundo George Bernanos, “saber encontrar a alegria dos outros é o segredo da felicidade”. A felicidade se constrói a cada instante ao longo de nossa existência. Assim como a vida, ela não está completa, é um fazer-se diário. Segundo um autor: “Ela não cai do céu, nem salta do mar, nem bate à porta de repente (...) ela é o barco que projetamos e construímos, no espaço do nosso tempo – vida nossa. Há que construir, trabalhar. A alegria reclama um esforço de construção coletiva e cotidiana”.
A felicidade, também, não significa ausência de dificuldades, mas sim enfrentar os problemas e tentar superá-los com sabedoria, com simplicidade. Teremos então a possibilidade de vivenciar o prazer e a alegria. Lembrar sempre que Deus nos deu determinados talentos, basta que cada pessoa saiba e se empenhe em desenvolvê-los.
Precisamos, pois, investir mais nos relacionamentos humanos, verdadeiros e sinceros e apostar menos nas “coisas”, no mundo material; sentiremos com mais intensidade a alegria em nós. Fazendo o bem e vivendo a vida com simplicidade, a felicidade sempre nos acompanhará.

Nenhum comentário:

Postar um comentário