terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ACHAR O EQUILIBRIO... EIS A QUESTÃO!

Doar limentos é a primeira e urgente medida, mas não é esta a forma para reduzir a fome crônica no mundo, que hoje castiga mais de 900 milhões de pessoas. Como afirmou o brasileiro José Graziano da Silva ao assumir a direção-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), é imprescindível que haja aumento de produção e, talvez o mais difícil, uma gestão mais justa dos alimentos em nível mundial.

A lógica dessa proposta está no fato de que não adianta colher mais se não houver uma distribuição igualitária. Alimento é uma mercadoria cujo mercado está atrelado a interesses de grandes grupos, que forçam o aumento dos preços de produtos de acordo com a conveniência deles. Essa elevação retira de muitos países a possibilidade de acesso à comida. Não é por acaso que quase 90% dos famintos do planeta vivem na África Subsaariana e na região da Ásia na costa com o Pacífico.
É preciso produzir mais alimentos para provocar o crescimento dos estoques e, com isso, tentar evitar a especulação. Ao mesmo tempo, esperar o comprometimento político de todos os governantes para impedir que a busca pelo lucro de alguns sufoque as necessidades de muitos. E aqui se trata de necessidade vital.
Essa sequência de medidas não é de fácil aplicação e controle. Qualquer guinada em uma dos elos dessa cadeia significa o risco de condenar milhões de pessoas à morte por desnutrição. Uma pena injusta, imposta a inocentes, vítimas de um modelo que privilegia a ganância em detrimento da vida. Infelizmente, esta é a realidade. E por ser assim é que mais deve ser combatida, contestada. Está na hora de encontrar o equilíbrio entre a fartura de poucos e a escassez da maioria.

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