sexta-feira, 25 de maio de 2012

ENSINAR PERFEIÇÃO É UMA COISA, COERÊNCIA É OUTRA

Um dos maiores especialistas em linguagem portuguesa,  tinha um enorme problema: prolação. Sabia tudo sobre gramática e como escrever o português, mas não sabia falar de maneira inteligível, comia todos os finais das palavras porque baixava demais a voz no encerramento da pronúncia. Assim, o homem que sabia português a ponto de ensiná-lo, até mesmo a outros professores, não sabia falar, pois um vício de linguagem deixava as palavras pela metade.
O que aconteceu com esse professor de português acontece com nós, mas, na hora de viver o que sabemos ou expressar aquilo que conhecemos, temos dificuldade. Um cardiologista amigo meu não conseguia se livrar do cigarro e sofria do coração e do pulmão. Um médico que conheci desaconselhava bebida a todos, mas ele mesmo exagerava na dose. E pode acontecer e acontece que o pregador ensina para os outros, mas ele mesmo não vive.
A expressão é de Jesus: “Médico, cura a ti mesmo”. Ele a usou repetindo um adágio do seu tempo. Temos, todos, a tendência de ensinar os outros a viver, mas quando toca a nossa vez, vivemos apenas um pouco daquilo que cremos ou ensinamos, faz parte da condição humana. Ensinar a perfeição é uma coisa, coerência é outra.

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