segunda-feira, 7 de maio de 2012

MILHARES FESTEJAM NAS RUAS A VITÓRIA DE FRANÇOIS HOLLANDE






Imensa, coletiva, assombrosamente jovem e liberadora, como uma lufada de um perfume renovador, como o fim de um pesadelo, barulhenta e comovedora até às tripas: a alegria que explodiu nesta noite de domingo em Paris, após a confirmação da vitória do socialista François Hollande, é indescritível. As pessoas cantam e dançam na Praça da Bastilha, correm pelas ruas com bandeiras francesas, garrafas de Champagne, retratos de Hollande e rosas na mão. Esta explosão coletiva tem o nome mais humano que se conhece: esperança. Sarkozy deixou atrás de si um país agredido. 
 31 rosas depois e uma frase que marca um rumo: “a austeridade não pode ser mais uma fatalidade na Europa”. Três décadas e um ano separam a vitória do socialista François Miterrand à presidência da República (maio de 1981) do triunfo eleitoral obtido neste domingo por François Hollande por 51,70% contra 48,30% dos votos. O modelo mais refinado do anti-herói derrotou nas urnas a versão mais xenófoba e ultrajante do liberalismo europeu: Nicolas Sarkozy ficou sem o grande sonho de revalidar seu mandato ao cabo de uma década no poder na qual seus cinco anos de presidência ficaram marcados pela panóplia de seus excessos, as promessas não cumpridas, as reformas pela metade, o desemprego, o desmonte do Estado de Bem-estar, o personalismo às últimas consequências, a arrogância e a violência racial com a qual, de uma forma ou de outra, tratou os estrangeiros.
A França encerrou uma fase na noite deste domingo e resgatou do frondoso bosque liberal a socialdemocracia europeia.

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