terça-feira, 15 de maio de 2012

PERDOAR... A ÚNICA MANEIRA DE ZERAR O MAL.


Ariclenes Venâncio Martins foi um menino pobre, nascido na localidade de Nossa Senhora da Purificação, no interior de Minas Gerais. Ao completar 14 anos, o pai, sem meias palavras, o informou que não mais poderia sustentá-lo. O pouco que colhiam na roça estava destinado aos irmãos menores. Alguns dias depois, aproveitando um caminhão, carregado de mangas, o menino, com sua miserável trouxinha, partiu para São Paulo. Alguns anos depois, já com um nome novo, o menino tornou-se um dos maiores personagens do teatro e da televisão brasileira. Quem não conhece o Zeca Diabo ou o Sinhozinho Malta? É nada mais nada menos que o consagrado Lima Duarte.
Ultrapassada a barreira dos 80 anos, Lima Duarte deu um comovido depoimento na televisão contando a solidão, as lutas, as tentações e dificuldades daqueles primeiros anos. Chamou atenção um fato: Lima Duarte não tem mágoa do pai e reservou para ele palavras cheias de ternura e carinho. História mais ou menos semelhante aconteceu com o cronista gaúcho Paulo Sant´Ana. Com uma diferença: “Eu nunca perdoei o meu pai ter-se desfeito de mim e não ter permitido que eu continuasse em casa, a enfrentar as dificuldades da vida junto dele, apegado à família. Nunca perdoei”.
Dramas assim são muito comuns. Diferentes são as reações. Por vezes, a reconciliação acontece anos depois. Outras vezes, a mágoa não cessa nem mesmo com a morte. Não são apenas os pais que magoam os filhos. Talvez, um número bem maior de filhos corresponde com a ingratidão o cuidado e o carinho dos pais.
A vida quase nunca é como nós gostaríamos que fosse. As marcas da maldade e da ingratidão estão em toda parte. A partir desta realidade, cada um precisa trabalhar esses fatos dolorosos e fazer as pazes com eles. Sem isso, passamos a vida carregando um pesado fardo e culpando os outros pela nossa infelicidade. O dramaturgo inglês William Shakespeare dizia que odiar alguém assemelhava-se à atitude daquele que engolia colheradas de veneno, imaginando que fizessem mal à pessoa odiada.
 E quando alguém se decide perdoar varre de sua vida todo um sofrimento e se envolve na paz. Perdoar é única maneira de zerar o mal. É a única maneira de viver em paz.

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