Proposta
aprovada
Depois de dez anos de tramitação na Casa, a Câmara dos Deputados
aprovou, na terça 22, em segundo turno, a Proposta de Emenda Constitucional
(PEC) do Trabalho Escravo. A aprovação, porém, não acaba com a polêmica em torno
do tema. Pelo contrário. Se de um lado agricultores e entidades ligadas a
direitos humanos vibraram com o resultado, por outro, os ruralistas não gostaram
nada e prometem reação, principalmente no Senado, para onde foi o projeto.
O
ponto de discórdia está no texto aprovado, que estabelece que as propriedades
rurais e urbanas onde forem encontradas culturas ilegais de plantas
psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo serão expropriadas e
destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. A
PEC também estabelece que todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em
decorrência do tráfico de entorpecentes e drogas afins e da exploração de
trabalho escravo será confiscado e reverterá a um fundo especial com destinação
específica.
Antes que uma expropriação seja feita, a empresa ou o proprietário poderá recorrer contra a decisão da auditoria em dois caminhos: administrativo e criminal.Bancada ruralista anuncia pressão
Antes que uma expropriação seja feita, a empresa ou o proprietário poderá recorrer contra a decisão da auditoria em dois caminhos: administrativo e criminal.Bancada ruralista anuncia pressão
Deputados da bancada ruralista divulgaram vídeo em que dizem que o
combate ao trabalho escravo deve ser feito, mas sem legislação que permita o
confisco de terras. Segundo eles, a tipificação da irregularidade (contida no
Artigo 149 do Código Penal) é subjetiva e deixa a decisão ao “arbítrio do fiscal
do trabalho”, o que geraria insegurança jurídica. Em função disso, o grupo
queria que fosse alterado o Código Penal, com o que o governo não
concordou.
O Código Penal define como trabalho escravo “reduzir alguém à
condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a
jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer
restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com
o empregador ou preposto”.
Dados do Ministério do Trabalho indicam que entre 1995 e março de 2012, foram resgatados no Brasil mais de 42 mil trabalhadores em situação degradante e aplicados cerca de R$ 5 milhões em multas aos infratores.
Dados do Ministério do Trabalho indicam que entre 1995 e março de 2012, foram resgatados no Brasil mais de 42 mil trabalhadores em situação degradante e aplicados cerca de R$ 5 milhões em multas aos infratores.
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