quarta-feira, 13 de junho de 2012

CONQUISTAR DIREITOS É DEFENDER A VIDA

A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou na semana passada que as mudanças climáticas podem obrigar o deslocamento de até um bilhão de pessoas nos próximos 40 anos. Não há nem como dimensionar os efeitos dessa migração. Com certeza serão devastadores, porque nenhum país ou continente tem estrutura para receber tantas pessoas.
É possível, porém, imaginar o sofrimento que essas pessoas enfrentarão, tendo de voltar as costas para sua gente, sua terra, sua história. E tudo isso em nome da sobrevivência.
Estima-se que atualmente em torno de 200 milhões de pessoas no mundo já vivam distante de seus locais de origem. Elas se deslocam para fugir de conflitos armados, de tragédias climáticas, da fome e da sede e, em muitos casos, da absoluta ausência de perspectivas.
Esse drama não está longe da nossa realidade. Basta lembrar, que somente Caxias do Sul recebe por mês em torno de 50 famílias de migrantes. Na quase totalidade, vêm em busca de trabalho e, com ele, de uma nova vida. E essas 50 atraem outras tantas famílias, de parentes e conhecidos, num ciclo que esvazia regiões do interior e incha, cada vez mais, médias e grandes cidades.
Há exemplos históricos de migrações que deram certo. Os europeus que colonizaram áreas do Rio Grande do Sul se incluem nesses casos. Mas mesmo para eles os desafios foram gigantescos, não raras vezes fatais. É fundamental oferecer condições para que ninguém tenha de abandonar suas origens a procura de uma nova esperança. E isso depende exclusivamente dos governantes. É um direito de cada cidadão escolher aonde quer viver. Conquistar direitos é defender a vida.

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