A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou na
semana passada que as mudanças climáticas podem obrigar o deslocamento de até um
bilhão de pessoas nos próximos 40 anos. Não há nem como dimensionar os efeitos
dessa migração. Com certeza serão devastadores, porque nenhum país ou continente
tem estrutura para receber tantas pessoas.
É possível, porém, imaginar o
sofrimento que essas pessoas enfrentarão, tendo de voltar as costas para sua
gente, sua terra, sua história. E tudo isso em nome da
sobrevivência.
Estima-se que atualmente em torno de 200 milhões de pessoas no
mundo já vivam distante de seus locais de origem. Elas se deslocam para fugir de
conflitos armados, de tragédias climáticas, da fome e da sede e, em muitos
casos, da absoluta ausência de perspectivas.
Esse drama não está longe da
nossa realidade. Basta lembrar,
que somente Caxias do Sul recebe por mês em torno de 50 famílias de migrantes.
Na quase totalidade, vêm em busca de trabalho e, com ele, de uma nova vida. E
essas 50 atraem outras tantas famílias, de parentes e conhecidos, num ciclo que
esvazia regiões do interior e incha, cada vez mais, médias e grandes
cidades.
Há exemplos históricos de migrações que deram certo. Os europeus que
colonizaram áreas do Rio Grande do Sul se incluem nesses casos. Mas mesmo para
eles os desafios foram gigantescos, não raras vezes fatais. É fundamental
oferecer condições para que ninguém tenha de abandonar suas origens a procura de
uma nova esperança. E isso depende exclusivamente dos governantes. É um direito
de cada cidadão escolher aonde quer viver. Conquistar direitos é defender a vida.
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