segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A 70 FEST "ELEMAR" CONTINUA.

Não tenho nenhuma intenção de estragar a festa. Porém, creio que vale a pena pensá-la mais e melhor, pois a festa continua! Perguntamos: o que mesmo faz com que a festa continue e deixe marcas de saudade e vínculos de amizade? Já participei em muitos tipos de festa e em muitos grupos diferentes. Olhando e observando com atenção, percebem-se as maiores contradições no modo de ver, fazer e viver a festa.
Já participei e presenciei festas onde a preocupação pelo cenário externo, pelos pratos requintados e rituais complicados era tão grande que os donos da festa não conseguiam nem sorrir, nem dar atenção, nem expressar qualquer sentimento acolhedor. Todas as energias eram sugadas pela exterioridade da festa e não pelo seu sentido humano e, menos ainda, cristão.
Um dia, após ter participado de uma festa jubilar de casamento, perguntei ao casal homenageado como se sentia. Para minha surpresa, ouvi deles lamentos por terem
gasto tanto e estarem tristes pelos exageros ocorridos. Disse o marido: “Não era isso que
nós esperávamos!” Até mesmo um grave acidente havia acontecido com um convidado alcoolizado, após a festa.Já participei de festas em comunidades simples, onde as lideranças preparavam um chá de ervas e uns biscoitos para unir o povo e aproximar as pessoas. Incrível era a alegria da festa dos pobres em poder sentar-se juntos, conversar, ouvir música, dançar com respeito e voltar para casa sem riscos de velocidade, pois a maioria estava a pé.
A festa dos simples está mais dentro da pessoa do que no aparato, mais no coração do que na comida, mais no ser do que no aparecer.
O que faz a diferença e garante os bons resultados de uma festa? Quais seriam os
bons resultados? Bastam os elogios e lisonjas? Bastam o luxo e cardápios exóticos? Para que
a festa continue, deverá saciar também o coração; criar relações de empatia; garantir
leveza e fazer com que a alegria continue no dia seguinte. Quando se quer esgotar
toda a alegria da festa num só momento, facilmente se termina no vazio do desencanto.
Tantas vezes na vida, há alegrias que terminam em tragédias e há dores que terminam em festa. Só uma vida despojada de egoísmos e vaidades pode se tornar canção, dança e jogo autêntico. Quando se acolhe a vida como dom, a existência humana pode cantar uma canção diversa daquela que conhecemos. A verdadeira festa vai acontecendo a partir do momento em que a pessoa leva a sério a educação à vida, realidade mais bela na qual podemos festejar as mais duradouras alegrias. Foi assim a 70 fest do Elemar. Parabéns! a festa continua na mente e no coração dos que estiveram lá.

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