Roberto Landell de Moura foi entronizado, este mês, no
Panteão Tancredo Neves, em Brasília. Isso significa que o padre gaúcho,
conhecido como o pai brasileiro do rádio, teve seu nome inscrito no Livro de
Aço, também chamado de Livro dos Heróis da Pátria. A iniciativa é fruto do
projeto de lei do ex-senador Sérgio Zambiasi.
Landell, segundo seus
defensores, foi para o rádio o que Santos Dumont foi para a aviação. Porém,
oficialmente, o inventor do rádio é o italiano Guglielmo Marconi.
Em 3 de
junho de 1900, o padre reuniu personalidades em plena avenida Paulista para
demonstrar publicamente seus experimentos, desenvolvidos já há mais de seis
anos. Com um aparelho inventado por ele mesmo, enviou sinais telegráficos e
transmitiu a voz humana a uma distância de oito quilômetros, sem a ajuda de fios
e irradiada por uma onda eletromagnética, pela primeira vez.
Documentos e
correspondências da época apontam que o padre gaúcho já tinha desenvolvido o
telégrafo e o telefone sem fio, assim como o transmissor de ondas antes do
italiano, mas foi Marconi que entrou para a história oficial. Landell não
conseguiu patentear nem produzir comercialmente seus inventos no Brasil. Já o
italiano, em 1897, aos 23 anos, patenteou um sistema de telegrafia sem fios que
lhe assegurou o monopólio das radiocomunicações e, em 1909, o Prêmio Nobel de
Física.
Coincidentemente, o reconhecimento a Landell, com a inscrição de seu
nome no Panteão, ocorreu poucos dias antes da celebração dos 90 anos da primeira
transmissão radiofônica oficial no país, em 8 de setembro passado. Na ocasião,
na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, transmitiu-se via rádio o discurso do
então presidente Epitácio Pessoa, por ocasião das comemorações do centenário da
Independência do Brasil.
Agora, os entusiastas do pai brasileiro do rádio
lutam para incluir sua vida e obra no currículo escolar obrigatório do Ensino
Fundamental. Landell de Moura nasceu em Porto Alegre, em 21 de janeiro de 1861,
e foi ordenado padre em 28 de outubro de 1886, em Roma.
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