quinta-feira, 27 de setembro de 2012

É ASSIM: AJUDA-TE QUE DEUS TE AJUDARÁ

Cercado dos seus discípulos, um homem de Deus caminhava por uma estrada em péssimo estado. Tudo servia como motivo para instruir seus seguidores. No meio da manhã encontraram um carro de bois atolado no barro. Ao lado, um homem piedoso, de joelhos, pedia que Deus o ajudasse tirando o carro do atoleiro. Todos olharam o devoto, sensibilizaram-se e prosseguiram o caminho. Alguns quilômetros adiante encontraram um outro homem com o carro atolado no lamaçal. Este, porém, esbravejava contra o governo e contra Deus, enquanto fazia todo o esforço para liberar o carro.
O homem de Deus, para espanto dos discípulos, decidiu ajudá-lo e o carro retomou sua jornada. Os aprendizes, surpresos, ponderaram ao mestre: senhor, o primeiro homem orava, era piedoso e não o ajudamos. Este, que era rebelde e blasfemava, recebeu nosso auxílio. Qual a razão? Sem se perturbar, o mestre esclareceu: aquele que orava, aguardava que Deus viesse fazer a tarefa que a ele competia. O outro, embora transtornado, estava lutando e por isso mereceu nosso auxílio.
Nem sempre sabemos orar. Até os apóstolos, um dia, suplicaram ao Mestre que Ele os ensinasse a rezar corretamente. Rezar não pode servir de desculpa a preguiçosos. Não podemos pedir a Deus que faça o que seria nossa obrigação. Rezar não é tentar mudar a vontade de Deus. A oração vai por outro caminho. É partir da certeza de que Deus é Pai e quer nossa felicidade. Nossa oração deve ter como objetivo conhecer a vontade de Deus para que nós possamos fazê-la acontecer.
Não é correto, em nossa prece, pedir que Deus remova alguns obstáculos que nós mesmos colocamos no caminho. Só depois que tivermos feito a nossa parte temos o direito de pedir a força que vem do alto.O primeiro homem que caiu no atoleiro confiou a Deus toda a tarefa. O segundo, pelo menos, estava fazendo o que lhe competia. De alguma maneira, ele também tinha convicção que Deus falhara em algum ponto.
Rezar é colocar-se, com a atitude de filhos, diante do Pai. E na oração ensinada por Jesus aparece uma escala de valores em nossa prece. Antes de tudo devemos lembrar que Ele é Pai de todos e que está em toda a parte. Com nossa voz santificamos o Nome, o Reino e a sua Vontade. Isto convém aos filhos. Só depois, lembra as necessidades dos filhos, a partir do pão de cada dia. Lembramos ainda nossa pobreza e suplicamos que Ele nos livre dos atoleiros e nos dê a graça de saber perdoar a todos.

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