Temos, todos, a tendência de generalizar o que foi
e é exceção. Concluímos apressadamente ao ouvirmos parte da notícia e em
geral concluímos errado.
A moça mais bonita do concurso de miss Brasil não é a moça mais bonita do Brasil. Houve outras bem mais bonitas que não
concorreram. O rapaz mais inteligente não é o mais inteligente. Venceu os que
concorreram no programa, mas outros, exatamente por serem mais inteligentes,
optaram por não se expor. O pastor mais famoso não é, necessariamente, o mais
sereno e mais culto e o padre mais famoso não é, necessariamente, o mais
sensato, culto e ponderado. Fama é uma coisa e conteúdo é outra.
O cantor
mais famoso pode não ser o melhor cantor. O padre que venceu o concurso de
personalidade do ano pode ter derrotado seu bispo que tinha mais história do que
ele, mas o bispo não concorreu. Nem deveria… Neymar e Marta mereceram o
título de melhor jogador/a. Mas não são poucos os casos de alguém ser mais
famoso porque tem excelente equipe de marketing e não ser o melhor. Por isso,
convém rever essa história de mais votado. Talvez um candidato a governador ou
prefeito menos votado fosse o melhor, mas perdeu as eleições porque seu
marketing foi menos eficaz.
Acontece com políticos, religiosos, escritores,
cantores. Ser o mais votado não é o mesmo que ser o melhor. Popularidade não
é o mesmo que personalidade nem o mesmo que capacidade.
Quando alguém ganha
um concurso admitamos que a pessoa pode de fato ter sido a melhor. Pode
também ser que outras eram melhores, mas foram menos votadas. Voto nem sempre
traduz verdade. Na maioria das vezes traduz simpatia. Em concurso de miss,
simpatia vai bem. Nem sempre vai bem em religião ou política. Discernir é
preciso e convém!
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