sábado, 6 de julho de 2013

A VOZ DAS RUAS ECOA NAS SALAS DO PODER

Agilidade, harmonia, interesse, esforço e até eficiência pautaram as ações do Executivo e do Legislativo brasileiros durante a semana passada. Medidas importantes que estavam engavetadas ou vinham sendo proteladas havia décadas ganharam prioridade anômala, chegaram ao plenário rapidamente e com a mesma velocidade foram aprovadas. 
Como se supunha, muitas decisões tomadas não vão além de cosméticos. Mas também foram dados passos importantes em temas que a maioria dos políticos não gosta de mexer, como corrupção, reforma política e destinação dos royalties de petróleo. Pois esses e outros assuntos, como que num passe de mágica, avançaram. Em outros planos de poder, tarifas baixaram, isenções foram anunciadas ou ganharam debate . Até passe livre surgiu – mesmo que parcialmente.
Se alguém ainda tinha dúvidas sobre a relevância dos protestos que estão varrendo as ruas do país, só a movimentação no Planalto e no Congresso Nacional é suficiente para dirimi-las. Mesmo os que preferem enaltecer apenas a violência – condenável, é claro -, encontram motivos de sobra para justificar a onda de manifestações.
As ações deflagradas a partir das redes sociais continuaram reunindo multidões e ninguém sabe quando e como vão parar. Mas mesmo que cessem agora, já deixaram uma lição que precisa ser assimilada. É grande o descontentamento com a realidade do país, marcada pela inépcia de governantes, pelo corporativismo e conchavos políticos, pelos privilégios de grupos e exploração da maioria com tarifas abusivas e serviços de má qualidade, pela conivência com eternas desigualdades e ausência de perspectivas aos jovens. Essa insatisfação transbordou. E os que pensam em permanecer iludindo ou ludibriando com maquiagens, remendos, providências apressadas e inócuas, é bom não esquecer que foi principalmente desta atitude que brotou a gota d’água. E o copo segue cheio.

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