domingo, 14 de julho de 2013

EM NOME DA LIBERDADE, ESTÁ TUDO DOMINADO.

Depois de 50 séculos de história, finalmente a natureza foi domesticada: ares, mares, profundezas, elementos… O homem já sabe extrair quase tudo da mãe Terra. Mas ainda não aprendeu a devolver e a repor o que tirou. Tornou-se mais guerreiro e terrorista, mais cidadão e mais selvagem, mais coisificado e mais coisificador, mais humano, mais bestializado e tudo isso em macroescala. Já viu o tamanho das serras e das escavadeiras?
A técnica se aprimorou e a liberdade diminuiu. Aumentou sua capacidade de criar riquezas e, com ela, a capacidade de se corromper e corromper, de roubar e desviar riquezas para seu grupo de poder. Criou uma sociedade na qual tudo parece permitido, mas onde quase tudo é cerceado, porque sobre quase tudo é colocado um preço em favor de quem detém o poder. 
Portões, alarmes, cadeados, câmeras e guardas proíbem e permitem, mas nenhuma proteção protege. Os hackers entram onde querem, os ladrões assaltam até quartéis. Refinou-se a estratégia da infiltração. Vivemos vigiados por câmeras, mas alguém tem nossos cadastros, nosso telefone e tudo o que considerávamos secreto. A privacidade desapareceu e a ordem do dia é a superexposição, a invasão e a evasão da privacidade.
Por toda a parte liberta-se em nome de Deus, mas também domestica-se em nome dele. No tempo de Mao tse Tung, erguiam-se os livrinhos vermelhos do grande líder; hoje erguem-se posters do líder máximo, livros do pregador famoso ou bíblias de determinada igreja e só dela! Todos obedecem ao comando de chorar, fechar os olhos, franzir a testa e emocionar-se na esperança de
que Deus ouça seus clamores. Está tudo dominado em nome da liberdade.

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