terça-feira, 30 de julho de 2013

HAVIA UMA PEDRA NO CAMINHO

A estrada permanece a mesma de quando o Gustav passava por lá a cavalo, a caminho do moinho, com seu saco de milho, quando o Heinrich levava o pasto em sua carroça para alimentar a criação e o Teobald levava as galinhas e a banha para vender “lá fora”, na cidade.O tempo passou. As carroças e os cavalos foram sendo substituídos por carroças motorizadas. Mas a estrada se preservou original, mais fiel que alguns legados culturais. Continua a receber o mesmo tratamento de outrora. Em tempo de chuva, e de inverno, aparece um solícito trator da Prefeitura empurrando as pedras de um lado para outro e está feita a manutenção. Às vezes, fica uma pedra no meio do caminho.

Pois vinha meu amigo na hora da Ave-Maria, pelo caminho que une, desde os primórdios da Colônia, a Alte com a Neue Pikade. A patrola havia passado há pouco, cumprira sua tarefa como desde sempre. No céu as primeiras estrelas anunciavam a noite, e eis que “no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. Não dava mais para desviar e uma enorme pedra varreu o carro por baixo.
Roncando estranhamente, levou seu Schimmel ao pronto socorro. A pedra no meio do caminho havia causado um belo estrago. Assim, a aventura de transitar de carro onde deveria usar carroça, de preferência de rodas altas, transformou-se em desventura. A estrada continua recebendo tratamento adequado para ser usada pelos meios de transporte de outrora. Curioso que em nossa região se mantenham estradas como antigamente, mas que não haja grande empenho para preservar casas, edificações, isto é, o patrimônio coletivo material e imaterial (isso inclui a língua alemã) que destaca o lugar, confere-lhe singularidade. Quer dizer, mantém-se o que não se deveria mais manter e, o que se deveria manter, não recebe a atenção merecida. No entanto, queremos a região atraente para turistas e para os que tem que transitar pelo nosso querido e rico interior.

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