sexta-feira, 19 de julho de 2013

MAIS UMA VEZ, A IMPORTÂNCIA DA FÉ.

Nascido numa pequena aldeia do interior da França,  de Villeneuve-sur-Fare, o jovem Louis Charles mudou-se com os pais para Paris. A fé da infância foi abandonada, sobretudo pela influência dos mestres positivistas, fez todas as experiências negativas e chegou à conclusão que a vida não tinha mais sentido. No dia 24 de dezembro de 1886, aos 18 anos, tentou o suicídio. Fracassado no objetivo, saiu pelas ruas de Paris sem destino. Acabou entrando na catedral de Notre Dame. Colocou-se atrás de uma coluna ainda em estado de choque, onde ficou longo tempo em silêncio.
A igreja enchia-se de fiéis para celebrar o Natal e as músicas invadiam a famosa basílica. Pensando na multidão ao seu lado, o jovem admitiu: “Felizes os que têm fé!”. E a frase continuou ecoando dentre dele. Voltou no tempo, voltou à pureza de sua infância, viu-se entrando na igreja com seus pais, viu-se ao pé da cama rezando... E numa explosão interna de luz chegou a uma conclusão que jamais se apagaria: “Eu tenho fé”. E as lágrimas purificaram o passado e nascia uma nova criatura: Paul Claudel - seu nome artístico - da Academia Francesa, da Legião de Honra, Chanceler da França e, sobretudo, um místico. 
A fé é um dom de Deus, Ele a concede a todos, mas exige a aceitação de cada um. Porque é graça e porque tudo parte de Deus, aquele que deseja ter fé, já possui a fé em plenitude. Querer crer, já é crer. A fé não é uma luz que nos cega. O próprio Claudel constatava: “Um pouco de luz vence muitas trevas”. No Evangelho encontramos um pai desesperado que suplica a Jesus: se podes fazer alguma coisa, ajuda-nos. E Jesus esclarece: tudo é possível para quem tem fé. E a resposta do pai tornou-se clássica: “Eu tenho fé, mas ajuda minha falta de fé” . E Jesus curou-lhe o filho.
Vivemos o Ano da Fé. A fé não é apenas uma atitude racional. O apóstolo Tiago, numa lição magistral ensina: “A fé sem as obras está morta”
. E com alguma ironia, ele esclarece: o próprio demônio acredita e treme.
A fé abrange a cabeça, o coração, as mãos, envolve toda a vida. Fé e vida devem andar juntas. Crer é acolher todo o seu projeto, na pequenez de nossa medida.  E a semente que pode fazer surgir a fé  pode ser nossa vida. Para Deus nenhum caso é perdido. A vida nova pode nascer agora.

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